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Revista 05 - Wiki do IF-SC

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Atual<br />

Problemas e...<br />

O que utilizar para proteger um motor elétrico?<br />

Alaor Mousa Saccomano<br />

Uma das muitas questões que<br />

são levantadas quanto a proteção<br />

de motores elétricos é qual a<br />

melhor política de proteção para<br />

o mesmo: relé térmico?... disjuntor<br />

termomagnético?... fusíveis?...<br />

relés especiais?....<br />

Com certeza, cada um tem sua<br />

classe de aplicação e desempenho<br />

otimiza<strong>do</strong>, especialmente quan<strong>do</strong><br />

bem dimensiona<strong>do</strong>s quanto aos<br />

valores hostis que enfrentarão em<br />

termos de proteção e tempo<br />

mínimo para atuarem. A primeira<br />

pergunta a ser respondida é quanto<br />

ao que se espera de um sistema de<br />

proteção. Em um sistema de proteção<br />

clássico basea<strong>do</strong> em relé térmico<br />

e fusível retarda<strong>do</strong> (gL-gG),<br />

tem-se, quan<strong>do</strong> bem dimensiona<strong>do</strong>,<br />

uma perfeita proteção contra<br />

sobrecargas, que é realizada pelo<br />

relé térmico e contra curto-circuito<br />

e sobrecargas de longa duração<br />

pelo fusível. Logicamente, o dimensionamento<br />

é o que importa. Assim,<br />

quan<strong>do</strong> na concepção de um projeto<br />

em termos de proteção com<br />

fusível para um motor de indução (o<br />

“parru<strong>do</strong>” motor trifásico), deve-se<br />

inicialmente se considerar a carga<br />

que o mesmo está acionan<strong>do</strong><br />

em termos de valor de torque<br />

resistente e característica de aceleração.<br />

To<strong>do</strong> motor tem como<br />

característica principal seu valor de<br />

tempo máximo de rotor bloquea<strong>do</strong>,<br />

que é o tempo que é permissível<br />

ao motor ficar com a alta corrente de<br />

rotor trava<strong>do</strong>, geran<strong>do</strong> internamente<br />

aquecimento <strong>do</strong> bobina<strong>do</strong> até seu<br />

valor máximo anterior à degeneração<br />

<strong>do</strong> isolamento <strong>do</strong> motor. De posse<br />

desse valor e calcula<strong>do</strong> o tempo que<br />

a carga levará para ser acionada até<br />

a velocidade nominal, pode-se estimar<br />

em cima das curvas de tempo vs.<br />

corrente de fusão <strong>do</strong> fusível, que deve<br />

ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>. Valores abaixo <strong>do</strong> calcula<strong>do</strong><br />

não permitirão a partida completa<br />

<strong>do</strong> motor (mesmo para partidas<br />

com tensão reduzida como no caso<br />

da Estrela-Triângulo), “queiman<strong>do</strong>” o<br />

fusível antes <strong>do</strong> motor alcançar a<br />

velocidade e corrente nominal. Lembre-se:<br />

na partida, um motor pode<br />

alcançar valores de pico de corrente<br />

de 6 a 12 vezes a nominal, e o fusível<br />

retarda<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> bem dimensiona<strong>do</strong><br />

