14.11.2014 Views

Revista 05 - Wiki do IF-SC

Revista 05 - Wiki do IF-SC

Revista 05 - Wiki do IF-SC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Atual<br />

Redes<br />

Características<br />

das transmissões em<br />

redes industriais<br />

Carlos Henrique C. Ralize*<br />

Para garantir que ocorra troca de informações entre os dispositivos<br />

interliga<strong>do</strong>s a uma rede, é necessário obedecer a diversos<br />

critérios técnicos tais como o sincronismo, formatação de<br />

da<strong>do</strong>s, detecção de erros e controle de acesso ao meio físico.<br />

Neste artigo veremos como estas características influenciam no<br />

funcionamento e no desempenho das redes industriais.<br />

SINCRONISMO E FRAMING<br />

F.1 Seqüência de bits seriais.<br />

T.1 Duração <strong>do</strong> nível lógico.<br />

Quan<strong>do</strong> utilizamos um meio<br />

de comunicação serial, seja<br />

ele um canal RS-485, uma<br />

fibra óptica, modem ou rádio, os sinais<br />

são transmiti<strong>do</strong>s em série. Isso significa<br />

que cada byte de informação é transmiti<strong>do</strong><br />

bit a bit, um após o outro, <strong>do</strong> bit<br />

menos significante ao mais significante.<br />

A figura 1 ilustra a seqüência de transmissão<br />

<strong>do</strong> byte “10111001”. Cada bit<br />

é representa<strong>do</strong> por um nível lógico no<br />

barramento que dura um certo tempo,<br />

dependen<strong>do</strong> da taxa de transmissão<br />

(baud rate), como mostra a tabela 1.<br />

Como os dispositivos estão distantes<br />

uns <strong>do</strong>s outros, é preciso, de<br />

alguma forma, sincronizar o transmissor<br />

e o receptor para garantir que<br />

este consiga saber quan<strong>do</strong> começa<br />

cada bit de uma seqüência. Além<br />

disso, uma rede não transmite da<strong>do</strong>s<br />

durante to<strong>do</strong> o tempo. Um pacote de<br />

informações é transmiti<strong>do</strong> segui<strong>do</strong> de<br />

um intervalo sem duração definida.<br />

Conseqüentemente, torna-se necessário<br />

definir o início e o fim de cada<br />

segmento de informação. Para isso,<br />

há duas formas distintas: a primeira<br />

é a utilização de um sinal de sincronismo<br />

que pode ser transmiti<strong>do</strong> por<br />

um canal alternativo (outro par de fios,<br />

outra fibra óptica, etc.). Este sinal pulsante<br />

é emprega<strong>do</strong> pelo receptor para<br />

reconstruir a seqüência original.<br />

Alguns meios físicos permitem misturar<br />

o sinal de sincronismo ao sinal<br />

de da<strong>do</strong>s através de codificação ou<br />

modulação. Os meios mais comuns<br />

são a transmissão sem retorno ao zero<br />

(NRZ) e o código Manchester diferencial<br />

(DMC). Nesses códigos, mesmo<br />

quan<strong>do</strong> há uma seqüência de “zeros” e<br />

“uns” repeti<strong>do</strong>s, como no nosso exemplo,<br />

o sinal transmiti<strong>do</strong> sofre alternações<br />

de polaridade. Algumas redes de<br />

automação industrial, como a Foundation<br />

Fieldbus usam a modulação DMC.<br />

A segunda maneira de definir os limites<br />

<strong>do</strong>s segmentos e a duração <strong>do</strong>s bits<br />

é a comunicação assíncrona. Quan<strong>do</strong><br />

usamos este méto<strong>do</strong>, não há um pulso<br />

de sincronização.<br />

Cada dispositivo possui seu próprio<br />

circuito oscila<strong>do</strong>r que gera um<br />

pulso de clock independente. Para<br />

fazer o sincronismo, o transmissor<br />

inicia qualquer comunicação por uma<br />

seqüência pré-definida. Uma vez que<br />

a taxa de transmissão tenha si<strong>do</strong> configurada,<br />

tanto o transmissor quanto<br />

o receptor devem utilizar os mesmos<br />

tempos de duração de cada bit.<br />

Desde que o sincronismo tenha si<strong>do</strong><br />

feito, os da<strong>do</strong>s são envia<strong>do</strong>s e o<br />

receptor consegue separar to<strong>do</strong>s os<br />

bits pela duração <strong>do</strong> sinal. Os oscila<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> transmissor e <strong>do</strong> receptor<br />

precisam ser bastante precisos para<br />

garantir que pequenas variações não<br />

impeçam a sincronização.<br />

Quan<strong>do</strong> usamos a porta serial <strong>do</strong><br />

computa<strong>do</strong>r, um circuito de interface<br />

localiza<strong>do</strong> na placa de comunicação<br />

realiza a conexão com o modem<br />

ou outro dispositivo. Esse circuito,<br />

conheci<strong>do</strong> como UART (Universal<br />

Assynchronous Receiver/Transmiter)<br />

implementa um protocolo serial assíncrono<br />

que inicia qualquer comunicação<br />

com um bit de início - Start Bit.<br />

Quan<strong>do</strong> a linha está desocupada, o<br />

nível lógico “1” está sempre presente.<br />

O Start Bit é sempre de nível lógico<br />

“0”. Quan<strong>do</strong> esse bit chega ao receptor,<br />

ele dispara o clock e a partir daí<br />

o sincronismo é manti<strong>do</strong> até o final da<br />

comunicação, como é apresenta<strong>do</strong> na<br />

figura 2.<br />

Este mecanismo é muito simples e<br />

não resolve to<strong>do</strong>s os problemas que<br />

podem acontecer em uma rede mais<br />

complexa como, por exemplo, a perda<br />

de sincronismo após uma comunicação<br />

muito longa. Para isso, é<br />

34<br />

Mecatrônica Atual nº11 - Agosto - 2003

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!