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26 Sábado, 27 de Março de 2010.<br />
The Wall Street Journal<br />
Ex-crítico turbina transformação da Sony<br />
Daisuke Wakabayashi<br />
The Wall Street Journal<br />
Um executivo que já previu a derrocada da<br />
indústria japonesa de eletrônicos é agora uma<br />
força que impulsiona a busca de mudanças na<br />
Sony Corp., pressionando a empresa a confrontar<br />
problemas de custo e eficiência que têm raízes<br />
profundas.<br />
Como ex-executivo da International Business<br />
Machines Corp., George Bailey escreveu<br />
um relatório em 2007 prevendo que as<br />
fabricantes japonesas de eletrônicos seriam<br />
em breve superadas por concorrentes globais,<br />
da China aos Estados Unidos. Ele entrou<br />
para a Sony dois anos depois com um<br />
mandato para injetar uma disciplina fiscal<br />
ao estilo da IBM.<br />
A Sony ainda está longe de reconquistar seu<br />
status de outrora. Mas a nomeação de Bailey<br />
em junho passado para o novo cargo de diretor<br />
de transformação — um papel que ele descreve<br />
como o “turbinador” dos esforços de reestruturação<br />
da empresa — está começando a dar<br />
resultado.<br />
A Sony, que tem sede em Tóquio, está a caminho<br />
de atingir sua meta de reduzir os custos<br />
administrativos em US$ 3,7 bilhões no ano<br />
fiscal que se encerra em 31 de março. Os níveis<br />
de estoque estão perto dos mais baixos na história<br />
da empresa e ela superou as expectativas<br />
de analistas com um aumento de sete vezes do<br />
lucro, para 79 bilhões de ienes, ou cerca de US$<br />
880 milhões, no trimestre encerrado em 31 de<br />
dezembro de 2009.<br />
Mesmo antes da chegada de Bailey, a nova<br />
diretoria da Sony prometeu fechar cerca de<br />
um quinto de suas fábricas pelo mundo, cortar<br />
20.000 vagas e enxugar uma cadeia de suprimentos<br />
repleta de estoque. Mas é na reunião<br />
mensal de Bailey com o diretor-presidente,<br />
Howard Stringer, e executivos de alto escalão<br />
George Bailey descreve-se como o ‘turbinador’ da reestruturação na Sony<br />
REUTERS<br />
que ele diz que tenta manter a Sony focada em<br />
enxugar.<br />
“Não há onde se esconder”, disse Bailey, que<br />
chefiava a divisão de semicondutores da IBM<br />
antes de entrar para a Sony, ao Wall Street<br />
Journal na semana passada. “Quando estamos<br />
atrasados, falamos sobre o problema e damos<br />
um jeito.”<br />
Bailey estava a par dos problemas da Sony<br />
antes de entrar para a empresa. Como chefe do<br />
serviço de consultoria da IBM para empresas<br />
de eletrônicos, ele via uma perspectiva sombria<br />
para o setor no Japão. Num relatório de<br />
2007, intitulado “Vencendo o desafio global: a<br />
corrida das empresas japonesas de eletrônicos<br />
para inovar”, Bailey disse que as firmas japonesas<br />
estavam apanhando de concorrentes globais<br />
em termos de produtividade, desempenho<br />
financeiro e valorização de marca.<br />
“No decorrer dos últimos anos, os concorrentes<br />
globais aprenderam a observar as forças<br />
— e fraquezas — das rivais japonesas. É<br />
hora de as empresas japonesas de eletrônicos<br />
também aprenderem com as forças e fraquezas<br />
de suas concorrentes globais”, concluiu o relatório<br />
de 20 páginas.<br />
Embora a Sony não tenha sido apontada diretamente<br />
no relatório, a crítica se aplicava ao<br />
futuro empregador de Bailey. Mas quando a<br />
Sony anunciou o maior programa de reestruturação<br />
de sua história e encarregou um quarteto<br />
de jovens executivos de liderar a reforma,<br />
Bailey tornou-se um adepto e pediu o emprego<br />
a Stringer.<br />
Um homem magro de 53 anos e fala amena,<br />
Bailey disse que estava receoso que os funcionários<br />
fossem vê-lo como um “espião” de<br />
Stringer ou que ele receberia uma sala, uma<br />
secretária e depois disso “ninguém voltaria a<br />
falar comigo”.<br />
Ele admite ter encontrado alguma resistência,<br />
mas diz que não foi problema. Ele é efusivo<br />
em seu elogio à abertura da direção da Sony a<br />
novas ideias. E assina seus e-mails com a frase<br />
japonesa “nasebanaru”, ou “quem acredita<br />
consegue fazer”.<br />
De seus dias na IBM, Bailey conhecia a merecida<br />
reputação da Sony de ser “legal demais”<br />
com os fornecedores. Por isso não se surpreendeu<br />
ao descobrir que a empresa fechava contratos<br />
de serviços de tecnologia sem solicitar<br />
ofertas rivais. Só por começar a fazê-lo, disse<br />
Bailey, a empresa derrubou até 40% dos custos<br />
de contratos de serviço.<br />
A Sony também está cortando o número de<br />
fornecedores à metade, para 2.500 empresas,<br />
enviando um sinal de que a empresa, segundo<br />
Bailey, vai passar a ser “um pouco mais durona”<br />
para assegurar que os contratos sejam<br />
competitivos.<br />
Bailey está descobrindo que a Sony é repleta<br />
de ineficiências. Por exemplo, ela está consolidando<br />
