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aspectos básicos para a quantização canônica de campos ...

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Agra<strong>de</strong>cimentosGostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar registrado neste trabalho o meu amplo agra<strong>de</strong>cimento às pessoas que, <strong>de</strong>alguma forma, contribuíram e/ou contribuem <strong>para</strong> minha formação profissional e/ou pessoal.Pessoas essas que já faziam ou passaram a fazer parte <strong>de</strong> minha história e que terão minhahumil<strong>de</strong> e eterna gratidão.• É impossível se falar <strong>de</strong> física no Estado do Pará, sem que mencionemos o nome “JoséMaria Filardo Bassalo”. A este professor <strong>de</strong>ixo um enorme agra<strong>de</strong>cimento por ter sidoum dos pioneiros na tentativa <strong>de</strong> melhoria do curso ao qual <strong>de</strong>diquei parte <strong>de</strong>stes últimosquatro anos <strong>de</strong> minha e por consegui sensibilizar uma geração <strong>de</strong> profissionais que seguemseu empenho, fazendo do curso <strong>de</strong> física um curso muito melhor do foi a pouco tempo atrás.A estes profissionais, que carregam arduamente o curso <strong>de</strong> Física em suas costas, <strong>de</strong>ixoregistrada minha admiração e gratidão, neste aspecto, agra<strong>de</strong>ço a vocês: Prof. Dr. LuísCarlos Bassalo Crispino, Prof. Dr. Sérgio Vizeu, Prof. Dr. Marcelo Lima, Prof. Dr. VanSérgio, Prof. Dr. Danilo Teixeira, Prof. Dra. Silvana Peres, Prof. Dra. Ângela Klautau,Prof. Dr. Sancleiton, Prof. Dr. Petrus Alcântara, Prof. Dr. Jorge Castiñeireas, Prof.Dr. Elinei e Prof. Dr. João Felipe. Neste momento corro o gran<strong>de</strong> risco <strong>de</strong> ser injustocom alguém que, por ventura, esqueci <strong>de</strong> mencionar, porém mesmo numa Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> 40 professores, tenho a triste certeza <strong>de</strong> que os possíveis injustiçados são umapequena parcela <strong>de</strong>ste corpo docente, à essa minoria também registro minha gratidão eadmiração.• Agra<strong>de</strong>ço ao Prof. Dr. Marcelo Lima por sua BOA VONTADE como professor, fatoeste que torna acessível a todos seus alunos uma gran<strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> conhecimento, o que,<strong>de</strong>ntre outros motivos, o fazem ser um exemplo <strong>de</strong> profissional a ser seguido. Agra<strong>de</strong>ço-lhetambém por algumas pequenas conversas e por seus longos discursos (em sala <strong>de</strong> aula efora <strong>de</strong>la) que, sem dúvida, foram <strong>de</strong> muita importância <strong>para</strong> minha formação.• Pelos bons e maus momentos que muito me ensinaram e pela rica convivência, maisii


quais não po<strong>de</strong>ria ter feito nenhum dos agra<strong>de</strong>cimentos anteriores. À estas pessoas, quevestem a camisa <strong>de</strong> pais como ninguém, registro minha eterna admiração e meu muitíssimoobrigado.iv


DedicatóriaAos meus pais:José Fernando e Maria do Socorro.E ao meu irmão:Fernando Bruno.v


ResumoNeste trabalho, faremos um estudo acerca do procedimento <strong>de</strong> quatização <strong>de</strong> <strong>campos</strong> escalarese vetoriais, abordando <strong>para</strong> isso não apenas o formalismo matemático envolvido no processo,mas também alguns importantes conceitos presentes na teoria. Começaremos pela <strong>quantização</strong>da corda, o que nos remete quase que <strong>de</strong> maneira imediata à <strong>quantização</strong> <strong>de</strong> <strong>campos</strong> escalaresmassivos, passando pelo campo eletromagnético e terminando com a <strong>quantização</strong> do campo <strong>de</strong>Proca, calculando também seus respectivos propagadores <strong>de</strong> Feynman.vi


AbstractIn this work, we going to make a study of the quantization of scalar and vectorial field, using toit not only the math formalism, but also any important concepts of the theory. First we goingto do quatization the string, that remit to scalar massive field quantization, passing by photonfield and finishing with Proca field, computing also yours respective Feynman’s propagator.vii


ConteúdoAgra<strong>de</strong>cimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iiDedicatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ivResumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vAbstract . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . viiIntrodução 11 A Quantização da Corda 41.1 O Formalismo Lagrangeano <strong>para</strong> Campos Clássicos . . . . . . . . . . . . . . . . 41.2 A Quantização da Corda Não-Relativística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91.2.1 Modos Normais da Corda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91.2.2 Aspectos Gerais <strong>para</strong> a Quantização <strong>de</strong> Campos e a Quantização da Corda 162 A Quantização <strong>de</strong> Campos Escalares 192.1 A Equação <strong>de</strong> Klein-Gordon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192.2 A Quantização do Campo Escalar sujeito à Condições <strong>de</strong> Contorno Periódicas . 212.2.1 O Operador Hamiltoniano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222.3 A Quantização do Campo Escalar Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 333 A Quantização do Campo Eletromagnético 383.1 O Campo <strong>de</strong> Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 383.2 A Quantização do Campo Eletromagnético via Calibre <strong>de</strong> Coulomb . . . . . . . 403.3 A Quantização do Campo Eletromagnético via Calibre <strong>de</strong> Lorentz . . . . . . . . 453.4 O Calibre <strong>de</strong> Lorentz e o Método <strong>de</strong> Gupta-Bleuler . . . . . . . . . . . . . . . . 484 A Quantização do Campo Vetorial Massivo 554.1 As Equações <strong>de</strong> Proca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 554.2 A Quantização do Campo <strong>de</strong> Proca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57viii


5 O Propagador <strong>de</strong> Feynman 655.1 O Propagador do Campo Escalar Massivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 655.2 O Propagador do Fóton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 695.3 O Propagador do Campo <strong>de</strong> Proca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70Conclusão 78A O Eletromagnetismo <strong>de</strong> Maxwell 80B Os Vetores <strong>de</strong> Polarização 89C Proprieda<strong>de</strong>s Matemáticas da Função <strong>de</strong> Pauli-Jordan 92Referências 95ix


IntroduçãoUm dos maiores saltos da ciência em direção a uma melhor compreensão dos fenômenosnaturais foi a construção e a compreensão, no final do século XIX e início do século XX, <strong>de</strong>duas revolucionárias e polêmicas teorias: A Relativida<strong>de</strong> Restrita e a Mecânica Quântica. Taisteorias <strong>de</strong>screvem, respectivamente, sistemas que envolvem gran<strong>de</strong>s velocida<strong>de</strong>s, próximas avelocida<strong>de</strong> luz, e sistemas que envolvem estrutras muito pequenas, da or<strong>de</strong>m da constante <strong>de</strong>Planck. Porém, os “mundos” <strong>de</strong>scritos por essas teorias foram consi<strong>de</strong>rados se<strong>para</strong>damente,nos primórdios <strong>de</strong> suas construções. Então, como fica a <strong>de</strong>scrição física da natureza que envolvequantida<strong>de</strong>s muito pequenas que se <strong>de</strong>slocam em altas velocida<strong>de</strong>s?Numa tentativa <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a esta pergunta, surgiu, <strong>de</strong>ntre outras, a Equação <strong>de</strong> Klein-Gordon. Tal equação não foi totalmente satisfatória <strong>para</strong> a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> partículas relativísticaspor apresentar inconsistências conceituais à luz da Teoria Quântica. Devido a isso esta equaçãofoi, <strong>de</strong> certa forma, abandonada <strong>para</strong> a <strong>de</strong>scrição do mundo Quântico-Relativístico até o momentoem que a solução <strong>de</strong>sta equação foi interpretada como um campo associado à partícula, enão como uma função <strong>de</strong> onda à esta. Surgiu assim, juntamente com o trabalho <strong>de</strong> Dirac na tentativa<strong>de</strong> promover uma <strong>de</strong>scrição relativística <strong>para</strong> o eletron, a chamada Teoria Quântica <strong>de</strong>Campos, conhecida também como Processo <strong>de</strong> Segunda Quantização que, diferentementedo procedimento <strong>de</strong> primeira <strong>quantização</strong>, ou <strong>quantização</strong> clássica, na qual as quantida<strong>de</strong>s quantizadaseram as variáveis dinâmicas. Aqui levou-se em consi<strong>de</strong>ração a <strong>quantização</strong> dos próprios<strong>campos</strong> responsáveis pela interação, sendo estes as variáveis dinâmicas a serem quantizadas.Assim a equação <strong>de</strong> Klein-Gordon passa a <strong>de</strong>screver <strong>campos</strong> cujas partículas associadas a estessão ditas Bosônicas, com spin 0. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta teoria fez com que esta se tornassecapaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver outros tipos <strong>de</strong> <strong>campos</strong>, como, por exemplo, o Campo Vetorial, <strong>de</strong> spin1, levando em consi<strong>de</strong>ração, ou não, o elemento <strong>de</strong> massa associada cada um <strong>de</strong>stes <strong>campos</strong>,ou partículas se preferir. Uma <strong>de</strong>scrição mais <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> alguns dos <strong>campos</strong> mensionadosanteriormente será alvo <strong>de</strong>sta monografia.Começaremos, logo no capítulo 1, apresentando o formalismo Lagrangeano <strong>para</strong> <strong>campos</strong>1


clássicos, mostrando que este po<strong>de</strong> ser entendido como um sistema <strong>de</strong> infinitas partículas muitopróximas. Após feito isso buscaremos a solução geral que <strong>de</strong>screve a corda vibrante e a quantizaremoslogo após <strong>de</strong> apresentarmos ao leitor o princípio da correspondência.No capítilo 2, apresentaremos a <strong>quantização</strong> do campo escalar real, cuja dinâmica é regidapela equação <strong>de</strong> Klein-Gordon. Este campo será quantizado sujeito a condições <strong>de</strong> contornoperiódicas, o que é muito similar à <strong>quantização</strong> da corda, e posteriormente será quantizadoquando livre no espaço.No capítulo 3, que terá como alvo a <strong>quantização</strong> do campo eletromagnético, começaremosapresentando o campo <strong>de</strong> Maxwell, posteriormente quantizaremos este levendo em consi<strong>de</strong>raçãoduas importantes escolhas <strong>de</strong> calibres: o calibre <strong>de</strong> Coulomb e o calibre <strong>de</strong> Lorentz. Sendo queeste último <strong>de</strong>ve, indiscutivelmente, levar em consi<strong>de</strong>ração a covariância do espaço-tempo, oque nos remete a consi<strong>de</strong>rar uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana modificada, escrita em termos <strong>de</strong>um parâmetro ξ, como veremos.No capítulo 4 apresentaremos <strong>de</strong>talhadamente a <strong>quantização</strong> do campo vetorial massivo,também conhecido como Campo <strong>de</strong> Proca. Começaremos apresentando quem são as equaçõesque regem a dinâmica <strong>de</strong>ste campo <strong>para</strong>, à posteriori, quantizarmos a solução <strong>de</strong>stas. Mostraremosainda neste capítulo que <strong>para</strong> garantirmos que o processo <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> do campo<strong>de</strong> Proca seja um processo covariante é necessário escrevê-lo em termos da chamada função <strong>de</strong>Pauli-Jordan. A partir disso, seremos capazes quantizar todos os <strong>campos</strong> já apresentados noscapítulos 2 e 3, levando em consi<strong>de</strong>ração não apenas um <strong>de</strong>slocamento espacial, mas tambémum <strong>de</strong>slocamento temporal, obtendo, assim, a <strong>quantização</strong> <strong>para</strong> operadores <strong>de</strong> campo e seusmomentos canonicamente conjugados, localizados em pontos arbitrários no espaço-tempo.Finalmente, no capítulo 5, apresentaremos e calcularemos os propagadores <strong>de</strong> Feynman<strong>para</strong> cada um dos <strong>campos</strong> já quantizados no corpo <strong>de</strong>ste trabalho, o que nos fornecerá oselementos fundamentais <strong>para</strong> a interpretação quântica da teoria: a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>struirmos num <strong>de</strong>terminado ponto do espaço-tempo, uma partícula criada num outroponto <strong>de</strong>ste mesmo espaço-tempo.A título <strong>de</strong> completeza também dispomos ao leitor um conjuntos <strong>de</strong> três apêndices que julgamosindispensáveis <strong>para</strong> o perfeito entendimento do trabalho aqui apresentado. Nominalmenteestes apêndices são: O Eletromagnetismo <strong>de</strong> Maxwell, no qual discutiremos <strong>aspectos</strong> fundamentais<strong>de</strong>ssa teoria e sua representação covariante; Os Vetores <strong>de</strong> Polarização, no qual,como diz o nome, discutiremos alguns <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>stes objetos e sua importância nos procedimentosmatemáticos necessários <strong>para</strong> a <strong>quantização</strong> <strong>de</strong> <strong>campos</strong>; e, por fim, Proprieda<strong>de</strong>s2


Matemáticas da Função <strong>de</strong> Pauli-Jordan, no qual esta importante função será discutida,ressaltando, novamente como o nome já indica, suas proprieda<strong>de</strong>s matemáticas e sua relevâncianos processos <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> <strong>de</strong> <strong>campos</strong>.3


Capítulo 1A Quantização da CordaNeste capítulo mostraremos, basicamente, que a noção <strong>de</strong> <strong>campos</strong> clássicos po<strong>de</strong> emergirnaturalmente <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> muitas partículas. Faremos ainda a <strong>quantização</strong> da corda nãorelativística,ou seja, na corda a qual viajam ondas com velocida<strong>de</strong> v muito mais baixa que avelocida<strong>de</strong> da luz. Mostraremos que a <strong>quantização</strong> da corda, em vários <strong>aspectos</strong>, é análoga à<strong>quantização</strong> <strong>de</strong> <strong>campos</strong> clássicos.Para tanto, antes <strong>de</strong> implementarmos tal <strong>quantização</strong>, nos é conveniente <strong>de</strong>senvolver ochamado formalismo Lagrangeano <strong>para</strong> <strong>campos</strong> clássicos, tomando, basicamente, o limite <strong>de</strong>passagem <strong>de</strong> sistemas discretos <strong>para</strong> sistemas contínuos.1.1 O Formalismo Lagrangeano <strong>para</strong> Campos ClássicosPara nossa finalida<strong>de</strong> nos é conveniente consi<strong>de</strong>rar um sistema mecânico composto por Nosciladores acoplados. Sendo m a massa <strong>de</strong> cada uma das partículas oscilantes, ligadas umasas outras por uma mola <strong>de</strong> constante elástica k, e que na posição <strong>de</strong> equilíbrio mantém umadistância a entre uma partícula e outra imediatamente sucessora ou antecessora à esta. Talsistema possui um comprimento fixo l (Figura 1.1).Figura 1.1: Osciladores acoplados.Po<strong>de</strong>mos encontrar a Lagrangeana[20], também <strong>de</strong>ste sistema, efetuando a diferençaL = T − V, (1.1)4


sendo T a energia cinética dada pore V a energia potencial dada porT = 1 2N∑i=12m i q˙i(1.2)V = 1 2N∑k(q i+1 − q i ) 2 . (1.3)i=1Logo, po<strong>de</strong>mos reescrever a <strong>de</strong>finição (1.1), <strong>de</strong> acordo com as <strong>de</strong>finições <strong>para</strong> as energiascinéticas e potenciais dadas, respectivamente por (1.2) e (1.3), comoL = 1 2N∑[m i q˙2 i − k(q i+1 − q i ) 2 ]. (1.4)i=1Para encontrarmos as equações <strong>de</strong> movimento que regem este sistema basta que façamos asubstituição da equação (1.4) na Equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange, dada por∂L∂q i− d dtCalculando cada termo da última equação, temos <strong>para</strong> o primeiro∂L∂q i= − 1 2N∑i=1( ) ∂L= 0. (1.5)∂q˙ik ∂∂q n(q i+1 − q i ) 2 ,que aplicando a <strong>de</strong>rivada, segundo a regra da ca<strong>de</strong>ia, fica∂L∂q i= −N∑i=1k(q i+1 − q i ) ∂∂q n(q i+1 − q i ).Note que ∂q i+1∂q n= δ n,i+1 e ainda ∂q i∂q n= δ n,i , assim∂L∂q i= −N∑k(q i+1 − q i )(δ n,i+1 − δ n,i ) (1.6)e ainda, <strong>para</strong> o segundo termo da equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange, temosi=1∂L=∂q˙iN∑i=1m i q˙i δ n,i ,que, portanto, conforme o segundo termo da equação (1.5), vamos tomar sua <strong>de</strong>rivada total notempo. Assim fazendo temos( )d ∂L=dt ∂q˙iN∑m i ¨q i δ n,i . (1.7)i=15


formaLogo, reunindo os resultados (1.6) e (1.7), temos que a equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange ficará naN∑[k(q i+1 − q i )(δ n,i+1 − δ n,i ) − m i ¨q i δ n,i ] = 0.i=1Calculando o produto explicitado na equação acima e, após feito isso, utilizando a proprieda<strong>de</strong><strong>de</strong> filtragem da Delta, temos quem ¨q n + k(q n − q n+1 − q n−1 + q n ) = 0, (1.8)que é a equação <strong>de</strong> movimento <strong>para</strong> a N-ésima partícula do sistema.Para passarmos <strong>de</strong> um sistema discreto <strong>para</strong> um sistema contínuo, é necessário que façamossimultaneamente, o espaçamento entre as massas ten<strong>de</strong>r a zero, ou seja, a −→ 0, e o número <strong>de</strong>partículas do sistema ten<strong>de</strong>r a infinito, ou seja, N −→ ∞, mantendo o comprimento l constante.E ainda, na somatória, fazerN∑−→ 1 ai=1sendo que, na última passagem, foi também necessária a introdução <strong>de</strong> um fator 1 <strong>para</strong> que osadois lados da igualda<strong>de</strong> sejam dimensionalmente consistentes. É, também, conveniente fazermosa seguinte <strong>para</strong>metrização na coor<strong>de</strong>nada q n∫ l0dx,q n −→ √ aq(x), (1.9)sendo que x = na 1 e que √ a foi introduzida <strong>de</strong> maneira que garanta que nosso resultado nãoapresente divergências. Com isso po<strong>de</strong>mos notar queq n+1 −→ √ aq(x + a). (1.10)Substituindo (1.9) e (1.10) na equação (1.8), teremos a equação <strong>de</strong> movimento não mais<strong>para</strong>metrizada em “n”, mas sim em “x”, na formam¨q(x) = k[q(x + a) − q(x) + q(x − a) − q(x)].Multiplicando e dividindo o segundo lado da igualda<strong>de</strong> por “a” e tomando o limite <strong>de</strong>a −→ 0, temos[ ]q(x + a) − q(x)m¨q(x) = ka lima−→0 a[ ]q(x − a) − q(x)+ ka lim. (1.11)a−→0 a1 Com esta nova <strong>de</strong>finição <strong>para</strong> a variável “x” po<strong>de</strong>mos <strong>para</strong>metrizar qualquer q n+m ; m = 0, 1, 2, 3..., logo:q n+m −→ √ aq[(n + m)a] = √ aq(x + ma)6


