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causa operária - PCO

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21 DE SETEMBRO DE 2008 CAUSA OPERÁRIA JUVENTUDE 15<br />

ACAMPAMENTO UNIFESP<br />

Não à punição dos estudantes que estão em<br />

luta para derrotar a ditadura na universidade<br />

A sindicância contra os estudantes que ocuparam a<br />

reitoria é para tentar calar os que se opõem às eleiçõesfarsa<br />

e querem acabar com este regime de corrupção<br />

e ditadura da burocracia universitária<br />

Nesta segunda-feira, cerca de<br />

dez estudantes da Unifesp (Universidade<br />

Federal do Estado de<br />

São Paulo) receberam uma intimação<br />

para depor em uma comissão<br />

interna para apuração e punição<br />

pela ocupação da reitoria<br />

ocorrida em junho deste ano,<br />

contra o corrupto ex-reitor, Ulysses<br />

Fagundes Neto. Há ainda mais<br />

de vinte estudantes que participaram<br />

da ocupação da reitoria no dia<br />

14 de junho, após uma série de<br />

denúncias de desvio de verba,<br />

que serão intimados.<br />

A festa com o dinheiro da<br />

universidade de milhões do orçamento<br />

pôs às claras o porquê de<br />

não haver dinheiro para a biblioteca,<br />

restaurante universitário,<br />

professores e até internet, como<br />

no campus de São José dos Campos,<br />

no curso de Ciência da computação<br />

(!).<br />

Ação da covarde<br />

burocracia<br />

universitária<br />

A burocracia universitária que<br />

controla com mãos de ferro a universidade<br />

em defesa de seus privilégios,<br />

contra a maioria da comunidade<br />

acadêmica, quer atacar<br />

a mobilização dos estudantes que<br />

estão lutando pela mudança da<br />

estrutura da universidade.<br />

Esta é a segunda sindicância<br />

contra os estudantes que estão<br />

em luta em defesa da universidade<br />

pública, em um ano. Tudo<br />

para camuflar e tentar abafar a<br />

calamidade em que se encontra<br />

a instituição e o mar de lama em<br />

que estão todos envolvidos.<br />

O que está por trás<br />

da repressão<br />

A burocracia universitária da<br />

Unifesp está visivelmente em<br />

crise. O ex-reitor Fagundes Neto<br />

teve que renunciar ao cargo,<br />

tamanha a desmoralização e crise<br />

institucional.<br />

Agora, os cúmplices da bandalheira<br />

querem desesperadamente<br />

realizar o novo processo<br />

eleitoral e colocar um novo “Fagundes”<br />

no controle da universidade.<br />

No entanto, está claro<br />

que não é um problema pessoal<br />

e sim de sistema estabelecido na<br />

universidade, em que o reitor tem<br />

um poder quase monárquico,<br />

sustentado pelos professores,<br />

que também se beneficiam.<br />

Os estudantes, no entanto,<br />

não irão aceitar esta enganação,<br />

uma verdadeira operação-abafa<br />

com uma suposta eleição. Os estudantes<br />

querem de fato uma mudança<br />

na estrutura de poder das<br />

decisões administrativas, reivindicam<br />

uma verdadeira autonomia<br />

universitária com o autogoverno<br />

dos três setores proporcionalmente,<br />

ou seja, com maioria estudantil<br />

nos órgãos deliberativos<br />

da universidade.<br />

O acampamento está sendo<br />

realizado pelos estudantes desde<br />

o dia 25 de agosto, dia em que o<br />

reitor renunciou, e é a expressão<br />

material de toda a insatisfação dos<br />

estudantes e funcionários com a<br />

sua exclusão de todas as decisões<br />

da universidade.<br />

Há, por isso, uma operação<br />

clara da direita contra esta mobilização<br />

para tentar manter a ditadura<br />

dos professores titulares,<br />

que controlam mais de 85% do<br />

Conselho Universitário, procurando<br />

dispersar os estudantes<br />

que estão criticando esta estrutura.<br />

