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causa operária - PCO

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21 DE SETEMBRO DE 2008 CAUSA OPERÁRIA<br />

MOVIMENTO OPERÁRIO 12<br />

CAMPANHA SALARIAL<br />

ECT e Fentect trabalham juntos na campanha<br />

salarial... agora para enterrar campanha em outubro<br />

Comissão de Negociação Salarial da ECT retoma<br />

“negociações” com a Comissão de Negociação Salarial<br />

dos trabalhadores afirmando que continuará firme na<br />

posição de não discutir a pauta de reivindicações da<br />

categoria, mas estabelecerá novas reuniões acatando<br />

sem nenhuma divergência o novo calendário da Fentect<br />

Nesta terça-feira 16/9, a Comissão<br />

de Negociação da ECT e a<br />

Comissão de Negociação Salarial<br />

da Fentect - Federação dos Trabalhadores<br />

da Empresa de Correios<br />

e Telégrafos - se reuniram em Brasília<br />

para retomar as negociações<br />

da campanha salarial 2008/2009.<br />

A reunião foi convocada pela<br />

ECTQuem iniciou as discussões,<br />

no entanto, foram os membros do<br />

Bando dos Quatro (PT, PCdoB,<br />

PSTU e Psol) que compõem a<br />

Comissão de Negociação Salarial<br />

dos trabalhadores, apresentando<br />

oficialmente para empresa o novo<br />

calendário da Fentect. Depois de<br />

fracassarem vergonhosamente<br />

na tentativa de acabar com a campanha<br />

salarial em setembro, conforme<br />

também era pretendido<br />

pela ECT, agora estarão trabalhando<br />

para acabar com a campanha<br />

salarial em 15 de outubro, 15 dias<br />

antes do término das negociações<br />

do novo PCCS da ECT.<br />

A Comissão de Negociação salarial<br />

da ECT, mostrando que continua<br />

sem interesse pelas necessidades<br />

dos trabalhadores, reafirmou<br />

que não vai debater a pauta<br />

de reivindicação da categoria, não<br />

quer pagar mais que os míseros<br />

6,37% de reajuste salarial, no<br />

entanto, para ajudar a Fentect<br />

enterrar a campanha salarial em<br />

outubro, depois das eleições municipais<br />

e antes da Negociação do<br />

PCCS do Cargo Amplo.<br />

Os negociadores da ECT se<br />

propuseram a marcar reuniões<br />

para debater apenas algumas cláusulas<br />

sociais que a ECT não<br />

precise dispor de dinheiro para<br />

aprovar, ou seja, quase nenhuma.<br />

ECT e Fentect vão<br />

encenar que estão<br />

negociando até<br />

outubro, para<br />

aprovar o PCCS da<br />

escravidão em<br />

novembro<br />

As reivindicações mais<br />

exigidas pelos trabalhadores<br />

nesta campanha salarial precisam<br />

de investimento da<br />

ECT.<br />

Só com a contratação de<br />

novos funcionários, a ECT<br />

poderá diminuir a hora da<br />

madrugada; reduzir a jornada<br />

de trabalho da categoria; por<br />

fim ao Banco de Horas, presente<br />

de grego da Fentect;<br />

por fim as dobras; estabelecer<br />

a entrega da correspondência<br />

pela manhã; estabelecer<br />

a licença gestante de seis<br />

meses; o sistema de redistritamento<br />

feito pelos próprios<br />

trabalhadores etc.<br />

A comissão de negociação<br />

salarial da ECT, ao afirmar<br />

que só vai negociar reivindicações<br />

que não precisem de<br />

dinheiro, está mostrando que<br />

vai continuar enrolando os<br />

trabalhadores, mas ao mesmo<br />

tempo, fica claro também,<br />

que só podem enrolar os trabalhadores<br />

com a ajuda da<br />

burocracia da Fentect, os sindicalistas<br />

do Bando dos Quatro,<br />

que possuem a função de<br />

levar os trabalhadores a não<br />

brigar com a ECT, nem antes<br />

das eleições municipais no<br />

país, nem depois de terminado<br />

as negociações do PCCS<br />

do Cargo Amplo, de Agente<br />

de Correios, da privatização.<br />

A ECT sabe perfeitamente<br />

que uma greve em novembro<br />

dentro dos Correios pode unificar<br />

os trabalhadores na luta<br />

pelas reivindicações salariais<br />