Em ambos os termos da última equação po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar a própria <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivada,daí po<strong>de</strong>mos reescrevê-la comom¨q(x) = ka[ ∂q(x)∂x | x+a − ∂q(x) ]∂x | x−a . (1.12)Repetindo o mesmo procedimento <strong>para</strong> a equação anterior, ou seja, multiplicando e dividindopor “a” o segundo lado da igualda<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntificamos mais uma vez a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivada<strong>de</strong> forma que chegamos à relaçãom¨q(x) = ka 2 ∂2 q(x)∂x 2 , (1.13)envolvendo uma segunda <strong>de</strong>rivada não apenas em “t” mas também em “x”.I<strong>de</strong>ntificando que a velocida<strong>de</strong> da onda que se propaga nessa corda é dada porv 2 = ka2m(1.14)e ressaltando que <strong>de</strong> fato q = q(x, t), teremos1v 2 ∂ 2 q(x, t)∂t 2 − ∂2 q(x, t)∂x 2 = 0, (1.15)da qual concluimos que o limite do contínuo <strong>para</strong> a equação (1.8) é a própria equação da onda.Com o propósito <strong>de</strong> reescrevermos a equação da onda <strong>de</strong> maneira compacta, <strong>de</strong>finimos nessemomento o D’Lambertiano, dado por□ = 1 v 2 ∂ 2<strong>de</strong> maneira que a equação da onda po<strong>de</strong> ser reescrita como∂t 2 − ∂2∂x 2 , (1.16)□q(x, t) = 0. (1.17)Para a Lagrangeana dada pela equação (1.4), fazendo uso das relações (1.9) e (1.10), ein<strong>de</strong>ntificando <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivadas no último termo, teremos queL = 1 ∫ [l( ) 2 ( ) ] 2 ∂q ∂qm − ka 2 dx,2 ∂t ∂x<strong>de</strong> on<strong>de</strong> temos finalmente, usando (1.14),L = 1 ∫ [l( ) 21 ∂q−2 v 2 ∂t00( ) ] 2 ∂qdx, (1.18)∂x7


que é a Lagrangeana (1.4) escrita no limite do contínuo, ou seja, a Lagrangeana <strong>para</strong> a cordaclássica.Po<strong>de</strong>mos notar na equação (1.18) que seu integrando po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificado como uma Densida<strong>de</strong><strong>de</strong> Lagrangeana, que por sua vez nos fornece a Lagrangeana quando a integramos emtodo espaço consi<strong>de</strong>rado, ou seja,L =∫ l0Ldx. (1.19)Logo, com<strong>para</strong>ndo as equações (1.18) e (1.19) e, fazendo, por conveniência, a substituiçãoq(x, t) −→ ϕ(x, t) obtemosL = 12v 2 ( ∂ϕ∂t) 2− 1 2que é a Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana <strong>para</strong> a corda vibrante.( ) 2 ∂ϕ, (1.20)∂xDe forma que suas energias cinéticas e potenciais são, respectivamente, re<strong>de</strong>finidas comoeT = 12v 2 ∫ l0( ) 2 ∂ϕdx (1.21)∂tV = 1 2∫ l0( ) 2 ∂ϕdx. (1.22)∂xPara que a equação da onda dada por (1.15), na qual surge uma espécie <strong>de</strong> covariancia entreas coor<strong>de</strong>nadas espacial e teporal, seja obtida diretamente da equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange, estaúltima <strong>de</strong>ve ser modificada <strong>de</strong> tal maneira que leve em consi<strong>de</strong>ração a covariamcia observada.Devido a isso a equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange, já em sua forma modificada (covariante), vem aser∂L∂ϕ − ∂ ∂Lµ∂∂ µ ϕ= 0, (1.23)que é a equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange <strong>para</strong> <strong>campos</strong> clássicos, on<strong>de</strong> os operadores ∂ µ nada maissão do que <strong>de</strong>rivadas covariantes, em relação ao tempo e ao espaço. Como µ varia <strong>de</strong> 0 a 3,adotaremos ∂ 0 como uma <strong>de</strong>rivada parcial no tempo, ou seja,∂ 0 = ∂ ∂t , (1.24)e ainda ∂ i , on<strong>de</strong> i = 1, 2, 3, como as <strong>de</strong>rivadas parciais no espaço, ou seja,∂ 1 = ∂∂x , ∂ 2 = ∂ ∂y , ∂ 3 = ∂ ∂z . (1.25)8


De forma compacta esse operador po<strong>de</strong> também ser reescrito como∂ µ = (∂ 0 , ∂ i ). (1.26)A equação (1.23) também po<strong>de</strong> ser obtida através do Princípio Hamilton <strong>para</strong> <strong>campos</strong>clássicos, tal feito po<strong>de</strong> ser encontrado na referência[10] <strong>de</strong>ste trabalho.Análogo ao tratamento da equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange <strong>para</strong> sistemas discretos, on<strong>de</strong> o momentogeneralizado é dado porp qi = ∂L∂ ˙q i, (1.27)po<strong>de</strong>mos ainda i<strong>de</strong>ntificar uma importante relação que nos será muito útil, tal relação é dadaporπ =∂L∂∂ 0 ϕ , (1.28)consi<strong>de</strong>rando a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana já encontrada anteriormente, reduzimos esta últimaequação aπ = 1 v 2 ∂ 0ϕ (1.29)que é o momento canonicamente conjugado ao campo ϕ, que <strong>de</strong>screve a corda vibrante.1.2 A Quantização da Corda Não-RelativísticaUma vez obtida a solução do problema <strong>para</strong> a corda vibrante por meio da passagem aocontínuo <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> osciladores acoplados é <strong>de</strong> suma importância apresentar um métodoconsistente <strong>de</strong> <strong>quantização</strong>.Aqui, ao fazermos a mudança q(x, t) <strong>para</strong> ϕ(x, t), introduzimos a idéia <strong>de</strong> que o comportamentoda corda, ou melhor ainda, o comportamento <strong>de</strong> cada ponto constituinte da corda,é dado pela função ϕ(x, t), que doravante chamaremos <strong>de</strong> campo, campo este, oscilante, queanteriormente foi representado pela corda vibrante.1.2.1 Modos Normais da CordaToda onda po<strong>de</strong> ser escrita como uma superposição <strong>de</strong> ondas planas[10], inclusive a ondaque se propaga numa corda <strong>de</strong>scrita, como vimos, por ϕ(x, t), logo po<strong>de</strong>mos dizer que∞∑ϕ(x, t) = c n e i(knx−wnt) , (1.30)n=−∞9


na qual cada valor <strong>de</strong> n está associado com cada modo normal <strong>de</strong> vibração da corda, sendo c na amplitu<strong>de</strong> da onda <strong>de</strong>vido a cada modo normal <strong>de</strong> oscilação. De acordo com as condições <strong>de</strong>contorno periódicas impostas sobre a corda, efetivadas por extremida<strong>de</strong>s fixas e comprimentoL, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finirk n = nπ L , (1.31)como sendo o número <strong>de</strong> onda que. Para tal caso, temos ainda quew n = k n v, (1.32)conhecida como relação <strong>de</strong> dispersão, essencial <strong>para</strong> que a equação (1.30) seja <strong>de</strong> fato soluçãoda equação da onda, entendida também como a freqüência <strong>de</strong> oscilação da corda (ou campo).A equação (1.30) represeta, basicamente, uma série <strong>de</strong> Fourrier na forma exponencial[3] epo<strong>de</strong> também ser escrita, reunindo todos os termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência temporal em ϕ n (t), como∞∑ϕ(x, t) = ϕ n (t)e iknx , (1.33)assumindo quen=−∞ϕ n (t) = c n e −iwnt . (1.34)Multiplicando toda a equação anterior por e ik n ′ x e integrando em x, temos que∫ Lϕ(x, t)e −ik n ′ x dx =∞∑∫ L0n=−∞ 0Porém, usando a representação da Delta[10] dada por∫ Lobtemos queϕ n (t) = 1 L0ϕ n (t)e i(kn−k n ′ )x dx.e i(kn±k n ′ ) dx = Lδ n,∓n ′, (1.35)∫ L0ϕ(x, t)e −iknx dx. (1.36)Uma vez que a equação (1.33) é construída como uma superposição <strong>de</strong> ondas planas, elaobe<strong>de</strong>ce à equação da onda dada por (1.17), ou seja,□ϕ(x, t) = 0, (1.37)10


ou ainda, explicitamente( )1 ∂ 2v 2 ∂t − ∂22 ∂x 2∞∑n=−∞ϕ n (t)e iknx = 0,na qual, aplicando as <strong>de</strong>rivadas teporais e espaciais temos∞∑n=−∞e usando (1.32), temos por fim[ ]1e iknx v ¨ϕ n(t) + k 2 2 n ϕ n (t) = 0,¨ϕ n (t) + w 2 nϕ n (t) = 0, (1.38)que é a equação típica do oscilador harmônico simples, cuja solução geral[20] é dada porϕ n (t) = a n e −iwnt + b n e iwnt , (1.39)sendo a n e b n constantes que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminadas a partir das condições iniciais do problemaem questão.Para que a solução dada pela equação (1.33) seja consistente com uma <strong>de</strong>scrição física,<strong>de</strong>vemos garantir que esta pertença ao conjunto dos reais fazendo<strong>de</strong> on<strong>de</strong> segue, segundo (1.33), que∞∑n=−∞ϕ(x, t) = ϕ ∗ (x, t), (1.40)ϕ n (t)e iknx =∞∑n=−∞ϕ ∗ n(t)e −iknx .Substituindo n −→ −n no lado esquerdo da igualda<strong>de</strong> da última equação e invertendo o somatórioviráque também fará sentido se∞∑n=−∞o que nos leva a concluir queϕ −n (t)e ik −nx =∞∑n=−∞ϕ ∗ n(t)e −iknx ,k −n = −k n , (1.41)ϕ −n (t) = ϕ ∗ n(t). (1.42)11


Então a solução geral po<strong>de</strong> ser re-escrita, com base em (1.39), comoa −n e −iw−nt + b −n e iw−nt = a ∗ ne iwnt + b ∗ ne −iwnt . (1.43)Com<strong>para</strong>ndo os termos nos dois lados da igualda<strong>de</strong>, concluímos quew −n = w n (1.44)e ainda{a−n = b ∗ nb −n = a ∗ n.(1.45)Então, substituindo (1.39) na equação (1.33), temos que esta se dará na forma∞∑ϕ(x, t) = (a n e −iwnt + b n e iwnt )e iknx ,n=−∞ou ainda∞∑ϕ(x, t) = [a n e (iknx−iwnt) + b n e (iknx+iwnt) ].n=−∞A condição <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a última equação nos leva, novamente, à troca n −→ −nno segundo termo da somatória. Fazendo isso e levando em conta as relações (1.41), (1.44) e(1.45), po<strong>de</strong>mos re-escrever tal equação como∞∑ϕ(x, t) = [a n e (iknx−iwnt) + a ∗ ne (−iknx+iwnt) ]. (1.46)n=−∞Note na equação (1.46), solução clássica <strong>para</strong> o oscilador harmônico simples, que os termossomados são <strong>de</strong> tal forma que um é o complexo conjugado do outro, fato este que nos garantequalquer função (ou número) pertejnça ao conjunto dos números reais[20].Como o intuito <strong>de</strong>ste capítulo é a <strong>quantização</strong> da equação (1.46), o primeiro passo neste caminhoé garantir que ela seja normalizável, <strong>de</strong> maneira a garantir a interpretação probabilística dafunção <strong>de</strong> onda. Para isso nos é conveniente <strong>de</strong>finir uma solução dita ortonormalizável escritacomou n (x, t) = D n e −iwnt+iknx , (1.47)sendo D n uma constante <strong>de</strong> normalização que <strong>de</strong>terminaremos a partir <strong>de</strong> então. Para essafunção, dada por (1.47), temos que a <strong>de</strong>rivada temporal será dada por∂ 0 u n (x, t) = ˙u n (x, t) = −iw n u n (x, t), (1.48)12


e ainda a <strong>de</strong>rivada espacial porque nos serão bastante úteis posteriormente.∂ x u n (x, t) = ik n u n (x, t), (1.49)Antes <strong>de</strong> proseguirmos com os cálculos <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação da constante D n propriamentedita nos é relevante calcular algumas integrais que nos serão <strong>de</strong> muita importância <strong>para</strong> essefeito. Vamos primeiramente obter as integrais <strong>de</strong> normalização <strong>para</strong> u n e u n ′, <strong>de</strong> maneira que∫ L0u n u n ′dx =∫ L0D n D n ′e −i(wn+w n ′)t+i(kn+k n ′)x dx∫ L= D n D n ′e −i(wn+w n ′)t e i(kn+k n ′ )x dx,que, <strong>de</strong> acordo com a representação da Delta dada por (1.35), a integral acima ficará∫ LCalculando também <strong>para</strong> u ∗ n e u ∗ n ′, temos∫ L000u n u n ′dx = LD n D n ′e −i(wn+w n ′ )t δ n,−n ′. (1.50)∫ Lu ∗ nu ∗ n ′dx = DnD ∗ n ∗ ′ei(wn+w n ′)t−i(kn+k n ′)x dx,e usando novamente a representação (1.35), encontramos que∫ LE ainda, analogamente ao que foi feito acima,∫ L000u ∗ nu ∗ n ′dx = LD∗ nD ∗ n ′ei(wn+w n ′ )t δ n,−n ′. (1.51)∫ Lu n u ∗ n ′dx = D n Dn ∗ ′e−i(wn−w n ′)t+i(kn−k n ′)x dx,0∫ L0u n u ∗ n ′dx = LD nDn ∗ ′δ n,n ′. (1.52)Retomando o nosso atual propósito, o <strong>de</strong> encontrarmos o valor da constante <strong>de</strong> normalizaçãoD n , po<strong>de</strong>mos reescrever a equação (1.39) agora em termos das funções u n (x, t), ou seja∞∑ϕ(x, t) = [a n u n (x, t) + a ∗ nu ∗ n(x, t)]. (1.53)n=−∞A constante D n terá sua forma final <strong>de</strong>finida por critérios físicos, mediante a Hamiltonianado oscilador. Para isso faremos uso das energias cinética e potencial já <strong>de</strong>finidas <strong>para</strong> oformalismo em que estamos trabalhando. Temos então da equação (1.21) queT = 1 ∫ L( ) ( )∂ϕ ∂ϕ′dx,2v 2 ∂t ∂t013


e nesta, <strong>de</strong> acordo com a relação (1.48), que nos fornece as <strong>de</strong>rivadas temporais da função u n ,temos queT = 12v 2 ∫ L0[ ∞∑n=−∞(−iw n a n u n + iw n a ∗ nu ∗ n)∞∑n ′ =−∞(−iw n ′a n ′ + iw n ′a ∗ n ′u∗ n ′) ]dxna qual, organizando os termos, temosT = 1 ∫ L ∞∑ ∞∑(−w2v 2 n w n ′a n a n ′u n u n ′ + w n w n ′a n a ∗ n ′u nu ∗ n ′+0n=−∞ n ′ =−∞+w n w n ′a ∗ na n ′u ∗ nu n ′ − w n w n ′a ∗ na ∗ n ′u∗ nu ∗ n ′)dx,que coerentemente com as relações (1.50), (1.51) e (1.52), toma a formaT = 12v 2∞∑∞∑n=−∞ n ′ =−∞[−w n w n ′a n a n ′D n D n ′Lδ n,−n ′e −i(wn+w n ′ ) + w n w n ′a n a ∗ n ′D nD ∗ n ′Lδ n,n ′++w n w n ′a ∗ na n ′D ∗ n ′D nLδ n,n ′ − w n w n ′a ∗ na ∗ n ′Lδ n,−n ′D∗ nD ∗ n ′ei(wn+w n ′) ]dx,e usando nesta a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filtragem da Delta, ou sejaa penúltima relação ficaT = 12v 2∞∑n=−∞∑ ∑f n,n ′δ n,n ′ = ∑ nnn ′f n (1.54)(−w 2 na n a −n D n D −n Le −2iwn + w 2 na n a ∗ nLD n D ∗ nl++w 2 na ∗ na n LD ∗ nD n − w 2 na ∗ na ∗ −nLD ∗ nD ∗ −ne 2iwn )dx,e, por fim, arrumando os termos, po<strong>de</strong>mos escrever que a energia cinética é dada porT = L2v 2∞∑n=−∞(−w 2 na n a −n D n D −n e −2iwn + 2w 2 na ∗ na n |D n | 2 − w 2 na ∗ na ∗ −nD ∗ nD ∗ −ne 2iwn )dx. (1.55)Pela da equação (1.22), po<strong>de</strong>mos escrever a energia potencial, cuja forma inicial seráV = 1 ∫ L( ) ( )∂ϕ ∂ϕ′dx,2 ∂x ∂x0que <strong>de</strong> acordo com a equação (1.49), que por sua vez nos fornece as <strong>de</strong>rivadas espaciais dafunção u n , temosV = 1 2∫ L0∞∑∞∑n=−∞ n ′ =−∞(ik n a n u n − ik n a ∗ nu ∗ n)(ik n ′a n ′u n ′ − ik n ′a ∗ n ′u∗ n ′).14


Analogamente ao caso anterior, chegaremos na energia potencial dada porV = L 2∞∑n=−∞(k 2 na n a −n D n D −n e −2iwnt + 2k 2 na ∗ na n |D n | 2 + k 2 na ∗ na ∗ −nD ∗ nD ∗ −ne 2iwnt ). (1.56)Somando as energias cinéticas e potênciais do problema em quastão, obtemos a Hamiltonianado sistema, ou sejaH = T + V,<strong>de</strong> maneira que, <strong>de</strong> acordo com os resultados em (1.55) e (1.56), a Hamiltoniana ficaH = L 2∞∑n=−∞{( )( ) }kn 2 − w2 n(av 2 n a −n D n D −n e −2iwnt + a ∗ na ∗ −nDnD ∗ −ne ∗ 2iwnt ) + a ∗ na n kn 2 + w2 n|Dv 2 n | 2 ,na qual, finalmente, segundo a relação <strong>de</strong> dispersão, dada por (1.32), temos que a energia totaldo sistema, se reduzirá aH =∞∑n=−∞2w 2 nLv 2 |D n | 2 a ∗ na n . (1.57)Note que a constante D n <strong>de</strong>ve se ajustar <strong>de</strong> tal maneira que garanta que o lado direito daúltima igualda<strong>de</strong> tenha dimensão <strong>de</strong> energia, então, <strong>para</strong> isso conclui-se que√vD n =2[γ], (1.58)2w n Lna qual γ é uma constante com dimensão <strong>de</strong> momento angular, assencial <strong>para</strong> que a igualda<strong>de</strong>seja dimensionalmente consistente. LogoH =∞∑n=−∞[γ]w n a ∗ na n . (1.59)Então, a equação (1.46), já com o valor acima obtido <strong>para</strong> D n , toma a forma finalϕ(x, t) =∞∑n=−∞v[γ]√ 2wm L (a ne iknx−iwnt + a ∗ ne −iknx+iwnt ), (1.60)que é a solução geral <strong>para</strong> ondas que se propagam por uma corda sujeita às condições <strong>de</strong>contorno periódicas especificadas no início <strong>de</strong>ste capítulo.15


1.2.2 Aspectos Gerais <strong>para</strong> a Quantização <strong>de</strong> Campos e a Quantizaçãoda CordaPara a <strong>quantização</strong> <strong>de</strong> <strong>campos</strong>, ou processo <strong>de</strong> segunda <strong>quantização</strong>, faremos uso do chamadoProcesso <strong>de</strong> Quantização Canônica, que consiste, basicamente, na substituição <strong>de</strong> variáveisclássicas dinâmicas por operadores lineares no espaço <strong>de</strong> Hilbert.Em sua forma clássica, as variáveis dinâmicas ϕ(x, t) e π(x, t), em termos do formalismoHamiltoniano, são escritas como[15]e˙ϕ(x, t) = δHδπ(1.61)˙π(x, t) = − δHδϕ , (1.62)sendo π, como já foi mensionado, é o momento canonicamente conjugado ao campo dado por(1.29).Essas gran<strong>de</strong>zas no processo <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> serão consi<strong>de</strong>radas como operadores lineares,logo, <strong>para</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já <strong>de</strong>signar isso, nos é conveniente <strong>de</strong>notá-las comoϕ(x, t) −→ ˆϕ(x, t)π(x, t) −→ ˆπ(x, t).(1.63)Uma outra importante questão <strong>para</strong> o processo <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> é verificar se as gran<strong>de</strong>zasenvolvidas são complementares ou não, ou seja, <strong>de</strong>vemos verificar se as mesmas po<strong>de</strong>m ou nãoserem medidas simultaneamente, <strong>para</strong> isso é importante verificar quais as relações <strong>de</strong> comutaçãoque as mesmas satisfazem. Essas relações <strong>de</strong> comutação quântica têm seus análogos clássicosnos Parêntese <strong>de</strong> Poisson[20].Do processo <strong>de</strong> primeira <strong>quantização</strong>[19], temos que[ˆp n , ˆx n ′] = −iδ n,n ′,[ˆp n , ˆp n ′] = 0, (1.64)[ˆx n , ˆx n ′] = 0,das quais po<strong>de</strong>mos generalizar <strong>para</strong> <strong>campos</strong> e escrever, em tempos iguais, as relações <strong>de</strong> comutação[ˆπ(x, t), ˆϕ(y, t)] = −iδ(x − y)16


