16 | 16 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2009 SOCIEDADE |ENTREVISTA | JORNAL DE LEIRIA |Carlos Matias, investigador na área <strong>de</strong> neurociência e BiofísicaEm Portugal, as empresasain<strong>da</strong> são <strong>de</strong> merceeiroFísico, estudioso dos mecanismos<strong>da</strong> memória, Carlos Matias é umdos exemplos <strong>de</strong> que Portugaltambém tem valores em áreas<strong>de</strong>lica<strong>da</strong>s à investigação. Numrelato <strong>de</strong>sassombrado, fala<strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em singrarna área científica em Portugale do pouco interesseque, não obstante o discursovigente, os empresáriostêm relativamenteà inovaçãoTextos: Jacinto Silva DuroFotos: Ricardo GraçaÉ obrigatório, para se ser reconhecido,ter <strong>de</strong> se ir para o estrangeiro?Claro que sim. Portugal nuncafoi um país <strong>de</strong> tradição industriale embora já não estejamos tão atrasadosem relação <strong>ao</strong> resto <strong>da</strong> Europa,o avanço que tivemos veio dosserviços. O nosso tecido empresarialé constituído essencialmentepor PME e micro empresas e poucastêm capital suficiente parainvestir, sem retorno, a curto prazo,em Investigação e Desenvolvimento.A excepção tem sido nasenergias renováveis, com muitoapoio estatal. Em Portugal, asempresas ain<strong>da</strong> são <strong>de</strong> merceeiro.Com apenas 10 milhões <strong>de</strong> habitantesnunca seremos uma superpotência.Isso não impe<strong>de</strong> a Suíça <strong>de</strong> oser...Os portugueses são capazes <strong>de</strong>valorizar mais um jogador <strong>de</strong> futebol– e eu gosto <strong>de</strong> futebol! -, quejoga na segun<strong>da</strong> divisão alemã, doque um cientista que ganha umprémio internacional. O sectorempresarial é frágil e a localizaçãogeográfica não aju<strong>da</strong>, alémdisso, a mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos portuguesesé fecha<strong>da</strong>. Os empresáriosabrem uma empresa, investem equerem o retorno amanhã... ouantes, se possível. Uma empresaque tenha necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> capitalizaçãoimediata não po<strong>de</strong> investirem I&D. Veja-se o que aconteceucom as empresas <strong>de</strong>telecomunicações que surgiramquando o mercado foi liberalizado.Havia sete e agora existe uma,a Novis/Clix, à custa <strong>de</strong> ter sidocompra<strong>da</strong> pelo Grupo Sonae. Muitopoucas empresas conseguemestar cinco ou seis anos a investirsem retorno. A banca não dá dinheiropara isso. Pelo contrário, nosEUA, antes <strong>da</strong> crise, era relativamentefácil criar uma empresa <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> inovação tecnológica.Dedica-se <strong>ao</strong> estudo dos mecanismosbiofísicos <strong>da</strong> memória.Estamos mais perto <strong>de</strong> conseguira cura para doenças como o Alzheimer?Estamos. O mecanismo não écompletamente conhecido, mas jáhá uma i<strong>de</strong>ia bastante boa <strong>de</strong> comoacontece. Infelizmente, esta doençatem aparecido mais, facto que estáligado <strong>ao</strong> aumento <strong>da</strong> esperançamédia <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Aparece, maioritariamente,acima dos 70/80 anos e émais vulgar, em pessoas que tiveramintensa activi<strong>da</strong><strong>de</strong> intelectual,<strong>ao</strong> contrário do que se pensava atéhá pouco tempo.E o seu trabalho nos mecanismos<strong>da</strong> memória?O que faço está virado para ainvestigação <strong>da</strong> forma como étransferi<strong>da</strong> a informação <strong>de</strong>ntrodo cérebro, nas sinapses entre osneurónios. A transmissão entreos neurónios po<strong>de</strong> ser feita através<strong>de</strong> sinapses eléctricas ou químicas.Há correntes eléctricas<strong>de</strong>ntro do cérebro que se <strong>de</strong>vem<strong>ao</strong> fluxo <strong>de</strong> iões <strong>de</strong> cálcio, sódio,potássio e zinco, entre outros. Acomunicação entre neurónios éfeita por pequenos canais e portas– em inglês o termo é gate eo processo é <strong>de</strong>signado por gating.Alguns dos canais servem apenaspara trocar substâncias químicase outros para trocar iões.No meu estudo, caracterizei principalmenteos canais <strong>de</strong> cálcio e<strong>de</strong> zinco, uma vez que é possívelmonitorizar opticamente a suaactivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. À parti<strong>da</strong>, o nosso trabalhonão tem uma aplicação práticaimediata e, como tal, é menosvalorizado em termos <strong>de</strong> investimento.Mas estou convencidoque, com o avançar dos estudossobre inteligência artificial, estacompreensão sobre o funcionamentosináptico será certamenteimportante.Recebeu um prémio <strong>da</strong> revistaBrain Research pela sua investigação,mas pouco antes tinhasubmetido a sua investigação <strong>ao</strong>Programa Ciência e foi recusado,supostamente, por não terparâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>...Eu e a minha equipa <strong>de</strong> investigaçãoganhámos uma competiçãoentre 7500 artigos <strong>de</strong> investigadores<strong>de</strong> todo o Mundo. Na altura,estranhei bastante o chumbo quelevámos do Programa Ciência. Nãosei o que se passou, mas parece queé todos os dias que investigadoresnacionais recebem prémios internacionais...O discurso vigente até há poucoera o <strong>da</strong> inovação, mas passa<strong>da</strong>esta crise, os que vão vingarserão os inovadores, ou osque não se importam <strong>de</strong> trabalharpor meia tigela <strong>de</strong> arroz,recibos ver<strong>de</strong>s e or<strong>de</strong>nado incerto?Não querendo entrar em caminhosmuito i<strong>de</strong>ológicos, o liberalismoeconómico, que originouesta crise, baseia-se na mão-<strong>de</strong>obrabarata. Esse mo<strong>de</strong>lo está con<strong>de</strong>nadoa <strong>de</strong>saparecer. Os trabalhadores<strong>da</strong> China não vão trabalharbarato para sempre. O Japão passoupelo mesmo processo. Os japonesestrabalhavam sete dias porsemana, com or<strong>de</strong>nados baixos efaziam-no porque a alternativa eraa miséria. Claro que, como a Chinaé maior, o impacto também émaior. Há empresas chinesas que,não tendo as patentes, contam comuma gran<strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.Quanto à crise, acredito quevai passar entretanto. Os juros baixarame os governos intervieram,coisa que não fizeram nos anos 30e o resultado foi a guerra. Mas nãoconcordo com o que se está a fazer,incentivando o consumo exagerado.■
| JORNAL DE LEIRIA | SOCIEDADE | ENTREVISTA |16 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2009 | 17Perguntasdos outrosEste ensinonão incentivaa criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Só o marranço.Perante o cenário <strong>de</strong> crisemundial, o investimento em energiasalternativas e renováveis ésinal <strong>de</strong> uma mu<strong>da</strong>nça nas mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>se no modo <strong>de</strong> fazer ascoisas em Portugal?Sempre tivemos uma gran<strong>de</strong>percentagem <strong>de</strong> aproveitamento<strong>de</strong> energias renováveis, principalmente,no que se refere à produçãohídrica. Actualmente, temosas duas maiores centrais fotovoltaicasdo Mundo e, embora nãotenha presente os números <strong>da</strong> nossacapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> eólica instala<strong>da</strong>, creioque será <strong>da</strong>s maiores <strong>da</strong> Europa.Não temos outra hipótese senãoevoluir na área <strong>da</strong>s energias renováveis.Além <strong>de</strong> não termos combustíveisfósseis, estes estão a acabar.A inovação e <strong>de</strong>senvolvimentotem mais apoio?As coisas têm melhorado. Portugal<strong>de</strong>u, nos últimos anos, umgran<strong>de</strong> salto no número <strong>de</strong> artigoscientíficos publicados pelo ensinosuperior. E tem havido o papel <strong>da</strong>Fun<strong>da</strong>ção Ciência e Tecnologia napropagação <strong>de</strong> graus superiores.Se, em 2000, por exemplo, a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> Trás-os-montes e AltoDouro (UTAD) publicava 40 artigospor ano, agora chega <strong>ao</strong>s 320.Há <strong>de</strong>z anos, era complicado encontraralguém com mestrado e osdoutoramentos eram coisas <strong>de</strong> umamicro elite. Eu próprio recebi umabolsa para fazer mestrado... Essasbolsas <strong>de</strong>vem ter sido <strong>da</strong>s coisasem que os dinheiros <strong>da</strong> Europaforam melhor empregues.E tem havido um acréscimo<strong>de</strong> estu<strong>da</strong>ntes do ensino superior,na área <strong>da</strong>s ciências?Não, pelo contrário. O queaumentou, ligeiramente, foi o sucessoescolar.Mas