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Dezembro 2014 Opinião<br />

Lusitano de Zurique– 19<br />

Abre o teu coração.<br />

Mendes Serafim<br />

Gostar, ajudar, compreender,<br />

aceitar, perdoar as<br />

pessoas que amamos,<br />

que nos são chegadas<br />

é fácil. Mas tudo isto a<br />

pessoa (estranha), que<br />

nos atende mal disposta<br />

no supermercado, na farmácia,<br />

pelo telefone, que<br />

ocupa um lugar, na qual<br />

o tens por teu direito, que<br />

passa ao teu lado e não<br />

respeita o teu espaço na<br />

rua, que chega e ocupa<br />

o parque após tu estares<br />

cinco minutos á espera<br />

de ele estar livre. Não é<br />

fácil! E sabes porquê?<br />

Porque não são da nossa<br />

família, não as conhecemos?<br />

Não nada disso!<br />

Deve-se apenas ao nosso<br />

fraco desempenho a<br />

nível de sentimentos pelo<br />

outro. Nada mais.<br />

Acrescentar a isto, fica com<br />

esta história real:<br />

„ Numa noite tempestuosa,<br />

há muitos anos atrás, um<br />

senhor idoso e sua esposa<br />

entraram num pequeno<br />

hotel em Filadélfia. Todos<br />

os grandes hotéis da cidade<br />

estão cheios. Por favor,<br />

vocês teriam um lugar para<br />

nós? Perguntou o senhor.<br />

O funcionário explicou que,<br />

como se realizavam três<br />

grandes eventos na cidade,<br />

não havia nenhum quarto<br />

disponível. Nem muito menos<br />

em outros hotéis. Todos<br />

os nossos quartos também<br />

estão cheios - disse ele.<br />

Todavia, não posso deixar<br />

um casal simpático como<br />

vocês sair na chuva à uma<br />

da manhã. Estariam dispostos<br />

a dormir no meu quarto?<br />

O homem replicou que não<br />

gostaria de privá-lo de seu<br />

quarto, mas o rececionista<br />

insistiu: Não se preocupe,<br />

eu cá me arranjo. Na manhã<br />

seguinte, ao pagar a<br />

conta, o velho disse ao rapaz:<br />

Você é o tipo de pessoa<br />

que deveria gerenciar o<br />

melhor hotel do país. Talvez<br />

um dia eu construa um para<br />

você. O rapaz olhou para o<br />

casal e sorriu. Os três acabaram<br />

rindo e muito. A seguir<br />

ele os ajudou a levar as<br />

malas até a rua. Dois anos<br />

se passaram, e o recepcionista<br />

já se tinha esquecido<br />

do acontecimento, quando<br />

recebeu uma carta daquele<br />

senhor. Nela ele relembrava<br />

a noite de tempestade e incluía<br />

uma passagem de ida<br />

e volta a Nova Iorque. Quando<br />

o moço chegou a Nova<br />

Iorque, o homem levou-o à<br />

esquina da Quinta Avenida<br />

com a rua Trinta e Quatro<br />

e apontou para um enorme<br />

prédio, um verdadeiro<br />

palácio de pedras avermelhadas<br />

com torres e vigias,<br />

como um castelo de fadas<br />

elevando-se até o céu. Esse<br />

- disse o homem - é o hotel<br />

que acabei de construir<br />

para você tomar conta. O<br />

senhor deve estar brincando,<br />

falou o jovem, sem saber<br />

se devia ou não acreditar<br />

nas palavras do outro.<br />

Não estou brincando não,<br />

respondeu o outro com um<br />

sorriso travesso. Afinal de<br />

contas, quem é o senhor?<br />

Meu nome é William Waldorf<br />

Astor. Estamos dando<br />

ao hotel o nome de Waldorf<br />

Astoria e você vai ser seu<br />

primeiro gerente. O nome<br />

do rapaz era George C.<br />

Boldt, e essa é a história de<br />

como ele saiu de um pequeno<br />

hotel em Filadélfia<br />

para tornar-se gerente do<br />

que era então um dos hotéis<br />

mais finos do mundo.<br />

Astor sabia que a bondade<br />

demonstrada por Boldt fora<br />

espontânea, sem pensar<br />

em tirar qualquer proveito<br />

dela, e por isso teve início<br />

uma amizade que superou<br />

todas as barreiras do status<br />

social e financeiro. O recepcionista,<br />

que certamente<br />

recebia apenas um modesto<br />

ordenado, decidiu ajudar<br />

um estranho por perceber a<br />

sua real necessidade. Mal<br />

sabia ele que estava cedendo<br />

seu quarto a um dos<br />

homens mais ricos daquele<br />

país. Ele poderia muito bem<br />

ser apenas mais um homem<br />

de negócios, à procura de<br />

um quarto naquela noite<br />

tempestuosa e fria. Por outro<br />

lado, aquela semente de<br />

amizade, uma vez plantada,<br />

germinou para o rececionista<br />

na forma de um cargo<br />

muito superior e de maior<br />

prosperidade financeira. Citei<br />

esta história real aqui por<br />

uma única razão. Devemos<br />

sempre tratar as pessoas<br />

com o melhor de nosso<br />

coração. Quer aqueles a<br />

quem ajudemos sejam pobres,<br />

ricos, de classe média,<br />

negros, brancos, tudo<br />

o que se espera de nós é<br />

que lhes estendamos uma<br />

palavra, um gesto de amizade.<br />

Se o fizermos com a<br />

finalidade de obter só lucro,<br />

já teremos recebido a nossa<br />

recompensa e tudo termina<br />

aí. Mas, se nos mostrarmos<br />

generosamente solidários<br />

e compadecidos daqueles<br />

que nos rodeiam, seremos<br />

abençoados para sempre.<br />

Jamais tenhas medo, receio<br />

das barreiras suspeitas<br />

inventadas pela sociedade.<br />

Abre o teu coração confiante<br />

e faz a diferença.<br />

Acompanha a minha escrita<br />

em : www.parte-oposta.<br />

blogspot.com

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