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Corpo e Hibridação na Atualidade Tecnológica - Instituto de ...

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34<br />

As duas formas <strong>de</strong> se pensar o corpo eram traduzidas <strong>de</strong> maneira diferente.<br />

Como submissão e utilização ou <strong>de</strong> explicação e funcio<strong>na</strong>mento, configurando-se como<br />

corpo útil ou corpo inteligível.<br />

A<strong>na</strong>lisando o séc. XVIII e o interesse por corpos dóceis, Foucault afirma não ser<br />

a primeira vez que o corpo é alvo <strong>de</strong> investimentos tão autoritários e indispensáveis.<br />

Segundo ele, em qualquer socieda<strong>de</strong> o corpo está sujeito a limitações, obrigações. Então<br />

ele formula a seguinte pergunta: O que existe <strong>de</strong> tão novo? Como resposta, diríamos:<br />

são as novas técnicas. O corpo <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser tratado coletivamente e passa a ser<br />

trabalhado em seus mínimos <strong>de</strong>talhes, coagido incessantemente; são mecanizados seus<br />

movimentos, suas posturas, agilida<strong>de</strong>s, seus gestos.<br />

Os si<strong>na</strong>is, os elementos significativos do comportamento não são mais os alvos e<br />

sim o próprio corpo – as suas forças. Vai existir um exercício, uma coação constante<br />

sobre este corpo, sobre sua economia, eficácia dos movimentos, sua organização<br />

inter<strong>na</strong>. Agora, os processos são os alvos preferidos, mais que os resultados. O espaço, o<br />

tempo, os movimentos são dissecados quadro a quadro <strong>de</strong>sembocando no que Foucault<br />

<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong> <strong>de</strong> “discipli<strong>na</strong>”, que <strong>na</strong>da mais é que a sujeição ininterrupta das forças dos<br />

corpos, lhe impondo uma relação <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> e docilida<strong>de</strong>.<br />

Existiam, há muito, processos discipli<strong>na</strong>res em conventos, quartéis, ofici<strong>na</strong>s. O<br />

que ocorreu é que as discipli<strong>na</strong>s atravessaram estas fronteiras e tor<strong>na</strong>ram-se fórmulas<br />

gerais <strong>de</strong> domi<strong>na</strong>ção no <strong>de</strong>correr dos séculos XVII e XVIII. Segundo Foucault, estas<br />

sujeições dos corpos são diferentes <strong>de</strong> outras, tais como: escravidão, a domesticida<strong>de</strong>, a<br />

vassalida<strong>de</strong>, o ascetismo e discipli<strong>na</strong>s do tipo monástico. 3<br />

3 Para uma <strong>de</strong>scrição mais minuciosa <strong>de</strong>stas formas, ver Foucault (1983).

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