60 centros de dados nos Estados Unidos<br />
e Europa numa só instalação. Em muitos casos,<br />
a Sony era dona do prédio e dos equipamentos<br />
de informática nas instalações, mas agora ela<br />
planeja terceirizar a gestão de seu único centro<br />
de dados.<br />
Atul Goyal, um analista da corretora CLSA,<br />
divulgou um relatório em maio intitulado<br />
“George, socorra-os”. No relatório, publicado<br />
depois do começo de Bailey na Sony, Goyal<br />
escreve: “Ele pode não fazer mágica já no primeiro<br />
dia, mas como diretor de transformação<br />
da Sony há maiores probabilidades de ele fazer<br />
as perguntas que o mercado vem fazendo há<br />
anos.”<br />
Goyal, um crítico aberto da direção da Sony<br />
no passado, disse na semana passada: “Ele<br />
pelo menos compreende os problemas. Vai tomar<br />
atitudes de bom senso e é disso que a Sony<br />
precisa.”<br />
Shai Oster<br />
The Wall Street Journal, de Pequim<br />
Gás não convencional da China atrai a Shell<br />
Multinacionais petrolíferas como a Royal Dutch Shell PLC<br />
estão apostando que conseguirão explorar fontes não convencionais<br />
de gás natural na China e copiar o sucesso que<br />
tiveram nos Estados Unidos, onde novas técnicas revelaram<br />
vastos depósitos domésticos e estão reduzindo a dependência<br />
das importações para as próximas décadas.<br />
“Há grandes expectativas, sem dúvida, em vista da mudança<br />
fundamental no mercado de gás doméstico da América<br />
do Norte”, disse Peter Voser, diretor-presidente da Shell,<br />
a repórteres ontem. Novas fontes de gás natural acrescentaram<br />
reservas na América do Norte equivalentes a cerca de<br />
um século de uso, disse. “A China tem uma geologia semelhante,<br />
e portanto pode ter um potencial significativo.”<br />
Ontem a Shell anunciou planos para explorar e produzir<br />
gás natural na bacia de Sichuan, no oeste da China, em conjunto<br />
com a estatal Corporação Nacional de Petróleo da China<br />
(CNPC).<br />
Segundo esse contrato de 30 anos, a Shell e a CNPC vão<br />
avaliar e, potencialmente, explorar reservatórios de um certo<br />
tipo de gás não convencional, chamado “tight gas” (gás<br />
difícil de extrair), em uma área de cerca de 4.000 km2 na<br />
região de Jinqiu, na província central de Sichuan, segundo<br />
comunicado da Shell. O “tight gas” é gás natural contido em<br />
rochas, que devem ser quebradas para que o gás possa fluir<br />
facilmente aos poços de produção.<br />
O desenvolvimento de reservas não convencionais de gás,<br />
tais como o “tight gas”, o gás de xisto e o gás de metano do<br />
leito de carvão, abriu as portas para novas e imensas fontes<br />
domésticas de energia na América do Norte, causando<br />
um profundo reequilíbrio na equação global de energia. Os<br />
maiores campos mundiais de gás natural no Oriente Médio<br />
e em outras partes do globo, que esperavam que os Estados<br />
Unidos fossem seu principal cliente, precisam encontrar outros<br />
compradores. Esse efeito dominó tem consequências<br />
na Rússia, que enfrenta essa nova concorrência ao seu gás<br />
natural.<br />
BLOOMBERG NEWS<br />
Peter Voser, presidente da Shell, fala a jornalistas em Pequim no último<br />
dia 23. A petrolífera está trabalhando com empresas chinesas<br />
em vários países, disse ele.<br />
Um comprador vem sendo a China, onde a demanda pelo<br />
gás natural vem superando a oferta doméstica vinda de<br />
campos de gás convencional. A China quer utilizar mais gás,<br />
como alternativa mais limpa à queima de carvão, fonte de<br />
três quartos da sua energia e grande poluidora. O país sofreu<br />
escassez de gás generalizada no último inverno no hemisfério<br />
norte.<br />
Este é o segundo acordo entre a Shell e a CNPC anunciado<br />
esta semana, demonstrando a crescente colaboração entre<br />
as petrolíferas chinesas e suas concorrentes internacionais,<br />
assim como o forte interesse pelos fornecedores de gás não<br />
convencional.<br />
Na segunda-feira, a Shell e a PetroChina Co., divisão da<br />
CNPC listada na bolsa de Hong Kong, fizeram acordo para<br />
comprar a australiana Arrow Energy Ltd., produtora de gás<br />
extraído das camadas de carvão, por US$ 3,15 bilhões, dependendo<br />
da aprovação dos acionistas e das autoridaudes<br />
reguladoras. Esse é outro tipo de gás não convencional.<br />
Ontem uma pessoa familiarizada com assunto disse que<br />
o BG Group PLC e a petrolífera chinesa Cnooc planejam assinar<br />
um acordo hoje para comprar gás natural liquefeito<br />
(GNL) da Austrália. O acordo ocorre quase um ano depois<br />
que a Cnooc concordou com os termos iniciais para a compra,<br />
por 20 anos, de 3,6 milhões de toneladas de GNL por ano.<br />
O gás viria do terminal de exportação da BG proposto para<br />
ser construído no estado australiano de Queensland, que<br />
será alimentado por gás natural de carvão.<br />
(Colaboraram David Winning e Wan Xu)