Revista 05 - Wiki do IF-SC
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Energia<br />
Atual<br />
LIMITES DE EMISSÕES<br />
DE EMI REGULADOS<br />
PELAS NORMAS<br />
Todas as normas de emissão para<br />
equipamentos comerciais têm um<br />
único objetivo: impedir que o equipamento<br />
cause interferência em um<br />
receptor de rádio ou TV próximos.<br />
Para isso, elas estabelecem limites de<br />
emissões de EMI.<br />
Algumas hipóteses foram assumidas<br />
para elaborar essas normas, as<br />
quais são apresentadas na figura 1.<br />
• Até 30 MHz, assume-se que<br />
as emissões são conduzidas; acima<br />
disto, entende-se que são irradiadas.<br />
• Em ambientes <strong>do</strong>mésticos, resolveu-se<br />
que um computa<strong>do</strong>r terá uma<br />
separação mínima de 3 metros de um<br />
receptor de rádio ou TV.<br />
• Em ambientes comerciais, a<br />
separação mínima será de 30 metros<br />
e, além disso, exigisse a existência de<br />
uma parede entre os <strong>do</strong>is, que provê<br />
atenuação adicional.<br />
• A interferência causada pelo<br />
equipamento deverá provocar um<br />
campo elétrico 10 vezes menor <strong>do</strong><br />
que o sinal deseja<strong>do</strong> para uma boa<br />
recepção.<br />
• O campo elétrico <strong>do</strong> sinal pretendi<strong>do</strong><br />
para uma boa recepção, em<br />
um cenário urbano, fica entre 1000 e<br />
2000 µV/m.<br />
Duas categorias foram definidas<br />
para a compatibilidade de equipamentos<br />
a estas normas:<br />
• Classe A, onde a distância entre<br />
o equipamento e o receptor é de 30<br />
metros e, ademais, uma atenuação<br />
de 10 dB é assumida em função da<br />
parede que separa o equipamento <strong>do</strong><br />
receptor.<br />
• Classe B, onde a distância entre<br />
o equipamento e o receptor é de 3<br />
metros.<br />
A classe B, mais rigorosa, aplica-se<br />
para equipamentos em ambientes<br />
<strong>do</strong>mésticos; enquanto que a classe A<br />
aplica-se a equipamentos em ambientes<br />
comerciais. Esses limites funcionam<br />
bem na maior parte das<br />
aplicações, entretanto, aplicações militares,<br />
aviônicas e automobilísticas<br />
possuem limites que podem ser até<br />
1000 vezes mais rígi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que esses.<br />
Ou seja, nem sempre essas normas<br />
irão garantir que não haverá problemas.<br />
F.2 Conteú<strong>do</strong> de harmônicas de sinais de clock.<br />
TÓPICOS-CHAVES<br />
SOBRE EMISSÕES<br />
Antes de abordar técnicas de projeto<br />
para evitar emissões excessivas,<br />
devemos compreender alguns tópicos-chave<br />
sobre emissões.<br />
Antenas e transmissores escondi<strong>do</strong>s<br />
No artigo anterior, sobre imunidade<br />
a RFI, introduzimos os conceitos<br />
de antena e receptores escondi<strong>do</strong>s.<br />
No caso de emissões, criam-se os<br />
conceitos de antena e transmissores<br />
escondi<strong>do</strong>s.<br />
Nas duas situações, as antenas<br />
escondidas geralmente são as<br />
mesmas. Cabos externos ao equipamento<br />
e descontinuidades na blindagem<br />
são as mais comuns. Todavia,<br />
em alguns casos, cabos internos e a<br />
placa de circuito impresso <strong>do</strong> equipamento<br />
também podem agir como<br />
antenas escondidas. Isto é particularmente<br />
pior quan<strong>do</strong> ocorrem ressonâncias,<br />
que podem amplificar de forma<br />
drástica as radiações emitidas.<br />
Os principais transmissores escondi<strong>do</strong>s<br />
são “clocks” e outros sinais altamente<br />
repetitivos, que contêm grande<br />
quantidade de harmônicas. Uma dica<br />
para localizar estes transmissores<br />
ocultos é que as emissões por harmônicas<br />
acontecem em freqüências<br />
múltiplas da freqüência fundamental<br />
<strong>do</strong> “clock” ou outro transmissor escondi<strong>do</strong><br />
(2x, 5x, 10x, etc.). Contu<strong>do</strong>, como<br />
alguns sistemas dividem internamente<br />
seu “clock” fundamental, podem aparecer<br />
valores fracionários da freqüência<br />
fundamental (2,5x, etc.). A figura<br />
2 ilustra <strong>do</strong>is sinais de clock, tanto no<br />
<strong>do</strong>mínio tempo (à esquerda) como no<br />
<strong>do</strong>mínio freqüência com escala logarítmica<br />
(à direita). Na parte superior,<br />
observa-se uma onda quadrada perfeita<br />
(tempo de subida = 0) e na parte<br />
inferior, mostra-se uma onda trapezoidal<br />
(tempo de subida = ts). Os <strong>do</strong>is<br />
sinais têm “duty cycle” de 50% (t/T =<br />
0,5), onde T é o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> sinal.<br />
No mun<strong>do</strong> real só existe a onda<br />
trapezoidal, pois não é possível ter<br />
um tempo de subida nulo. Observa-se<br />
inclusive, que <strong>do</strong> ponto de vista de<br />
emissões, isto é bom. Acima da freqüência<br />
1/πts, a amplitude de harmônicas<br />
começa a cair mais rapidamente,<br />
numa taxa de 40 dB por década<br />
(isto é, um decréscimo de 100 vezes<br />
na amplitude a cada aumento de<br />
10 vezes na freqüência). Se fosse<br />
uma onda quadrada perfeita, haveria<br />
uma diminuição de apenas 20 dB por<br />
década (10 vezes a cada aumento de<br />
10 vezes na freqüência).<br />
Aumentar o tempo de subida (ts)<br />
pode ser chama<strong>do</strong> de “conservação<br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio freqüência”, isto é, não<br />
emita altas freqüências se você não<br />
precisa delas. Se o seu sistema pode<br />
operar com determina<strong>do</strong> tempo de<br />
subida no clock, não tente diminuí-lo<br />
muito além disso. Pelo contrário, você<br />
pode até acrescer o tempo de subida<br />
de seu clock, caso exista margem para<br />
isto, utilizan<strong>do</strong> circuitos mais lentos<br />
ou algum tipo de filtros (por exemplo,<br />
capacitores).<br />
Mecatrônica Atual nº11 - Agosto - 2003<br />
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