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28 – Lusitano de Zurique Opinião<br />

Dezembro 2014<br />

Não se pode mesmo ser... sei lá...Suíço?<br />

Norueguês? Talvez até... turco?<br />

Amadeu Homem<br />

Sou insuspeito, creio. Nunca amei<br />

Passos Coelho e considero tudo o<br />

que este governo representa um insulto<br />

e roubo permanente, perigoso,<br />

despudorado e progressivo aos funcionários<br />

públicos, aos reformados<br />

aos mais desfavorecidos.<br />

Mas este episódio da detenção de<br />

Sócrates levanta lebres de todas as<br />

já previsíveis tocas. E espanta outras<br />

na mais disparada correria - procurando<br />

novos mimetismos. Que pândega.<br />

Até “dor e consternação” como<br />

dizem Lacão e Vieira (sic)!!! Oh meu<br />

muito pequenino Deus! Senti isso<br />

quando morreu o Zeca, a Amália, o<br />

Solnado, o Salgueiro Maia. Isso sim.<br />

Dor e consternação?! Serão coisas<br />

que esta gente sente? não. São coisas<br />

que esta gente diz. Ou tem de dizer,<br />

pois “obeissance oblige”.<br />

Sócrates foi dos mais desejados primeiros-ministros.<br />

Por defeito.<br />

De facto, Santana Lopes, - o playboy<br />

que quer ser, ao que parece, presidente,<br />

nem que seja no mais recôndito<br />

secreto de si mesmo...- caíra por<br />

colapso de birras, indigência mental<br />

e uma espécie de governação de vídeo-game<br />

barato, adolescente, leia-<br />

-se mesmo, humorística.<br />

Fora breve o consulado. Não houve<br />

paciência para tanta barraca seguida<br />

e saiu por uma porta muito pequena,<br />

bem adequada à envergadura anã de<br />

tão estranho mandato.<br />

Sócrates apareceu então, quase<br />

como o “desejado”. O salvador possível<br />

dos anéis, talvez já só dos dedos.<br />

Mas breve o circulo de mesmismo se<br />

instalou. Breve se percebeu que ali<br />

havia rato, - pois nem gato ousaria<br />

dizer. O estilo, a crispação, a vaidade<br />

pessoal, as decisões, a mentira<br />

da licenciatura,<br />

o nebuloso<br />

passado como<br />

“assinador barato”<br />

de projectos<br />

dos outros,<br />

as luvas quase<br />

obvias mas<br />

nunca provadas<br />

dos freeports e<br />

quejandas epopeias.<br />

O afundamento<br />

geral<br />

das finanças do<br />

país.<br />

E ele a dizer que não a tudo. E nós a<br />

vermos que sim. E o país a afundar<br />

dia a dia. Enfim.<br />

Nunca odiei tanto um PM como tal<br />

putativo “salvador”; já então exangue<br />

e autista, culminando no ódio que já<br />

em mim fervia no seu 2º mandato. A<br />

contracorrente da Cultura, da Lógica,<br />

da correcção, dos bons costumes do<br />

bom senso, do equilíbrio, da responsabilidade<br />

governativa. Só portanto<br />

por cega obediência seguidista hoje<br />

alguém pode alimentar tamanha dor.<br />

Politico - perdoe-me discordar, senhor<br />

PM actual dos tais anéis que<br />

foram...- é mais coisa menos coisa,<br />

isto mesmo. O que hoje é, amanhã<br />

não sabemos. E, de logro em logro,<br />

de má gestão em descalabro maior,<br />

lá definhou o povo, desde Manuel o<br />

venturoso. E desde Abril 74 que queimamos<br />

lenha já ardida trinta vezes no<br />

lume de uma esperança que morreu.<br />

E o património de homens públicos<br />

que possuímos para mostrar ao mundo<br />

é o que está à vista nos últimos<br />

dias:<br />

- Directores do SIS que ajudam ao<br />

que parece, a limpar escutas a pedido<br />

de amigalhaços?! Directores<br />

do SEF, afinal mais interessados em<br />

montar negócio de imobiliário em negócios<br />

de nos por os olhos em bico?!<br />

Presidentes dos próprios registos e<br />

notariados que se venderão (ou não,<br />

até prova em contrário claro... mas...)<br />

fabricando tolerâncias suspeitas, ostentando<br />

lucros, comissões, usando<br />

influências para enriquecer despudoradamente?!<br />

O país afinal é governado assim? E<br />

não se mexe também, já agora, com<br />

aqueles que souberam de antemão<br />

o descalabro do BES e venderam<br />

as suas acções rapidamente, as tais<br />

que, dias depois, nada valeriam?<br />

Que curtimenta vestem, de que tecido<br />

são feitos, afinal, os salgados donos<br />

disto tudo? Que imagem exportamos<br />

de um país que deu mundos<br />

ao Mundo? Peço desculpa mas... não<br />

se pode mesmo ser... sei lá...Suíço?<br />

Norueguês? Talvez até...turco?

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