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Semanário Angolense 360 edição - Falambora-Chat

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Sábado, 27 de Março de 2010. 48<br />

Salomão<br />

Filipe<br />

Bento<br />

Kangamba<br />

Joaquim<br />

Ribeiro<br />

Presidente<br />

da República<br />

Issac<br />

dos Anjos<br />

GPL<br />

Embora contestado por<br />

alguns sectores da sociedade,<br />

por alegada falta de<br />

provas irrefutáveis para a<br />

incriminação dos réus do<br />

«Caso Frescura», Salomão<br />

Filipe, o juiz da causa, foi<br />

de opinião contrária: ele e<br />

os seus coadjutores deram<br />

como provada a esmagadora<br />

maioria dos quesitos<br />

produzidos ao longo do julgamento,<br />

tidos como suficientes<br />

para se ter a certeza<br />

de que os acusados foram<br />

efectivamente os autores do<br />

massacre. E tudo indica que<br />

não há dúvidas por aí além,<br />

pelo que a reacção dos que<br />

aplaudem a sentença ditada<br />

(24 anos de prisão) são<br />

de longe superiores aos do<br />

grupo do «contra». O Tribunal<br />

Supremo tratará de<br />

confirmar ou não a justeza<br />

da pesada pena. ■<br />

O homem será, entre os<br />

novos-ricos do país, dos que<br />

mais se preocupa com causas<br />

sociais. Da última vez<br />

que entrou em cena, há dias,<br />

Bento Kangamba deslocouse<br />

à chamada vila dos chineses<br />

(ali mesmo onde poucos<br />

dias depois a doação das<br />

três chapas de zinco e um<br />

barrote do MINARS seria<br />

rechaçada), para levar bens<br />

de primeira necessidade e<br />

conforto moral às cerca de<br />

80 famílias sinistradas pela<br />

grande enxurrada de Janeiro<br />

de 2007, que lá vivem em<br />

tendas, à espera (sentadas)<br />

que o governo lhes arranje<br />

casa. Ao contrário do que<br />

aconteceria depois, o seu<br />

gesto foi muito bem aceite,<br />

em meio a uma conversa<br />

demorada, que terá servido<br />

também para os reconfortar<br />

de algum modo.■<br />

Dada a sua condição de<br />

comandante provincial da<br />

Polícia, não faltaram vozes<br />

a atribuírem-lhe responsabilidades<br />

no massacre da<br />

Frescura. Com alguma lógica,<br />

diga-se. Contudo, foi<br />

ele quem deu o primeiro<br />

passo para que os agentes<br />

que se terão excedido no<br />

cumprimento de uma «ordem<br />

superior» para se combater<br />

com mais dinamismo<br />

a criminalidade no Sambizanga,<br />

fossem levados a<br />

tribunal. Afinal, os agora<br />

condenados não tinham<br />

qualquer mandato para se<br />

porem aí a matar desalmadamente<br />

como o fizeram<br />

naquele dia. Disciplinador,<br />

como é conhecido, Joaquim<br />

Ribeiro fez questão que os<br />

prevaricadores tivessem o<br />

castigo merecido. Que sirva<br />

de lição. ■<br />

Afinal, não foi por falta<br />

de aviso que o Presidente<br />

da República se viu obrigado<br />

a recuar da forma inglória<br />

como o fez no caso<br />

de Pedro Mutindi, ao ter<br />

de reconstituir o ministério<br />

da Hotelaria e Turismo,<br />

para acomodar o antigo<br />

«soba do Cunene», que se<br />

rebelara depois de ter sido<br />

rebaixado à condição de<br />

secretário de Estado, sob<br />

as ordens de uma mulher.<br />

Numa das reuniões do secretariado<br />

do Bureau Político<br />

do MPLA, em que<br />

se estava a esboçar a composição<br />

do 1.º governo da<br />

III República, Roberto de<br />

Almeida avisou o «Chefe»<br />

da imprudência em que se<br />

constituiria o rebaixamento<br />

de Pedro Mutindi. O PR<br />

desconsiderou o aviso e o<br />

resultado foi o que se viu. ■<br />

Se errar humano é, persistir<br />

no erro é diabólico – assim<br />

diz a sabedoria popular.<br />

E é isto precisamente o que<br />

Isaac dos Anjos se predispõe<br />

a fazer, ao não pretender<br />

recuar na sua cruzada<br />

contra pobres cidadãos do<br />

Lubango, a quem tem remetido<br />

a condições humilhantes<br />

em «centros de acolhimento»,<br />

depois de lhes<br />

partir as casas, no quadro<br />

de um alegado projecto de<br />

desenvolvimento económico.<br />

Embora contestado de<br />

vários quadrantes, incluindo<br />

do seu próprio partido,<br />

o governador huilano, colocando<br />

a carroça em frente<br />

dos bois, já fez saber que irá<br />

continuar com as precipitadas<br />

e, sobretudo, desumanas<br />

demolições. E se construísse<br />

primeiro as casas para os realojar,<br />

