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Corpo e Hibridação na Atualidade Tecnológica - Instituto de ...

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3.2. <strong>Corpo</strong>, humanida<strong>de</strong>, monstruosida<strong>de</strong>.<br />

A idéia <strong>de</strong> corpo, tal como a genealogia foucaultia<strong>na</strong> e os <strong>de</strong>sdobramentos<br />

propostos por autores da <strong>Atualida<strong>de</strong></strong> permitem discernir, parece indissociável da<br />

humanida<strong>de</strong> do homem, um processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> “<strong>na</strong>tureza” que afasta qualquer<br />

idéia <strong>de</strong> artifício ou pensa o artifício como o que se opõe à humanida<strong>de</strong>. Em Foucault,<br />

as intervenções sobre o corpo tinham como limite a estrutura e funcio<strong>na</strong>mento<br />

biológicos, sendo também necessárias para restaurar o seu estado puro, <strong>na</strong>tural. Os<br />

corpos modulados da <strong>Atualida<strong>de</strong></strong> têm igualmente o “humano biológico” como<br />

referência, uma referência que busca ajustar, ampliar ou esten<strong>de</strong>r.<br />

No entanto, as intervenções sobre esses mesmos corpos “humanos”, produzidas<br />

<strong>na</strong> <strong>Atualida<strong>de</strong></strong>, parecem colocar <strong>de</strong>safios à “humanida<strong>de</strong> do homem” tal como<br />

<strong>na</strong>turalmente a concebíamos.<br />

Nesta tentativa <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r esta humanida<strong>de</strong> do homem é que alguns<br />

autores a<strong>na</strong>lisam a historicida<strong>de</strong> produzida pela figura dos monstros. Jeffrey Jerome<br />

Cohen assi<strong>na</strong>la que, acertadamente, <strong>na</strong> <strong>Atualida<strong>de</strong></strong>, abdicamos da teoria unificada em<br />

prol <strong>de</strong> uma história que, ao enfocar os “monstros” que os diferentes momentos<br />

históricos costumam gerar, possibilitaria uma compreensão <strong>de</strong>stes momentos. Neste<br />

cenário, ele propõe uma metodologia que se constrói por um conjunto <strong>de</strong> postulados<br />

<strong>de</strong>smontáveis <strong>de</strong> específicos momentos culturais.<br />

O olhar que se dirige aos monstros permite que Cohen elabore suas sete teses:<br />

• O corpo do monstro é um corpo cultural<br />

O monstro personifica medos, <strong>de</strong>sejos, fantasias, ansieda<strong>de</strong>s. Ele corporifica a<br />

cultura <strong>de</strong> sentimentos <strong>de</strong> uma época, <strong>de</strong> um local em um <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do momento. O<br />

corpo monstruoso se constitui <strong>de</strong> pura cultura e vem para nos advertir, nos revelar.

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