Revista 05 - Wiki do IF-SC
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Atual<br />
Redes<br />
A verificação por CRC é semelhante,<br />
mas ao invés de somar os<br />
da<strong>do</strong>s, uma série de divisões e rotações<br />
de bits são feitas. Este méto<strong>do</strong> diminui<br />
muito as chances de um erro não detecta<strong>do</strong>.<br />
Tanto o Checksum quanto o CRC<br />
podem ter mais de um byte. Quanto<br />
maior a palavra de verificação, menor<br />
a possibilidade de um erro não ser<br />
detecta<strong>do</strong>. A rede Ethernet por exemplo<br />
emprega CRC de 32 bits.<br />
EFICIÊNCIA DO MEIO<br />
A taxa de transferência de uma<br />
rede ou baud rate é definida como<br />
o número máximo de transições ou<br />
comutações por unidade de tempo.<br />
Um baud é igual a uma transição<br />
por segun<strong>do</strong>. O baud rate é limita<strong>do</strong><br />
pelas características <strong>do</strong> meio físico,<br />
tais como distância, impedância <strong>do</strong><br />
cabo, interferência eletromagnética,<br />
etc. Na comunicação assíncrona de<br />
nosso exemplo, ocorre no máximo<br />
uma transição por bit. Neste caso, a<br />
taxa de transferência e a taxa de bits<br />
são idênticas. Se uma rede deste tipo<br />
opera a 9600 baud, terá uma taxa<br />
de bits de 9600 bits por segun<strong>do</strong><br />
(bps). Redes síncronas baseadas em<br />
codificação Non Return to Zero ou<br />
Manchester necessitam de duas transições<br />
por bit. Neste caso, um baud<br />
rate de 9600 baud transferiria efetivamente<br />
4800 bps.<br />
Devemos ainda considerar que<br />
nem to<strong>do</strong> o tempo de operação da<br />
rede é utiliza<strong>do</strong> para transmitir informações<br />
úteis. Os intervalos entre<br />
frames, preâmbulos, sinalizações de<br />
sincronismo, verificações de erro e terminações<br />
somente são úteis durante<br />
a comunicação e são descarta<strong>do</strong>s<br />
pelo receptor. A relação entre os bits<br />
de da<strong>do</strong>s e o total de bits transferi<strong>do</strong>s<br />
define a eficiência da rede. Vejamos<br />
nosso exemplo: além <strong>do</strong>s oito bits de<br />
da<strong>do</strong>s temos um start bit, um bit de<br />
paridade e um stop bit, totalizan<strong>do</strong><br />
11 bits transferi<strong>do</strong>s. A eficiência desta<br />
rede seria de 8/11 = 0,72, ou seja,<br />
72% <strong>do</strong> tempo da rede é utiliza<strong>do</strong> para<br />
transferir informações úteis e 28%<br />
é usa<strong>do</strong> para sincronização. A 9600<br />
bps, esta rede teria transferi<strong>do</strong> em 1s,<br />
6981 bits de da<strong>do</strong>s.<br />
Na verdade, se considerarmos que<br />
entre um frame e o próximo pode<br />
ocorrer um intervalo durante o qual<br />
nada é transmiti<strong>do</strong>, a eficiência seria<br />
ainda menor. Além disso, nem to<strong>do</strong>s<br />
os da<strong>do</strong>s transmiti<strong>do</strong>s são realmente<br />
úteis. Até agora estamos analisan<strong>do</strong><br />
apenas a transmissão física, mas<br />
logo veremos que muitas das informações<br />
que trafegam nos bits de da<strong>do</strong>s<br />
servem apenas para endereçamento,<br />
identificação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s ou coman<strong>do</strong>s.<br />
To<strong>do</strong>s estes sinais que são transmiti<strong>do</strong>s<br />
pela rede sem acrescentar<br />
informação são conheci<strong>do</strong>s como<br />
overhead. Para aumentar a eficiência<br />
de uma rede devemos reduzir ao<br />
mínimo estas informações ou diminuir<br />
a sua proporção em relação aos<br />
da<strong>do</strong>s úteis. Uma das formas de fazer<br />
isso é aumentar a quantidade de<br />
bits de da<strong>do</strong>s por frame. Mas como<br />
frames longos podem facilitar a perda<br />
de sincronismo, é necessário melhorar<br />
a verificação de erro usan<strong>do</strong><br />
checksum ou CRC ao invés de paridade.<br />
Mas é lógico que isso também<br />
aumenta o overhead. Por outro la<strong>do</strong>,<br />
um frame muito longo também pode<br />