[ˆπ(x, t), ˆπ(y, t)] = 0 (1.65)[ ˆϕ(x, t), ˆϕ(y, t)] = 0,Note ainda que a Delta <strong>de</strong> Kronecker δ n,n ′ foi substituída pela Delta <strong>de</strong> Dirac δ(x − y), já que<strong>de</strong>ixamos sistemas discretos <strong>de</strong> distribuição e passamos <strong>para</strong> sistemas contínuos, o que se <strong>de</strong>veesperar <strong>de</strong> uma distribuição <strong>de</strong> campo.Coerente com o que foi feito até então, <strong>de</strong>vemos também trocar as constantes a n e a ∗ n poroperadores, ou seja, implementar a mudançaa n −→ â na ∗ n −→ â † n.(1.66)comoEntão, diante <strong>de</strong> tais mudanças, a equação (1.60), já em sua forma <strong>de</strong> operador, fica escritaˆϕ(x, t) =∞∑n=−∞v[γ]√ 2wm L (â ne iknx−iwnt + â † ne −iknx+iwnt ), (1.67)e a Hamiltoniana, agora <strong>de</strong>nominada como operador Hamiltoniano cujo autovalor é a energiatotal do sistema, ficaĤ =∞∑n=−∞w n [γ]↠nâ n . (1.68)Lembremos agora que no formalismo quântico a gran<strong>de</strong>za com dimensão <strong>de</strong> momento angularexplicita no operador Hamiltoniano é o próprio , o qual faremos igual à unida<strong>de</strong> assimcomo a velocida<strong>de</strong> da luz, segundo o chamado Sistema <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s Naturais, ou seja,Uma vez feito isso, teremos finalmente queˆϕ(x, t) =∞∑n=−∞ = c = 1. (1.69)v√ 2wm L (â ne iknx−iwnt + ↠ne −iknx+iwnt ) (1.70)e ainda∞∑Ĥ = w n â † nâ n . (1.71)n=−∞Perceba que a idéia <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> <strong>canônica</strong> perpassa por um método, por um conjunto <strong>de</strong>procedimentos específicos e necessários, e que a idéia <strong>de</strong> campo nada mais é do que uma funçãoque <strong>de</strong>screve o comportamento <strong>de</strong> uma oscilação em cada ponto do espaço.17


Capítulo 2A Quantização <strong>de</strong> Campos EscalaresNosso intuito neste capítulo é quantizar o campo escalar real e massivo, campo este regidopela chamada Equação <strong>de</strong> Klein-Gordon que, por sua vez, surgiu como uma tentativa <strong>de</strong> extensãoda Equação <strong>de</strong> Schödinger <strong>para</strong> sistemas que levassem em conta não somente a naturezaquântica, mas também a natureza relativística <strong>de</strong> um sistema qualquer.Neste capítulo também já usaremos os recursos técnicos/conceituais do Formalismo Lagrangeano<strong>para</strong> <strong>campos</strong>, introduzido por nós, em parte, no capítulo anterior.2.1 A Equação <strong>de</strong> Klein-GordonA <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana que <strong>de</strong>screve a dinâmica <strong>de</strong> <strong>campos</strong> escalares, reais com massam, é dada por[8]L = 1 2 ∂µ ϕ∂ µ ϕ − 1 2 m2 ϕ 2 . (2.1)Tendo em mente a Equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange <strong>para</strong> <strong>campos</strong> <strong>campos</strong> clássicos, dada pelarelação (1.23), e calculando cada termo <strong>de</strong>sta, segundo a Lagrangeana dada acima, teremos<strong>para</strong> o primeiro termoe ainda,∂L∂ϕ = −m2 ϕ, (2.2)∂L∂∂ µ ϕ = 1 ∂2 ∂∂ µ ϕ (∂ν ϕ∂ ν ϕ) − 1 ∂2 ∂∂ µ ϕ m2 ϕ 2 ,note que o segundo termo da equação acima será nulo, uma vez que seu <strong>de</strong>rivando não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>explicitamente das <strong>de</strong>rivadas parciais do campo em questão. Assim sendo, calcularemos somente19


a <strong>de</strong>rivada explicitada no primeiro termo da última equação, <strong>para</strong> isso introduziremos o tensormétrico dado porque abaixa e levanta índices, logog µν = g µν = diag(1, −1, −1, −1), (2.3)∂L∂∂ µ ϕ = 1 ∂2 gαν∂∂ µ ϕ (∂ αϕ∂ ν ϕ),e aplicando a regra da ca<strong>de</strong>ia <strong>para</strong> as <strong>de</strong>rivadas∂L∂∂ µ ϕ = 1 ( ∂∂α ϕ2 gαν ∂∂ µ ϕ ∂ νϕ + ∂ α ϕ ∂∂ )νϕ,∂∂ µ ϕe comotemos ainda∂∂ α ϕ∂∂ µ ϕ = δ αν,∂L∂∂ µ ϕ = 1 2 gαν (∂ ν ϕδ αµ + ∂ α ϕδ νµ ),que, usando a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filtragem das <strong>de</strong>lta, ficaOrganizando os termos temos∂L∂∂ µ ϕ = 1 2 (gµν ∂ ν ϕ + g αµ ∂ α ϕ).∂L∂∂ µ ϕ = ∂µ ϕ,e, finalmente, aplicando as <strong>de</strong>rivadas ∂ µ nesta última igualda<strong>de</strong>, obtemos∂ µ∂L∂∂ µ ϕ = ∂ µ∂ µ ϕ. (2.4)Reunindo os resulados (2.2) e (2.4) po<strong>de</strong>mos escrever a equação <strong>de</strong> movimento <strong>para</strong> o campoescalar massivo dada porconhecida como a Equação <strong>de</strong> Klein-Gordon, on<strong>de</strong>(∂ 2 + m 2 )ϕ(x, t) = 0, (2.5)□ = ∂ µ ∂ µ = ∂ 2 , (2.6)20


que é o próprio operador D’Lambertiano <strong>de</strong>finido agora segundo a notação relativística.Enten<strong>de</strong>ndo a última equação como sendo uma equação <strong>de</strong> onda, po<strong>de</strong>mos inferir <strong>para</strong> estauma solução do tipo onda plana dada porϕ(x, t) =∞∑n=−∞c n e i(knx−wnt) . (2.7)Iremos impor condições <strong>de</strong> contorno <strong>para</strong> o campo em questão semelhantemente ao foi feito<strong>para</strong> o caso da corda. Porém, <strong>para</strong> este caso, consi<strong>de</strong>raremos o campo contido num certo volumeL 3 , sendo nulo o valor do campo na superfície <strong>de</strong>ste cubo.Por mais que agora estejamosinteressados no caso tridimensional, proseguiremos com os cálculos numa única direção, <strong>de</strong>maneira que, após isto, possamos fazer a generalização <strong>para</strong> o caso <strong>de</strong> três dimensões espaciaissem maiores complicações.Substituindo a solução proposta em (2.7) na equação <strong>de</strong> Klein-Gordon, temos( )∂2∂t − ∂22 ∂x + 2 m2∞∑n=−∞c n e i(knx−wnt) = 0ou ainda, já tendo efetuado as <strong>de</strong>rivadas indicadas nesta última equaçãoDe on<strong>de</strong> concluimos que∞∑n=−∞c n e i(knx−wnt) (−w 2 n + k 2 n + m 2 ) = 0.w 2 n = k 2 n + m 2 , (2.8)relação esta <strong>de</strong> extrema importância, essencial <strong>para</strong> que a solução (2.7) seja <strong>de</strong> fato solução daequação <strong>de</strong> Klein-Gordon.2.2 A Quantização do Campo Escalar sujeito à Condições<strong>de</strong> Contorno PeriódicasDe maneira similar ao método seguido no capítulo anterior <strong>para</strong> a <strong>quantização</strong> da corda,cujo campo é dado pela equação (1.60), po<strong>de</strong>-se mostrar que a equação que rege o campo emquestão é dado porˆϕ(⃗x, t) =∞∑n=−∞1√ 2wm L 3 (â ne i⃗ k n·⃗x−iw nt + â † ne −i⃗ k n·⃗x+iw nt ), (2.9)21


ou ainda, em termos da equação (1.47), por∞∑ˆϕ(⃗x, t) = [â n u n (⃗x, t) + â † nu ∗ n(⃗x, t)], (2.10)n=−∞sendo que as relações <strong>de</strong> comutação que esta solução, já generalizada <strong>para</strong> três dimensõesespaciais, <strong>de</strong>ve satisfazer, assim como seu momento canonicamente cojugado, são dadas tambémpor (1.65).Com<strong>para</strong>ndo (2.10) com a equação (1.60), percebemos que a velocida<strong>de</strong> envolvida é a própriavelocida<strong>de</strong> da luz, usada aqui no sistema <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s naturais. Sendo ainda que⃗ kn = (k 1 , k 2 , k 3 ),⃗x = (x 1 , x 2 , x 3 ),(2.11)uma vez que estamos consi<strong>de</strong>rando o espaço tridimensional.2.2.1 O Operador HamiltonianoMesmo <strong>de</strong> posse da técnica já <strong>de</strong>senvolvida no capítulo anterior, aqui encontraremos a formaexplícita do Hamiltoniano em questão <strong>de</strong>senvolvendo uma outra técnica e explicitando sutilezas<strong>de</strong> cálculo ainda não mostradas.Comecemos pelo chamado Produto Escalar <strong>de</strong> Klein-Gordon[5], <strong>de</strong>finido 1 <strong>para</strong> doisescalares ϕ 1 e ϕ 2 , comosendo∫ L 3↔(ϕ 1 , ϕ 2 ) = −i ϕ 1 ∂ 0 ϕ ∗ 2dx 3 , (2.12)0A ↔ ∂ 0 B = A ∂B∂t − ∂A∂t B.Com a <strong>de</strong>finição acima, calcularemos algumas importantes relações <strong>para</strong> as funções u n , jágeneralizada <strong>para</strong> o caso tridimensional, no qual L → L 3 e dx → dx 3 . Começando por (u n , u ∗ n ′),temosque, conforme (1.48), fica∫ L 3(u n , u ∗ n ′) = −i (u n ∂ 0 u n ′ − ∂ 0 u n u n ′)dx 3 ,0∫ L 3(u n , u ∗ n ′) = −i (−iw n ′u n u n ′ + iw n u n u n ′)dx 3 ,01 Esta <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>corre naturalmente da condição <strong>de</strong> normalização imposta sobre os <strong>campos</strong>, <strong>para</strong> o caso emque existe um fluxo <strong>de</strong> corrente <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> através da superfície que <strong>de</strong>fine um volume L 3 qualquer.22


ou aindaque, usando a equação (1.50), ficaque segundo (1.44) fica∫ L 3(u n , u ∗ n ′) = (w n u n u n ′ − w n ′u n u n ′)dx 3 ,0= (w n − w n ′)∫ L 30u n u n ′dx 3 ,(u n , u ∗ n ′) = (w n − w n ′)D n D n ′e −i(wn+w n ′ )t L 3 δ n,−n ′,(u n , u ∗ n ′) = 0. (2.13)Calculando ainda (u n , u n ′), analogamente ao caso anterior, temos(u n , u n ′) = −i= −i∫ L 30∫ L 30= (w n + w n ′)(u n ∂ 0 u ∗ n ′ − ∂ 0u n u ∗ n ′)dx3 ,(iw n ′u n u ∗ n ′ + iw nu n u ∗ n ′)dx3 ,∫ L 3que <strong>de</strong> acordo com a equação (1.52), fica na formaque <strong>de</strong>vido a (1.54), fica0u n u ∗ n ′dx3 ,(u n , u n ′) = (w n + w n ′)D n D ∗ n ′L3 δ n,n ′,(u n , u n ′) = 2w n L 3 |D n | 2 ,como as funções u n são ortonormais entre si, temos <strong>para</strong> isto queD n =1√ 2wn L 3 , (2.14)que é justamente a constante <strong>de</strong> normalização, encontada <strong>de</strong> maneira imediata partindo da<strong>de</strong>finição do produto escalar <strong>de</strong> Klein-Gordon. Logo(u n , u n ′) = δ n,n ′. (2.15)Para explicitar a forma dos operadores â n e â † n, em termos do campo ϕ(⃗x, t), vamos aplicarna equação (2.10), pela esquerda, por∫ L 3−i u n ′0↔∂ 0 dx 3 ,23


assim fazendo temos∫ L 3−i u n ′0↔∂ 0 ˆϕdx 3 =∞∑n=−∞(−iâ n∫ L 30u n ′∫↔L 3∂ 0 u n dx 3 − iâ † n u n ′0)↔∂ 0 u ∗ ndx 3 .Note nesta última, que po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar o produto <strong>de</strong> Klein-Gordon, dado por (2.12),<strong>de</strong>finido agora <strong>para</strong> as funções u n e u ∗ n, assim∫ L 3−i u n ′0↔∂ 0 ˆϕdx 3 =∞∑n=−∞Então, segundo as relações (2.13) e (2.15), temosou ainda∫ L 3−i u n ′0↔∂ 0 ˆϕdx 3 = −Efetuando agora a multiplicação do operador[â n (u n ′, u n ) − â † n(u n ′, u ∗ n)].∞∑n=−∞â † nδ n,n ′,∫ L 3â † ↔n = −i u n ∂0 ˆϕdx 3 . (2.16)0pela direita <strong>de</strong> (2.10), temos∫ L 3−i0ˆϕ ↔ ∂ 0 u ∗ n ′dx3 ==∞∑n=−∞∞∑n=−∞∫ L 3−i0(−iâ n∫ L 30↔∂ 0 u ∗ n ′u n ′[â n (u n ′, u n ) − â † n(u n ′, u ∗ n)],∫ )↔L 3∂ 0 u ∗ ndx 3 − iâ † n u ∗ ↔n ′ ∂0 u ∗ ndx 3 ,0que, analogamente ao caso anterior, se escreverá na forma∫ L 3â n = −i0ˆϕ ↔ ∂ 0 u ∗ ndx 3 . (2.17)Com isso, po<strong>de</strong>mos encontrar algumas relações <strong>de</strong> comutação importantes que â nobe<strong>de</strong>cem. Vamos começar introduzindo as seguintes notações:{ ˆϕ(⃗y, t) = ˆϕ′e â † nˆπ(⃗y, t) = ˆπ ′ ,Então, <strong>para</strong> a relação [â n , â n ′], temos[â n , â n ′] = â n â n ′ − â n ′â n ,24


que segundo (2.16) e (2.17), fica∫ L 3[â n , â n ′] = −=0∫ L 3 ∫ L 300ˆϕ ↔ ∂ 0 u ∗ ndx 3 ∫ L 30ˆϕ ′ ↔∂0 u ∗ n ′dy3 −Usando o produto escalar <strong>de</strong> Klein-Gordon, temos[â n , â n ′] =∫ L 3 ∫ L 300∫ L 30ˆϕ ′ ↔∂0 u ∗ n ′dy3 ∫ L 3[( ˆϕ ′ ↔∂0 u ∗ n ′)( ˆϕ ↔ ∂ 0 u ∗ n) − ( ˆϕ ↔ ∂ 0 u ∗ n)( ˆϕ ′ ↔∂0 u ∗ n ′)]dx3 dy 3 .0ˆϕ ↔ ∂ 0 u ∗ ndx 3[( ˆϕ ′ ∂ 0 u ∗ n ′ − ∂ 0 ˆϕ ′ u ∗ n ′)( ˆϕ∂ 0u ∗ n − ∂ 0 ˆϕu ∗ n) − ( ˆϕ∂ 0 u ∗ n − ∂ 0 ˆϕu ∗ n)( ˆϕ ′ ∂ 0 u ∗ n ′ − ∂ 0 ˆϕ ′ u ∗ n ′)]dx3 dy 3 ,que segundo as <strong>de</strong>rivadas temporais das funções u n , dada por (1.48), fica[â n , â n ′] =∫ L 3 ∫ L 300[(iw n ′ ˆϕ ′ u ∗ n ′ − ˆπ′ u ∗ n ′)(iw n ˆϕu ∗ n − ˆπu ∗ n) − (iw n ˆϕu ∗ n − ˆπu ∗ n)(iw n ′ ˆϕ ′ u ∗ n ′ − ˆπ′ u ∗ n ′)]dx3 dy 3 .Multiplicando os fatores da equação acima e, após isso, i<strong>de</strong>ntificando nesta as relações <strong>de</strong>comutação, temos[â n , â n ′] =∫ L 3 ∫ L 300(w n w n ′[ ˆϕ, ˆϕ ′ ]u ∗ n ′u∗ n + iw n ′[ˆπ, ˆϕ ′ ]u ∗ nu ∗ n ′ + [ ˆϕ′ , ˆϕ]u ∗ n ′u∗ n + iw n [ ˆϕ, ˆπ ′ ]u ∗ nu ∗ n ′)dx3 dy 3 ,na qual, consi<strong>de</strong>rando as relações dadas por (1.59), resulte∫ L 3[â n , â n ′] = i0∫ L 30= (w n ′ − w n )[−iw n ′δ(⃗x − ⃗y) + iw n δ(⃗x − ⃗y)]u ∗ nu ∗ n ′dx3 dy 3∫ L 3 ∫ L 300δ(⃗x − ⃗y)u ∗ n(⃗x, t)u ∗ n ′(⃗x′ , t)dx 3 dy 3 .Usando a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filtragem da Delta <strong>de</strong> Dirac[3][4], dada portemos quef(a) =∫ xx 0f(x)δ(x − a)dx, (2.18)∫ L 3[â n , â n ′] = (w n ′ − w n ) u ∗ nu ∗ n ′dx3 ,0teremos portanto, <strong>de</strong> acordo com a relação (1.44), que[â n , â n ′] = (w n ′ − w n )L 3 D n D n ′e −i(wn+w n ′ )t δ n,−n ′,levando novamente em conta (2.18), temos que[â n , â n ′] = 0. (2.19)25


Para a relação [â † n, â † n ′ ], vem que[â † n, â † n ′ ] = â † nâ † n ′ − â † n ′ â † n.Sabendo que[19]: ( ˆB) † = ˆB †  † e ( + ˆB) † = † + ˆB † , po<strong>de</strong>mos escrever[â † n, â † n ′ ] = (â n ′â n ) † − (â n â n ′) †= (â n ′â n − â n â n ′) †= ([â n ′, â n ]) † .Logo, <strong>de</strong> acordo com a última relação <strong>de</strong> comutação (2.19) obtemos[â † n, â † n ′ ] = 0. (2.20)Nos falta ainda obter a regra <strong>de</strong> comutação <strong>para</strong> [â n , â † n ′ ], <strong>para</strong> isso façamosque, <strong>de</strong> acordo com (2.16) e (2.17), ficae ainda∫ L 3[â n , â † n] = −′ 0[â n , â † n ′ ] =∫ L 3 ∫ L 300ˆϕ ↔ ∂ 0 u ∗ ndx 3 ∫ L 3[â n , â † n ′ ] = â n â † n ′ − â † n ′ â n ,0u n ′∫↔L 3∂ 0 ˆϕ ′ dy 3 + u n ′0∫↔L 3∂ 0 ˆϕ ′ dy 30ˆϕ ↔ ∂ 0 u ∗ ndx 3 ,[(u n ′∂ 0 ˆϕ ′ − ∂ 0 u n ′ ˆϕ ′ )( ˆϕ∂ 0 u ∗ n − ∂ 0 ˆϕu ∗ n) − ( ˆϕ∂ 0 u ∗ n − ∂ 0 ˆϕu ∗ n)(u n ′∂ 0 ˆϕ ′ − ∂ 0 u n ′ ˆϕ ′ )]dx 3 dy 3 ,na qual, calculando os produtos da relação acima, i<strong>de</strong>ntificamos algumas relações <strong>de</strong> comutaçãoimportantes entre os operadores <strong>de</strong> campo e os momentos cononicamente conjugados à eles, <strong>de</strong>modo que po<strong>de</strong>mos escrever esta como[â n , â † n ′ ] =∫ L 3 ∫ L 300(iw n [ˆπ ′ , ˆϕ]u n ′u ∗ n + [ˆπ, ˆπ ′ ]u n ′u ∗ n + w n ′w n [ ˆϕ, ˆϕ ′ ]u n ′u ∗ n + iw n ′[ˆπ, ˆϕ ′ ]u n ′u ∗ n)dx 3 dy 3 ,que, segundo as relações <strong>de</strong> comutação dadas por (1.65), ficae que <strong>de</strong> acordo com (2.18), temos∫ L 3 ∫ L 3[â n , â † n] = (w ′ n + w n ′) δ(⃗x − ⃗y)u n ′u ∗ ndx 3 dy 3 ,0 0∫ L 3[â n , â † n] = (w ′ n ′ + w n ) u ∗ nu n ′dx 3 ,026


e com a relação (1.45), já substituindo o valor da constante <strong>de</strong> normalização D n , chegaremosem[â n , â † n ′ ] = (w n ′ + w n)2w n L 3 L 3 δ n,n ′,da qual, analisando seus valores <strong>para</strong> n = n ′ e n ≠ n ′ , po<strong>de</strong>mos escrever[â n , â † n ′ ] = δ n,n ′. (2.21)Então, as relações <strong>de</strong> comutação obe<strong>de</strong>cidas por â n e â † n po<strong>de</strong>m ser reunidas em um conjunto,segundo cada par <strong>de</strong> operadores, dadas por[â n , â n ′] = 0,[â † n, â † n ′ ] = 0, (2.22)[â n , â † n ′ ] = δ n,n ′,que, por sua vez, dá suporte <strong>para</strong> a relação dada em (1.65) entre os observáveis ˆϕ e ˆπ, que sãoas quantida<strong>de</strong>s físicamente relevantes <strong>para</strong> o nosso problema.Vamos agora analisar o chamado Tensor Energia-Momento θ µν [18], que <strong>para</strong> o campoem questão é dado porθ µν =∂L∂∂ µ ϕ ∂ν ϕ − g µν Lque <strong>de</strong> acordo com a igualda<strong>de</strong>(2.4), fica∂L∂∂ µϕ= ∂µ ϕ, já encontrada anteriormente segundo a relaçãoθ µν = ∂ µ ϕ∂ ν ϕ − g µν L, (2.23)e uma vez que, agora, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana é dada por (2.1), temosθ µν = ∂ µ ϕ∂ ν ϕ − g µν ( 12 ∂λ ϕ∂ λ ϕ − 1 2 m2 ϕ 2 ), (2.24)que é uma forma mais explicita do tensor energia-momento <strong>para</strong> o campo aqui consi<strong>de</strong>rado.Este tensor é um elemento fundamental <strong>para</strong> a relativida<strong>de</strong> e, portanto, <strong>para</strong> a teoria <strong>de</strong><strong>campos</strong>. Trata-se <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong>za que é conservada, obtida e <strong>de</strong>finida através do Teorema<strong>de</strong> Noether[8], que relaciona simetrias do espaço-tempo com leis <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zasfísicas, <strong>de</strong> maneira que <strong>para</strong> cada simetria do espaço-tempo há uma gran<strong>de</strong>za física conservada.27


