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Uso racional de medicamentos: temas selecionados, 2012.

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<strong>de</strong> antiplaquetários (n= 77.000 pacientes). Em<br />

comparação ao controle, a terapia antiplaquetária<br />

reduziu AVE não fatal em 1/4 e mortalida<strong>de</strong> vascular<br />

em 1/6, correspon<strong>de</strong>ndo à redução absoluta <strong>de</strong> 36<br />

em 1.000 pacientes tratados por dois anos entre os<br />

com prévio AVE ou AIT e nove por 1.000 pacientes<br />

tratados por três semanas entre os que tiveram<br />

AVE agudo. Em cada uma <strong>de</strong>ssas categorias, os<br />

benefícios exce<strong>de</strong>ram os riscos <strong>de</strong> sangramento<br />

maior extracraniano. Doses <strong>de</strong> 75-150mg/dia <strong>de</strong><br />

ácido acetilsalicílico mostraram-se tão eficazes<br />

quanto doses diárias maiores, mas o efeito foi incerto<br />

com doses inferiores a 75mg diários. Adição <strong>de</strong><br />

dipiridamol a ácido acetilsalicílico não acrescentou<br />

eficácia preventiva em comparação ao uso isolado<br />

<strong>de</strong>ste.<br />

Debate-se sobre a dose a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong><br />

ácido acetilsalicílico capaz <strong>de</strong> inibir a síntese<br />

<strong>de</strong> tromboxano na plaqueta sem bloquear<br />

significativamente a <strong>de</strong> prostaciclina no endotélio<br />

vascular. Os primeiros estudos <strong>de</strong> prevenção<br />

secundária utilizaram doses relativamente altas,<br />

progressivamente reduzidas. A maior parte dos<br />

estudos utiliza <strong>de</strong> 100mg a 200mg por dia, sendo<br />

essas as doses recomendadas. 6<br />

Em prevenção secundária <strong>de</strong> eventos<br />

cerebrovasculares, o efeito benéfico <strong>de</strong> ácido<br />

acetilsalicílico se observa em 2 a 4 semanas em<br />

pacientes que o iniciaram nas primeiras horas<br />

após o AVE.<br />

Comparação entre ácido acetilsalicílico<br />

e outros antiplaquetários<br />

Outros antiplaquetários têm sido indicados para<br />

prevenção secundária em pacientes que não toleram<br />

ácido acetilsalicílico ou têm contraindicação a ele.<br />

Revisão Cochrane 13 comparou ticlopidina (nove<br />

ECRs; 7.633 pacientes) e clopidogrel (um ECR; 19.185<br />

pacientes) com ácido acetilsalicílico em pacientes<br />

com infarto ou aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral prévio ou<br />

doença vascular periférica, não havendo diferença<br />

clinicamente relevante entre os tratamentos, tanto em<br />

relação à eficácia quanto à segurança. Clopidogrel<br />

teve perfil <strong>de</strong> efeitos adversos mais favorável do que<br />

ticlopidina, po<strong>de</strong>ndo ser usado como alternativa a<br />

ácido acetilsalicílico em pacientes confirmadamente<br />

intolerantes ou com hipersensibilida<strong>de</strong> a este.<br />

A comparação entre a combinação <strong>de</strong><br />

clopidogrel com ácido acetilsalicílico e ácido<br />

acetilsalicílico isolado em pacientes com síndrome<br />

coronariana aguda sem supra<strong>de</strong>snível <strong>de</strong> ST<br />

mostrou redução <strong>de</strong> 20% no <strong>de</strong>sfecho combinado<br />

<strong>de</strong> morte cardiovascular, infarto e aci<strong>de</strong>nte<br />

vascular cerebral (9,3% vs. 11,5%) com a terapia<br />

<strong>Uso</strong> Racional <strong>de</strong> Medicamentos: <strong>temas</strong> <strong>selecionados</strong><br />

151<br />

associada. 14 A mesma resposta foi observada em<br />

pacientes encaminhados para procedimentos <strong>de</strong><br />

revascularização percutânea. 15<br />

Revisão Cochrane 16 <strong>de</strong> dois antigos ECRs<br />

– estudos CURE e CHARISMA – <strong>de</strong>monstrou<br />

que o uso <strong>de</strong> clopidogrel associado a ácido<br />

acetilsalicílico reduz o risco <strong>de</strong> eventos<br />

cardiovasculares, mas aumenta o risco <strong>de</strong><br />

sangramento em comparação com ácido<br />

acetilsalicílico isolado. No estudo CURE, para<br />

cada 1.000 pacientes tratados, 23 eventos<br />

foram evitados e 10 sangramentos maiores<br />

foram causados. No estudo CHARISMA, para<br />

o mesmo número <strong>de</strong> indivíduos tratados, cinco<br />

eventos cardiovasculares foram evitados e três<br />

sangramentos maiores ocorreram. Somente<br />

em pacientes pós-síndrome coronariana<br />

aguda sem supra<strong>de</strong>snível <strong>de</strong> ST, os benefícios<br />

superam os riscos.<br />

O ensaio clínico PROFESS, 17 com mais <strong>de</strong><br />

20.000 pacientes com aci<strong>de</strong>nte vascular encefálico<br />

isquêmico recorrente, comparou dipiridamol <strong>de</strong><br />

liberação prolongada + ácido acetilsalicílico a<br />

clopidogrel e telmisartana, antagonista <strong>de</strong> receptores<br />

<strong>de</strong> angiotensina II com putativo efeito neuroprotetor.<br />

Após seguimento médio <strong>de</strong> 2,4 anos, não foram<br />

<strong>de</strong>monstradas diferenças significativas entre os dois<br />

regimes <strong>de</strong> antiplaquetários, e os resultados não<br />

foram afetados por uso preventivo <strong>de</strong> telmisartana.<br />

O estudo MATCH 18 comparou ácido<br />

acetilsalicílico associado a clopidogrel com<br />

clopidogrel isolado em 7.599 pacientes após<br />

aci<strong>de</strong>nte cerebrovascular recente (aci<strong>de</strong>nte<br />

isquêmico transitório e AVE completo). Após<br />

seguimento <strong>de</strong> 18 meses, não houve diferença<br />

significativa na diminuição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfechos vasculares<br />

combinados, mas sim aumento <strong>de</strong> sangramento.<br />

Cilostazol tem sido estudado como alternativa<br />

a ácido acetilsalicílico na prevenção secundária<br />

<strong>de</strong> eventos cerebrovasculares em pacientes<br />

com AVE isquêmico completo ou transitório.<br />

Revisão Cochrane 19 <strong>de</strong> dois ECRs (n= 3.477<br />

participantes) que compararam cilostazol com<br />

ácido acetilsalicílico mostrou que cilostazol se<br />

associou significativamente a menor risco <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sfecho composto <strong>de</strong> eventos vasculares (6,77%<br />

versus 9,39%; RR= 0,72; IC95%: 0,57-0,91) e a<br />

menor <strong>de</strong> AVE hemorrágico (0,53% versus 2,01%;<br />

RR= 0,26; IC95%: 0,13- 0,55). Cilostazol mostrou<br />

menor incidência <strong>de</strong> efeitos adversos, embora<br />

alguns eventos hemorrágicos tenham ocorrido.<br />

Após colocação <strong>de</strong> stent coronariano é<br />

frequente a reestenose arterial <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>

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