Corpo e Hibridação na Atualidade Tecnológica - Instituto de ...
Corpo e Hibridação na Atualidade Tecnológica - Instituto de ...
Corpo e Hibridação na Atualidade Tecnológica - Instituto de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
24<br />
Os aparelhos sensoriais são transladados através dos infomotores e os corpos<br />
extrapolam seus limites físicos <strong>de</strong> territorialida<strong>de</strong>. O ciberespaço forma uma re<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
qualquer nó po<strong>de</strong> ser tanto origem como <strong>de</strong>stino da informação. Uma nova idéia <strong>de</strong><br />
território global, interconectado, foi implantada pelos computadores e as<br />
telecomunicações.<br />
“Recor<strong>de</strong>mos que, em sua origem, os computadores eram<br />
nomeados ‘cérebros eletrônicos’, símiles eletromecânicos <strong>de</strong> um<br />
órgão biológico; hoje, <strong>de</strong>screvemos os cérebros como<br />
‘computadores biológicos’ – análogos ‘<strong>na</strong>turais’ <strong>de</strong> artefatos<br />
informacio<strong>na</strong>is. Caracteriza-se com clareza, aqui, uma outra<br />
diluição <strong>de</strong> fronteiras, entre objetos ‘espontaneamente’<br />
engendrados pela Natureza e objetos ‘intencio<strong>na</strong>lmente’<br />
produzidos pelo engenho e arte da cultura huma<strong>na</strong>. Não, não<br />
sabemos o que po<strong>de</strong>rão os corpos...” (Oliveira, 2002:206/207).<br />
Cyborgs, clones, andrói<strong>de</strong>s parecem ser a realida<strong>de</strong> que está sendo construída.<br />
Realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que não po<strong>de</strong>mos escapar com riscos inerentes aos avanços tecnológicos<br />
ou mera utopia? Para Sfez (1996), trata-se <strong>de</strong> uma utopia, mas ele nos diz que não<br />
<strong>de</strong>vemos ficar paralisados. Para Stelarc (In Tucherman, 1999), uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />
“humano” em contínua transformação. Para Don<strong>na</strong> Haraway, o ciborgue faz com que<br />
tenhamos contato com um mundo que parecia ter um caráter estranho, porém sempre<br />
esteve aí, mas ajudado pela velocida<strong>de</strong> dos acontecimentos inva<strong>de</strong> a esfera do que<br />
<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>mos <strong>de</strong> “humano”. O ciborgue nos faz refletir sobre novas possibilida<strong>de</strong>s<br />
resultantes da interação com as biotecnologias. “Ser humano”, <strong>na</strong> atualida<strong>de</strong>, parece ser<br />
indissociável da tecnologia. Trata-se, aqui,<br />
“(...) da aposta <strong>de</strong> que, no acoplamento sócio-técnico, não parece<br />
fazer mais sentido a pergunta acerca do ape<strong>na</strong>s humano – ou do<br />
ape<strong>na</strong>s tecnológico – mas antes do que é capaz essa configuração<br />
híbrida” (Pedro, 2003:168).