+(m 2 + w n w n ′ + k n k n ′)â n â † n ′ u n u ∗ n ′ + (m2 + w n w n ′ + k n k n ′)â † nâ n ′u ∗ nu n ′].Substituindo este último resultado na equação (2.25), teremos, basicamente, que calcular integraisdas funções u n e seus complexos conjugados u ∗ n. Daí, levando em conta os resultadosobtidos em (1.50), (1.51) e (1.52), obtemosĤ =∞∑n=−∞[(m 2 − w 2 n − k 2 n)â † nâ † −nD ∗ nD ∗ −ne 2iwnt L (2.29)+(m 2 −w 2 n−k 2 n)â n â −n D n D −n e −2iwnt L+(m 2 +w 2 n+k 2 n)â † nâ n |D n | 2 L+(m 2 +w 2 n+k 2 n)â n â † n |D n | 2 L].Então, <strong>de</strong> acordo com a relação (2.8) e a constante <strong>de</strong> normalização dada por (2.14), obtemosĤ =∞∑n=−∞que, como [â n , â † n] = 1 ⇒ â n â † n = 1 + â † nâ n , ficaĤ =∞∑n=−∞que representa a energia total <strong>de</strong> infinitos osciladores harmônicos.Aplicando o operador Hamiltoniano no estado |n〉, temos12 (↠nâ n + â n â † n)w n , (2.30)(w n â † nâ n + 1 ). (2.31)2Ĥ |n〉 = E |n〉 (2.32)na qual o autovalor da energia, segundo resultados já conhecidos <strong>de</strong> acordo com a físicaquântica[7], é dado porE =∞∑n=−∞(w n n + 1 ), (2.33)2e segundo atribuições <strong>de</strong> um novo operador, cujo autovalor é o número <strong>de</strong> quanta presente emseu autoestado, <strong>de</strong>finiremos este como Operador Numeral, que é escrito comoˆN = â † nâ n , (2.34)<strong>de</strong> forma queˆN |n〉 = n |n〉 . (2.35)Antes <strong>de</strong> proseguirmos com nossa análise a respeito do operador Hamiltoniano, nos é convenienteenten<strong>de</strong>rmos um pouco mais acerca dos operadores â n e â † n, tais como suas relações <strong>de</strong>29


comutação com o operador numeral, e o resultado obtido na aplicação <strong>de</strong>les, se<strong>para</strong>damente,no estado |n〉. Neste sentido, vamos obter[ ˆN, â] = [â † â, â]= â † ââ − ââ † â= (â † â − ââ † )â= [â † , â]â= −â,(2.36)e ainda[ ˆN, â † ] = [â † â, â † ]= â † ââ † − â † â † â= â † (ââ † − â † â)= â † [â, â † ]= â † .(2.37)Fazendo a aplicação <strong>de</strong> (2.36) sobre |n〉, segue que[ ˆN, â] |n〉 = −â |n〉( ˆNâ − â ˆN) |n〉 = −â |n〉ˆNâ |n〉 − ân |n〉 = −â |n〉ˆNâ |n〉 = (n − 1)â |n〉 ,(2.38)<strong>de</strong> maneira que po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r que â atua em |n〉 <strong>de</strong> forma a retirar <strong>de</strong>ste um quanta <strong>de</strong>energia, e por esse motivo, é chamado <strong>de</strong> Operador Aniquilação.Chamando |m〉 = â |n〉, po<strong>de</strong>mos reescrever (2.38) comoˆN |m〉 = (n − 1) |m〉 , (2.39)e consi<strong>de</strong>rando que a relação (2.39) seja uma equação <strong>de</strong> autovalor, o estado |m〉 será dado por|m〉 = C |n − 1〉 , (2.40)sendo C um número qualquer a ser <strong>de</strong>finido e introduzido aqui <strong>de</strong> tal maneira que garantaa generalização do resultado obtido até então. Efetuando o produto escalar entre a equação(2.40) e sua correspon<strong>de</strong>nte dual, temos que〈n| â † â |n〉 = 〈n − 1| C ∗ C |n − 1〉 ,e notando nesta última expressão que â † â é a <strong>de</strong>finição do operador numeral, que por sua vezatuará diretamente sobre o estado |n〉 <strong>de</strong> acordo com (2.35), assim sendo po<strong>de</strong>mos encontrarqueC = √ n. (2.41)30


Então, po<strong>de</strong>mos escreverâ |n〉 = √ n |n − 1〉 , (2.42)que <strong>de</strong> maneira análoga ao que fizemos <strong>para</strong> encontrar a relação (2.42), comecemos por fazer[ ˆN, â † ] |n〉 = [â † , â † ] |n〉( ˆNâ † − â † ˆN) |n〉 = â † |n〉ˆNâ † |n〉 = (n + 1)â † |n〉 ,(2.43)e po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r que â † atua em |n〉 <strong>de</strong> forma a fornecer um quanta <strong>de</strong> energia ao osciladorharmônico, e é <strong>de</strong>nominado, por esse motivo, <strong>de</strong> Operador Criação.Prosseguindo, ainda analogamente ao caso anterior, encontraremos agora o valor <strong>de</strong> umaconstante C ′ utilizando o mesmo argumento feito <strong>para</strong> a obtenção <strong>de</strong> C. Assim fazendo obtemos<strong>de</strong> on<strong>de</strong> segue queC ′ = √ n + 1, (2.44)â † |n〉 = √ n + 1 |n + 1〉 . (2.45)Com isso po<strong>de</strong>mos obter qualquer estado |n〉 fazendo sucessivas aplicações do operador â †no estado |0〉, ou seja, <strong>de</strong> forma geral temos|n〉 = (↠) n√n!|0〉 , (2.46)sendo |0〉 o estado do vácuo que representa um estado com o menor conteúdo possível, seja <strong>de</strong>energia, seja <strong>de</strong> partículas. Essas operações são <strong>de</strong>finidas apenas <strong>para</strong> n ≥ 0, com a seguinteressalvaâ |0〉 = 0, (2.47)pois assim, garantimos que o produto escalar entre os autoestados aqui consi<strong>de</strong>rados sejampositivos <strong>de</strong>finidos e a não possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> partículas on<strong>de</strong> elas, a princípio, nãoexistem.Medindo o autovalor <strong>de</strong> energia do vácuo, temos queĤ |0〉 = E 0 |0〉 , (2.48)sendo E 0 o autovalor <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>sse estado, que <strong>de</strong> acordo com a relação (2.33), será dadaporE 0 =∞∑n=∞3112 w n (2.49)


Nesta última equação vemos que o vácuo apresenta, em virtu<strong>de</strong> da somatória sobre todosos modos normais, uma energia infinita.Para contornarmos isso, iremos propor, <strong>para</strong> estecaso, o <strong>de</strong>nominado Or<strong>de</strong>namento Normal que, basicamente, remove termos divergentes quesurgem eventualmente quando se tem produtos entre operadores calculados num mesmo pontodo espaço. O or<strong>de</strong>namento normal se justifica uma vez que, experimentalmente, o que se me<strong>de</strong>são diferenças <strong>de</strong> energia, não a energia absoluta do sistema. Desta maneira torna-se necessárioescolher um estado diante do qual todas as diferenças <strong>de</strong> energia são computadas, um estado <strong>de</strong>referência, que <strong>de</strong>nominamos <strong>de</strong> vácuo. O or<strong>de</strong>namento normal estipula, basicamente, a or<strong>de</strong>mcom que os operadores <strong>de</strong>vem ser aplicados <strong>de</strong> forma que não resultem em divengências.Para melhor enten<strong>de</strong>rmos tal or<strong>de</strong>namento, reescreveremos a solução (2.10), já encontradaanteriormente, comoˆϕ(⃗x, t) = ˆϕ (+) + ˆϕ (−) , (2.50)na qual ˆϕ (+) está associado com a parte <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> partículas e ˆϕ (−) com a parte <strong>de</strong>aniquilação. O or<strong>de</strong>namento normal entre dois operadores ˆϕ(⃗x, t) e ˆψ(⃗y, t), sendo este escrito<strong>de</strong> maneira semelhante a relação (2.50), é <strong>de</strong>finido como [9]: ˆϕ(⃗x, t) ˆψ(⃗y, t) := ˆϕ (+) ˆψ(+) + ˆϕ (+) ˆψ(−) + ˆψ (+) ˆϕ (−) + ˆϕ (−) ˆψ(−) , (2.51)<strong>de</strong> maneira que não apresente a dificulda<strong>de</strong> mensionada ao tomarmos o limite <strong>de</strong> ⃗x ten<strong>de</strong>ndo<strong>para</strong> ⃗y. De forma mais prática, essa operação consiste em reescrevermos os operadores <strong>de</strong> talforma que as partes <strong>de</strong> aniquilação venham após as partes <strong>de</strong> criação. Logo, aplicando esteor<strong>de</strong>namento na equação (2.31), teremos que<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem que: Ĥ := ∞∑n=−∞Ĥ =12 : (↠nâ n + â n â † n) : w n ,∞∑n=−∞w n â † nâ n , (2.52)nos fornecendo o operador hamiltoniano conforme o or<strong>de</strong>namento normal.Como o que realmente nos importa é a variação da energia e não seu valor absoluto, buscaremosno vácuo uma boa referência <strong>para</strong> trabalharmos. Aplicando a equação (2.52) no estado<strong>de</strong> vácuo, teremosĤ |0〉 =∞∑n=−∞w n â † nâ n |0〉 ,32


e daí tiramos queE 0 = 0,o que é um bom ponto <strong>de</strong> referência <strong>para</strong> trabalharmos com a energia, uma vez que o valorabsoluto que encontraremos <strong>para</strong> esta será sua própria variação se consi<strong>de</strong>rarmos o vácuo comotal ponto <strong>de</strong> referência.2.3 A Quantização do Campo Escalar LivreProseguiremos agora com a <strong>quantização</strong> do campo escalar livre, o qual, diferentemente doque foi feito até então, não está sujeito à condições <strong>de</strong> contorno. O campo em questão tambémé regido pela equação <strong>de</strong> Klein-Gordon, <strong>para</strong> este proporemos a seginte solução[9]∫ˆϕ(⃗x, t) = dk 3 N k e i⃗ k·⃗xâk (t), (2.53)sendo N k uma constante <strong>de</strong> normalização a ser <strong>de</strong>terminada. Esta solução segue a mesmaestrutura daquela proposta em (1.33) e na qual se distingue pela soma contínua sobre todos osmomentos ⃗ k.Substituindo a equação (2.53) na equação <strong>de</strong> Klein-Gordon (2.5), teremos( ) ∂2∫∂t − 2 ∇2 + m 2 dk 3 N k e i⃗ k·⃗xâk (t) = 0,aplicando as <strong>de</strong>vidas <strong>de</strong>rivadas espaciais e temporais no integrando da solução, virá que∫∫∫dk 3 N k e i⃗ k·⃗x¨âk (t) + ⃗ k 2 dk 3 N k e i⃗ k·⃗xâk (t) + m 2 dk 3 N k e i⃗ k·⃗xâk (t) = 0,e arrumando os termos, temos que∫dk 3 N k e i⃗ k·⃗x [¨â k (t) + ( ⃗ k 2 + m 2 )â k (t)] = 0.Sendo que, <strong>de</strong>sta última equação, tiramos que¨â k (t) + ( ⃗ k 2 + m 2 )â k (t) = 0, (2.54)e aindawk 2 = ⃗ k 2 + m 2 , (2.55)on<strong>de</strong> surge uma relação entre a massa do campo e a energia relativística.33


A solução da equação diferencial (2.54) po<strong>de</strong>rá ser escrita comoâ k (t) = â (1)k e−iw kt + â (2)k eiw kt , (2.56)e, analogamente ao que foi feito anteriormente, <strong>de</strong> acordo com a condição <strong>para</strong> termos umasolução física, chegamos à conclusão queâ (2)k= [â (1)k ]† . (2.57)Então a equação (2.53) fica na forma∫ˆϕ(⃗x, t) = dk 3 N k (â k e i⃗ k·⃗x−iw k t + â † k e−i⃗ k·⃗x+iw k t ), (2.58)e o momento canonicamente conjugado ao campo, conforme (1.30), será dado por∫ˆπ(⃗x, t) = i dk 3 N k w k (â † k e−i⃗ k·⃗x+iw k t + â k e i⃗ k·⃗x−iw k t ). (2.59)Como já nos referimos anteriormente, â † k e â k são os operadores <strong>de</strong> criação e aniquilaçãoque satisfazem as relações <strong>de</strong> comutação mostradas em (2.22). Os operadores ˆϕ(⃗x, t) e ˆπ(⃗x, t)satisfazem as relações <strong>de</strong> comutação que surgem <strong>de</strong> acordo com o princípio da correspondência(dadas <strong>para</strong> tempos iguais), relações estas essenciais <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação da constante N k .Façamos então, usando (2.58) e (2.59), o comutador∫∫[ˆπ(⃗x, t), ˆϕ(⃗y, t)] = i dk 3 N k w k (â † k e−i⃗ k·⃗x+iw k t + â k e i⃗ k·⃗x−iw k t )dk ′3 N k ′(â k ′e i⃗ k ′·⃗y−iw k ′ t + â † k ′ e −i⃗ k ′·⃗y+iw k ′ t )+∫−i∫dk ′3 N k ′(â k ′e i⃗ k ′·⃗y−iw ′t k+ â † ke −i⃗ k ′·⃗y+iw k ′ ′ t )dk 3 N k w k (â † k e−i⃗ k·⃗x+iw k t + â k e i⃗ k·⃗x−iw k t ).Após multiplicarmos os fatores da última equação e, i<strong>de</strong>ntificando nesta alguns comutadores jáconhecidos, temos∫ ∫[ˆπ(⃗x, t), ˆϕ(⃗y, t)] = i dk 3 N k w k dk ′3 N k ′{[â † k , â k ′]e−i(⃗ k·⃗x−k ⃗′·⃗y)+i(w k −w k ′ )t ++[â † k , ↠k]e i(⃗ k·⃗x+ k ⃗′·⃗y)+i(w k +w k ′ ′ )t + [â k , â k ′]e i(⃗ k·⃗x+ k ⃗′·⃗y)−i(w k +w ′)t k+ [â † k, â ′ k ]e i(⃗ k·⃗x−k ⃗′·⃗y)−i(w k −w ′)t k},e finalmente, usando as relações (2.22), temos∫ ∫[ˆπ(⃗x, t), ˆϕ(⃗y, t)] = −i dk 3 N k w k dk ′3 N k[δ ′ 3 (k − k ′ )e −i(⃗ k·⃗x− ⃗ k ′·⃗y)+i(w k −w ′)t k++δ 3 (k − k ′ )e i(⃗ k·⃗x− ⃗ k ′·⃗y)−i(w k −w k ′ )t ],34


que, segundo (2.18), fica∫[ˆπ(⃗x, t), ˆϕ(⃗y, t)] = −idk 3 N k w k [e −i⃗ k·(⃗x−⃗x ′) + e i⃗ k·(⃗x−⃗y) ].Como uma das representações da Delta <strong>de</strong> Dirac é dada por[4]δ 3 (⃗x) = 1 ∫e i⃗k·⃗x dk 3 , (2.60)(2π) 3teremos que[ˆπ(⃗x, t), ˆϕ(⃗y, t)] = −iN 2 k w k 2(2π) 3 δ 3 (⃗x − ⃗x),e quando levamos em consi<strong>de</strong>ração a relação <strong>de</strong> comutação já exibida anteriormente em (1.65),conclui-se queN k =1√2wk (2π) 3 . (2.61)Então, o operador campo e seu momento canonicamente conjugado po<strong>de</strong>m ser escritos como∫ˆϕ(⃗x, t) = dk 3 [â k u k (⃗x, t) + â † k u∗ k(⃗x, t)], (2.62)esendo∫ˆπ(⃗x, t) = idk 3 w k [â † k u∗ k(⃗x, t) − â k u k (⃗x, t)], (2.63)u k (⃗x, t) =ei⃗ k·⃗x−iw k t√2wk (2π) 3 . (2.64)Note nas expressões obtidas acima que ao submetermos um campo livre à condições <strong>de</strong>contorno, como foi feito anteriormente, estamos basicamente trocando[9][13]∫dk 3(2π) 3 2→∞∑n=−∞1L 3 . (2.65)Já <strong>para</strong> o operador Hamiltoniano, da mesma maneira que encontramos anteriormente, esteserá dado por∫Ĥ =θ 00 dx 3 , (2.66)ou ainda, substituindo nesta a componente θ 00 <strong>de</strong> (2.24), temosĤ = 1 ∫[(∂ 0 ˆϕ) 2 + (∂ j ˆϕ) 2 + m 2 ˆϕ 2 ]dx 3 , (2.67)235


logo, substituindo nesta última equação do campo dado por (2.62) e suas respectivas <strong>de</strong>rivadastemporais e espaciais, dadas por (2.27) e (2.28), multiplicando os fatores <strong>de</strong>sta e arrumandoseus termos, temosĤ = 1 ∫ ∫ ∫dx 3 dk ′3 dk 3 [(−w k ′w k − | k2⃗′ || ⃗ k| + m 2 )â † kâ † ′ k u∗ k ′u∗ k++(−w k ′w k − | ⃗ k ′ || ⃗ k| + m 2 )â k ′â k u k ′u k + (w k ′w k + | ⃗ k ′ || ⃗ k| + m 2 )â † k ′ â k u ∗ k ′u k++(w k ′w k + | ⃗ k ′ || ⃗ k| + m 2 )â k ′â † k u k ′u∗ k].Calculando agora as integrais em ⃗x presentes em cada termo da última relação começandopela integral da função u k , dada por (2.64) e <strong>de</strong> seu complexo conjugado u ∗ k ′. Assim, já organizandoalguns termos, temos∫dx 3 u ∗ k ′u k = 1(2π) 3 ∫que <strong>de</strong> acordo com (2.60), fica∫dx 3 1 1√ √ e i(w k ′ −wk)t e i⃗x·(⃗ k− ⃗ k ′) ,2wk ′ 2wkdx 3 u ∗ k ′u k = δ3 ( ⃗ k − ⃗ k ′ )√ 2wk√ 2wk ′e i(w k ′ −w k)t . (2.68)Calculando agora <strong>para</strong> u ∗ k e ′ u∗ k , temos∫∫dx 3 u ∗ k ′u∗ k = dx 3 1 1√ √ e i(w k ′ +wk)t e −i⃗x.(⃗ k+ ⃗ k ′) ,2wk ′ 2wkque analagamente ao caso anterior, fica∫dx 3 u ∗ k ′u∗ k = δ3 ( ⃗ k + ⃗ k ′ )√ 2wk√ 2wk ′e i(w k ′ +w k)t , (2.69)e ainda <strong>para</strong> u k e u k ′, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem∫∫dx 3 u k ′u k =dx 3 1 1√ √ e −i(w′ k +wk)t e i⃗x.(⃗ k+ ⃗ k ′) ,2wk ′ 2wkque fica como∫dx 3 u k ′u k = δ3 ( ⃗ k + ⃗ k ′ )√ 2wk√ 2wk ′e −i(w k ′ +w k)t . (2.70)Com as relações (2.68), (2.69) e (2.70), po<strong>de</strong>mos mostrar, concordando com (2.18), queĤ = 1 ∫ dk3[(−wk 2 + |2 2w ⃗ k| 2 + m 2 )â † −k↠k e2iw kt + (−wk 2 + | ⃗ k| 2 + m 2 )â −k â k e −2iwkt +k36