e contra o PCCS da escravidão,<br />

colocando em risco o<br />

acordo fechado entre ECT e<br />

Fentect de dar para os Juízes<br />

biônicos do TST a responsabilidade<br />

de oficializar o PCCS<br />

em novembro.<br />

Contra a manobra da ECT<br />

e da Fentect, os trabalhadores<br />

devem rejeitar o calendário<br />

conjunto da Federação<br />

com a Empresa nesta campanha<br />

salarial, e se organizar<br />

para fazer uma grande greve<br />

em novembro, exigindo o fim<br />

do PCCS da escravidão e que<br />

sejam atendidas as reivindicações<br />

da pauta salarial da categoria.<br />

- Pelo atendimento das reivindicações<br />

da pauta salarial<br />

2008!<br />

- Pelo fim do banco de horas!<br />

- Abaixo o Cargo Amplo de<br />

Agente de Correios!<br />

- Pelo fim do gerenciamento<br />

da corrupta direção da<br />

ECT sobre os trabalhadores!<br />

- Pela eleição direta de trabalhadores<br />

aos cargos de gerenciamento<br />

dentro da ECT!<br />

- Pelo Controle Operário<br />

da empresa dos Correios,<br />

para impedir a privatização da<br />

ECT!<br />

CORREIOS CAMPINAS<br />

Carteiros param contra o banco de horas do Bando<br />

dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) e da ECT<br />

Na quinta-feira (11-09), às 8<br />

horas da manhã, os trabalhadores<br />

do CDD Hortolândia – Centro<br />

de Distribuição Domiciliar da<br />

cidade de Hortolândia - se reuniram<br />

na frente da unidade e<br />

resolveram não entrar para trabalhar<br />

se a direção regional da<br />

empresa não viesse negociar<br />

melhores condições de trabalho.<br />

Depois de uma hora de paralisação,<br />

a ECT encaminhou para<br />

negociar com os trabalhadores<br />

o Coordenador Bissaco, o CAE<br />

Marcos – Coordenador de Área<br />

de Entrega, o Corsin Faustão –<br />

Coordenador de Relações Sindicais,<br />

além do próprio sindicato.<br />

Os carteiros reivindicavam a<br />

contratação imediata de mais<br />

carteiros e o fim da perseguição<br />

da chefia aos trabalhadores que<br />

não podem fazer horas extras.<br />

Há mais de um ano os carteiros<br />

do CDD Hortolândia estão<br />

trabalhando além do limite, sendo<br />

submetidos a uma intensa<br />

exploração pela ECT, pois é o<br />

setor da região que ocupa a liderança<br />

em quantidade de resto<br />

diário da carga.<br />

Para dar conta deste resto, a<br />

empresa inaugurou um processo<br />

de super-exploração da categoria,<br />

realizando dobras diárias,<br />

exigindo todos os dias que<br />

os carteiros façam horas-extras<br />

e trabalhem todos os sábados<br />

do mês.<br />

Com a assinatura do Acordo<br />

de Banco de Horas em julho<br />

pelos sindicalistas do Bando dos<br />

Quatro (PT, PCdoB, PSTU e<br />

Psol) na Fentect e apoiados integralmente<br />

por todos os membros<br />

da diretoria do sindicato de<br />

Campinas, os chefes ganharam<br />

amplos poderes para punir os<br />

trabalhadores que se recusam a<br />

fazer horas extras.<br />

O chefe do CDD Hortolândia,<br />

Admilson Brunell, exercendo<br />

sadicamente o poder consentido<br />

pelo Banco de Horas, distribuiu<br />

punições para vários trabalhadores,<br />

suspendendo aqueles que não<br />

fossem trabalhar no sábado.<br />

Paralisação coloca<br />

ECT na defensiva e<br />

transforma acordo<br />

do sindicato de<br />

Banco de Horas<br />

sem efeito<br />

Depois de mais de três horas<br />

de paralisação, os Coordenadores<br />

da ECT, mais três diretores<br />

do sindicato de Campinas reunidos<br />

com os representantes dos<br />

trabalhadores do CDD, concordaram<br />

verbalmente em anular as<br />

punições dadas aos trabalhadores<br />

que não podem fazer horasextras;<br />

também ficou definido<br />

que as horas extras serão feitas<br />

de acordo com a disponibilidade<br />

do funcionário e não mais de<br />

acordo com a exigência da ECT<br />

conforme acordo de Banco<br />

