Heróis de Angola ao preço da Avenida da Liberdade - Jornal de Leiria
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36 | 16 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2009 ■Desporto■Daniel Marques é a esperança para atingir o topo nas competições internacionais <strong>de</strong> ori-BTTO homem que nunca se per<strong>de</strong>Bilhete <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>Nome: Daniel Ferreira MarquesData <strong>de</strong> Nascimento: 5 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1984Nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong>: PortuguesaClube: Clube Orientação do Centro (COC - <strong>Leiria</strong>)Melhores Resultados Nacionais· Campeão Nacional Absoluto Júnior (2001 e 2002)· Vencedor Ranking Taça Portugal Júnior (2000/1 e 2001/2))· Campeão Nacional Absoluto Elite (2003, 2005, 2006)· Campeão Nacional distância Longa Elite (2007 e 2008)· Campeão Nacional distância Média Elite (2008)· Vice-Campeão Nacional Sprint Elite (2007)· Vencedor Ranking Taça Portugal Elite (2002/3, 2003/4,2005/6, 2006/7 e 2007/8)· Campeão Nacional Estafetas Elite (2008)Melhores Resultados Internacionais· Campeão Ibérico distância Média Elite (2005, 2006 e 2007)· Campeão Ibérico distância Longa Elite (2005 e 2006)· Campeonato do Mundo distância Sprint – 16º/83(Rep Checa-2007)· Campeonato do Mundo distância Média – 18º/100(Austrália-2004)· Campeonato do Mundo distância Longa – 38º/86(Polónia-2008)· Campeonato <strong>da</strong> Europa distância Sprint – 27º/53(Polónia-2006)· Campeonato <strong>da</strong> Europa distância Média – 40º/71(Lituânia-2008)· Campeonato <strong>da</strong> Europa distância Ultra Longa – 58º/84(Polónia-2006)(estes resultados representam as melhores classificações absolutas<strong>de</strong> Portugal)Objectivos até 2010· Revali<strong>da</strong>ção do Título Campeão Nacional 2009 e 2010 (to<strong>da</strong>sas disciplinas)· Revali<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Taça <strong>de</strong> Portugal (Ranking 2008/2009 e2009/2010)· Campeonato <strong>da</strong> Europa 2009 – lugar no top 20· Campeonato do Mundo 2009 – lugar no top 20· Campeonato do Mundo 2010 – lugar no top 10· Taça do Mundo (ranking internacional) – lugar no top 10 (em2008 - 25º Mundial - melhor classificação <strong>de</strong> sempre)Tudo começou com uma brinca<strong>de</strong>irafamiliar, mas actualmenteDaniel Marques é o expoente máximo<strong>da</strong> orientação em BTT (ori-BTT),mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> a ganhar expressão emPortugal. Entretanto os objectivosalteraram-se e, agora, o sonho <strong>de</strong>uma me<strong>da</strong>lha numa gran<strong>de</strong> competiçãointernacional é o Norte queguia a carreira do atleta.A mãe, Luísa Mateus, soma títulosibéricos no seu escalão. O pai,Pedro Serralheiro, já alcançou títulosnacionais e o irmão, GuilhermeMarques, disputa a hegemoniado escalão júnior. Neste <strong>de</strong>sporto<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000, Daniel Marques sempreo encarou como “forma <strong>de</strong> divertimentoe <strong>de</strong> estar com a família eos amigos”, o que “não implica terlevado sempre a sério os treinos ea competição”.Como gran<strong>de</strong> aposta fe<strong>de</strong>rativapara alcançar um bom resultadonas gran<strong>de</strong>s competições que seOs segredos do sucessoA atleta, que representa o Clube <strong>de</strong> Orientação do Centro (COC), <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,consi<strong>de</strong>ra que, para se conseguir bons resultados nesta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, énecessário conciliar a <strong>de</strong>streza <strong>da</strong> leitura do mapa e a boa condição física.No entanto, “ o principal é ser-se um bom orientador”. A razão é simples.“Quem souber ler o mapa, mesmo que não esteja fisicamente bem, sabenavegar na direcção certa. Um bom ciclista que seja mau orientador po<strong>de</strong>tomar más <strong>de</strong>cisões e, assim, pe<strong>da</strong>lar na direcção erra<strong>da</strong>. É interessantesaber que, à parti<strong>da</strong>, o atleta mais forte não é, obrigatoriamente, o vencedor.”Importante é “saber ler as curvas <strong>de</strong> nível”, “pensar primeiro epe<strong>da</strong>lar <strong>de</strong>pois” e não se <strong>de</strong>ixar influenciar pelas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> outros competidores.Faltas <strong>de</strong> concentração é algo que não po<strong>de</strong> acontecer, poisredun<strong>da</strong> em erros <strong>de</strong> orientação. ■aproximam – aponta para um lugarentre os <strong>de</strong>z primeiros no Mundial<strong>de</strong> 2010, que se vai realizar em Portugal– o atleta <strong>da</strong> Benedita e osoutros membros <strong>da</strong> selecção contamagora com um treinador comquem preparam os próximos <strong>de</strong>safios.No entanto, os treinos têm sempre<strong>de</strong> ficar para <strong>de</strong>pois <strong>da</strong>s aulase do trabalho. “Nunca tirei qualquerproveito do ori-BTT, nem possosonhar em profissionalizar-me.Quero, acima <strong>de</strong> tudo, tirar todo oprazer que a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> me dá.”Ain<strong>da</strong> assim, tem o objectivo emobter um gran<strong>de</strong> resultado internacional.