Heróis de Angola ao preço da Avenida da Liberdade - Jornal de Leiria

14 | 16 de Abril de 2009 | SOCIEDADE | EDUCAÇÃO | JORNAL DE LEIRIA |Cerca de 15 mil assinaturas foram entregues no ParlamentoPetição quer responsabilizar paispelo comportamento dos filhosCerca de 15 mil assinaturas apedir alterações legislativas que responsabilizemos pais nos casos deindisciplina, absentismo e abandonopor parte dos filhos nas escolasforam entregues na semana passadano Parlamento, informa aAgência Lusa.O autor da petição, Luís Braga,explicou à Lusa que “actualmente,a única coisa que um professorpode fazer se um alunofaltar sucessivamente é um testede recuperação para avaliaras dificuldades da criança e istonão é nada”. Daí a iniciativa que,como referiu ao Público há duassemanas, se inspirou na sua “experiênciae consciência prática”.A inspiração última do presidentedo Conselho Executivo doAgrupamento de Escolas de Darque,em Viana do Castelo, veiode uma notícia oriunda da Califórnia:uma mulher foi condenadaa uma pena de prisão porcontribuir para a delinquênciados dois filhos menores, ao deixá-losfaltar às aulas mais de 100dias num ano lectivo. A mãe foisentenciada a 90 dias de prisãoe a aulas de educação parental,noticiou o Público.Luís Braga esclareceu, então,que a petição não defende penade prisão, mas mecanismos quese traduzam em “medidas sancionatóriasàs famílias negligentes”,como multas. Na prática,é devolvida aos pais a responsabilidadepela escolarizaçãodos filhos.RICARDO GRAÇAFAMÍLIA NÃO PODE SER AÚNICA RESPONSABILIZADAPedro Silva considera que “eventuaismedidas sancionatórias deverãoser sempre aplicadas caso a casoe com uma boa dose de bom senso”.O sociólogo refuta a pena deprisão, mas defende “trabalho comunitárioou educação parental”, massó “quando for claro que há mesmonegligência parental”.O docente do ensino superioralerta, no entanto, que indisciplina,absentismo e abandono podem ter“causas múltiplas que poderão passarpelas famílias, mas também pelasescolas e pelos docentes”. Lembraainda que “a influência educadorada família tende objectivamente adiminuir em detrimento da dos gruposde pares, mass media, internet...e haverá muitos casos em que asfamílias responsabilizadas pertencerãoa grupos socialmente desfavorecidos”.“A parentalidade representa oexercício de direitos mas tambémde deveres, responsabilidades e ocuidar”, diz o pediatra Mário Cordeiro,que considera que em Portugalos maus-tratos ainda são associadosa agressões físicas ou sexuaise lamenta que os pais sejam frequentementedesculpados nos casosde “negligência no cuidar, falta deprovisão de condições para o sucessodas crianças, má orientação dopercurso de vida, comportamentosnarcísicos, de abandono ou de indiferençaquanto à situação presenteda criança ou ao seu destino”.“A sociedade tem de demonstraro seu repúdio, através das leis e dasua aplicação, sem cair na inversãode valores que representa comiseraçãocom os pais esquecendo o destinoda criança”, defende Mário Cordeiro,embora considere que na decisãosobre que pena aplicar devementrar “factores pessoais, contextuaise a dor que possa existir paraos pais quando um filho morre, ficadoente ou sofre”. ■Mónica Monteiro SantosNo caso de alunos com dificuldades económicasIPL facilita pagamento de propinasO Instituto Politécnico de Leiria(IPL) está a permitir aos alunos comatrasos no pagamento das propinas,devido a dificuldades económicas,a possibilidade de as liquidaremem mais de oito prestações.Luciano de Almeida, presidente doIPL, explica que esta medida se destinaa garantir a igualdade de acessoao ensino.Luciano de Almeida revela que,no ano lectivo passado, o prazo depagamento das propinas foi alargadode seis para oito prestaçõespara facilitar a vida aos alunos.Contudo, constatou-se que, esteano lectivo, o número de situaçõesde incumprimento devido a problemaseconómicos se agravou paracerca de 150 estudantes, face aoano passado.No sentido de impedir que essesalunos abandonem o ensino superiorpor falta de condições financeiras,é estudado caso a caso, como objectivo de ajustar o número deIPL com boa saúde financeiraAo contrário de outras instituições de ensino superior do País, quemanifestaram recentemente o receio de não conseguirem liquidar osvencimentos dos professores ao ministro do Ensino Superior, o IPLdepende apenas em 50% das transferências do Orçamento de Estado(OE). Luciano de Almeida explica que, nos últimos três anos, foi feitoum “esforço muito grande” para criar condições de sustentabilidadefinanceira, por forma a diminuir a dependência do OE. “Não prevejodificuldades para o instituto honrar os compromissos que assumiu.” ■prestações de pagamento das propinasà situação de cada um. “Temosalertado os alunos que temos disponibilidadetotal para analisarsituações de carência”, afirma.O presidente do IPL esclareceque, ao contrário do que se possapensar, os problemas económicosnão afectam apenas as classes maisdesfavorecidas, mas também pessoascom rendimentos médios ouacima da média, muitas vezes devidoa situações de desemprego e aindaao agravamento dos encargosfamiliares.No caso dos alunos que beneficiamde apoio social, Luciano deAlmeida informa que houve a preocupaçãoda parte do IPL de analisaros seus processos com maisrapidez, por forma a que pudessemusufruir desses benefícios logo emOutubro. “Há instituições em queo processo de atribuição de bolsasainda não estão concluídos”, sublinha.■Alexandra BarataLeiriaEBIde Colmeiasem silêncioA Escola Básica Integrada deColmeias, em Leiria, vai assinalarem silêncio o Dia Mundial daVoz, que se comemora hoje. Nessesentido, ao longo de todo o diaas aulas serão dadas em silêncioe todos os alunos, professores efuncionários estarão vestidos depreto com uma máscara branca.Estudantes do 5º ao 9º anos representarãodurante todo o dia, tendocomo momentos altos entreas 10:15 e as 10:45 horas e entreas 15:30 e as 15:55 horas, ocasiõesem que todos se reunirãono átrio para assistir. “O grandedesafio deste projecto é motivartoda a comunidade educativa acomunicar somente através degestos, escrita e projecções”, informaum comunicado de imprensa.■