+(wk 2 + | ⃗ k| 2 + m 2 )â † kâk + (wk 2 + | ⃗ k| 2 + m 2 )â k â † k ],e finalmente, segundo a equação (2.55), teremosĤ = 1 ∫ dk32w2 2wk(â 2 † kâk + â k â † k), (2.71)kque após consi<strong>de</strong>rarmos <strong>para</strong> esta o produto or<strong>de</strong>namento normal, a mesma fica∫Ĥ = dk 3 w k â † kâk, (2.72)que é o operador Hamiltoniano <strong>para</strong> o campo escalar livre, similar ao caso anterior, on<strong>de</strong> taloperador é dado por (2.52).37


Capítulo 3A Quantização do CampoEletromagnéticoApresentaremos agora a <strong>quantização</strong> do campo eletromagnético não massivo que, por suavez, tem um nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> um tanto maior do que já foi feito anteriormente <strong>para</strong>o caso do campo escalar. Para este caso será necessário impormos uma escolha <strong>de</strong> calibre.Tal procedimento ficará mais claro no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste trabalho, on<strong>de</strong> quantizaremos este campotanto via calibre do Coulomb quanto via calibre <strong>de</strong> Lorentz. Aqui também teremos a implicaçãofundamental da polarização, que é discutida pormenorizadamente no texto, além <strong>de</strong> termos<strong>de</strong>dicado um Apêndice <strong>para</strong> bem tratá-la matematicamente.3.1 O Campo <strong>de</strong> MaxwellÉ possível mostrar que o campo eletromagnético é <strong>de</strong>scrito pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana[8][10]L = − 1 4 F µνF µν − j µ A µ , (3.1)na qual F µν é o chamado tensor <strong>de</strong> Maxwell, A µ o quadri-potencial e j µ a quadri-<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente .No vácuo, on<strong>de</strong> são nulas as distribuições <strong>de</strong> cargas e correntes, ou consi<strong>de</strong>rando ainda queo campo não interage com nenhuma fonte <strong>de</strong> carga, teremos simplesmenteL = − 1 4 F µνF µν . (3.2)On<strong>de</strong> o tensor <strong>de</strong> Maxwell po<strong>de</strong> também ser dado por[10]F µν = ∂ µ A ν − ∂ ν A µ , (3.3)38


cujos elementos são componentes dos <strong>campos</strong> elétrico e do vetor indução magnética. Logo, a<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana, escrita em termos <strong>de</strong> (3.3), ficaL = − 1 4 (∂ µA ν − ∂ ν A µ )(∂ µ A ν − ∂ ν A µ ). (3.4)Substituindo a equação (3.4) na equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange dada por (1.23), consi<strong>de</strong>radaagora <strong>para</strong> o campo A µ , esta ficará∂L ∂L− ∂ β = 0. (3.5)∂A σ ∂∂ β A σCalculando termo a termo <strong>de</strong>ssa expressão, teremos, <strong>para</strong> o primeiro termo, que∂L= − 1 ∂[(∂ µ A ν − ∂ ν A µ )(∂ µ A ν − ∂ ν A µ )],∂A σ 4 ∂A σnote nesta última equação, que a função que será <strong>de</strong>rivada não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> explicitamente docampo A σ , mas sim das <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong>ste, entãoE ainda, <strong>para</strong> o segundo termo, temos∂L∂A σ= 0. (3.6)∂L= − 1 ∂[(∂ µ A ν − ∂ ν A µ )(∂ µ A ν − ∂ ν A µ )],∂∂ β A σ 4 ∂∂ β A σque, segundo o tensor métrico, po<strong>de</strong> ser escrito como∂L= − 1 ∂[(∂ µ A ν − ∂ ν A µ )(g µη g νγ ∂ η A γ − g νρ g µϑ ∂ ρ A ϑ )],∂∂ β A σ 4 ∂∂ β A σsendo o tensor métrico g µν , a métrica <strong>de</strong> Mikowski dada por (2.3).Utilizando-se da regra do produto <strong>para</strong> <strong>de</strong>rivadas e atentando ainda quepo<strong>de</strong>mos escrever queportanto, aplicando ainda a quadri-divergência ∂ β , temos∂ β∂∂ µ A ν∂∂ β A σ= δ µβ δ νσ , (3.7)∂L∂∂ β A σ= −F βσ , (3.8)∂L= −∂ β F βσ . (3.9)∂∂ β A σEntão, <strong>de</strong> acordo com os resultados (3.6) e (3.9), a equação <strong>de</strong> Euler-Legrange dada por(3.5), fica∂ µ F µν = 0, (3.10)39


que correspon<strong>de</strong> às leis <strong>de</strong> Gauss e Ampère, ou seja, correspon<strong>de</strong>, respectivamente, àeque, complementadas com as equações contidas em∇ · ⃗E = 0 (3.11)∇ × ⃗ B = ∂ ⃗ E∂t , (3.12)∂ [ σF µν] = 0, (3.13)que são, respectivamente, a Lei <strong>de</strong> Faraday e a Lei do monopólo magnetico, explicitamentedados por∇ × ⃗ E = − ∂ ⃗ B∂t(3.14)e∇ · ⃗B = 0, (3.15)constituem as chamadas equações <strong>de</strong> Maxwell no caso em que ρ e ⃗j são nulos[12].3.2 A Quantização do Campo Eletromagnético via Calibre<strong>de</strong> CoulombEm concordância com a equação (3.10), em termos <strong>de</strong> (3.3), esta po<strong>de</strong> ser escrita comoou ainda <strong>de</strong> acordo com (2.6) comoPara ν = i, na equação (3.16), temos que∂ µ (∂ µ A ν − ∂ ν A ν ) = 0,Impondo sobre esta última o calibre <strong>de</strong> Coulomb dado por□A ν − ∂ ν ∂ µ A µ = 0. (3.16)□A i − ∂ i (∂ 0 A 0 − ∂ i A i ) = 0. (3.17)∂ i A i = ∇ · ⃗A = 0, (3.18)40


e escolhendo A 0 = 0, conhecida como Calibre Temporal, a equação a ser resolvida se reduzirá à□A i = 0, (3.19)ou seja, a equação da onda, cujo o pontencial vetor A i é solução. Note ainda que ao escolhermoso potencial escalar igual a zero (ϕ = A o = 0), po<strong>de</strong>mos obter o campo E ⃗ através da relaçãoe ⃗ B através <strong>de</strong>⃗E( ⃗ x, t) = − ∂ ⃗ A∂t = −∂ oA i , (3.20)⃗B(⃗x, t) = ∇ × ⃗ A(⃗x, t) = ɛ ijk ∂ j A k ⃗e i . (3.21)Analogamente ao que foi feito <strong>para</strong> o campo escalar livre, po<strong>de</strong>mos propor como solução<strong>para</strong> a equação (3.19), uma equação do tipo∫⃗A(⃗x, t) = dk 3 ⃗ɛ k e i⃗ k·⃗xâk (t), (3.22)sendo ⃗ɛ k o vetor <strong>de</strong> polarização da onda, que atribui o caráter vetorial <strong>para</strong> o potencial ⃗ A.Tomando o divergente <strong>de</strong> (3.22), temos∫∇ · ⃗A = dk 3 ∇ · ⃗ɛ k e i⃗ k·⃗xâk (t),que, em coor<strong>de</strong>nadas cartezianas, se escreverá na forma∫ (∇ · ⃗A = dk 3 î ∂∂x + ĵ ∂ ∂y + ˆk ∂ )· (îɛ x + ĵɛ y +∂zˆkɛ z )e i(kxx+kyy+kzz) â k (t),ou ainda∫∇ · ⃗A =(dk 3 ∂ɛ x∂x + ɛ ∂y∂y + ɛ ∂z∂z)e i(kxx+kyy+kzz) â k (t),que, ao tomarmos as <strong>de</strong>rivadas espaciais da função exponencial, fica∫∇ · ⃗A = dk 3 (ɛ x k x + ɛ y k y + ɛ z k z )e i⃗ k·⃗xâk (t),e ainda∫∇ · ⃗A =dk 3 ⃗ k · ⃗ɛk e i⃗ k·⃗xâk (t).Como, por construção, este potencial vetorial <strong>de</strong>ve satisfazer a escolha <strong>de</strong> calibre <strong>de</strong> Coulombdada por (3.18), <strong>de</strong>sta última equação concluimos que⃗ k · ⃗ɛk = 0, (3.23)41


que nos garante que o vetor <strong>de</strong> polarização é perpendicular ao vetor <strong>de</strong> onda, e ainda que ocalibre <strong>de</strong> Coulomb surge como uma condição <strong>de</strong> transversalida<strong>de</strong> <strong>para</strong> o campo. Logo, po<strong>de</strong>mosassociar dois estados <strong>de</strong> polarização linearmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, ou seja<strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluimos que⃗ɛ λ k; λ = 1, 2. (3.24)⃗ɛ λ k · ⃗ɛ λ′k = δ λλ ′. (3.25)Assim, já consi<strong>de</strong>rando os graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>para</strong> a polarização, teremos que a soluçãogeral <strong>para</strong> a equação (3.19) será dada, analogamente ao caso do campo escalar, por∫⃗A(⃗x, t) =dk 3√2wk (2π) 32∑⃗ɛ λ k(â kλ e i⃗ k·⃗x−iw k t + â † kλ e−i⃗ k·⃗x+iw k t ), (3.26)λ=1<strong>para</strong> o qual é válida a relação <strong>de</strong> dispersão w 2 k = ⃗ k 2 , dada, analagamente ao caso do campoescalar não massivo, por (2.55), fazendo nesta m = 0. Sendo ainda que os operadores <strong>de</strong> criaçãoe aniquilação satisfazem às seguintes relações <strong>de</strong> comutação[â † kλ , â k ′ λ ′] = δ λλ ′δ(⃗ k − ⃗ k ′ ),[â kλ , â k ′ λ ′] = 0, (3.27)[â † kλ , ↠k ′ λ ′ ] = 0.Tomando agora o tensor energia-momento dado porθ µν =Substituindo em (3.28) as equações (3.2) e (3.8), esta ficará como∂L∂∂ µ A σ∂ ν A σ − g µν L. (3.28)θ µν = −F µσ ∂ ν A σ + 1 4 gµν F αβ F αβ , (3.29)<strong>de</strong> on<strong>de</strong> a componente θ 00 , referente à <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia, é dada porθ 00 = −F 0σ ∂ 0 A σ + 1 4 F αβF αβ . (3.30)De acordo com (3.3), po<strong>de</strong>mos escrever F 0σ = ∂ 0 A σ − ∂ σ A 0 . Como <strong>para</strong> este calibre estamostrabalhando com A 0 = 0, teremos que F 0σ = ∂ 0 A σ , assim a equação (3.30) ficaθ 00 = 1 4 F αβF αβ − ∂ 0 A σ ∂ 0 A σ .42


Sabemos que os índices α, β e σ variam <strong>de</strong> 0 a 3, porém, segundo o valor que escolhemos <strong>para</strong>A 0 po<strong>de</strong>mos afirmar que as únicas contribuições relevantes <strong>para</strong> o segundo termo da últimarelação são aquelas calculadas <strong>para</strong> σ = 1, 2, 3, que não se anularão. Então, <strong>de</strong> acordo com(3.20), temos queθ 00 = 1 4 F αβF αβ + E ⃗ 2 .Explicitando os termos somados em α no primeiro termo <strong>de</strong>sta última equação, teremosθ 00 = 1 4 (F 0βF 0β + F iβ F iβ ) + E ⃗ 2 ,e ainda <strong>para</strong> βθ 00 = 1 4 (F 00F 00 + F 0j F 0j + F i0 F i0 + F ij F ij ) + E ⃗ 2 i, j = 1, 2, 3.Como F 00 = F 00 = 0 e observando que os elementos F 0i e F 0i são as componentes do campoelétrico 1 , temos queθ 00 = 1 4 (− E ⃗ 2 − E ⃗ 2 + F ij F ij ) + E ⃗ 2 ,ou aindaθ 00 = 1 E2 ⃗ 2 + 1 4 F ijF ij . (3.31)Note ainda que F ij e F ij são as componentes do vetor indução magnética do tensor <strong>de</strong>Maxwell. De acordo com (3.3), temosθ 00 = 1 E2 ⃗ 2 + 1 4 (∂ iA j − ∂ j A i )(∂ i A j − ∂ j A i )= 1 E2 ⃗ 2 + 1 4 (∂ iA j ∂ i A j − ∂ i A j ∂ j A i + ∂ j A i ∂ j A i − ∂ j A i ∂ i A j ).Antes <strong>de</strong> proseguirmos com o cálculo <strong>de</strong> θ 00 , tomemos o quadrado da equação (3.21), ouseja⃗B 2 = (∇ × A) ⃗ 2 = ɛ ijk ɛ ilm ∂ j A k ∂ l A m ,sendo ɛ ijk e ɛ ilm os tensores <strong>de</strong> Levi-Civita, que obe<strong>de</strong>cem à proprieda<strong>de</strong>ɛ ijk ɛ ilm = δ jl δ km − δ jm δ kl , (3.32)1 Po<strong>de</strong>mos ratificar tal afirmação conhecendo a forma matricial <strong>de</strong> tensor F µν , <strong>para</strong> isso veja o Apêndice A<strong>de</strong>ste trabaho.43


daí temos que⃗B 2 = (∇ × ⃗ A) 2 = ∂ l A m ∂ l A m − ∂ l A m ∂ m A l .Logo, com<strong>para</strong>ndo B ⃗ 2 com a última equação <strong>para</strong> θ 00 , esta ficará comoθ 00 = 1 2 ( E ⃗ 2 + B ⃗ 2 ), (3.33)com isso o operador Hamiltoniano se escreverá na formaĤ = 1 ∫( E2⃗ 2 + B ⃗ 2 )dx 3 . (3.34)Substituindo (3.26) nas equações (3.20) e (3.21), encontraremos os <strong>campos</strong> elétricos e ovetor indução magnética, que, já escritos em função <strong>de</strong> (2.64), são, respectivamente, dados por∫⃗E(⃗x, t) = dk 3e2∑iw k ⃗ɛ λ k(â kλ u k − â † kλ u∗ k) (3.35)λ=1∫ 2∑⃗B(⃗x, t) = dk 3 ik⃗ɛ λ k(â kλ u k − â † kλ u∗ k). (3.36)λ=1Logo substituindo (3.35) e (3.36) em (3.34), temos queĤ = − 1 ∫ ∫ ∫dx 3 dk 32dk ′32∑[⃗ɛ λ k · ⃗ɛ λ′k ′(w kw k ′ + | ⃗ k|| k ⃗′ |)×λ,λ ′ =1×(â kλ â kλ ′u k u k ′ + â † kλ↠kλu ∗ ku ∗ ′ k − ′ ↠kλâkλ ′u∗ ku k ′ − â kλ â † kλu ′ k u ∗ k ′)],que, <strong>de</strong> acordo com as equações (2.68), (2.69) e (2.70), que relacionam as integrais entre asfunções u k e u ∗ k , ficaĤ = − 1 ∫ dk32 2w k2∑[ɛ λ k · ɛ λ′−k(wk 2 − | ⃗ k| 2 )â kλ â −kλ ′e −2iwkt + ɛ λ k · ɛ λ′−k(wk 2 − | ⃗ k| 2 )â † kλ↠−kλe 2iwkt +′λ,λ ′ =1−ɛ λ k · ɛ λ′k (w 2 k + | ⃗ k| 2 )â † kλâkλ ′ − ɛλ k · ɛ λ′k (w 2 k + | ⃗ k| 2 )â kλ â † kλ ′ ].De acordo com a relação <strong>de</strong> dispersão wk 2 = |⃗ k| 2 e com (3.25), vemĤ = 1 ∫∑dk 3 w k δ λ,λ ′(â † kλâkλ2′ + â kλ ′↠kλ ),λ,λ ′44


<strong>de</strong> on<strong>de</strong>, usando (2.18) e já organizado os termos segundo o produto or<strong>de</strong>namento normal, ouseja, arrumando os operadores <strong>de</strong> criação e aniquilação <strong>de</strong> tal forma que o primeiro anteceda osegundo, temos∫Ĥ =dk 3 w k2∑â † kλâkλ, (3.37)λ=1que é o operador Hamiltoniano <strong>para</strong> o caso aqui explorado, ou seja, <strong>para</strong> o campo eletromagnéticoquantizado segundo o calibre <strong>de</strong> Coulomb.Po<strong>de</strong>mos ainda observar que ao consi<strong>de</strong>rarmos este campo num cubo <strong>de</strong> volume L 3 , sujeitoa condições <strong>de</strong> contorno periódicas, teremos uma solução análoga ao caso explorado na secção2.2 <strong>de</strong>ste trabalho, e assim será possível perceber que tal solução terá a forma[13]⃗A(⃗x, t) =∞∑2∑n=−∞ λ=1tendo os <strong>de</strong>vidos cuidados com o vetor <strong>de</strong> polarização ɛ λ n.ɛ λ n√ 2wk L 3 (â nλe i⃗ k·⃗x−iw nt + â † nλ e−i⃗ k·⃗x+iw nt ) (3.38)3.3 A Quantização do Campo Eletromagnético via Calibre<strong>de</strong> LorentzTomando novamente <strong>para</strong> este caso a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana dada pela equação (3.2),on<strong>de</strong> o momento canonicamente conjugado ao campo A µ é dado porπ µ =∂L∂∂ 0 A µ= −F 0µ , (3.39)po<strong>de</strong>mos perceber que a componente temporal <strong>de</strong>ste será nula (π 0 = 0). De on<strong>de</strong> concluimosque o fato da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r explicitamente <strong>de</strong> ∂ 0 A 0 nos leva a umaaparente inconsistência que, à princípio, nos impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>rmos com o processo <strong>de</strong> quatização<strong>canônica</strong> neste calibre, pois com isto estamos afirmando que A 0 não possui um momentocanonicamente cojugado a ele. Uma primeira tentativa <strong>de</strong> contornarmos tal resultado seria consi<strong>de</strong>rarA 0 = 0 (o que foi feito na secção anterior), porém como no formalismo covariante todasas componentes <strong>de</strong> A µ <strong>de</strong>vem ser tratadas no mesmo “pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>”, tal feito se tornainconsistente com nossa proposta, a <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> covariante.Para nos mantermos consistentes, faremos uso <strong>de</strong> uma sugestão dada por Fermi que consistebasicamente numa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana modificada dada por[8]L = − 1 4 F µνF µν − 1 2 ξ(∂ αA α ) 2 , (3.40)45


on<strong>de</strong> ξ é um parâmetro que po<strong>de</strong> assumir valores inteitos.Esta equação <strong>de</strong>ve ainda nos levar à resultados que concor<strong>de</strong>m com a teoria clássica <strong>para</strong>este calibre, o que nos leva à concluir quequando impomos o calibre <strong>de</strong> Lorentz, dado porna equação (3.16).□A µ = 0, (3.41)∂ µ A µ = 0, (3.42)Substituindo a equação (3.40) na equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange dada por (3.5), teremos quecalcular, basicamente, <strong>de</strong>rivadas do segundo termo da equação (3.40) uma vez que as <strong>de</strong>rivadasdo primeiro termo já foram calculadas anteriormente na secção 3.1, logo calculando cada termoda equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange, temos∂L= − 1 ∂(F µν F µν ) − 1 ∂A γ 4 ∂A γ 2 ξ ∂ (∂ α A α ) 2 = 0, (3.43)∂A γuma vez que na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lagrangeana, dada por (3.40), não há <strong>de</strong>pendência explícita docampo A µ , mas sim <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>rivadas.O outro termo da equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange nos leva a∂L= − 1 ∂(F µν F µν ) − 1 ∂∂ β A γ 4 ∂∂ β A γ 2 ξ ∂(∂ α A α ) 2 .∂∂ β A γO primeiro termo <strong>de</strong>sta também já foi <strong>de</strong>vidamente calculada na secção 3.1. Já <strong>para</strong> o segundotermo, introduziremos o tensor métrico com o objetivo <strong>de</strong> baixar o índice do termo que será<strong>de</strong>rivado e proseguiremos com a operação naturalmente, assim, temos, utilizando também (3.7),quePortanto∂L∂∂ β A γ= −F βγ − 1 2 ξ ∂∂∂ β A γ(g αρ ∂ α A ρ ) 2∂ β= −F βγ − g βγ ξ∂ α A α .Então a equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange ficará como∂L= −∂ β F βγ − ξ∂ γ ∂ α A α . (3.44)∂∂ β A γ∂ β F βγ + ξ∂ γ ∂ α A α = 0,46


