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Semanário Angolense 360 edição - Falambora-Chat

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44 Sábado, 27 de Março de 2010.<br />

Silva Candembo<br />

Apesar de o seu histórico<br />

nas «Afrotaças»<br />

não inspirar grandes<br />

euforias, porque tantas<br />

foram as vezes que os clubes<br />

angolanos deixaram escapar<br />

eliminatórias praticamente resolvidas<br />

com bons resultados na<br />

primeira «mão», a prestação dos<br />

nossos embaixadores no último<br />

fim-de-semana das provas continentais<br />

de clubes não pode deixar<br />

ninguém indiferente. Foi simplesmente<br />

extraordinária a forma<br />

como abordaram o primeiro<br />

desafio dos 16 avos de ambas as<br />

competições, conseguindo placards<br />

que a todos faz sonhar alto.<br />

A maior surpresa da ronda<br />

foi protagonizada pela Académica<br />

do Soyo, estreante absoluta<br />

em «Afrotaças». Na recepção do<br />

Enyimba FC de Aba (Nigéria)<br />

para a primeira «mão» dos 16<br />

avos de final da Taça da Confederação,<br />

os comandados de Romeu<br />

Filemon conseguiram um importante<br />

triunfo de 2-0, diante de um<br />

fortíssimo oponente que no passado<br />

recente foi duas vezes campeão<br />

africano (2005 e 2006).<br />

À partida, pelas suas credenciais<br />

no cenário futebolístico africano<br />

e pelo facto de a Académica<br />

do Soyo fazer a sua primeira viagem<br />

nessas lides, o Enyimba era<br />

mais do favorito ao triunfo. Esse<br />

favoritismo, assentava também<br />

em duas bases fundamentais: a<br />

formação angolana não é propriamente<br />

do topo continental e<br />

ainda, por cima, jogou em casa<br />

emprestada, o Estádio do Tchiaze,<br />

em Cabinda, podendo-se dizer<br />

que praticamente actuou em<br />

terreno neutro.<br />

Ainda assim, conseguiu uma<br />

boa vitória. Não sendo robusta –<br />

ninguém em sã consciência poderia<br />

exigir mais – é suficientemente<br />

vantajosa para ser defendida com<br />

unhas e destes, quando dentro de<br />

uma semana se disputar a partida<br />

da segunda «mão». Obviamente<br />

que uma equipa experiente como<br />

a do Enyimba pode anular o placard<br />

de 2-0. Mas, não será fácil,<br />

pois tendo toda a pressão do seu<br />

lado pode ver a sua pretensão traída<br />

pela ansiedade e a obrigação<br />

de vencer.<br />

Angolanos nas «Afrotaças»<br />

Boa safra no início da segunda ronda<br />

Há um dito popular, segundo o qual «o primeiro milho é para os pardais» que muitas vezes se aplica<br />

ao futebol. Só que no caso da prestação das equipas angolanas na primeira «mão» do 16 avos<br />

de final das «Afrotaças», a história pode não ser bem assim. A ver vamos...<br />