Ameaçaram os estudantes<br />

que estavam em greve com retaliação<br />

acadêmica e agora tentam<br />

criar um clima de terror entre<br />

os estudantes ameaçando de<br />

punição com a expulsão. Querem<br />

reeditar a “lei da mordaça”, em<br />

que não se pode sequer criticar<br />

a forma de organização da universidade.<br />

Os estudantes não devem<br />

recuar na mobilização e integrar<br />

a campanha pelo boicote às eleições<br />

para reitor a defesa dos<br />

estudantes perseguidos pela desmoralizada<br />

e corrupta burocracia<br />

universitária.<br />

PERSEGUIÇÃO AO MOVIMENTO ESTUDANTIL<br />

Sindicância na Unifesp: “recursos para<br />

conter nossa força e nosso potencial”<br />

O Causa Operária Notícias<br />

online, no acampamento dos<br />

estudantes da Unifesp, coletou<br />

depoimentos sobre o fato de a<br />

sindicância contra os estudantes<br />

que ocuparam a reitoria estar<br />

ocorrendo durante o acampamento<br />

que realiza a campanha<br />

pelo boicote às eleições para<br />

reitor e mudança na estrutura da<br />

universidade com o controle<br />

estudantil<br />

R. – Ciências<br />

Sociais, intimado<br />

para depor em<br />

Comissão<br />

Disciplinar,<br />

baseado no Código<br />

de ética da<br />

Unifesp.<br />

“Eu participei da ocupação da<br />

reitoria. O que a gente pode ver<br />

hoje estão tentando desmobilizar<br />

a gente de todas as formas.<br />

Querendo jogar o processo de<br />

depredação nas nossas costas,<br />

sendo que foram os policiais que<br />

quebraram tudo, onde eu estava<br />

chegaram quebrando xícaras,<br />

prato só para depois colocar a<br />

culpa em nós e desmobilizar o<br />

nosso movimento.<br />

“E ao invés de trazer o pessoal<br />

que está indo para as aulas para<br />

o acampamento, estão fazendo<br />

isso justamente para criminalizar<br />

os atos políticos e as manifestações<br />

contra a reitoria.<br />

“A partir do momento que<br />

chegou a polícia, eles estavam no<br />

controle, mas mesmo assim<br />

quiseram partir para a agressão.<br />

Gritar, dar tapa na cara. Na cozinha<br />

mesmo botaram o revolver<br />

na cabeça de um brother nosso.<br />

Fizeram “corredor polonês”.<br />

No caminho até a delegacia,<br />

dentro da viatura, jogaram spray<br />

de pimenta até chegar à delegacia.<br />

Fora o que meus outros amigos<br />

contam, coisas piores ainda<br />

do eu passei.<br />

Marcele,<br />

estudante do<br />

segundo ano de<br />

filosofia Unifesp<br />

Guarulhos<br />

“Primeiro a reitoria estava agindo<br />

como se nada estivesse acontecendo,<br />

como se o acampamento<br />

não estivesse significando nada.<br />

Só que na verdade significa porque<br />

os estudantes estão aqui mostrando<br />

que não estão contentes<br />

com tudo que está acontecendo.<br />

Agora eles abriram o processo de<br />

sindicância referente a ocupação<br />

que nós tentamos fazer na reitoria<br />

e eles estão caindo em cima dos<br />

estudantes, principalmente dos<br />

estudantes que estão acampados<br />

aqui . Eu acredito que o jogo político<br />

deles é esse agora. É a repressão<br />

vir para tentar desmobilizar<br />

o acampamento. Porque aqui<br />

nós estamos conseguindo mobilizar<br />

não só os estudantes como<br />

também os funcionários e isso<br />

está mexendo na ferida, porque<br />

além das denúncias, que já passaram<br />

na televisão e saíram no jornal<br />

e as reivindicações dos estudantes,<br />

os funcionários acharam<br />

um espaço para fazer as denúncias<br />

deles. E o negócio aqui é muito<br />

mais podre do que a gente achava<br />

e eles estão percebendo esta articulação<br />

e acho que isso deve estar<br />

deixando eles meio desesperados,<br />

principalmente por <strong>causa</strong> desta<br />