ou ainda, em termos <strong>de</strong> (3.3), como∂ β (∂ β A γ − ∂ γ A α ) + ξ∂ γ ∂ α A α = 0.Já que estamos trabalhando com índices mudos, po<strong>de</strong>mos escrever esta última equação naforma□A µ − (1 − ξ)∂ µ ∂ α A α = 0. (3.45)Note ainda que, através da equação (3.39), po<strong>de</strong>mos mostrar que o momento canonicamenteconjugado ao campo seráπ µ = −F 0µ − ξg 0µ ∂ α A α , (3.46)cujas componentes espaciais são dadas porπ i = ∂ i A 0 − ∂ 0 A i , (3.47)e a temporal porπ 0 = −ξ∂ α A α , (3.48)ambos diferente <strong>de</strong> zero, conforme nosso intuito.Embora a equação (3.40) seja válida <strong>para</strong> todo valor inteiro <strong>de</strong> ξ, <strong>para</strong> simplificarmos oscálculos escolheremos ξ = 1, tal escolha é conhecida como calibre <strong>de</strong> Feynman ou <strong>de</strong> Fermi,com isso percebemos que o operador <strong>de</strong> campo em questão satisfaz a equação da onda, ou seja,□µ = 0, (3.49)cuja solução, análoga ao calibre <strong>de</strong> Coulomb, apresenta quatro estados <strong>de</strong> polarização linearmentein<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes: λ = 0 relativa à uma polarização do tipo tempo e λ = 1, 2 e 3 relativas àspolarizações espaciais, sendo que λ = 1 e 2 dizem respeio aos estados <strong>de</strong> polarização transversaise λ = 3 ao estado <strong>de</strong> polarização longitudinal, <strong>de</strong> acordo com nossa escolha <strong>de</strong> base.Logo, analogamente ao resultado apresentado em (3.26), temos que∫ 3∑ µ (⃗x, t) = dk 3 ɛ µ (k, λ)(â † kλ u k + â kλ u ∗ k). (3.50)λ=0Efetivando o processo canônico <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> teremos que o campo em questão satisfaráàs seguintes relações <strong>de</strong> comutação <strong>para</strong> tempos iguais, <strong>de</strong> forma análoga ao que fizemos em(1.65), segundo o princípio da correspondência[µ (⃗x, t), ˆπ ν (⃗y, t)] = ig µν δ 3 (⃗x − ⃗y),47


[µ (⃗x, t), Âν (⃗y, t)] = 0, (3.51)sendo que, segundo a relação (1.30), temos∫ˆπ µ (⃗x, t) = i[ˆπ µ (⃗x, t), ˆπ ν (⃗y, t)] = 0,dk 3 w k3∑ɛ µ (k, λ)(â † kλ u k − â kλ u ∗ k). (3.52)λ=0Note nas equações (3.50) e (3.52) a presença <strong>de</strong> quadri-vetores <strong>de</strong> polarização ɛ µ (k, λ) quesatisfazem a relação dada porɛ µ (k, λ)ɛ µ (k, λ ′ ) = g λλ ′, (3.53)ou seja, os vetores <strong>de</strong> polarização formam um sistema ortonormal quadri-dimensional.3.4 O Calibre <strong>de</strong> Lorentz e o Método <strong>de</strong> Gupta-BleulerCalculando a relação <strong>de</strong> comutação entre o operador campo µ e o operador ∂ µ  µ temos[∂ µ  µ (⃗x, t), Âν (⃗y, t)] = [∂ 0  0 + ∂ i  i , Âν (⃗y, t)],ou ainda, segundo a proprieda<strong>de</strong> [ + ˆB, Ĉ] = [Â, ˆB] + [ ˆB, Ĉ][19], reescrevemos esta últimacomo[∂ µ  µ (⃗x, t), Âν (⃗y, t)] = −[ˆπ 0 (⃗x, t), Âν (⃗y, t)] + ∂ i [Âi (⃗x, t), Âν (⃗y, t)],e levando em conta as relações dadas por (3.51), temos que[∂ µ  µ (⃗x, t), Âν (⃗y, t)] = ig ν0 δ 3 (⃗x − ⃗y) ≠ 0. (3.54)Note que <strong>para</strong> que a relação <strong>de</strong> comutação calculada anteriormente fosse nula, ou o operador∂ µ A µ (⃗x, t) teria que ser nulo ou este teria que comutar com A µ (⃗x, t). Como, segundo o resultadoencontrado acima, ambos os operadores não comutam e como estamos lidando com um campoA µ (⃗x, t) ≠ 0, este resultado nos faz concluir que o operador <strong>de</strong> campo não satisfaz o calibre <strong>de</strong>Lorentz como no caso clássico, ou seja,∂ µ  µ ≠ 0, (3.55)<strong>de</strong> maneira que possa se dizer que o processo <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> <strong>canônica</strong> não é compatível como calibre <strong>de</strong> Lorentz. A solução <strong>de</strong>ssa incongruência será discutida posteriormente, por horavejamos em que a escolha <strong>de</strong>sse calibre implica, à princípio, <strong>para</strong> o operador Hamiltoniano.48


Para encontrarmos o operador hamiltoniano nos é conveniente reescrevermos a equação(3.40) já levando em consi<strong>de</strong>ração o valor unitário <strong>para</strong> o parâmetro ξ. Escrevendo este emtermos <strong>de</strong> (3.3), temosL = − 1 4 (∂ µA ν − ∂ ν A µ )(∂ µ A ν − ∂ ν A µ ) − 1 2 (∂ αA α ) 2 ,que, ao multiplicarmos os termos, ficaL = − 1 4 (∂ µA ν ∂ µ A ν − ∂ µ A ν ∂ ν A µ − ∂ ν A µ ∂ µ A ν + ∂ ν A µ ∂ ν A µ ) − 1 2 (∂ αA α ) 2 .Nesta última relação, note, <strong>de</strong>ntro dos primeiros parênteses, que alguns termos se assemelham,como estamos trabalhando com índices mudos, po<strong>de</strong>mos agrupar estes <strong>de</strong> tal forma que aLagrangeana po<strong>de</strong> ser escrita comoL = − 1 2 ∂ µA ν ∂ µ A ν + 1 2 ∂ µA ν ∂ ν A µ − 1 2 ∂ µA µ ∂ ν A ν , (3.56)sendo ∂ µ A µ ∂ ν A ν = (∂ α A α ) 2 , escrita <strong>de</strong> tal forma que explicite os fatores envolvidos no produtoem questão.Com o intuito <strong>de</strong> reescrevermos os dois primeiros termos da equação (3.56), calcularemos a<strong>de</strong>rivada ∂ µ [A ν (∂ ν A µ ) − (∂ ν A ν )A µ ], que segundo a regra do produto, dar-se-à por∂ µ [A ν (∂ ν A µ ) − (∂ ν A ν )A µ ] = ∂ µ A ν ∂ ν A µ + A ν (∂ ν ∂ µ A µ ) − (∂ µ ∂ ν A ν )A µ − ∂ ν A ν ∂ µ A µ ,usando o tensor métrico, baixaremos alguns índices do segundo e do terceiro termo do resultadoacima, com isso∂ µ [A ν (∂ ν A µ ) − (∂ ν A ν )A µ ] = ∂ µ A ν ∂ ν A µ − ∂ ν A ν ∂ µ A µ + g νρ A ν (∂ ρ ∂ µ A µ ) − g µσ A σ (∂ µ ∂ ν A ν ),observe que os últimos termos se cancelam, logo∂ µ [A ν (∂ ν A µ ) − (∂ ν A ν )A µ ] = ∂ µ A ν ∂ ν A µ − ∂ µ A µ ∂ ν A ν .Desta forma, (3.56) po<strong>de</strong>rá ser reescrita comoL = − 1 2 ∂ µA ν ∂ µ A ν + 1 2 ∂ µ[A ν (∂ ν A µ ) − (∂ ν A ν )A µ ].Sendo o segundo termo a quadri-divergência que, por sua vez, não dará contribuição <strong>para</strong> nossospropósitos, pois com o uso do Teorema <strong>de</strong> Gauss, po<strong>de</strong>mos escolher uma superfície na qual ocampo se anule. Como estamos trabalhando com o campo livre, tal superfície se encontra noinfinito, portanto a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana que dará contribuição será apenasL = − 1 2 ∂ µA ν ∂ µ A ν . (3.57)49


Logo, <strong>de</strong> forma análoga aos cálculos já efetuados <strong>para</strong> o campo escalar e <strong>para</strong> o campoeletromagnético via calibre <strong>de</strong> Coulomb a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia, partindo-se <strong>de</strong> (3.28) <strong>para</strong> opresente caso, será dada porθ 00 = −π µ π µ + 1 2 ∂ µA ν ∂ µ A ν .Explicitando as componentes temporais e espaciais <strong>de</strong> ∂ µ , teremosθ 00 = −π µ π µ + 1 2 ∂ 0A ν ∂ 0 A ν + 1 2 ∂ jA ν ∂ j A ν ,que, segundo a <strong>de</strong>finição do momento canonicamente conjugado (1.30) e o fato <strong>de</strong> que ∂ j = −∂ j ,ficaou ainda,θ 00 = −π µ π µ + 1 2 πµ π µ − 1 2 ∂ jA ν ∂ j A ν ,θ 00 = − 1 2 πµ π µ − 1 2 ∂ jA ν ∂ j A ν .Aplicando a <strong>de</strong>rivado ∂ j no campo (3.50) teremos, já em termos das funções u k , que∫∂ j A µ = idk 3 k3∑ɛ µ (k, λ)(â kλ u k − â † kλ u∗ k). (3.58)λ=0Analogamente ao que já foi visto na secção anterior, <strong>para</strong> a obtenção do operador hamiltoniano,partindo <strong>de</strong> uma relação similar à (2.66) e com o auxílio das relações (2.68), (2.69) e(2.70) po<strong>de</strong>mos mostrar queĤ = − 1 2∫dk 3 w k3∑λ,λ ′ =0que <strong>de</strong> acordo com (3.53) ficará comoĤ = − 1 2∫dk 3 w kɛ µ (k, λ)ɛ µ (k, λ ′ )(â † kλâkλ ′ + â kλâ † kλ ′ ), (3.59)3∑λ,λ ′ =0g λλ ′(â † kλâkλ ′ + â kλâ † kλ ′ ). (3.60)Como as únicas contribuições relevantes <strong>para</strong> esta última dar-se-ão <strong>para</strong> λ = λ ′ , correspon<strong>de</strong>ndoà diagonal principal do tensor métrico, e já impondo sobre esta o or<strong>de</strong>namento normal,concluímos que∫Ĥ =dk 3 w k3∑(−g λλ )â † kλâkλ, (3.61)λ,λ ′ =050


ou ainda, explicitando a somatória, temos∫Ĥ = dk 3 w k (−â † k0âk0 + â † k1âk1 + â † k2âk2 + â † k3âk3), (3.62)<strong>de</strong> maneira que é possível notar que <strong>para</strong> este caso os operadores <strong>de</strong> criação e aniquilação criame aniquilam fotóns relativos a quatro diferentes tipos <strong>de</strong> polarização, sendo que a polarizaçãodo tipo tempo traz um problema <strong>de</strong> norma negativa que analizaremos a partir <strong>de</strong> agora.Analogamente ao caso discreto, on<strong>de</strong>â kλ |0〉 = 0; ∀ k, λ, (3.63)e ainda|n kλ 〉 = (↠kλ )n kλ√nkλ !|0〉 , (3.64)<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vemos que <strong>para</strong> criarmos, a partir do vácuo, um único fóton, <strong>de</strong>vemos ter|1 kλ 〉 = â † kλ|0〉 . (3.65)A última relação po<strong>de</strong> ser escrita, tomando o limite <strong>para</strong> o contínuo, como∫|1 kλ 〉 = dk ′3 F k (k ′ )â † k ′ λ|0〉 (3.66)sendo F k (k ′ ) uma função “distribuição <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>” que <strong>de</strong>screve o quão próximos estão osvários estados possíveis <strong>para</strong> criação ou aniquilação <strong>de</strong> partículas (fóton) com número <strong>de</strong> ondak. Tal função obe<strong>de</strong>ce ainda a relação[6]∫dk ′3 |F k (k ′ )| 2 = 1. (3.67)Para encontrarmos a norma do estado dado por (3.66), <strong>de</strong>vemos fazer∫ ∫〈1 kλ |1 kλ 〉 = dk ′3 dk ′′3 F k (k ′ )F k (k ′′ ) 〈0| â k ′ λâ † k ′′ λ|0〉 (3.68)que <strong>de</strong> acordo com[â † kλ , â k ′ λ ′] = g λλ ′δ(⃗ k − ⃗ k ′ ),[â kλ , â k ′ λ ′] = 0, (3.69)[â † kλ , ↠k ′ λ ′ ] = 0,51


que nos dá as relações <strong>de</strong> comutação entre os operadores <strong>de</strong> criação e aniquilação <strong>para</strong> o casoaqui explorado[9]. Mais especificamente <strong>de</strong> acordo com o primeiro comutador <strong>de</strong>ste últimoconjunto <strong>de</strong> equações, temos que (3.68) po<strong>de</strong> ser escrita como∫ ∫〈1 kλ |1 kλ 〉 = dk ′3 dk ′′3 F k (k ′ )F k (k ′′ ) 〈0| (â † k ′ λâk ′′ λ − g λλ )δ 3 ( ⃗ k ′ , ⃗ k ′′ ) |0〉 ,como o valor esperado 〈0| â † k ′ λâk ′′ λ |0〉 = 0 segundo (3.63), teremos∫ ∫〈1 kλ |1 kλ 〉 = dk ′3 dk ′′3 F k (k ′ )F k (k ′′ ) 〈0| − g λλ δ 3 ( ⃗ k ′ , ⃗ k ′′ ) |0〉 ,que concordando com (2.18), fica〈1 kλ |1 kλ 〉 = −g λλ∫dk ′3 |F k (k ′ )| 2 〈0|0〉 ,que <strong>de</strong> acordo com (3.67), temos, finalmente, que〈1 kλ |1 kλ 〉 = −g λλ , (3.70)na qual percebemos que a norma <strong>para</strong> o estado <strong>de</strong> 1 único fóton, em λ = 0, é negativa, o queimpossibilita uma interpretação probabilística <strong>para</strong> a teoria, interpretação essa, fundamental<strong>para</strong> a física quântica. Tal resultado nos conduz ainda a um valor <strong>de</strong> energia negativa <strong>para</strong> oestado <strong>de</strong> polarização referênte a λ = 0 no quadi-vetor <strong>de</strong> polarização ɛ µ (k, λ).Com o intuito <strong>de</strong> contornarmos esse problema, voltemos à impossibilida<strong>de</strong> do calibre <strong>de</strong>Lorentz dada pela equação (3.56), <strong>para</strong> esta, afirmaremos que num sub-espaço do espaço <strong>de</strong>Hilbert, representado por |ψ〉, o valor esperado da equação (3.56) satisfará o calibre <strong>de</strong> Lorentz,logo〈ψ| ∂ µ  µ |ψ〉 = 0, (3.71)ou seja, o valor médio <strong>de</strong> ∂ µ  µ <strong>de</strong>verá ser nulo quando calculado neste sub-espaço.Escrevendo o operador <strong>de</strong> campo, por simplicida<strong>de</strong>, como µ (⃗x, t) = µ(+) (⃗x, t) + µ(−) (⃗x, t), (3.72)on<strong>de</strong> µ(+) (⃗x, t) e µ(−) (⃗x, t) estão relacionados, respectivamente, aos operadores <strong>de</strong> aniquilaçãoe criação, sendo ainda que[µ(+) ] † = µ(−) . (3.73)Ao impormos a relação matemática∂ µ  µ(+) |ψ〉 = 0, (3.74)52


que por sua vez terá como correspon<strong>de</strong>nte dual a equaçãopo<strong>de</strong>mos, enfim, escrever que〈ψ| ∂ µ  µ(−) = 0, (3.75)〈ψ| ∂ µ  µ |ψ〉 = 〈ψ| ∂ µ  (+) |ψ〉 + 〈ψ| ∂ µ  (−) |ψ〉 = 0. (3.76)A equação (3.74), que garante a última igualda<strong>de</strong>, é a chamada condição <strong>de</strong> Gupta-Bleuler. Outra importante observação que po<strong>de</strong>mos fazer à respeito <strong>de</strong>sta condição po<strong>de</strong> serobtida explicitando esta, ou seja∫dk 3√2wk (2π) 3 eiw kt−i ⃗ k·⃗x3∑k µ ɛ µ (k, λ)â kλ |ψ〉 = 0, (3.77)que explicitando os termos da somatória, fica∫dk 3√2wk (2π) 3 eiw kt−i ⃗k·⃗x [k µ ɛ µ (k, 0) + k µ ɛ µ (k, 1) + k µ ɛ µ (k, 2) + k µ ɛ µ (k, 3)] |ψ〉 = 0.λ=0Como, <strong>para</strong> este caso, k µ ɛ µ (k, 1) = k µ ɛ µ (k, 2) = 0 e ainda k µ ɛ µ (k, 0) = −k µ ɛ µ (k, 3) [9], temos∫dk 3√2wk (2π) 3 eiw kt−i ⃗k·⃗x k µ ɛ µ (k, 0)(â k0 − â k3 ) |ψ〉 = 0. (3.78)Veja que <strong>para</strong> que a relação acima seja <strong>de</strong> fato nula, temos que garantir quecuja correspon<strong>de</strong>nte dual é dada porˆL k |ψ〉 = (â k0 − â k3 ) |ψ〉 = 0, (3.79)〈ψ| ˆL † k = 〈ψ| (↠k0 − ↠k3) = 0, (3.80)que representa uma relação entre os fóton relativos à polarização escalar λ = 0 e os fótonrelativos à polarização longitudinal λ = 3, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos concluir ainda queâ k0 |ψ〉 = â k3 |ψ〉〈ψ| â † k0 = 〈ψ| ↠k3 , (3.81)o que nos remete, tomando o produto escalar entre as relações contidas em (3.81), ao resultado〈ψ| â † k0âk0 |ψ〉 = 〈ψ| â † k3âk3 |ψ〉 . (3.82)Com isso, ao calcularmos, por fim, o valor esperado <strong>para</strong> o operador Hamiltoniano dado por(3.63), encontramos que〈Ĥ〉 ∫= dk 3 w k 〈ψ| (−â † k0âk0 + â † k1âk1 + â † k2âk2 + â † k3âk3) |ψ〉 ,53


ou ainda, <strong>de</strong> acordo com (3.79), que〈Ĥ〉 ∫=2∑dk 3 w k 〈ψ| â † kλâkλ |ψ〉 ,λ=1que tem basicamente a forma∫Ĥ =dk 3 w k2∑ˆN kλ , (3.83)λ=1sendo ˆN kλ o operador numeral já <strong>de</strong>finido por nós anteriormente em (2.34).Com o <strong>de</strong>senvolvimento que viemos fazendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> (3.61) até a equação (3.83), com o auxíliodo método <strong>de</strong> Gupta-Bleuler dado por (3.74), nos foi possível perceber que os estados <strong>de</strong>polarização logitudinal e escalar não contribuem <strong>para</strong> o calculo da energia, o que é consistentecom medidas experimentais on<strong>de</strong> apenas fótons transversais são observados. Estes estados, os<strong>de</strong> polarizações logitudinal e escalar, surgem unicamente do <strong>de</strong>senvolvimento matemático queseguimos, sendo <strong>de</strong>scartados por argumentos físicos no <strong>de</strong>correr da teoria.54