afastou-se o bicho papão<strong>da</strong> Matemática?Esse continua vivo e <strong>de</strong> boa saú<strong>de</strong>,infelizmente. Aqueles que têmsucesso no arranque <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> universitária,conseguem, mais facilmente,obter bases para prosseguirum trabalho posterior. Quandocomecei a <strong>da</strong>r aulas, em 1992, osalunos não sabiam matemática do9º ano. Tentava-lhes explicar leisbásicas <strong>da</strong> Física que envolviamconhecimentos matemáticos e elesColeccionador <strong>de</strong> estatísticasCarlos Matias, 41 anos, nasceu em Pombal, on<strong>de</strong> estudou e fezrádio, licenciou-se em Coimbra, passou pelo INETI, em Lisboa, <strong>ao</strong>mesmo tempo que se <strong>de</strong>dicava <strong>ao</strong> mestrado em Resistência dosMateriais, em Coimbra. Em 1992, foi para a “quase embrionária”Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Trás-os-montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real,on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>dicou à Biofísica. É fã <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós e leu quase to<strong>da</strong>a obra do autor do século XIX. Neste momento, contudo, o seu livro<strong>de</strong> cabeceira é A conspiração, <strong>de</strong> Dan Brown. “Tem duas <strong>da</strong>s minhasáreas preferi<strong>da</strong>s: Física e política. Não concordo com tudo o que eleescreve, mas gosto <strong>da</strong> escrita simples e directa”, explica. Este investigadorem Neurociências e Biofísica <strong>da</strong> UTAD quando não está a<strong>da</strong>r aulas ou no laboratório, ocupa o tempo a navegar na internet,em busca <strong>de</strong> conteúdos interessantes e chega <strong>ao</strong> ponto <strong>de</strong> se <strong>de</strong>dicarà colecção <strong>de</strong> estatísticas <strong>de</strong> vários temas, como o <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico. Amante <strong>de</strong> futebol – não refere a equipa, mas éconheci<strong>da</strong> a sua simpatia pelo Sporting... <strong>de</strong> Pombal-, vai ain<strong>da</strong>regularmente <strong>ao</strong> ginásio e adora fazer longas caminha<strong>da</strong>s pelas serrasque ro<strong>de</strong>iam a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Vila Real, on<strong>de</strong> vive. ■Durante muito tempo, disse-seque <strong>Leiria</strong> era um giganteeconómico, mas um anãopolítico. Como comenta estai<strong>de</strong>ia?É um distrito que tem gran<strong>de</strong>evolução económica. Mesmo comeste período menos bom. Moroem Vila Real e noto que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> cresceu. Comparativamentecom o Norte, o distritocontinua a mostrar bastante dinamismo,talvez por ter apostadoem indústrias <strong>de</strong> valor acrescentado– mol<strong>de</strong>s e plásticos –e por o sector produtivo ser maisvariado do que o têxtil do Nortedo País. A taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregopor terras <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> nãoé tão alta como a <strong>de</strong> Aveiro,Porto ou Braga. Mas uma coisaé ver<strong>da</strong><strong>de</strong>: não temos pesopolítico. O facto <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> nãoter uma universi<strong>da</strong><strong>de</strong> antiga,que tenha fixado elites do Direitoou <strong>da</strong> Medicina, também contribuipara a falta <strong>de</strong> força.não percebiam. Actualmente a situaçãoé melhor.Há mais <strong>de</strong> 20 anos que sefala do problema <strong>da</strong> Matemáticae <strong>da</strong>s Ciências... por que é queeste cenário perdura?Têm sido apontados muitos erros<strong>ao</strong> ensino básico. O sistema não éexigente e os responsáveis estãomais preocupados em fazer comque a taxa <strong>de</strong> aprovação seja <strong>de</strong>100% e passar to<strong>da</strong> a gente... masesse assunto não é a <strong>da</strong> minha área.O que posso dizer, no caso <strong>da</strong> Física,é que a razão pela qual tenhotaxas <strong>de</strong> sucesso tão baixas nasminhas ca<strong>de</strong>iras é que – isto tambémse aplica à Matemática – osalunos não têm espírito crítico.Infelizmente, <strong>de</strong>vido à forma comoestá construído o ensino liceal,com aquela centralização exagera<strong>da</strong>e burocrática que nos impe<strong>de</strong><strong>de</strong> saber <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vêm as directrizes,se do ministro, se <strong>de</strong> outrolado, dão-se formulários <strong>ao</strong>s alunose obrigam-se a <strong>de</strong>corar fórmulas.Uma pessoa que é habitua<strong>da</strong><strong>ao</strong>s 16 anos a terconhecimentos baseados em fórmulasfixas chega à universi<strong>da</strong><strong>de</strong>e não tem criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> para veras coisas <strong>de</strong> outra maneira. E chumba.Este ensino não incentiva àcriativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Só <strong>ao</strong> marranço. ■Falta <strong>de</strong> “universi<strong>da</strong><strong>de</strong> antiga” tira força a <strong>Leiria</strong>Isso não impediu Aveiro <strong>de</strong>impor o seu peso.Tem peso económico, mas nãotem peso político. É um dos distritosque está a sofrer mais coma crise. Até o Porto sofre comisso. O facto <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> estar <strong>de</strong>masiadopróximo <strong>de</strong> Lisboa tambémcontribui negativamente. ■Cláudio Esperança,PI na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ensinoa Distância do IPLNota efeitos práticos <strong>da</strong>s alteraçõesintroduzi<strong>da</strong>s pelo Processo<strong>de</strong> Bolonha?Os alunos vão mais às aulas -agora é obrigatório ir a teóricase práticas. Por outro lado, os professorestêm mais cui<strong>da</strong>do <strong>ao</strong> prepararas teóricas. Até agora, osalunos preferiam ir comprar assebentas a estar nas aulas. Acabou-setambém com a prática <strong>de</strong>só estu<strong>da</strong>r para os exames. Aolongo do ano, há vários processos<strong>de</strong> avaliação, testes, trabalhoslaboratoriais... Se não existissem,posso dizer que, nasuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s curriculares que lecciono,teria 90% <strong>de</strong> reprovações.Assim só tenho 50%... po<strong>de</strong> parecermau, mas não é. A parte negativatem a ver com a tradiçãoportuguesa. Não faz sentido usara <strong>de</strong>signação “licenciado” parauma pessoa com apenas três anos<strong>de</strong> ensino superior. Deveria serbacharel. Os nossos licenciadosnão estão habilitados a <strong>de</strong>senvolveruma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional.Neste País, as pessoas queremto<strong>da</strong>s mostrar grausacadémicos. É um trauma quetemos como povo. São todos doutores,engenheiros e professores.Ain<strong>da</strong> se vai arranjar um grau<strong>de</strong> pós-doutoramento e <strong>de</strong>poisoutro <strong>de</strong> pós, pós-doutoramentoe nunca mais se pára. O correctopara mim <strong>de</strong>veria ser: bacharelato:três anos; licenciatura:cinco; mestrado: sete; doutoramento:12 ou 13 anos.Carlos Fiolhais, físico,director <strong>da</strong> Biblioteca Geral<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> CoimbraAs universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s têm-se queixadonos últimos tempos <strong>de</strong>falta <strong>de</strong> meios. Algumas chegama temer a falência. Pensaque o Governo está aestrangular as universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s?Não aprovo a atitu<strong>de</strong> do Governoem relação às universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Não compreendo que, <strong>ao</strong>mesmo tempo que o Governoafirme apostar na ciência e quetenha conseguido aumentar oinvestimento em I&D para 1%do PIB, corte os orçamentos <strong>da</strong>suniversi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, sobretudo coma cativação <strong>da</strong>s verbas <strong>da</strong> SegurançaSocial, que correspon<strong>de</strong>ma 7.5% do orçamento <strong>da</strong>smesmas. O objectivo do Governoé que se aposte na excelência<strong>de</strong> centros <strong>de</strong> investigaçãoe que estes sejam os<strong>de</strong>stinatários <strong>da</strong>s verbas paraesse fim, mas as universi<strong>da</strong><strong>de</strong>stêm a função <strong>de</strong> ensinar e essanão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scura<strong>da</strong>. Tambémconsi<strong>de</strong>ro que as universi<strong>da</strong><strong>de</strong>spo<strong>de</strong>m fazer algumesforço para evitar erros <strong>de</strong> gestão,como a criação, em catadupa,<strong>de</strong> cursos sem saí<strong>da</strong> profissional.■