articulação com os funcionários.<br />

Então eles estão querendo desmobilizar<br />

o acampamento de qualquer<br />

forma. (...) Os seguranças ficam<br />

olhando, tentando achar alguma<br />

coisa para criminalizar o<br />

acampamento e esta sindicância<br />

caiu perfeita para eles. Na verdade,<br />

eles tinha deixado o negócio<br />

quieto, porque não tinham condições<br />

de fazer nada com tudo que<br />

estava acontecendo na reitoria. Só<br />

que agora com o acampamento,<br />

a gente está colhendo frutos desta<br />

mobilização eles estão caindo<br />

em cima.<br />

“Foi tirado um indicativo de<br />

ocupação numa assembléia em<br />

São Paulo com mais de 400 estudantes.<br />

A gente decidiu fazer<br />

esta ocupação, porque não é<br />

novidade para ninguém que os estudantes<br />

não têm poder de decisão<br />

no Conselho Universitário,<br />

não tem voz em lugar nenhum,<br />

se não for através da ação direta<br />

eles nunca vão prestar atenção no<br />

que a gente está falando, nunca<br />

vão parar para escutar estudante.<br />

Então acho que um dos principais<br />

instrumentos de luta dos<br />

estudantes é a ocupação da reitoria,<br />

onde você ataca o coração<br />

da administração da universidade<br />

e os caras são obrigados a<br />

parar e te escutar. Ou são repressores<br />

como na maioria dos casos,<br />

como foi o nosso caso aqui,<br />

que em vinte minutos, mandaram<br />

a polícia militar para invadir o<br />

prédio, coisa que não poderia<br />

porque o prédio é federal, mas a<br />

desculpa que deram é que o reitor<br />

estava no prédio da reitoria no<br />

momento da ocupação e detalhe<br />

é que a ocupação foi feita numa<br />

sexta-feira a uma hora da manhã,<br />

agora o que ele estava fazendo<br />

dentro da reitoria sabe-se lá.<br />

Detalhe também é que um dia<br />

antes a policia federal tinha vindo<br />

na universidade e levado coisas.<br />

Ele deveria estar lá dentro<br />

queimando o que sobrou. E realmente<br />

o reitor estava lá dentro,<br />

porque os estudantes do lado de<br />

fora viram a polícia tirando o reitor<br />

do prédio. O fato é que por<br />

isso, a polícia pode entrar no prédio<br />

e assim, não é novidade para<br />

ninguém que os caras são uns<br />

animais. Eles entraram, quebram<br />

tudo, bateram nos estudantes que<br />

estavam lá. Fizeram os estudantes<br />

ajoelharem nos cacos, quebravam<br />

a janela com a cabeça dos<br />

estudantes. Tortura mesmo rolou<br />

dentro da ocupação. Uma manifestação<br />

legítima dos estudantes<br />

e esta foi a atitude da polícia<br />

que eles tentam encobrir.<br />

“Em uma manifestação que fizemos<br />

aqui contra o Reuni na<br />

reunião do Conselho Universitário,<br />

que foi convocada de forma<br />

extraordinária para poder passar<br />

a questão do Reuni sem ninguém<br />

estar sabendo, decidimos fazer<br />

uma manifestação e exigir um diálogo.<br />

Nem era para que a universidade<br />

a partir daquele momento<br />

não aceitasse o Reuni, mas<br />

que tivesse uma discussão. Os<br />

DITADURA DA BUROCRACIA UNIVERSITÁRIA<br />

Militantes da AJR são impedidos de<br />

distribuir panfletos na FFLCH-USP<br />

No dia 18 de setembro, à noite,<br />

os estudantes e militantes da<br />

Aliança da Juventude Revolucionária<br />

(juventude do <strong>PCO</strong>) que<br />

distribuíam o Boletim Nacional da<br />

AJR na Faculdade de Filosofia,<br />

Letras e Ciências Humanas (FFL-<br />

CH) foram reprimidos pela guarda<br />

universitária.<br />

Os chefes da segurança ameaçaram<br />

os estudantes afirmando<br />

que se continuassem a panfletagem<br />

seria chamada a força policial,<br />

que os levariam para fazer<br />

um Boletim de Ocorrência por<br />

