trabalho escravo.indd - OIT
trabalho escravo.indd - OIT
trabalho escravo.indd - OIT
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
20<br />
AS BOAS PRÁTICAS DA INSPEÇÃO DO TRABALHO NO BRASIL<br />
A ERRADICAÇÃO DO TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO<br />
Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas,<br />
Especialmente Mulheres e Crianças ou “Protocolo do Tráfico”<br />
(Palermo, 2000): é um dos protocolos suplementares à Convenção<br />
das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e prevê<br />
a criminalização do tráfico de pessoas voltado a qualquer forma de<br />
exploração sexual. Este protocolo está em vigor internacionalmente<br />
desde 2003 e foi ratificado pelo Brasil em 2004. O aliciamento de<br />
trabalhadores rurais no Brasil no intuito de submetê-los ao <strong>trabalho</strong><br />
análogo ao de <strong>escravo</strong> se assemelha à definição de tráfico de seres<br />
humanos nele contida.<br />
3.4.2. Instrumentos legais nacionais<br />
Na legislação nacional, o Artigo 149 do Código Penal Brasileiro (CPB)<br />
(reformulado pela lei 10.803/2003 5 ) tipifica a conduta de submeter trabalhador<br />
à condição análoga à de <strong>escravo</strong>.<br />
• Prevê pena de dois a oito anos para a redução de alguém a<br />
condição análoga à de <strong>escravo</strong>, além de multa e pena referente à<br />
violência cometida;<br />
• Inclui quatro condutas que, em conjunto ou isoladamente,<br />
configuram o crime de redução de alguém à condição análoga a<br />
de <strong>escravo</strong>:<br />
<br />
Submeter o trabalhador a <strong>trabalho</strong>s forçados;<br />
<br />
<br />
<br />
Submeter o trabalhador à jornada exaustiva;<br />
Sujeitar o trabalhador a condições degradantes de <strong>trabalho</strong>;<br />
Restringir, por qualquer meio, a locomoção do trabalhador em<br />
razão de dívida contraída com o empregador ou preposto.<br />
5<br />
A reformulação do artigo 149 do CPB foi uma das ações às quais o Governo Brasileiro se<br />
comprometeu no Acordo de Solução Amistosa assinado com a CPT, CEJIL-Brasil e Human<br />
Rights Watch (<strong>OIT</strong>, 2010: 28-29).