A obrigatoriedade de o Enyimba<br />

vencer pode constituir-se em<br />

vantagem para a formação da<br />

base do Kwanda. Afinal, sobre<br />

si não pesa pressão nenhuma e<br />

quem tem de provar à África que<br />

o resultado da primeira «mão» foi<br />

um acidente de percurso é o seu<br />

adversário. Nisso, pode ser que a<br />

Académica colha gordos dividendos.<br />

Não menos bom foi o resultado<br />

alcançado pelo 1.º de Agosto,<br />

também na Taça da Confederação.<br />

Na sua deslocação a Bamako<br />

para defrontar o Clube Olympique<br />

local (Mali), os «militares» do<br />

Rio Seco conseguiram de forma<br />

brava um empate sem golos. É lógico<br />

em provas a eliminar os empates<br />

fora de casa sabem melhor<br />

quando são com golos. Mas, o 0-0<br />

confere extraordinárias doses de<br />

confiança a equipa que disputa a<br />

segunda «mão» em casa.<br />

Na verdade, com excepção do<br />

que aconteceu o ano passado na<br />

fase de grupo desta prova quando<br />

teve por adversário o Stade Malien,<br />

o 1.º de Agosto costuma sairse<br />

quase sempre bem no confronto<br />

com adversários do Mali. No<br />

caso concreto da segunda «mão»,<br />

que terá lugar dentro de uma semana,<br />

é ponto assente que o «rubro-negro»<br />

é favorito ao triunfo e<br />

consequentemente à passagem à<br />

eliminatória seguinte.<br />

Mesmo não podendo contar<br />

ainda com os reforços Kali e<br />

Stélvio Cruz, o que a formação<br />

militar logrou fazer em Bamako<br />

é algo bastante positivo. Isto porque<br />

o futebol maliano ao nível de<br />

clubes tem estado a subir a olhos<br />

vistos nos últimos tempos, sendo<br />

que o Stade Malien conquistou<br />

o ano passado a Taça da Confederação,<br />

o que contagia outros<br />

parceiros locais nas «Afrotaças».<br />

Assim, conseguir um empate fora<br />

de portas com um dos melhores<br />

emblemas do Mali não deixa de<br />

ser importante, na medida que<br />

abre boas perspectivas para o desafio<br />

seguinte, mesmo tendo em<br />

atenção que o 0-0 é sempre um<br />

resultado traiçoeiro.<br />

Já na Liga dos Campeões da<br />

CAF, o Petro-Atlético de Luanda<br />

também não deixou os seus<br />

créditos por mãos alheias. Foi ao<br />

campo do Raja Casablanca (Marrocos)<br />

impor um empate a um<br />

golo, resultado também considerado<br />

bom face à natureza da prova.<br />

Este placard deixa o «tricolor»<br />

numa situação confortável, de tal<br />

sorte que até um empate sem golos<br />

o qualifica para os oitavos de<br />

final.<br />

Na partida de Casablanca, a<br />

formação dirigida por Bernardino<br />

Pedroto teve alma e atitude<br />

de um verdadeiro campeão, com<br />

Lamá a ser o herói da tarde de<br />

Sábado passado, 17, defendendo<br />

tudo o tinha para defender e<br />

mais alguma coisa. Em abono da<br />

verdade, não tendo literalmente<br />

encontrado a equipa caseira às<br />

cordas, o campeão nacional teve<br />

personalidade e forte e actuou de<br />

forma desinibida, o que terá, de<br />

certo modo, surpreendido o oponente.<br />

O resultado que o Petro-Atlético<br />

construiu em casa desse temível<br />

adversário ganha em substância<br />

e importância porque esteve<br />

na posição de vencedor durante<br />

largos minutos e podia inclusivamente<br />

sonhar com a vitória,<br />

apesar das insistentes investidas<br />

contrárias. A forma como fez o<br />

seu papel em campo augura uma<br />

segunda «mão» melhor, mesmo<br />

tendo em conta que o Raja é uma<br />

equipa de topo continental, com<br />

provas mais do que dadas nas<br />

«Afrotaças».<br />

Portanto, o momento parece<br />

bom para os nossos «embaixadores»<br />

nas provas africanas de clubes<br />

e só um azar que fala lembrar<br />

o Diabo poderá deixar o país sem<br />

nenhum representante, quando se<br />

atingir os oitavos de final. ■<br />

Oitavos á vista<br />

Em frente<br />

é o caminho<br />

Caso os três emblemas<br />

angolanos<br />

passem à eliminatória<br />

seguinte, não<br />

lhes está reservado propriamente<br />

um passeio turístico.<br />

Antes pelo contrario, até<br />

porque nesta etapa de ambas<br />

as competições tudo começa<br />

a ficar mais difícil e já não<br />

equipas «acessíveis».<br />

Desse modo, na eventualidade<br />

de o Petro-Atlético conseguir<br />

seguir em frente na<br />

Liga dos Campeões, terá pela<br />

frente o vencedor do duplo<br />

embate entre o Club Africain<br />

(Tunísia) e o JS Kabylie (Argélia),<br />

com a particularidade<br />

de resolver a eliminatória em<br />

casa alheia, o que neste tipo<br />

de provas representa sempre<br />

uma pequena desvantagem,<br />

ainda que teórica.<br />

Ambas as equipas que podem<br />

cruzar o caminho «tricolor»<br />

têm muito prestígio<br />

nas «Afrotaças». A formação<br />

tunisina foi uma vez campeão<br />

de África (1991. Por<br />

seu turno a turma argelina<br />

ergueu o troféu de campeão<br />

continental em 1981 e 1990,<br />

tendo ganho também as extintas<br />

Taça das Taças (1995)<br />

e Taça CAF (2000, 2001 e<br />

2002).<br />

Se a Académica do Soyo<br />

passar, nos oitavos de final<br />

da Taça da Confederação<br />

vai medir forças com o vencedor<br />

da eliminatória que<br />

neste momento coloca frente<br />

a frente o Panthete (Camarões)<br />

e o AS Vita Clube<br />

de Kinshasa (RD Congo),<br />

sendo que este último já foi<br />

campeão africano em 1973,<br />

embora hoje já não ostente o<br />

fulgor dos idos de 70 e 80.<br />

Ainda na Taça da Confederação,<br />

em caso de passagem<br />

á etapa seguinte esperam<br />

pelo 1.º de Agosto o<br />

Leopards (RD Congo) ou<br />

o CotonSport Camarões.<br />

Desses dois adversários, só<br />

a equipa camaronesa conseguiu<br />

chegar longe nas competições<br />

africanas de clubes.<br />

Foi em 2008, quando disputou<br />

e perdeu a final com o Al<br />

Ahly (Egipto).<br />

Como se pode depreender,<br />

na próxima esquina há escolhos<br />

de difícil ultrapassagem.<br />

Mas, em futebol nada é<br />

impossível. ■

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