Capítulo 4A Quantização do Campo VetorialMassivoPara uma melhor <strong>de</strong>scrição das interações fracas é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância um melhor entendimentoda física que rege o campo vetorial massivo, também conhecidos como campo <strong>de</strong>Proca. A <strong>quantização</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> campo será alvo <strong>de</strong> nosso estudo neste capítulo fazendoalgumas com<strong>para</strong>ções com o caso estudado no capítulo anterior on<strong>de</strong> a massa do campo vetorial(campo eletromagnético) era tida como nula.4.1 As Equações <strong>de</strong> ProcaJá consi<strong>de</strong>rando nula as distribuições <strong>de</strong> cargas e correntes, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeanaque <strong>de</strong>screve um campo vetorial massivo é dada por[8][9]L = − 1 4 F µνF µν + 1 2 m2 A µ A µ (4.1)sendo A µ um campo real e neutro, F µν o tensor <strong>de</strong> Maxwell já apresentado no capítulo anteriore m a massa da partícula mediadora <strong>de</strong>sta interação.Substituindo a Lagrangeana (4.1) na equação <strong>de</strong> Euler-Langrage, equação (3.5), e calculandocada termo <strong>de</strong>sta, teremos, já utilizando o tensor métrico, que o primeiro será(∂m 2 1 )∂A σ 2 A µA µ = m 2 1 ∂(g µρ A µ A ρ ),2 ∂A σno qual po<strong>de</strong>mos notar que <strong>para</strong> o cálculo do primeiro termo da equação <strong>de</strong> Euler-Lagrangedada por (3.5) só será relevante o segundo termo <strong>de</strong> (4.1), uma vez que o primeiro <strong>de</strong>sta nãoapresenta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia explicita dos <strong>campos</strong> A µ , e sim, segundo (3.3), apenas <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>rivadas.Assim sendo, segundo a regra da <strong>de</strong>rivada do produto e recordando que ∂Aµ∂A ν= δ µν , a última55


equação po<strong>de</strong> ser escrita como(∂m 2 1 )∂A σ 2 A µA µ = m 2 1 2 (gµρ δ µσ A ρ + g µρ δ ρσ A µ ),que, por fim, utilizando a proprieda<strong>de</strong> do tensor métrico e da Delta, temos(∂m 2 1 )∂A σ 2 A µA µ = m 2 A σ ,que é o primeiro termo da Equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange.Para o segundo termo da Equação <strong>de</strong> Euler-Lagrange teremos que calcular, basicamente, a<strong>de</strong>rivada do primeiro termo <strong>de</strong> (4.1), uma vez que somente este apresenta <strong>de</strong>pendência explicitadas <strong>de</strong>rivadas do campo A µ . Assim sendo, <strong>para</strong> este cálculo po<strong>de</strong>mos utilizar um resultado jácalculado anteriormente em (3.9).Logo, reunindo o resultado <strong>de</strong> (3.9) com o resultado encontrado na última equação acima,temos que a equação <strong>de</strong> movimento <strong>para</strong> o campo A µ é dada porou, em termos explicitos do campo, segundo (3.3), como∂ µ F µν + m 2 A ν = 0, (4.2)□A ν − ∂ ν (∂ µ A µ ) + m 2 A ν = 0, (4.3)que são as chamadas Equações <strong>de</strong> Proca, equações que regem a dinâmica do campo vetorialmassivo.Tomando a quadri-divergência ∂ ν da equação (4.3) e <strong>de</strong> acordo com (2.6), temos∂ µ ∂ µ ∂ ν A ν − ∂ ν ∂ ν (∂ µ A µ ) + m 2 ∂ ν A ν = 0,e lembrando que µ e ν são índices mudos po<strong>de</strong>mos perceber os dois primeiros termos da últimaequação se cancelam mutuamente, e <strong>de</strong>sta forma temosm 2 ∂ ν A ν = 0.Uma vez que m 2 ≠ 0 concluimos finalmente que∂ ν A ν = 0. (4.4)Desta forma notamos que, contrariamente ao campo eletromagnético, o campo <strong>de</strong> Proca satisfaz<strong>de</strong> maneira imediata a condição <strong>de</strong> Lorentz, o que nos permite reescrever a equação (4.3)simplesmente como(□ + m 2 )A ν = 0, (4.5)56


ou seja, todas as componentes <strong>de</strong> A µ satisfazem a equação homogênea <strong>de</strong> Klein-Gordon. Comisso percebemos que a solução da equação (4.5) po<strong>de</strong> ser obtida <strong>de</strong> maneira análoga ao que jávinhamos fazendo até então, salvo algumas observações que serão <strong>de</strong>stacadas no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>stecapítulo.4.2 A Quantização do Campo <strong>de</strong> ProcaPara darmos início ao processo <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> do campo Proca comecemos por encontraro momento canonicamente conjugado a este, que será dado, <strong>de</strong> acordo com (3.39), porπ µ = −F 0µ . (4.6)Segundo a forma matricial do tensor <strong>de</strong> Maxwell (veja apêndice A), po<strong>de</strong>mos notar que ascomponentes temporais e espaciais <strong>de</strong> (4.6) são dadas, respectivamente, porπ 0 = 0π i = E i .(4.7)Neste ponto, assim como no capítulo anterior, vale ressaltar que a componente temporal docampo não possui um momento canonicamente conjugado a ele, não sendo possível, portanto,apresentar uma relação <strong>de</strong> comutação entre essas gran<strong>de</strong>zas. Porém, neste caso, po<strong>de</strong>mos darconta do campo A 0 usando as equações <strong>de</strong> movimento que o campo satisfaz, ou seja, a variação<strong>de</strong> A 0 será regulada por essas equações, que, quando calculadas <strong>de</strong> acordo com a equação (4.2)<strong>para</strong> ν = 0, temos queA 0 = − 1 m ∂ iE i . (4.8)2Sendo assim, seguindo o protocolo da <strong>quantização</strong> <strong>canônica</strong>, po<strong>de</strong>mos impor as regras <strong>de</strong>comutação <strong>para</strong> tempos iguais entre os observáveis, dadas por[Âi (⃗x, t), ˆπ j (⃗y, t)] = [Âi (⃗x, t), Êj (⃗y, t)] = iδ ij δ 3 (⃗x − ⃗y),[Âi (⃗x, t), Âj (⃗y, t)] = 0, (4.9)[ˆπ i (⃗x, t), ˆπ j (⃗y, t)] = [Êi (⃗x, t), Êj (⃗y, t)] = 0,e promover a variável dinâmica, <strong>de</strong>scrita pela equação (4.8), <strong>para</strong> a categoria <strong>de</strong> operador, <strong>de</strong>maneira que po<strong>de</strong>mos escrever 0 = − 1 m ∂ 2 iÊi . (4.10)57


Para as quantida<strong>de</strong>s Âi e Â0 , usando a equação anterior <strong>para</strong> Â0 , temos ainda a seguinte relação<strong>de</strong> comutação[Âi (⃗x, t), Â0 (⃗y, t)] =[ i (⃗x, t), − 1 ]m ∂ 2 jÊj (⃗y, t) ,e como a <strong>de</strong>rivada ∂ j é em relação a ⃗y ela po<strong>de</strong> ser retirada <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do comutador, assimcomo o termo − 1 m 2 , sendo possível escrever a equação anterior simplesmente como[Âi (⃗x, t), Â0 (⃗y, t)] = − 1 m 2 ∂ j[Âi (⃗x, t), Êj (⃗y, t)],que, usando a primeira das relações (4.9), fica[Âi (⃗x, t), Â0 (⃗y, t)] = − 1 m 2 ∂ iδ 3 (⃗x − ⃗y), (4.11)e ainda <strong>para</strong> as relações entre <strong>campos</strong> Â0 , calculados em tempos iguais, temos finalmente[Â0 (⃗x, t), Â0 (⃗y, t)] = 0. (4.12)Note nestas últimas relações que as componentes do campo A µ são tratadas se<strong>para</strong>damente,não mantendo assim a idéia <strong>de</strong> covariância, uma vez que as componentes espaciais e temporaisdo campo <strong>de</strong> Proca foram se<strong>para</strong>damente quantizadas.Com o intuito <strong>de</strong> contornarmos talincongruência é necessário re<strong>de</strong>finir algumas das relações <strong>de</strong> comutação já explicitadas.Porém, antes disso, é conveniente escrevermos a solução geral da equação <strong>de</strong> movimento(4.5) que, <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>composição em ondas planas e já consi<strong>de</strong>rando apenas os trêsgraus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> das variáveis dinâmicas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, será dada por∫ µ (⃗x, t) =dk 33∑ɛ µ (k, λ)(â kλ u k + â † kλ u∗ k), (4.13)λ=1ou, explicitando as funções u k , dadas por (2.64), po<strong>de</strong>mos ainda escreve tal solução comosendo∫ µ (x µ ) =dk 3√2wk (2π) 33∑ɛ µ (k, λ)(â kλ e −ikµxµ + â † kλ eikµxµ ), (4.14)λ=1k µ = (k 0 , ⃗ k),x µ = (t = x 0 , ⃗x),k µ x µ = w k t − ⃗ k · ⃗x,(4.15)tendo as três bases <strong>de</strong> polarização <strong>de</strong>finidas convenientemente por[9] (Veja Apêndice B)ɛ µ (k, 1) = (0,⃗ɛ(k, 1)),58


ɛ µ (k, 2) = (0,⃗ɛ(k, 2)), (4.16)ɛ µ (k, 3) =( ) |k|m , k k 0.|k| mConsi<strong>de</strong>remos agora, diferentemente do que vinhamos fazendo até então, a relação <strong>de</strong> comutaçãoentre os <strong>campos</strong> µ (x µ ) e µ (y µ ) não apenas em pontos, mas também em temposdiferentes. Daí virá, utilizando (4.14), que∫[µ (x µ ), µ (y µ )] =dk 3 ∫√2wk (2π) 3dk ′3√2w′k(2π) 33∑λ,λ=1ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k ′ , λ ′ )[(â kλ e −ikµxµ + â † kλ eikµxµ )××(â k ′ λ ′e−ik′ µy µ + â † k ′ λ ′ e ik′ µy µ ) − (â k ′ λ ′e−ik′ µy µ + â † k ′ λ ′ e ik′ µy µ )(â kλ e −ikµxµ + â † kλ eikµxµ )].Efetuando os produtos explicitados acima po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar neste resultado algumas relações<strong>de</strong> comutação <strong>para</strong> os operadores <strong>de</strong> criação e aniquilação. Desta maneira a última equaçãopo<strong>de</strong> ser escrita como∫[µ (x µ ), µ (y µ )] =dk 3 ∫√2wk (2π) 3dk ′3√2w′k(2π) 33∑λ,λ=1ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k ′ , λ ′ ){[â kλ , â k ′ λ ′]e−i(kµxµ +k ′ µ yµ) ++[â kλ , â † k ′ λ ′ ]e −i(kµxµ −k ′ µ yµ) + [â † kλ , â k ′ λ ′]ei(kµyµ −k ′ µ yµ) + [â † kλ , ↠k ′ λ ′ ]e i(kµxµ +k ′ µ yµ) },que, <strong>de</strong> acordo com as relações <strong>de</strong> comutação <strong>para</strong> os operadores <strong>de</strong> criação e aniquilação dadaspor (3.69), a relação <strong>de</strong> comutação entre os <strong>campos</strong> µ (x µ ) e µ (y µ ) fica∫[µ (x µ ), µ (y µ )] =dk 3 ∫√2wk (2π) 3dk ′3√2w′k(2π) 33∑λ,λ=1g λλ ′δ 3 ( ⃗ k − ⃗ k ′ )××ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k ′ , λ ′ )[e i(kµxµ −k ′ µy µ) − e −i(kµxµ −k ′ µy µ) ].Segundo (2.18) e como as únicas contribuições não nulas <strong>para</strong> a última igualda<strong>de</strong> dar-se-ão <strong>para</strong>λ = λ ′ , em virtu<strong>de</strong> da diagonal principal do tensor métrico, teremos que∫[µ (x µ ), µ (y µ )] = −dk 32w k (2π) 33∑ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k, λ)[e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ].Como <strong>para</strong> o caso do campo <strong>de</strong> Proca temos que[9] (Veja Apêndice B)3∑λ=1λ=1ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k, λ) = −(g µν − 1 )m 2 kµ k ν , (4.17)59


e o comutador que estamos calculando terá a forma∫ ([µ (x µ ), µ (y µ dk 3)] = −−g µν + 1 )2w k (2π) 3 m 2 kµ k ν [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ].É possivel reescrever esta última relação <strong>de</strong> comutação <strong>de</strong> tal maneira que o integrando<strong>de</strong>sta seja composto apenas das exponênciais nesta existentes. Para tanto vamos resolver a<strong>de</strong>rivada ∂ µ ∂ ν [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ] e, já utilizando o tensor métrico, temos∂ µ ∂ ν [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ] = g µβ g νρ ∂ β ∂ ρ [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ],que ao aplicarmos a primeira <strong>de</strong>rivada, em ∂ ρ , fica∂ µ ∂ ν [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ] = g µβ g νρ ∂ β [ik µ∂x µna qual ∂xµ∂x β∂x β eikµ(xµ −y µ) + ik µ∂x µ∂x β e−ikµ(xµ −y µ) ],= δ µ β. Segundo a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filtragem da Delta, a última relação fica∂ µ ∂ ν [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ] = g µβ g νρ ∂ β [ik β e ikµ(xµ −y µ) + ik β e −ikµ(xµ −y µ) ].Aplicando agora a <strong>de</strong>rivada ∂ β <strong>de</strong> forma analoga ao que fizemos <strong>para</strong> a <strong>de</strong>rivada ∂ ρ , teremos∂ µ ∂ ν [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ] = −g µβ g νρ [k β k ρ e ikµ(xµ −y µ) − k β k ρ e −ikµ(xµ −y µ) ],<strong>de</strong>sta forma, colocando k β e k ρ em evidência e levantando seus índices com o auxílio do tensormétrico, temos a igualda<strong>de</strong>∂ µ ∂ ν [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ] = −k µ k ν [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ].Logo, usando a expressão acima na relação <strong>de</strong> comutação [µ (x µ ), µ (y µ )], que vinhamos calculando,obtemos que∫[µ (x µ ), µ (y µ )] = −ou ainda[µ (x µ ), µ (y µ )] =(g µν + 1 ) ∫m 2 ∂µ ∂ νSabendo que[20](dk 3−g µν − 1 )2w k (2π) 3 m 2 ∂µ ∂ ν [e ikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ],dk 32w k (2π) 3 [eikµ(xµ −y µ) − e −ikµ(xµ −y µ) ].sin θ = eiθ − e −iθ, (4.18)2ia nossa relação <strong>de</strong> comutação ficará[µ (x µ ), µ (y µ )] = i(g µν + 1 ) ∫ dkm 2 ∂µ ∂ ν 3sin k µ (x µ − y µ ).(2π) 3 w k60


Introduziremos agora a chamada Função <strong>de</strong> Pauli-Jordan <strong>de</strong>finida como[9]∫ dk∆(x µ − y µ 3sin k µ (x µ − y µ )) = −. (4.19)(2π) 3 w kConcluímos então que o comutador [µ (x µ ), µ (y µ )] po<strong>de</strong> ser escrito na forma[µ (x µ ), µ (y µ )] = −i(g µν + 1 )m 2 ∂µ ∂ ν ∆(x µ − y µ ). (4.20)A função <strong>de</strong> Pauli-Jordan obe<strong>de</strong>ce à algumas importantes proprieda<strong>de</strong>s, tais como:É impar no argumentoÉ nula quando calculada em tempos iguais, ou seja,∆(x µ − y µ ) = −∆(y µ − x µ ). (4.21)∆(x µ − y µ )| x0 =y 0= 0. (4.22)Sua primeira <strong>de</strong>rivada temporal calculada em tempos iguais é dada por∂ 0 ∆(x µ − y µ )| x0 =y 0= −δ 3 (⃗x − ⃗y). (4.23)É solução da equação homogênea <strong>de</strong> Klein-Gordon, logo(□ + m 2 )∆(x µ − y µ ) = 0. (4.24)Então, <strong>de</strong> acordo com a equação (4.20), percebemos que o processo <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> tambémé covariante <strong>para</strong> <strong>campos</strong> vetoriais massivos, uma vez que a função <strong>de</strong> Pauli-Jordan é uminvariante <strong>de</strong> Loretz[8][9]. E ainda, <strong>de</strong> acordo com as proprieda<strong>de</strong>s da função <strong>de</strong> Pauli-Jordanpo<strong>de</strong>mos perceber que as relações (4.9), (4.11) e (4.12) são casos especiais que surgem <strong>de</strong>maneira imediata da relação <strong>de</strong> comutação covariante dada por (4.20), quando consi<strong>de</strong>ramosesta <strong>para</strong> tempos iguais. Esta mesma consi<strong>de</strong>ração, <strong>para</strong> as relações <strong>de</strong> comutação, po<strong>de</strong> serfeita <strong>para</strong> outros <strong>campos</strong>, como o campo escalar e o campo <strong>de</strong> Maxwell, por exemplo. Diantedisto po<strong>de</strong>mos escrever uma relação <strong>de</strong> comutação <strong>para</strong> <strong>campos</strong> escalares[8][9] dada agora naforma[ ˆϕ(x µ ), ˆϕ(y µ )] = i∆(x µ − y µ ), (4.25)e <strong>para</strong> o campo eletromagnético[9], no calibre <strong>de</strong> Lorentz, como[µ (x µ ), Âν (y µ )] = −ig µν D(x µ − y µ ), (4.26)61


sendo que D(x µ − y µ ) é a própria função <strong>de</strong> Pauli-Jordan, com a ressalva <strong>de</strong> que aqui ela está<strong>de</strong>finida <strong>para</strong> <strong>campos</strong> vetoriais cuja massa é nula, por isso, por questão <strong>de</strong> notação trocamos ∆por D. E no calibre <strong>de</strong> Coulomb teremos[Âi (x µ ), Âj (y µ )] = iP ij⊥ D(xµ − y µ ), (4.27)na qual( )P ij⊥ = δ ij − ∂i ∂ j, (4.28)∇ 2que é o <strong>de</strong>nominado Operador Projeção Transversa[9].Para obter agora a relação <strong>de</strong> comutação entre os operadores Âν (y ν ) e suas <strong>de</strong>rivadas, ouseja, entre ∂ µ  µ (x µ ) e Âν (y ν ), teremos simplesmente que calcularque <strong>de</strong> acordo com (4.20), fica[∂ µ  µ (x µ ), Âν (y ν )] = ∂ µ [µ (x µ ), Âν (y ν )],[∂ µ  µ (x µ ), Âν (y ν )] = −i∂ µ(g µν + 1 m 2 ∂µ ∂ ν )∆(x µ − y µ ).Introduzindo a <strong>de</strong>rivada ∂ µ no parêntese e levantando seu índice graças ao tensor métrico, temos[∂ µ  µ (x µ ), Âν (y ν )] = −i(∂ ν + 1 )m ∂ µ∂ µ ∂ ν ∆(x µ − y µ ),2que ao i<strong>de</strong>ntificarmos nesta o D’Lambertiano, dado por ∂ µ ∂ µ , e colocando 1 m 2 ∂ ν em evidência,ficaremos com[∂ µ  µ (x µ ), Âν (y ν )] = − im 2 ∂ν (□ + m 2 )∆(x µ − y µ ),que <strong>de</strong> acordo com (4.24) fica, finalmente, na forma[∂ µ  µ (x µ ), Âν (y ν )] = 0.Como Âν (y ν ) ≠ 0, <strong>de</strong> acordo com a última relação nota-se que faz sentido que ∂ µ  µ (x µ ) = 0,ou seja, diferentemente do campo eletromagnético explorado na secção 3.3, o campo <strong>de</strong> Procasatisfaz <strong>de</strong> maneira imediata a condição <strong>de</strong> Lorentz, dada por (3.42), uma vez que a função <strong>de</strong>Pauli-Jordan satisfaz a equação homogênea <strong>de</strong> Klein-Gordon dada por (4.24).Como no momento a nossa intenção é encontrar o operador Hamiltoniano, partiremos novamenteda componente θ 00 do tensor energia-momento, dado porθ 00 =∂L∂∂ 0 A µ∂ 0 A µ − L.62


