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A Tradução é um Lugar Estranho: Comunicação ... - RUN UNL

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necessário ter em conta os contextos culturais de partida e de chegada, e o tradutor tem<br />

de funcionar como <strong>um</strong> mediador entre dois mundos.<br />

Como foi referido anteriormente, a pragmática transcultural tem como objectivo<br />

estudar a forma como as diferentes línguas são utilizadas em diferentes actos<br />

comunicativos. Para que <strong>um</strong> acto comunicativo tenha sucesso é preciso que ele esteja<br />

adequado ao contexto situacional em que ele vai ser utilizado. Para isso, é necessário<br />

conhecer as respectivas convenções exigidas por cada cultura que regulam os actos de<br />

fala. Assim, qualquer falha na realização de <strong>um</strong> acto de fala irá conduzir a perturbações<br />

no processo comunicativo, que não será realizado correctamente.<br />

A forma como, por exemplo, se faz <strong>um</strong> pedido ou se dá <strong>um</strong>a ordem varia de<br />

cultura para cultura, pelo que <strong>um</strong> acto de fala que funcionaria com determinados<br />

participantes, n<strong>um</strong> determinado contexto sociocultural, poderá ser completamente<br />

desajustado se a cultura e os participantes no processo comunicativo forem outros.<br />

A questão da equivalência tem sido objecto de inúmeras reflexões. 2 Para<br />

Neubert, a equivalência em tradução deve ser considerada <strong>um</strong>a categoria semiótica,<br />

apresentando <strong>um</strong>a vertente semântica, sintática e pragmática. Sendo assim, a vertente<br />

semântica tem prevalência sobre a vertente sintática, mas estão ambas condicionadas<br />

pela vertente pragmática (qtd.in Bassnett, 2002: 35). Assim, e de acordo com as<br />

palavras de Jery Levý:<br />

As in all semiotic processes, translation has its Pragmatic Dimension as well<br />

Translation theory tends to be normative, to instruct translators on the OPTIMAL<br />

solution; actual, however, is pragmatic: the translator resolves for that one of the<br />

possible solutions which promises a maxim<strong>um</strong> of effect with a minim<strong>um</strong> of effort<br />

(2000: 156). 3<br />

Como se pode verificar, é possível encontrar alguns pontos em com<strong>um</strong> entre a<br />

pragmática transcultural e a tradução. Tal como afirma Basil Hatim, no que diz respeito<br />

aos modelos de tradução orientados para a pragmática, a equivalência em tradução<br />

alcança-se com “sucessful (re)performance of speech acts” (2009: 205) o tradutor tenta<br />

2 Eugene Nida defende que existem fundamentalmente dois tipos de equivalência: equivalência formal,<br />

que centra a sua atenção na mensagem, no que diz respeito à forma e conteúdo da mesma, e equivalência<br />

dinâmica em que se pretende alcançar <strong>um</strong>a total naturalidade de expressão, de forma a produzir <strong>um</strong>a<br />

tradução adaptada ao contexto sócio-cultural do novo público de chegada (2000: 159).<br />

3 A esta estratégia dá-se o nome de Princípio Minimax, que é <strong>um</strong>a das bases da Teoria dos Jogos e que<br />

pode ser também aplicada à legendagem (Preta, 2009: 29-30).<br />

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