infringir supostas regras da universidade.<br />

Pensar e ser crítico não<br />

são “regras universitárias”?<br />

Segundo a tropa de choque da<br />

reitoria contra os estudantes, para<br />

divulgar qualquer idéia na universidade<br />

é preciso da autorização da<br />

diretoria da faculdade. Então, evidentemente,<br />

só pode falar o que a<br />

diretoria da faculdade tem acordo.<br />

A repressão vista nesta semana<br />

na Universidade de São Paulo<br />

foi um ataque claramente político.<br />

O boletim divulga a mobilização<br />

da Unifesp pela mudança na<br />

estrutura da universidade, por um<br />

autogoverno dos três setores:<br />

professores, funcionário e uma<br />

maioria de estudantes. No boletim<br />

é feita a avaliação de que os estudantes<br />

da Unifesp mostram o<br />

caminho para o movimento estudantil<br />

de todo o País e que é necessário<br />

que os estudantes tenham<br />

o controle da administração,<br />

financeira e pedagógica da universidade.<br />

É a volta da censura, mesmo<br />

estando em um sistema supostamente<br />

democrático.<br />

A burocracia universitária, para<br />

continuar a bandalheira com o<br />

dinheiro público e com imensos<br />

privilégios, tenta impor um clima<br />

de terror e até a transformação da<br />

universidade em um verdadeiro<br />

campo de concentração, em que<br />

é proibida a reunião para uma discussão,<br />

para uma confraternização,<br />

ou seja, é proibido qualquer<br />

ação estudantil! E muito menos política.<br />

Deve-se obedecer de forma<br />

resignada todos os desmandos e<br />

destruição feita pela burocracia<br />

universitária e pelo governo.<br />

Cerca de vinte estudantes cercaram<br />

os seguranças reivindicando<br />

a liberdade de expressão e<br />

organização dos estudantes, contra<br />

a proibição da distribuição dos<br />

panfletos. Segundo os chefes da<br />

segurança, podem circular apenas<br />

os panfletos de entidades ligadas<br />

à instituição, como o Diretório<br />

Central dos Estudantes, o<br />

que causou revolta entre os presentes.<br />

Quer dizer, a reitoria só dá<br />

estudantes que são os maiores<br />

prejudicados com este programa<br />

do governo, nem estavam informados<br />

disso. A gente só veio<br />

pedir um diálogo.<br />

“E aí os seguranças a mando<br />

da reitoria, partiram para cima da<br />

gente. Um amigo ficou ferido, foi<br />

para o hospital São Paulo e não<br />

foi atendido no hospital São Paulo,<br />

foi negado o atendimento para<br />

ele e fomos para a delegacia fazer<br />

o boletim de ocorrência e só<br />

dois estudantes puderam fazer.<br />

E uns 20 minutos depois que estávamos<br />

lá, os seguranças chegaram<br />

entram na delegacia. São<br />

todos amiguinhos... tem vários<br />

ex-policiais aqui. Fizeram um boletim<br />

de ocorrência contra a<br />

gente. Como se a gente tivesse<br />

Estudantes no atual acampamento da Unifesp.<br />

agredido eles. Eles estavam com<br />

o nosso megafone que não devolveram,<br />

alegaram que a gente<br />

tinha batido neles com megafone,<br />

uma mentira.<br />

Marcos Vinicius,<br />

curso de Ciências<br />

Sociais<br />

“Esta é uma atitude autoritária<br />

e reacionária e mostra que a<br />

gente representa certa ameaça ao<br />

poder instituído na Unifesp e eles<br />

se utilizam de certos recursos<br />

para conter nossa força e nosso<br />

potencial. A sindicância é a repressão<br />

de uma maneira geral.<br />

“Nós chegamos no prédio e o<br />

prédio estava em construção e<br />

existiam locais no prédio com<br />

materiais de ferro e coisas deste<br />

tipo e nós fomos recebidos pelos<br />

seguranças alguns instrumentos<br />

como este. A polícia nos<br />

torturou, não daquela maneira<br />

