16.01.2014 Views

A Tradução é um Lugar Estranho: Comunicação ... - RUN UNL

A Tradução é um Lugar Estranho: Comunicação ... - RUN UNL

A Tradução é um Lugar Estranho: Comunicação ... - RUN UNL

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o confronto entre a atitude americana mais individualista e a cultura mexicana mais<br />

colectivista. 18<br />

Nesse exacto momento, Flor toma consciência de que Cristina já não se rege<br />

pelo sistemas de valores no qual foi criada e pergunta-lhe “Is that what you want for<br />

yourself? To become someone very different than me?”. Para Flor, o facto de Cristina<br />

adoptar <strong>um</strong>a nova cultura como sua e esquecer-se das suas origens, é equivalente a<br />

renega-la.<br />

O filme termina com a seguinte fala de Cristina, em forma de narração: “My<br />

identity rests firmly and happily on one fact: I am my mother’s daughter”, mostrando<br />

que apesar das influência da cultura americana, o seu verdadeiro”eu”, a sua identidade é<br />

definida pela figura da mãe, ela própria produto da cultura mexicana.<br />

É interessante reparar que ao contrário do que geralmente ocorre na indústria<br />

cinematográfica, é a cultura americana que é retratada de forma mais negativa em<br />

Spanglish, facto esse que é especialmente notório na personagem Deborah. Durante o<br />

filme Debora revela <strong>um</strong>a faceta bastante egocêntrica, mostrando muito pouca<br />

consideração para com os sentimentos dos outros. Por exemplo, na sua tentativa de<br />

agradar a Crisitina, ignora a importância de Flor enquanto mãe e educadora, tomando<br />

decisões que não lhe correspondem. Apercebendo-se da vontade de Cristina de<br />

pertencer àquele mundo, existe por parte de Deborah <strong>um</strong>a tentativa de moldá-la segundo<br />

os seus padrões do que é certo e errado.<br />

A convivência entre as comunidades mexicana e americana é igualmente<br />

retratada no filme Fools Rush In (1997), tendo como base os estereótipos mais comuns<br />

sobre o povo mexicano, a partir da relação amorosa entre Isabel Fuentes e Alex<br />

Whitman.<br />

Logo à partida, as diferenças mais visíveis entre ambas as culturas é a<br />

importância dada à família e à religião. Isabel tem <strong>um</strong> contacto bastante regular com a<br />

família, ao passo que Alex comunica esporadicamente com os pais. Tal como afirma<br />

Isabel, “Religion is important in our culture, at least in my family”, ao contrário de<br />

Alex, que considera a religião “the opio of the masses”, adoptando <strong>um</strong>a posição mais<br />

pragmática e objectiva, muito característica da sociedade americana.<br />

18 Para <strong>um</strong>a descrição mais aprofundada das diferenças entre culturas colectivistas e individualistas,<br />

consultar o Capítulo I.<br />

48

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!