não seria melhor? ■<br />

Sabido que o GPL quase<br />

não dá conta de nada, já se<br />

supunha que, em circunstância<br />

alguma, o gabinete da<br />

governadora iria tratar com<br />

dignidade as centenas de<br />

desalojados das muitas contendas<br />

que povoam os arredores<br />

de Luanda. Porém,<br />

quando, no início da semana,<br />

se anunciou em hossanas<br />

o envio de assistência<br />

para os desalojados das calemas<br />

do ano passado, nem<br />

ao diabo ocorreria que a tal<br />

ajuda se circunscreveria,<br />

afinal, a algumas chapas de<br />

zinco. Será que se acreditava<br />

no GPL que os desalojados<br />

se fossem cobrir das chuvas<br />

colocando as chapas sobre a<br />

cabeça? Pelo que tudo indica,<br />

depois do desprezo com<br />

que os expulsou dos seus lares,<br />

o GPL optou agora pela<br />

mera provocação. ■<br />

Papa acusado de ignorar sevícias contra menores<br />

Quando mais procura se distanciar da polémica,<br />

mais o seu nome aparece vinculado à trama<br />

sexual que vem sacudindo a Igreja Católica.<br />

Na quinta-feira última, 25, o Papa Bento<br />

XVI foi acusado de ter ignorado as denúncias de várias<br />

famílias norte-americanas segundo as quais um conhecido<br />

padre do estado de Wisconsin, EUA, abusava sexualmente<br />

vários garotos.<br />

De acordo com o jornal diário norte-americano The<br />

New York Times, que publicou uma extensa reportagem<br />

sobre a matéria, a alegada «vista grossa» do chefe da Igreja<br />

Católica, ao tempo, apenas, cardeal Joseph Ratzinger<br />

resultou que durante 24 anos, o padre Lawrence Murphy<br />

molestasse mais de 200 meninos registados num colégio<br />

interno para rapazes surdos.<br />

Na altura, Joseph Ratzinger, chefiava um departamento<br />

do Vaticano que lidava com casos de abuso sexual.<br />

Durante mais de 20 anos antes de ser eleito sumo pontífice,<br />

o Cardeal Ratzinger liderou a Doutrina da Fé, um<br />

departamento do Vaticano que tinha como responsabilidade,<br />

entre outras, lidar com casos de abuso de crianças.<br />

O The New York Times teve acesso aos documentos do<br />

processo que vítimas apresentaram na Justiça. Entre eles<br />

estão correspondências entre os bispos do Estado e altas<br />

autoridades do Vaticano, inclusive algumas endereçadas<br />

ao cardeal Joseph Ratzinger, actual papa Bento XVI, na<br />

época em que era chefe da Congregação para Doutrina<br />

da Fé, responsável por tratar questões disciplinares na<br />

Igreja.<br />

O reverendo Lawrence Murphy, trabalhou na dita escola<br />

para jovens surdos entre 1950 e 1974.<br />

As denúncias só começaram a ser investigadas em<br />

1993, quando as alegações contra o padre começaram<br />

a chegar ao arcebispo de Milwaukee à época, Rembert<br />

Weakland.<br />

«O arcebispo Weakland contratou um assistente social<br />

especializado no tratamento de crimes sexuais para<br />

avaliar (o padre Murphy). Após quatro dias de entrevistas,<br />

o assistente social afirmou que o padre admitiu os<br />

actos de que era acusado, ou seja que ele tinha molestado<br />

cerca de 200 garotos e que não tinha remorsos», relata o<br />

The New York Times.<br />

Na altura, escreve o jornal, o arcebispo Weakland escreveu<br />

cartas ao cardeal Ratzinger pedindo a suspensão<br />

do padre Murphy em 1996, com o objectivo de «neutralizar<br />

a indignação entre a comunidade surda e restaurar<br />

a confiança na Igreja.» Ratzinger aparentemente não respondeu<br />

a nenhuma das duas cartas que recebeu do arcebispo<br />

norte-americano.<br />

O diário norte-americano diz que o caso passou pelas<br />

mãos de outros funcionários de alto escalão do Vaticano,<br />

mas que os procedimentos foram interrompidos depois<br />

que o próprio padre Murphy escreveu ao cardeal Ratzinger<br />

alegando saúde frágil e pedindo que o caso fosse<br />

abandonado. Ele morreu quatro meses depois e foi enterrado<br />

em vestimentas da Igreja.<br />

Em resposta às acusações colocadas pelo jornal, o porta-voz<br />

do Vaticano, Frederico Lombardi, reconheceu que<br />

o padre havia violado a lei e crianças «particularmente<br />

vulneráveis», e que o caso é «trágico».<br />

Entretanto, ele disse que o Vaticano só tomou conhecimento<br />

do caso em 1996 e que, àquela altura, a<br />

saúde frágil e a ausência de casos recentes envolvendo<br />

o padre pesaram na decisão de suspender o julgamento<br />

contra ele. ■

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