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Leituras de nós – ciberespaço e literatura. Alckmar - Itaú Cultural

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Em suma, ao vertiginoso do paralelismo da poesia, é agora possível pensar numa morosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ritmo<br />

romanesco. Não o ritmo da dicção do narrador, mas, agora, o ritmo com que sua prosa se dispõe ao leitor.<br />

Todavia, este somente terá como <strong>de</strong>tectá-lo, ou melhor, inseri-lo em algum campo <strong>de</strong> sentidos, para aí<br />

construir significações plausíveis, se utilizar alguns dos instrumentos informáticos (nesse caso, a exibição em<br />

forma <strong>de</strong> tópicos, estabelecendo diferentes níveis para a obra, com acesso visual, pelos próprios níveis, ou<br />

pela ferramenta <strong>de</strong> busca). Por isso po<strong>de</strong>mos dizer que tal mecanismo, se construído em papel, traria as<br />

mesmas dificulda<strong>de</strong>s (ou melhor, as mesmas impossibilida<strong>de</strong>s) dos Cent Milles Milliards <strong>de</strong> Poèmes, <strong>de</strong><br />

Queneau. Ele necessitaria <strong>de</strong> tantas e tais dobraduras nas folhas que elas teriam <strong>de</strong> ser um origami em<br />

quatro ou cinco dimensões para dar conta do que po<strong>de</strong> ser lido, montado, <strong>de</strong>smontado e remontado <strong>de</strong><br />

outra forma, na tela do computador. Apenas nosso trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>smontar a lógica tecnicista e limitante<br />

dos programas e das máquinas é que possibilitaria essa abertura <strong>de</strong> processos, <strong>de</strong> maquinações e <strong>de</strong><br />

dispositivos em direção à pluralida<strong>de</strong> dos sentidos. É apenas nesse caso que se ultrapassam verda<strong>de</strong>iramente<br />

as linguagens <strong>de</strong> programação, para constituirmos uma linguagem artística por excelência.<br />

* * *<br />

Enfim, uma conclusão, à vera, mesmo que não em <strong>de</strong>finitivas palavras, é o que falta e o que resta a fazer.<br />

Mas será sempre assim. Ou, então, que se volte ao início <strong>de</strong>ste texto. Sendo início entendido por qualquer<br />

ponto ou <strong>de</strong>riva passível <strong>de</strong> leitura.<br />

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