Corpo e Hibridação na Atualidade Tecnológica - Instituto de ...
Corpo e Hibridação na Atualidade Tecnológica - Instituto de ...
Corpo e Hibridação na Atualidade Tecnológica - Instituto de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
6<br />
INTRODUÇÃO<br />
Preten<strong>de</strong>-se, através <strong>de</strong>ste estudo, realizar uma peque<strong>na</strong> genealogia do corpo e<br />
suas hibridações, configurando-o <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da noção <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.<br />
Esta genealogia se apóia em uma visão foucaultia<strong>na</strong>, caracterizada por não buscar a<br />
origem, or<strong>de</strong><strong>na</strong>mentos, linearida<strong>de</strong>s e sim por ter a compreensão <strong>de</strong> que os fatos são<br />
fabricados por paixões, lutas, controvérsias, forças que atravessam o objeto <strong>de</strong> estudo.<br />
Buscaremos os interstícios, os conflitos, os fabricos que resultaram em uma idéia <strong>de</strong><br />
corpo mo<strong>de</strong>rno. Historicizar este corpo e procurar acontecimentos que estão em seu<br />
começo, compreen<strong>de</strong>r as forças que o atravessaram e que continuam produzindo corpos,<br />
acompanhar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>vir-corpo é o que <strong>de</strong>sejamos: “(...) <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
Foucault... <strong>de</strong>vemos ter em mente que a história é ape<strong>na</strong>s um outro texto em uma<br />
procissão <strong>de</strong> textos e não uma garantia <strong>de</strong> qualquer significação singular” (Cohen,<br />
2000:25).<br />
Este estudo não tem a pretensão <strong>de</strong> contar toda a história do corpo. Para realizar<br />
esta peque<strong>na</strong> genealogia, partiremos das mudanças ocorridas em um quadro que<br />
<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>mos <strong>de</strong> <strong>Atualida<strong>de</strong></strong>, num esforço <strong>de</strong> apontar as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acontecimentos que<br />
parecem estar <strong>de</strong>scentrando a Mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e imprimindo uma nova configuração <strong>de</strong><br />
corpo, que tem como distintivo o acoplamento com as novas tecnologias. É <strong>na</strong><br />
<strong>Atualida<strong>de</strong></strong> que percebemos que o corpo está ampliando as suas antigas habilida<strong>de</strong>s,<br />
capacida<strong>de</strong>s e adquirindo novas. O novo corpo cognitivo tem percepções, memórias e<br />
espaços estendidos. Ele caminha para o exterior, indo a Marte – através das sondas –,<br />
conectando-se mundialmente via satélite e via re<strong>de</strong> <strong>de</strong> computadores – através <strong>de</strong> jogos<br />
e realida<strong>de</strong>s virtuais. As novas tecnologias empurram o “corpo para fora do corpo”,<br />
porém não é só isto. Elas também inva<strong>de</strong>m este corpo através <strong>de</strong> vários dispositivos