Horas assinado pelo sindicato.<br />

Quanto ao trabalho aos sábados,<br />

os Coordenadores da ECT determinaram<br />

que o chefe do CDD<br />

Hortolândia poderá convocar o<br />

carteiro para trabalhar apenas<br />

dois sábados por mês.<br />

No dia seguinte, a direção da<br />

ECT em Campinas enviou cinco<br />

carteiros para Hortolândia,<br />

emprestados de outros CDD´s,<br />

além de iniciarem através dos<br />

chefes de outros CDD´s o SD –<br />

Sistema de Distritamento – em<br />

Hortolândia.<br />

A paralisação dos trabalhadores<br />

do CDD Hortolândia mostrou<br />

que a direção da ECT e os<br />

sindicatos ligados ao Bando dos<br />

Quatro da Fentect, que assinaram<br />

o Banco de Horas, não têm<br />

força para se impor contra os<br />

trabalhadores organizados, no<br />

entanto, os trabalhadores do<br />

CDD Hortolândia só resolverão<br />

minimamente as péssimas condições<br />

de trabalho a que estão<br />

expostos com a formação de no<br />

mínimo mais dois CDD´s na<br />

cidade, além de um CEE – Centro<br />

de Encomendas Especiais, o<br />

que demandaria um verdadeiro<br />

SD feito pelos próprios carteiros<br />

da unidade e a contratação de no<br />

mínimo o dobro de carteiros<br />

existente hoje no CDD.<br />

A cidade de Hortolândia cresce<br />

todos os dias, aumentando o<br />

contingente populacional, mas<br />

os Correios, para economizar às<br />

custas da saúde da categoria,<br />

querem dar conta da demanda<br />

apenas com um único CDD<br />

(Centro de Distribuição Domiciliar)<br />

para fazer toda entrega do<br />

município, cerca de 200 mil<br />

habitantes, jogando nas costas<br />

dos trabalhadores da unidade o<br />

excesso do serviço acumulado.<br />

Por isso os trabalhadores<br />

devem exigir;<br />

- SD – Sistema de Distritamento<br />

- feito pelos próprios<br />

carteiros que conhecem como<br />

ninguém toda região de Hortolândia,<br />

ao contrário dos chefes,<br />

pau mandados da direção da<br />

ECT, que buscaram fazer um<br />

SD onde a ECT não precise<br />

contratar ninguém.<br />

- Contratação de mais carteiros<br />

para o CDD, quantos forem<br />

necessários;<br />

-Formação de uma comissão<br />

de trabalhadores do CDD para<br />

acompanhar se as punições estão<br />

sendo anuladas e não está<br />

havendo o assédio moral da<br />

chefia aos trabalhadores que não<br />

pode fazer horas extras.<br />

- Anulação integral do banco<br />

de horas assinado pelo Bando<br />

dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-<br />

PSOL)<br />

No último sábado (13), às 8h,<br />

seguranças da empresa que presta<br />

serviços aos correios de Bauru<br />

detiveram o militante do movimento<br />

sindical de bauru e da<br />

corrente sindical CAUSA OPE-<br />

RARIA Osmar Brito , quando este<br />

fazia a distribuição do boletim nacional<br />

Ecetistas em Luta.<br />

O boletim que discute a campanha<br />

salarial da categoria causou<br />

furor na chefia, a qual organizou<br />

a agressão de Osmar Brito.<br />

Ele foi derrubado no chão<br />

pelos seguranças que pisaram em<br />

seu pescoço e desferiram várias<br />

coturnadas em seu corpo.<br />

Foram, ainda, colocadas algemas<br />

em seus braços pelos próprios<br />

seguranças privados, os quais o<br />

deixaram mais de meia hora com<br />

CTCE DE BAURU<br />

Empresa de Segurança e<br />

PM espancam apoiador de<br />

Ecetistas em Luta<br />

Osmar Brito sofreu vários ferimentos<br />

no braço esquerdo e deslocamento e<br />

luxações no ombro direito.<br />

o rosto fricionado sobre o chão.<br />

Após a chegada de viaturas da<br />

policia militar com vários<br />

soldados, as algemas<br />

da empresa privada<br />

foram substituídas<br />

pelas algemas da policia<br />

militar. A PM de<br />

Bauru, repetindo o ritual<br />

de tortura contra<br />

os trabalhadores, chamavam-no<br />

de vagabundo,<br />

apertavam sua<br />