suporta estes picos sem problemas e<br />

sem deixar de realizar a efetiva proteção.<br />

Valores de fusível mais acima<br />

(só para deixar ele terminar a partida...)<br />

não executarão uma perfeita<br />

proteção, principalmente quan<strong>do</strong> da<br />

necessidade de proteção em sobrecargas<br />

de longa duração ou mesmo<br />

na falta de fase, levan<strong>do</strong> à queima <strong>do</strong><br />

motor.<br />

Quanto a atuação <strong>do</strong> relé térmico,<br />

a pergunta mais comum é: em que<br />

valor devemos regular um relé térmico<br />

para efetiva proteção <strong>do</strong> motor? Propostas<br />

como o valor da placa (nominal)<br />

vezes 1,1 ou o valor da placa vezes o<br />

fator de serviço <strong>do</strong> motor, entre tantas<br />

outras, são um tremen<strong>do</strong> erro.<br />

Não deve ser esqueci<strong>do</strong> que fatores<br />

de atuação térmica podem ser<br />

despreza<strong>do</strong>s, pois to<strong>do</strong>s os relés<br />

térmicos são compensa<strong>do</strong>s para<br />

temperatura ambiente. Quanto ao<br />

fator de serviço, nada mais é<br />

que uma possível disponibilidade<br />

<strong>do</strong> motor para pequenas sobrecargas,<br />

não deven<strong>do</strong> entrar nos<br />

cálculos <strong>do</strong> ajuste da efetiva proteção.<br />

Assim sen<strong>do</strong>, em um primeiro<br />

momento, o correto seria<br />

a<strong>do</strong>tar o valor de placa <strong>do</strong> motor,<br />

que é o valor nominal ao qual o<br />

mesmo foi projeta<strong>do</strong>. O excelente<br />

é ajustar o relé térmico para o<br />

valor de trabalho - que é sempre<br />

inferior ao de placa - isto é, o<br />

valor medi<strong>do</strong> sobre trabalho em<br />

regime. Neste caso, além da proteção<br />

<strong>do</strong> motor, se obtém a efetiva<br />

proteção <strong>do</strong> sistema mecânico<br />

que o mesmo está acionan<strong>do</strong>:<br />

se houver sobrecarga ou início<br />

de travamento, com o súbito<br />

aumento da corrente das fases no<br />

motor, ocasionará a imediata atuação<br />

<strong>do</strong> relé térmico que desenergizará<br />

o coman<strong>do</strong>, protegen<strong>do</strong><br />

o motor e a carga acionada. Deixaremos<br />

para um futuro artigo<br />

mais completo, o comentário e<br />

procedimento para o cálculo <strong>do</strong>s<br />

valores de proteção, além das<br />

atuações <strong>do</strong>s outros protetores<br />

(disjuntores termo-magnéticos,<br />

relés PTC, etc).<br />

Por que um inversor “sensorless” não permite que o motor atinja velocidades<br />

acima da nominal?<br />

Alaor Mousa Saccomano<br />

Esta questão me foi feita por um<br />

grupo de alunos da UNIP-Alphaville,<br />

e no mínimo a resposta é inusitada:<br />

simplesmente por erro de parametrização.<br />

Quan<strong>do</strong> um inversor é coloca<strong>do</strong><br />

para funcionar no mo<strong>do</strong> vetorial,<br />

após seu levantamento de parêmtros<br />

- self tunning - o mesmo equaciona o<br />

motor AC como se fosse um DC, atuan<strong>do</strong><br />

na decomposição da corrente<br />

de entrada <strong>do</strong> mesmo para os eixos D<br />

e Q. No mo<strong>do</strong> sensorless- sem realimentação<br />

de velocidade - tem-se o<br />

agravante de que a malha de corrente<br />

deve ser “melhor supervisionada” para<br />

garantir perfeita proteção <strong>do</strong> inversor e<br />

motor. Assim para valores mais altos<br />

de velocidade e também na partida<br />

<strong>do</strong> motor, funções de proteção extras<br />

podem ser acionadas. Como o tratamento<br />

<strong>do</strong> inversor ao motor é<br />

semelhante a um motor DC, deverá<br />

haver algum parâmetro conheci<strong>do</strong> por<br />

ENFRAQUECIMENTO DE CAMPO<br />

ou com denominação similar, que<br />

informa em que velocidade se deve<br />

iniciar este processo - enfraquecer o<br />

campo para que os valores de velocidade<br />

sejam ultrapassa<strong>do</strong>s. Portanto,<br />

como solução imediata, basta<br />

reduzir o valor deste parâmetro.<br />

Outros parâmetros semelhantes que<br />

podem ser trata<strong>do</strong>s são to<strong>do</strong>s aqueles<br />

relaciona<strong>do</strong>s ao fluxo <strong>do</strong> motor:<br />

regulação de fluxo, ganho <strong>do</strong> regula<strong>do</strong>r<br />

de fluxo, valores máximos, etc.<br />

18<br />

Mecatrônica Atual nº11 - Agosto - 2003

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