“Em Portugal não douhipóteses <strong>ao</strong>s meus rivais. Por isso,é normal que haja esperança emchegar a um bom lugar nos europeuse mundiais.” Nas espectacularesprovas <strong>de</strong> sprint, Daniel tem“legítimas aspirações” <strong>de</strong> ganharme<strong>da</strong>lhas. ■Miguel Sampaio| Opinião|Quando, em Agosto <strong>de</strong> 1989,o Instituto Superior <strong>de</strong> EducaçãoFísica (ISEF) <strong>de</strong> Lisboa se passoua chamar Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Motrici<strong>da</strong><strong>de</strong>Humana (FMH), mais do queuma mera mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> nome foi,na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> paradigma.Aqueles que, como eu, porlá passaram nessa altura, sentiram,apesar <strong>de</strong> ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>masiadonovatos para a apreen<strong>de</strong>r na suatotali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a transformação emcurso e o perspectivar <strong>de</strong> uma novaMo… quê?!forma <strong>de</strong> encarar a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> físicae <strong>de</strong>sportiva. Olha<strong>da</strong> inicialmente<strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sconfia<strong>da</strong> pormuitos, como sempre acontecequando algo diferente se preten<strong>de</strong>assumir, ain<strong>da</strong> hoje, vinte anospassados sobre a formalização <strong>da</strong>alteração, são bastantes aquelesque se interrogam acerca <strong>da</strong> virtu<strong>de</strong><strong>de</strong>sta Motrici<strong>da</strong><strong>de</strong> Humana.E, no entanto, <strong>de</strong>z anos antes <strong>da</strong>referi<strong>da</strong> transformação, já o DoutorManuel Sérgio escrevia, no<strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> Educação, que havianascido mais uma Ciência doHomem: a Ciência do MovimentoHumano. Entre outras virtu<strong>de</strong>s<strong>de</strong>ste olhar científico, salienta-se,a meu ver, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maiorabrangência <strong>de</strong> intervenção <strong>da</strong>quelesque apren<strong>de</strong>ram a li<strong>da</strong>r com omovimento humano, nas suas maisvaria<strong>da</strong>s expressões. Não mais teráque haver um laço estreito e unívocoentre a Educação Física e aprática <strong>de</strong>sportiva mas, <strong>de</strong> formamais ampla, <strong>de</strong>verá reconhecer--se a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>sfísicas serem estu<strong>da</strong><strong>da</strong>sno âmbito <strong>da</strong> Motrici<strong>da</strong><strong>de</strong> Humana.Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, seria interessantefazer-se uma reflexão séria epensar-se se, por exemplo, farásentido que a prática <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>física orienta<strong>da</strong> nas nossas escolasse esgote no domínio <strong>de</strong>sportivo.Pessoalmente, creio que não.Creio até que, fazendo um paralelocom as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que amaioria dos clubes oferece, seriamuito mais lógico encontrar umaarticulação com estes para ess<strong>ao</strong>ferta multilateral do que insistirem iniciações estéreis <strong>de</strong> diversasmo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s, quase sempre as mesmas,cuja repercussão positiva nofuturo dos jovens <strong>de</strong>ixa muito a<strong>de</strong>sejar. Não estamos contra, naturalmente,a prática <strong>de</strong>sportiva noâmbito <strong>da</strong> Educação Física escolar,mas enten<strong>de</strong>mos que esta <strong>de</strong>veráestar <strong>ao</strong> serviço dos jovens, proporcionando-lhesexperiências queos façam, por um lado, melhoraras suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> movimentação e, por outro,ganhar motivação para continuarema ser ci<strong>da</strong>dãos activosdurante to<strong>da</strong> a sua vi<strong>da</strong>, mesmoquando já não existir uma formali<strong>da</strong><strong>de</strong>como uma aula <strong>de</strong> EducaçãoFísica. E aí, acreditem, serápreciso ter experimentado bemmais do que os <strong>de</strong>sportos que sepraticam actualmente nas nossasescolas. malabarismo, skate, BMX,capoeira, hip-hop,orientação, canoagem,entre tantas outras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,ain<strong>da</strong> que sem nome, <strong>de</strong>verãoter o seu lugar na Escola. Vamosa isso? ■Rui MatosCoor<strong>de</strong>nador do Curso <strong>de</strong>DesPorto e Bem-Estar <strong>da</strong> ESE,<strong>Leiria</strong>