garganta e perguntavam<br />

ironicamente<br />

quantos quilos de droga<br />

carregava em sua<br />

bolsa, cujo conteúdo era de quinhentos<br />

panfletos que foram confiscados<br />

pelos chefes do correio<br />

local e, até agora, não devolvidos.<br />

OSMAR Brito sofreu vários<br />

ferimentos no braço esquerdo<br />

e deslocamento e luxações no<br />

ombro direito sendo levado ao<br />

pronto socorro municipal para<br />

avaliação medica e ingestão de<br />

remédios.<br />

Nos próximos dias a Corrente<br />

Ecetistas em Luta estará organizando<br />

ato público em frente ao<br />

CTCE para protestar contra a<br />

agressão, bem como tomando as<br />

medidas legais contra os chefes,<br />

a empresa de segurança e os<br />

PM´s envolvidos.<br />

FRIGORÍFICOS BOM CHARQUE E MARGEM<br />

Unificar as fábricas para derrotar o golpe do patrão<br />

Nesta segunda-feira, dezenas<br />

de trabalhadores do frigorífico<br />

Bom Charque participaram de<br />

uma passeata pelas ruas da zona<br />

Norte de São Paulo, no bairro de<br />

Santana, com destino à Delegacia<br />

Regional do Trabalho (DRT).<br />

O objetivo da passeata foi realizar<br />

um protesto junto ao órgão<br />

público para exigir a presença de<br />

fiscais do trabalho no frigorífico,<br />

uma vez que os patrões estão<br />

atrasando no pagamento dos<br />

salários e da cesta básica, não<br />

estão depositando o FGTS e não<br />

estão pagando as verbas rescisórias<br />

de inúmeros trabalhadores.<br />

Os patrões do Bom Charque<br />

querem dar o calote em mais de<br />

300 pais de família, fazendo todos<br />

assinarem o aviso-prévio,<br />

sem ter a mínima intenção de<br />

pagar tudo o que devem aos trabalhadores.<br />

Na mesma situação se encontram<br />

os trabalhadores do frigorífico<br />

Margem, localizado na cidade<br />

de Barueri. Os cerca de 200<br />

trabalhadores desse frigorífico<br />

também estão com os salários<br />

atrasados e de aviso-prévio, sem<br />

qualquer garantia de que receberão<br />

dos patrões todos os seus<br />

direitos.<br />

A verdade é que tanto o frigorífico<br />

Bom Charque, localizado<br />

no bairro de Taipas, extremo<br />

Oeste de S. Paulo, quanto o frigorífico<br />

Margem, de Barueri, são<br />

propriedade do mesmo patrão.<br />

Este está dando calote em milhares<br />

de trabalhadores de várias<br />

outras unidades espalhadas por<br />

todo o país, que também estão<br />

fechando as suas portas.<br />

Apesar dos chefes e dos encarregados,<br />

nos setores de trabalho,<br />

tentarem enganar os trabalhadores,<br />

dizendo que a situação<br />

vai melhorar, o arrendamento das<br />

fábricas do grupo Margem para<br />

o grupo Arantes Alimentos significa<br />

apenas uma manobra típica<br />

de patrões caloteiros para não<br />

pagar os trabalhadores.<br />

Na sexta-feira, dia 12, cerca de<br />

200 trabalhadores do Bom Charque<br />

também realizaram um protesto<br />

na frente da fábrica para<br />

exigir dos patrões o pagamento<br />

dos salários atrasados. Há mais de<br />

dois meses o frigorífico vem dando<br />

sinais de falência e os patrões<br />

estão enrolando os trabalhadores,<br />

que são constantemente mandados<br />

para casa por não ter matéria-prima<br />

para trabalhar.<br />

Apenas recentemente os trabalhadores<br />

tiveram conhecimento<br />

sobre a venda do frigorífico<br />

Bom Charque para o grupo Margem<br />

S/A.<br />

A notícia sobre a demissão em<br />

massa dos trabalhadores do Bom<br />

Charque e o fechamento da fábrica<br />

foi anunciada apenas na<br />

sexta-feira pelos patrões. Após a<br />

realização dos protestos e a dispersão<br />

da maioria dos trabalhadores,<br />

os patrões chamaram os<br />

representantes do sindicato para<br />

uma reunião dentro da empresa,<br />

onde informaram sobre o fechamento<br />

da unidade e os planos de<br />

arrendamento da mesma, para<br />