que ouvimos falar, mas da maneira<br />

dela. Utilizou de uma força<br />

completamente desnecessária e<br />

demasiada. As meninas foram<br />

humilhadas, os meninos apanharam<br />

muito, foi usado gás de pimenta<br />

exageradamente, o tempo<br />

todo. Muita pressão psicológica.<br />

o aval para seus pupilos do DCE,<br />

pois todo mundo sabe que a diretoria<br />

do DCE, o Psol, não tem<br />

nenhum vínculo com o movimento<br />

real dos estudantes e suas necessidades.<br />

No maior movimento<br />

dos últimos anos, que despertou<br />

um movimento nacional, a<br />

ocupação da reitoria da USP, o<br />

Psol foi o representante das posições<br />

da reitoria, atacando a mobilização<br />

e defendendo o acordofarsa<br />

para acabar com o movimento<br />

e estancar a crise.<br />

Os militantes da AJR passaram<br />

em todas as salas de aula do prédio<br />

das Ciências Sociais e Filosofia<br />

denunciando a ação repressiva<br />

da guarda universitária e chamando<br />

os estudantes a apoiar a manutenção<br />

da panfletagem que foi<br />

realizada também na saída da aula.<br />

É necessário organizar uma<br />

ampla campanha contra a repressão<br />

na USP que, durante as<br />

férias, instalaram mais de 80 câmeras<br />

modernas, gastando 2,5<br />

mil reais para registrar todos os<br />

passos dos estudantes. Agora<br />

querem impedir que os estudantes<br />

discutam idéias e distribuíam<br />

panfletos.<br />

UNIFESP<br />

Militante da AJR é<br />

intimado para depor em<br />

sindicância por ato político<br />

O companheiro Alexandre<br />

foi intimado a depor em uma<br />

comissão disciplinar por ser<br />

militante político e representar,<br />

assim como o conjunto<br />

dos estudantes em luta, uma<br />

ameaça ao regime dentro da<br />

universidade.<br />

Em junho deste ano, cerca<br />

de 50 estudantes da Unifesp<br />

ocuparam a reitoria<br />

contra o corrupto agora, exreitor,<br />

da Unifesp, Ulysses<br />

Fagundes Neto.<br />

A corrente nacional do<br />

movimento estudantil Aliança<br />

da Juventude Revolucionária<br />

(AJR, juventude do<br />

<strong>PCO</strong>) participou em todo País<br />

de inúmeras campanhas de<br />

denúncias de corrupção e<br />

total desmonte realizado pela<br />

burocracia universitária nas<br />

universidades. Na Unifesp<br />

não foi diferente.<br />

O militante da AJR, companheiro<br />

Alexandre Alves,<br />

esteve sempre à frente, junto<br />

com os demais estudantes<br />

combativos, das mobilizações<br />

desde a ocupação da Diretoria<br />

Acadêmica em 2007<br />

contra a repressão e a ditadura<br />

do Conselho Universitário<br />

em aprovar o Reuni.<br />

Desta ocupação, resultou<br />

na sindicância que aplicou a<br />

punição, inclusive a Alexandre,<br />

de forma totalmente irregular,<br />

com base nas informações<br />

pegas com a Polícia<br />

Federal para punir os estudantes,<br />

momento em que a<br />

reitoria teve que recuar.<br />

Agora novamente a carrasca<br />

reitoria quer punir os<br />

estudantes em luta contra a<br />

ditadura existente na universidade<br />

que exclui toda a comunidade<br />

acadêmica, em especial<br />

os estudantes, das decisões.<br />

Enquanto os campi da Unifesp<br />

sofrem com a falta de<br />

estrutura, a reitoria da Unifesp<br />

está mergulhada nas denúncias<br />

de corrupção, em<br />

que o reitor renunciou para<br />

tentar abafar o escândalo que<br />

envolve a todos. A unidade de<br />

São José dos Campos, que<br />

oferece cursos de ciência da<br />

computação, não tem computadores<br />

suficientes e sequer<br />

internet. Para esse e outros<br />

como o campus de Guarulhos,<br />

não há restaurante<br />

universitário ou moradia estudantil,<br />

além de muitos outros<br />