não ser a opção ideal. Supon<strong>do</strong> que<br />
seja preciso transmitir <strong>do</strong>is bytes de<br />
informação, mas o frame exija oito<br />
bytes de da<strong>do</strong>s, será preciso enviar<br />
seis bytes em branco e isso irá,<br />
na verdade, diminuir a eficiência da<br />
rede. Esta é uma das razões da<br />
existência de tantas redes diferentes<br />
no merca<strong>do</strong> de automação. Uma<br />
rede de dispositivos trabalha normalmente<br />
com frame curto e<br />
pequeno overhead, favorecen<strong>do</strong> uma<br />
grande eficiência para pequenas<br />
quantidades de da<strong>do</strong>s digitais, mas<br />
praticamente impossibilitan<strong>do</strong> a<br />
transmissão de da<strong>do</strong>s maiores como<br />
variáveis analógicas.<br />
Outras redes de chão-de-fábrica<br />
permitem enviar com eficiência grandes<br />
quantidades de da<strong>do</strong>s analógicos<br />
e digitais de forma cíclica, mas<br />
não são muito boas para o envio<br />
de arquivos ou coman<strong>do</strong>s aleatórios.<br />
Outras redes, como a Ethernet, possuem<br />
frames muito longos que permitem<br />
a transferência de arquivos, som<br />
e imagem com grande eficiência, mas<br />
não são adequa<strong>do</strong>s para pequenas<br />
quantidades de da<strong>do</strong>s, pois para estes<br />
da<strong>do</strong>s em particular, estas redes possuem<br />
um overhead muito grande.<br />
CONTROLE DE ACESSO AO MEIO<br />
Os processos descritos até agora<br />
mostram o que acontece eletricamente<br />
durante uma transmissão. Se<br />
só existirem <strong>do</strong>is dispositivos na rede,<br />
enquanto um deles transmite o outro<br />
se comporta como receptor. Neste<br />
caso, não é necessário nem mesmo<br />
endereçamento, pois cada comunicação<br />
só tem um destino possível.<br />
Mas se houver vários dispositivos,<br />
é preciso, de alguma forma, direcionar<br />
as mensagens para o destinatário<br />
correto e ainda evitar que <strong>do</strong>is ou<br />
mais dispositivos transmitam simultaneamente<br />
pois, caso isso ocorra,<br />
os sinais elétricos se misturam e<br />
ficam indecifráveis. O mecanismo<br />
de uma rede responsável por isso<br />
chama-se Controle de Acesso ao<br />
Meio (em inglês, Media Access Control<br />
- MAC).<br />
No diagrama da figura 4, temos<br />
uma rede em barramento. Cada dispositivo<br />
ou estação da rede possui<br />
um circuito microprocessa<strong>do</strong> e um<br />
circuito de comunicação, que transmite<br />
e recebe a comunicação da<br />
rede. A UART é capaz de receber<br />
uma série de da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> microprocessa<strong>do</strong>r,<br />
guardá-los em um buffer<br />
de memória e transmití-los assincronamente<br />
com as características de<br />
velocidade e frame definidas na configuração<br />
<strong>do</strong> sistema (por exemplo,<br />
9600 bps - 8 bits - Par - 1 Stop<br />
Bit). Ao receber os da<strong>do</strong>s da rede, a<br />
UART descarta os bits de controle e<br />
repassa os da<strong>do</strong>s para o processa<strong>do</strong>r.<br />
Todas as funções da rede que<br />
não se referem ao meio físico são<br />
processadas então pelo microprocessa<strong>do</strong>r.<br />
Nem todas as redes utilizam<br />
esta configuração. Algumas redes<br />
possuem coprocessa<strong>do</strong>res específicos<br />
que se encarregam de to<strong>do</strong>s os<br />
níveis da comunicação.<br />
Há vários mecanismos de controle<br />
de acesso possíveis, mas a<br />
maioria das redes de automação<br />
industrial, sobretu<strong>do</strong> as baseadas<br />
em RS-485 empregam o mecanismo<br />
Mestre-Escravo. Neste méto<strong>do</strong>, ao<br />
configurar a rede, um <strong>do</strong>s dispositivos<br />
é defini<strong>do</strong> como mestre da rede<br />
e to<strong>do</strong>s os demais como escravos.<br />
Além disso, cada dispositivo recebe<br />
um endereço único. O mestre da<br />
rede normalmente é o equipamento<br />
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Mecatrônica Atual nº11 - Agosto - 2003