outro grupo, chamado de Arantes<br />

Alimentos.<br />

Este grupo está arrendando<br />

inúmeras fábricas por todo o país,<br />

como o antigo Mozaquatro, em<br />

Fernandópolis, do interior de São<br />

Paulo, no último dia 3 de setembro.<br />

O grupo Arantes Alimentos<br />

fazia parte do antigo frigorífico<br />

Alta, que em 2005 também em<br />

processo de falência arrendou<br />

várias de suas unidades de Goiás,<br />

Mato Grosso e interior de São<br />

Paulo para o mesmo grupo Margem.<br />

Em 2007, o grupo Arantes<br />

também foi denunciado pela Secretaria<br />

do Estado da Fazenda por<br />

sonegação de impostos e por oferecer<br />

propina a um fiscal do<br />

ICMS. O caso, que foi investigado<br />

pela Delegacia Especializada<br />

de Polícia Fazendária do Mato<br />

Grosso, resultou na prisão de um<br />

dos representantes do frigorífico,<br />

Lauro Cunha Guimarães Junior,<br />

que responde a um Inquérito<br />

Policial pelos crimes de ameaça,<br />

cárcere privado, corrupção ativa<br />

e constrangimento legal.<br />

Na reunião com os representantes<br />

do sindicato, os patrões do<br />

Bom Charque alegaram cinicamente<br />

que o arrendamento da<br />

fábrica resolveria os problemas<br />

do grupo Margem, mas não dos<br />

trabalhadores, uma vez que afirmaram<br />

não ter dinheiro e não<br />

deram qualquer prazo para o<br />

pagamento dos salários atrasados<br />

e do depósito do Fundo de Garantia.<br />

Os patrões querem apenas resolver<br />

os seus problemas, sem<br />

levar minimamente em consideração<br />

o interesse dos trabalhadores.<br />

Enquanto fazem todo tipo de<br />

escândalos, trocando o nome da<br />

empresa com o objetivo de dar<br />

calote no mercado e abafar toda<br />

espécie de irregularidades em que<br />

estão envolvidos, os trabalhadores<br />

correm sérios riscos de não<br />

receberem seus salários, são sonegados<br />

o FGTS (Fundo de Garantida<br />

Por Tempo de Serviço),<br />

verbas rescisórias, etc.<br />

Por isso, o sindicato estará<br />

todos os dias desta semana na<br />

porta da fábrica, com boletins,<br />

faixas, carro de som, convocando<br />

todos os trabalhadores e seus<br />

familiares para unificar a luta das<br />

duas fábricas para, na próxima segunda-feira,<br />

dia 22, realizar uma<br />

grande manifestação no centro de<br />

São Paulo, junto ao Ministério Público,<br />

para exigir que sejam cumpridas<br />

as Leis Trabalhistas e que<br />

os trabalhadores recebam seus<br />

salários e seus direitos.<br />

Vamos pressionar o poder<br />

público para fazer com que os<br />

patrões caloteiros paguem tudo<br />

METALÚRGICOS ABC<br />

Metalúrgicos de auto-peças iniciam greve no ABC<br />

Depois de tentativas de acordo<br />

entre o sindicato e as empresas<br />

para tentar barrar a tendência<br />

grevista dos trabalhadores,<br />

como foi feito na semana passada<br />

com as montadoras, os<br />

metalúrgicos do setor de autopeças<br />

aprovaram em assembléia,<br />

no último dia 12, greve por<br />

tempo indeterminado. As empresas<br />

do grupo 3 (autopeças,<br />

forjarias e parafusos) não aceitaram<br />

a proposta de aumento<br />

salarial de 11,01% sendo 3,6%<br />

de aumento real e mais abono,<br />

diferente do que havia acontecido<br />

com as montadoras.<br />

Diante disso, os metalúrgicos<br />

do grupo 3 aprovaram a<br />

greve por tempo indeterminado<br />

a partir já do último turno da<br />

sexta-feira, 12. Somente o grupo<br />

3 representa uma base de 22<br />

mil trabalhadores parados, que<br />

só voltarão ao trabalho caso os<br />

patrões ofereçam o mesmo reajuste<br />

salarial obtido no grupo<br />

das montadoras. Por enquanto,<br />

as empresas do grupo 3 só ofereceram<br />

7,17% de reposição da<br />

inflação e 3% de aumento real,<br />

totalizando 10,4%, mas sem o<br />

abono. As montadoras aceitaram,<br />

na semana passada, proposta<br />