problemas.<br />

Com as denúncias, fica<br />

claro que, no entanto, dinheiro<br />

não falta.<br />

Quando os estudantes, em<br />

ato político, contra a destruição<br />

da universidade e a total<br />

farra com o dinheiro público,<br />

ocuparam a reitoria, a polícia<br />

e a guarda universitária agrediram<br />

os estudantes brutalmente,<br />

quebrando pratos,<br />

portas e lançando coisas em<br />

cima dos estudantes, além de<br />

apontar armas de fogo.<br />

O companheiro Alexandre<br />

foi intimado a depor em uma<br />

comissão disciplinar por ser<br />

militante político e representar,<br />

assim como o conjunto<br />

dos estudantes em luta, uma<br />

ameaça ao regime dentro da<br />

universidade.<br />

A punição é baseada em<br />

um regimento totalmente retrógrado<br />

e ditatorial:<br />

“Artigo 168 - São passíveis<br />

de punição as irregularidades<br />

praticadas no recinto<br />

da Universidade, bem como<br />

em locais, situações ou atividades<br />

que envolvam a Unifesp.<br />

Artigo 169 - Em quaisquer<br />

casos será assegurado ao aluno<br />

o direito de defesa, ficando,<br />

todavia impedido de pedir<br />

transferência até decisão<br />

definitiva do procedimento<br />

disciplinar, ou do cumprimento<br />

da pena de suspensão.<br />

Artigo 170 - A defesa será<br />

produzida por escrito, dentro<br />

de cinco dias úteis após a citação.<br />

§ 1º - A citação será efetuada<br />

através de mandado expedido<br />

pela autoridade competente.<br />

§ 2º - No caso de recusa do<br />

aluno em apor ciente no mandado<br />

de citação, o fato deverá<br />

ser testemunhado por duas<br />

pessoas que assinarão em lugar<br />

próprio.<br />

§ 3º - Se o aluno não apresentar<br />

defesa, será considerado<br />

revel.<br />

Artigo 171 - As penalidades<br />

deverão ser registradas<br />

no prontuário do aluno.<br />

Artigo 172 - Os recursos<br />

contra penalidades aplicadas<br />

serão interpostos aos Conselhos<br />

competentes, obedecidos<br />

os preceitos contidos nos<br />

incisos X do artigo 6º, IV do<br />

artigo 18 e VIII do artigo 22,<br />

todos do Estatuto.<br />

Artigo 173 - As sanções<br />

referidas neste Título não<br />

isentarão o infrator da responsabilidade<br />

civil ou criminal<br />

em que haja incorrido.<br />

Artigo 174 - O aluno que<br />

estiver cumprido a penalidade<br />

de suspensão somente<br />

poderá receber o diploma<br />

após o integral cumprimento<br />

da pena.<br />

Parágrafo único - A outorga<br />

de diploma não isentará da<br />

correspondente indenização<br />

o aluno que causou dano ao<br />

patrimônio da Universidade.<br />

São normas tão vagas que<br />

poderiam ser utilizadas contra<br />

qualquer estudante que<br />

desejassem expulsar.<br />

As punições previstas para<br />

essas infrações, que fica a<br />

cargo da burocracia universitária<br />

decidir, vão de advertência<br />

a desligamento da universidade.<br />

A defesa do companheiro<br />

Alexandre, assim como<br />

dos demais estudantes que<br />

estão em luta contra o regime<br />

da universidade é fundamental<br />

para todas as lutas<br />

dentro da universidade. Os<br />

estudantes devem ter o direito<br />

de se manifestar e expressar<br />

livremente. Os estudantes<br />

não devem recuar<br />

nenhum passo, pois este ataque<br />

da reitoria é justamente<br />

pelo impacto que o acampamento,<br />

que tem como reivindicação<br />

a importante defesa<br />

para o movimento estudantil<br />

nacional do governo<br />

tripartite e proporcional<br />

com maioria estudantil, a<br />

única via para acabar com a<br />

ditadura imposta nas universidades,<br />

que impõe a<br />

censura e a repressão.

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