Orientação Educacional / Educação a Distância - Appai

Tema Transversal
Um golpe
no preconceito
Mostra interdisciplinar viaja pelas
nossas origens
Cláudia Sanches
Em nenhum momento da humanidade se
falou tanto sobre igualdade de direitos,
inclusão dos diferentes e diversidade. Para
aprofundar-se nessa discussão, o Santa
Mônica Centro Educacional, Unidade Cascadura,
realizou o projeto Viajando pelas raízes da
cultura brasileira. O trabalho culminou com a Mostra
Pedagógica 2010, que acontece todos os anos
e envolveu as turmas do 6º ao 9º anos do Ensino
Fundamental. Desta vez o objetivo foi estudar as
culturas indígena e africana como alvo para valorizar
as diferenças e combater o preconceito.
A apresentação, segundo a supervisora pedagógica
Cláudia Moreira, é uma confraternização. Durante
o ano letivo os estudantes e professores trabalham o
tempo todo. Após a divisão de subtemas por turmas,
eles se preparam para as diversas atividades, como
pesquisas, sala de vídeo, leitura, produções textuais
e artísticas. Numa segunda etapa, cada professor
responsável pelas equipes define com os alunos
as estratégias e como vão explorar a temática. “O
projeto acontece no dia a dia, e a exposição é uma
forma de colocar de um modo visual e expositivo o
que foi aprendido durante os semestres e dividir com
a comunidade”, completa a supervisora.
Nas tendas montadas na quadra da escola os
alunos desvendavam as origens do Brasil. Os temas
foram tratados de diversos ângulos e a programação
foi diversificada. A equipe de Leonardo, do 7º ano,
recebeu o desafio de escolher três personalidades
negras, em esporte, música e literatura. O grupo
escolheu o jogador Ronaldinho Gaúcho, o músico Seu
Jorge e o poeta Cruz e Souza. Em comum, são três
histórias de superação. As crianças do 6º ano levaram
a biografia de Nelson
Mandela, um símbolo da
revolução social.
A origem africana na
nossa culinária também
despertou bastante interesse.
Os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer
pratos genuinamente brasileiros e as comidas
típicas das regiões do Brasil como no Norte, onde
os pratos tradicionais são o tucunaré e o pirão; no
Sudeste a feijoada e a carne-seca, iguarias criadas
com as partes do boi que os nobres desprezavam e
os escravos aproveitavam; no Nordeste as moquecas
e os bobós de inhame; no Centro-Oeste, o tucunaré
e a carne de paca. Almir Felício, pai de Lorena,
prestigiou o trabalho da filha e teve uma sensação de
nostalgia: “É gratificante aprender com as crianças.
Estou revivendo o que estudei na minha época na
escola”, recorda o pai.
O culto à natureza, tradição da cultura indígena,
era representado pelas crianças do 6º ano fantasiadas
de sol, lua e terra. Cada grupo também apresentou
uma dança, comida típica e costumes do povo. O
evento contou com a palestra de índios do projeto
Vendo, convivendo e aprendendo com os indígenas,
como Chamakuri, representante da tribo Apurinã, no
Amazonas, e da índia Potira, da aldeia Krikati. Eles
falaram um pouco da sua cultura, sobre os rituais que
evocam as forças da natureza, a relação do indígena
com a terra e apresentaram uma dança na quadra.
Enquanto isso, Potira fazia nos jovens tatuagens de
totens que simbolizavam a alegria.
A questão da arte indígena também foi abordada
pelo 8º ano, que fez uma analogia entre preconceito
e tatuagem. Os jovens falaram sobre a origem e a
função dos ornamentos como os piercings e pinturas
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