de aumento de 11,01%<br />

mais abono de R$ 1.200, o que<br />

fez a diretoria do Sindicato dos<br />

Metalúrgicos do ABC defender<br />

o fim da campanha salarial para<br />

o grupo das montadoras, o<br />

maior da categoria. A interrupção<br />

da campanha salarial e das<br />

paralisações dos trabalhadores<br />

das montadoras serviu para<br />

o que devem aos trabalhadores,<br />

sem deixar um único centavo<br />

para trás.<br />

Os trabalhadores sabem que<br />

apenas com a sua mobilização é<br />

que podem conseguir fazer valer<br />

os seus direitos.<br />

Exigimos:<br />

enfraquecer o restante da categoria<br />

que ainda não havia chegado<br />

em acordo.<br />

A entrada do grupo 3 em greve<br />

por tempo indeterminado é<br />

uma mostra da enorme tendência<br />

de luta entre os metalúrgicos.<br />

Essa tendência está relacionada<br />

com o crescimento da inflação<br />

no Brasil e em todo o mundo, o<br />

aumento conseguido pelas montadoras,<br />

apesar de ser o maior<br />

índice de aumento real obtido<br />

entre todas as campanhas salariais,<br />

vai ficar bem abaixo da inflação<br />

em um curto período de<br />

tempo. Essa situação deve acirrar<br />

ainda mais a luta dos metalúrgicos<br />

com as empresas e a<br />

própria burocracia sindical, já<br />

que as campanhas são bianuais<br />

depois de acordo entre as duas<br />

partes. É necessário, em todas<br />

as categorias de trabalhadores,<br />

exigir reposição trimestral de salários.<br />

Na assembléia foi ainda aprovado<br />

que as empresas que quiserem<br />

negociar separadamente<br />

com o sindicato poderão fazer.<br />

Essa é outra manobra para enfraquecer<br />

os trabalhadores, já que<br />

pode haver divisão dos trabalhadores<br />

que aderem à greve, já que<br />

à medida em que vão se firmando<br />

os acordos haverá pressão das<br />

empresas para que os trabalhadores<br />

retornem às fábricas. Foi o<br />

que acabou acontecendo.<br />

Há um esforço para acabar<br />

com a mobilização. No domingo,<br />

dia 14, as empresas do grupo 3<br />

procuraram o sindicato para a retomada<br />

das negociações para<br />

1) O imediato pagamento de<br />

todos os salários atrasados e da<br />

cesta básica;<br />

2) Depósito do Fundo de<br />

Garantia atrasado;<br />

3) Pagamento das verbas<br />

rescisórias;<br />

4) Comissão de fábrica.<br />

tentar evitar a greve por tempo<br />

indeterminado.<br />

O sindicato cedeu e em nota<br />

enviada à imprensa afirmou que<br />

os trabalhadores dessas empresas<br />

que se reuniram com o sindicato<br />

voltariam ao trabalho na<br />

segunda, 15, até que os acordos<br />

fossem discutidos. Somente o<br />

Sindipeças (Sindicato Nacional<br />

da Indústria de Componentes<br />

para Veículos Automotores)<br />

não participou da reunião e os<br />

acordos serão fechados separadamente.<br />

Nesta terça-feira, 16, foram<br />

apresentados os balanços das<br />

negociações em separado à categoria.<br />

Ainda assim não houve<br />

acordo e finalmente, no dia 17<br />

os trabalhadores do grupo 3 iniciaram<br />

a greve. Porém, novas<br />

negociações, já no primeiro dia<br />

de greve, resultaram em sete<br />

acordos fechados entre o sindicato<br />

e as empresas.<br />

O quadro mostra que há uma<br />

enorme tendência grevista entre<br />

os operários metalúrgicos de<br />

todo o País. No entanto, a atuação<br />

do sindicato, dominado<br />

pela Articulação do PT, foi de<br />

enterrar a campanha salarial dividindo<br />

os trabalhadores; primeiro<br />

aceitando o acordo com<br />

o principal grupo da categoria,<br />

o das montadoras, isolando os<br />

grupos que ainda não haviam<br />

conseguido sequer a reposição<br />

de 11,01% e depois negociando<br />

com cada empresa do grupo<br />

3 separadamente para fazer<br />

evitar o desenvolvimento da<br />

greve.

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