O primeiro termo <strong>de</strong>sta última equação po<strong>de</strong> ser reescrito <strong>de</strong> acordo com a equação (3.39) e osegundo termo <strong>de</strong> acordo com a equação (4.1), <strong>de</strong>sta maneira, temosθ 00 = −F 0µ ∂ 0 A µ + 1 4 F µνF µν − 1 2 m2 A µ A µ ,que, explicitando a somatória contida nos dois primeiros termos e efetuando o produto doterceiro termo, temosθ 00 = −F 0i ∂ 0 A i + 1 4 (F 0jF 0j + F 0i F 0i + F ij F ij ) − 1 2 m2 (A 2 0 − ⃗ A 2 ),e já que F 00 = F 00 = 0, e sabendo ainda que F 0i e F 0i são as componentes do campo elétrico,temos queθ 00 = − ⃗ E · ∂ 0 A i + 1 4 (−2 ⃗ E + F ij F ij ) − 1 2 m2 (A 2 0 − ⃗ A 2 ).Note nos resultados (3.31) e (4.32), bem como nos cálculos efetuados entre essas duas equações,que F ij F ij representam o vetor indução magnética, que dar-se-ão <strong>de</strong> tal forma que a últimaequação ficaθ 00 = − ⃗ E · ∂ 0⃗ A −12 ( ⃗ E 2 − ⃗ B 2 ) − 1 2 m2 (A 2 0 − ⃗ A 2 ), (4.29)e como sabemos ainda que ⃗ E = −∇A 0 − ∂ 0⃗ A, teremos queθ 00 = − ⃗ E · (− ⃗ E − ∂ 0⃗ A) −12 ( ⃗ E 2 − ⃗ B 2 ) − 1 2 m2 (A 2 0 − ⃗ A 2 ),na qual, efetuando o produto escalar do primeiro termo e agrupando os termos em comum,po<strong>de</strong>mos escreverUsando ainda a proprieda<strong>de</strong>[17]θ 00 = 1 2 ( ⃗ E 2 + ⃗ B 2 ) + ⃗ E · ∇A 0 − 1 2 m2 (A 2 0 − ⃗ A 2 ).∇ · (ϕ ⃗ F ) = ∇ϕ · ⃗F + ϕ∇ · ⃗F , (4.30)na qual ϕ e ⃗ F são, respectivamente, <strong>campos</strong> escalares e vetoriais quaisquer, po<strong>de</strong>mos reescrevero segundo termo da última equação <strong>para</strong> θ 00 <strong>de</strong> tal forma que esta ficará na formaθ 00 = 1 2 ( ⃗ E 2 + ⃗ B 2 ) − A 0 ∇ · ⃗E + ∇ · (A 0⃗ E) −12 m2 (A 2 0 − ⃗ A 2 ).Ao integrarmos a expressão anterior em todo volume e usando o Teorema <strong>de</strong> Gauss po<strong>de</strong>mos<strong>de</strong>scartar o terceiro termo da última equação, baseados na idéia <strong>de</strong> que no infinito os <strong>campos</strong>se anulam, e assim, após alguma álgebra, obtermosθ 00 = 1 2 ( ⃗ E 2 + ⃗ B 2 + m 2 ⃗ A 2 ) − A 0 ∇ · ⃗E − 1 2 m2 A 2 0,63


que <strong>de</strong> acordo com (4.8) fica, finalmente, comoθ 00 = 1 [⃗E 2 + B2⃗ 2 + 1 ]m (∇ · ⃗E) 2 + m 2 A ⃗2, (4.31)2que é a expressão <strong>para</strong> a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia.A partir do resultado anterior po<strong>de</strong>mos encontrar o operador hamiltoniano integrando a<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia em todo o espaço, ou sejaĤ = 1 ∫2dx 3 [⃗E 2 + ⃗ B 2 + 1 m 2 (∇ · ⃗E) 2 + m 2 ⃗ A2]., (4.32)que, ao proseguirmos com cálculos[9], analogamente com os que foram feitos <strong>para</strong> encontrar osoperadores hamiltonianos dos <strong>campos</strong> explorados anteriormente, tais como os <strong>campos</strong> escalarese eletromagnéticos, po<strong>de</strong>mos mostrar que tal operador fica, em sua forma final, dado por∫Ĥ =dx 3 w k3∑â † kλâkλ, (4.33)que é o operador Hamiltoniano do Campo <strong>de</strong> Proca, cuja somatória vai <strong>de</strong> 1 a 3, referêntes àsvariáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes discutidas na secção 4.2 <strong>de</strong>ste capítulo.λ=164


Capítulo 5O Propagador <strong>de</strong> FeynmanÉ sabido que <strong>para</strong> se <strong>de</strong>screver <strong>de</strong>talhadamente um sistema <strong>de</strong> muitos corpos, mesmo aindano contexto física clássica, necessitamos conhecer a posição da partícula no <strong>de</strong>correr do tempo,ou seja, <strong>para</strong> cada partícula precisamos conhecer ⃗r(t). Já no caso teoria quântica precisamosconhecer a função <strong>de</strong> onda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tempo, ou seja, ψ(⃗r, t), que representa a amplitu<strong>de</strong><strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar a partícula em uma certa região do espaço. O propagador é oobjeto que promove tanto a evolução temporal quanto espacial <strong>de</strong> função <strong>de</strong> onda, ou seja, é opropagador que nos fornece a função <strong>de</strong> onda em um certo instante e em uma certa região doespaço, quando esta é conhecida numa outra região e instante.Os propagadores <strong>de</strong> Feynman, no âmbito da Teoria Quântica <strong>de</strong> Campos, são entendidoscomo sendo amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se obter processos físicos específicos envolvendointerações nesta teoria[14].5.1 O Propagador do Campo Escalar MassivoO propagador <strong>de</strong> Feynman, <strong>de</strong>ntro da teotia quântica <strong>de</strong> <strong>campos</strong>, é <strong>de</strong>finido como[11]i∆ F (x µ − y µ ) = 〈0| T ( ˆϕ(x µ ) ˆϕ(y µ )) |0〉 , (5.1)sendo que T <strong>de</strong>nota o Produto Or<strong>de</strong>namento Temporal, que organiza os <strong>campos</strong> na formaT ( ˆϕ(x µ ) ˆϕ(y µ )) = θ(x 0 − y 0 ) ˆϕ(x µ ) ˆϕ(y µ ) + θ(y 0 − x 0 ) ˆϕ(y µ ) ˆϕ(x µ ), (5.2)ou seja, que organiza temporalmente a maneira pela qual os <strong>campos</strong> se propagam.Substituindo (5.2) em (5.1), obtemos quei∆ F (x µ − y µ ) = θ(x 0 − y 0 ) 〈0| ˆϕ(x µ ) ˆϕ(y µ ) |0〉 + θ(y 0 − x 0 ) 〈0| ˆϕ(y µ ) ˆϕ(x µ ) |0〉 , (5.3)65


que <strong>de</strong> acordo com (2.50) toma a formai∆ F (x µ − y µ ) = θ(x 0 − y 0 )[〈0| ˆϕ (+) (x µ ) ˆϕ (+) (y µ ) |0〉 + 〈0| ˆϕ (+) (x µ ) ˆϕ (−) (y µ ) |0〉 ++ 〈0| ˆϕ (−) (x µ ) ˆϕ (+) (y µ ) |0〉 + 〈0| ˆϕ (−) (x µ ) ˆϕ (−) (y µ ) |0〉]++θ(y 0 − x 0 )[〈0| ˆϕ (+) (y µ ) ˆϕ (+) (x µ ) |0〉 + 〈0| ˆϕ (+) (y µ ) ˆϕ (−) (x µ ) |0〉 ++ 〈0| ˆϕ (−) (y µ ) ˆϕ (+) (x µ ) |0〉 + 〈0| ˆϕ (−) (y µ ) ˆϕ (−) (x µ ) |0〉],na qual po<strong>de</strong>mos notar que em alguns termos temos a aplicação∫ˆϕ (+) (x µ ) |0〉 = dk 3 u k â k |0〉 , (5.4)que <strong>de</strong> acordo com a equação (2.47), que fornece o valor do operador aniquilação aplicado noestado <strong>de</strong> vácuo, teremos quecuja correspon<strong>de</strong>nte dual é dado porˆϕ (+) (x µ ) |0〉 = 0, (5.5)〈0| ˆϕ (−) (x µ ) = 0. (5.6)A mesma análise é válida <strong>para</strong> o campo calculado em y µ , <strong>de</strong>sta forma, a <strong>de</strong>finição inicial<strong>para</strong> o propagador se resume na formai∆ F (x µ − y µ ) = θ(x 0 − y 0 ) 〈0| ˆϕ (+) (x µ ) ˆϕ (−) (y µ ) |0〉 + θ(y 0 − x 0 ) 〈0| ˆϕ (+) (y µ ) ˆϕ (−) (x µ ) |0〉 . (5.7)Assim, baseados na expressão anterior, po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r fisicamente o propagador <strong>de</strong> Feynmancomo sendo a soma <strong>de</strong> duas Amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Probabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> maneira que o primeiro termoé a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma partícula ser criada no ponto ⃗y e no instante y 0 <strong>para</strong>ser aniquilada no ponto ⃗x e no instante x 0 , sendo x 0 maior que y 0 . Já o segundo termo nosfornece a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a criação <strong>de</strong> uma partícula no ponto ⃗x e no instantex 0 e <strong>de</strong>sta ser aniquilada no ponto ⃗y e no instante y 0 , sendo y 0 maior que x 0 .Reescrevendo (5.7) já levando em consi<strong>de</strong>ração os valores explicitos dos termos do campoem questão dado por (2.62), teremos que∫i∆ F (x µ − y µ dk 3 ∫dk ′3) =2w k (2π) 3 2w k ′(2π) [θ(x 3 0 − y 0 )e −i(kµxµ −k ν ′ yµ) 〈0| â k â † k|0〉 +′+θ(y 0 − x 0 )e i(kµxµ −k ′ ν yµ) 〈0| â k â † k ′ |0〉].66


Consi<strong>de</strong>rando a relação <strong>de</strong> comutação entre os operadores <strong>de</strong> criação e aniquilação <strong>para</strong> ocampo escalar já apresentada por nós dada por<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem que[â k , â † k ′ ] = δ 3 ( ⃗ k − ⃗ k ′ ),â k â † k ′ = δ 3 ( ⃗ k − ⃗ k ′ ) + â † k ′ â k ,po<strong>de</strong>mos reescrever a última relação <strong>para</strong> i∆(x µ − y µ ) na forma∫i∆ F (x µ − y µ dk 3 ∫dk ′3) =2w k (2π) 3 2w k ′(2π) [θ(x 3 0 − y 0 )e −i(kµxµ −k νy ′ µ) 〈0| [δ 3 ( ⃗ k − k ⃗′ ) + â † kâ ′ k ] |0〉 ++θ(y 0 − x 0 )e i(kµxµ −k ′ νy µ) 〈0| [δ 3 ( ⃗ k − ⃗ k ′ ) + â † k ′ â k ] |0〉].Como â k |0〉 = 0 e levando em conta (2.18), teremos que∫i∆ F (x µ − y µ dk 3) =2w k (2π) [θ(x 3 0 − y 0 )e −ikµ(xµ −y µ) + θ(y 0 − x 0 )e ikµ(xµ −y µ) ],ou ainda, explicitando os produtos do tipo k µ x µ , temos∫i∆ F (x µ − y µ dk 3) =2w k (2π) [θ(x 3 0 − y 0 )e i⃗ k·(⃗x−⃗y)−iw k (x 0 −y 0 ) + θ(y 0 − x 0 )e −i⃗ k·(⃗x−⃗y)−iw k (x 0 −y 0 ) ].Trocando, no segundo termo, ⃗ k −→ − ⃗ k, esta última assume a forma∫i∆ F (x µ − y µ dk 3) =2w k (2π) 3 ei⃗ k·(⃗x−⃗y) [θ(x 0 − y 0 )e −iw k(x 0 −y 0 ) + θ(y 0 − x 0 )e iw k(x 0 −y 0 ) ]. (5.8)Antes <strong>de</strong> proseguirmos com o cálculo do propagador propriamente dito nos será <strong>de</strong> muitarelevância abrir um breve parêntese sobre integrais complexas, que po<strong>de</strong>m ser calculadas pormeio do Teorema do Resíduo[3][4], como por exemplo a integral∮f(z)dz = ±2πi ∑ Resf(z j ), (5.9)c jna qual o resíduo cálculado é obtido por{ }1d(m−1)Resf(z j ) = lim(m − 1)! z↦−→z j dz [f(z)(z − z j) m ] . (5.10)(m−1)Escolhendo o contorno <strong>de</strong> integração apropriado, po<strong>de</strong>mos mostrar que as quantida<strong>de</strong>s12w ke −iw k(x 0 −y 0 )67


e12w ke iw k(x 0 −y 0 ) ,no propagador que vinhamos calculando, são os resíduos da integral complexa dada por∫e k 0(x 0 −y 0 )dk 0 = −2πi ∑ Resf(wk0 2 − wk2 j ), (5.11)jsendo ±w k os pólos da função localizados no eixo dos reais do plano complexo k 0 . Já as funçõesθ(x 0 − y 0 ) e θ(y 0 − x 0 ) são introduzidas <strong>de</strong> tal forma que garatam que os resultados encontradosnão divirjam ao tomarmos o limite <strong>de</strong> ik 0 −→ ∞ (quando fechamos o contorno <strong>de</strong> integraçãopor cima) e quando tomamos o limite ik 0 −→ −∞ (ao fecharmos o contorno <strong>de</strong> integração porbaixo).Substituindo (5.11) em (5.8) no nosso propagador teremoslogo,∫ dki∆ F (x µ − y µ 3) = −(2π) 3 ei∫k·(⃗x−⃗y) ⃗ dk0 e −ik 0(x 0 −y 0 ),2πi k0 2 − wk2∫ dk∆ F (x µ − y µ 4e −ikµ(xµ −y µ )) =, (5.12)(2π) 4 k0 2 − wk2e, <strong>de</strong> acordo com (2.55), a equação (5.12) fica na forma∫ dk∆ F (x µ − y µ 4e −ikµ(xµ −y µ )) =(2π) 4 k µ k µ − m . (5.13)2Como os pólos <strong>de</strong>sta última integral encontram-se no eixo real do plano complexo, umaprática comum nesses casos é <strong>de</strong>slocar o polo, ou seja, movê-lo <strong>de</strong> uma distância a −→ 0 <strong>de</strong>steeixo, assim sendo teremos que∫ dk∆ F (x µ − y µ 4e −ik µ(x µ −y µ )) =(2π) 4 k µ k µ − m 2 + ia . (5.14)Substituindo (5.14) no equação <strong>de</strong> Klein-Gordon, temos que∫ dk(∂ 2 + m 2 )∆ F (x µ − y µ 4(−k 2 + m 2 )e −ik µ(x µ −y µ )) =(2π) 4 k µ k µ − m 2∫ dk4= −(2π) 4 e−ik µ(x µ −y µ ),que é uma das representações da Delta <strong>de</strong> Dirac, logo(∂ 2 + m 2 )∆ F (x µ − y µ ) = −δ 4 (x µ − y µ ), (5.15)68


<strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluímos que o propagador é uma das formas da função <strong>de</strong> Green <strong>para</strong> a equação <strong>de</strong>Klein-Gordon não-homogênea.Note que ao resolvermos a equação (5.15), utilizando o método da Transformada <strong>de</strong> Fourier[3][4],chegaremos novamente no valor explícito do propagador obtido em (5.14). Para isso, <strong>de</strong>finiremosantes a transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>para</strong> ∆ F (x µ − y µ ) comoSendo assim, (5.15) ficaI{∆ F (x µ − y µ )} := ∆ F (k µ ). (5.16)I{∂ 2 ∆ F (x µ − y µ )} + m 2 I{∆ F (x µ − y µ )} = −I{δ 4 (x µ − y µ )}, (5.17)e como sabemos que I{∂ 2 ∆ F (x µ − y µ )} = −k 2 ∆ F (k) e ainda I{∆ F (x µ − y µ )} = 1, então como pólo já <strong>de</strong>slocado teremos que (5.17) será dado por1∆(k) = −k µ k µ − m 2 + ia , (5.18)que é o propagador do campo escalar massivo, <strong>de</strong>finido agora no espaço dos k ′ s.5.2 O Propagador do FótonDe forma similar ao que foi feito na secção anterior obteremos o propagador do fóton ou, sepreferir, do campo eletromagnético. Po<strong>de</strong>mos encontrar este propagador a partir da <strong>de</strong>finição[9]iD µνF (xβ − y β ) = 〈0| T (µ (x β )Âν (y β )) |0〉 , (5.19)sendo que D µνF, por questão <strong>de</strong> notação, <strong>de</strong>signa o propagador do campo vetorial não massivo.Assim reescrevendo (5.19) substituindo o valor do campo µ , temos∫iD µνF (xβ − y β ) =dk 3 ∫√2wk (2π) 3dk ′3√2wk ′(2π) 33∑λ,λ ′ =0ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k ′ , λ ′ )××[θ(x 0 − y 0 )e −i(k βx β −k ′ β yβ) 〈0| â k ′ λ ′↠kλ |0〉 + θ(y 0 − x 0 )e i(kµxµ −k ′ νy µ) 〈0| â kλ â † k ′ λ ′ |0〉].Proce<strong>de</strong>ndo da mesma forma que fizemos no caso do campo escalar, consi<strong>de</strong>rando as relações<strong>de</strong> comutação <strong>para</strong> os operadores <strong>de</strong> criação e aniquilação <strong>para</strong> este campo, dadas por (3.27),e a proprieda<strong>de</strong> (2.18), temos que∫iD µνF (xβ − y β ) = −dk 32w k (2π) 3693∑g λλ ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k, λ)×λ=0


×[θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ],que segundo a relação (B.12) po<strong>de</strong> ser escrito na forma∫iD µνF (xβ − y β ) = −g µν dk 32w k (2π) [θ(x 3 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ]. (5.20)Po<strong>de</strong>-se notar que a integral explicitada em (5.20) já foi i<strong>de</strong>ntificada (5.13), sendo que<strong>de</strong>vemos ter o cuidado <strong>de</strong> perceber que, <strong>para</strong> este caso, temos m = 0 na relação (2.55) e quepo<strong>de</strong>mos escrever (5.12) lembrando que agora esta encontra-se multiplicada pelo fator −g µν .Assim fazendo po<strong>de</strong>mos escrever queou ainda, já <strong>de</strong>slocando o pólo, teremosD µνF (xβ − y β ) = −g µν ∫ dk4(2π) 4 e −ik β(x β −y β )k β k β, (5.21)D µνF (xβ − y β ) = −g µν ∫ dk4(2π) 4 e −ik β(x β −y β )k β k β + ia . (5.22)De on<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificamos, com base no que foi feito na seção anterior, queD µνque é o propagador do fóton no espaço dos k ′ s.gµνF (kβ ) = −k β k β + ia , (5.23)Uma análise mais completa <strong>de</strong>ste propagador, ou seja, uma análise que não fixa nenhumvalor <strong>para</strong> o parâmetro ξ po<strong>de</strong> ser encontrada na referência[9] <strong>de</strong>ste trabalho, tal análise nosleva ao resultadoF (kβ ) = −gµνk β k β + ia + ξ − 1 k µ k νξ (k β k β + ia) , (5.24)2D µνque por sua vez nos remete a (5.23) ao fixarmos ξ = 1, umja vez que os resultados encontradosnesta secção foram obtidos <strong>de</strong> acordo com esta escolha <strong>para</strong> o parâmetro ξ.5.3 O Propagador do Campo <strong>de</strong> ProcaSimilarmente ao que vinhamos fazendo nas duas primeiras secções <strong>de</strong>ste último capítulo, opropagador do Campo <strong>de</strong> Proca po<strong>de</strong> ser calculado <strong>de</strong> forma explícita a partir da <strong>de</strong>finição[9]i∆ µνF (xβ − y β ) = 〈0| T (µ (x β )Âν (y β )) |0〉 , (5.25)que segue, com a substituição do campo <strong>para</strong> µ , <strong>para</strong>∫i∆ µνF (xβ − y β dk 3 ∫dk ′3) = √ √2wk (2π) 3 2wk ′(2π) 3703∑λ,λ ′ =0ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k ′ , λ ′ ) (5.26)


[θ(x 0 − y 0 )e −i(k′ β xβ −k β y β) 〈0| â k ′ λ ′↠kλ |0〉 + θ(y 0 − x 0 )e i(k′ β xβ −k ′ β yβ) 〈0| â kλ â † k ′ λ ′ |0〉],que, <strong>de</strong> acordo com as relações <strong>de</strong> comutação <strong>para</strong> os operadores â e â † , mostradas no capítuloanterior, também como nos casos das duas últimas secções, temos∫i∆ µνF (xβ − y β ) =dk 32w k (2π) 33∑ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k ′ , λ ′ )[θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) +λ=0+θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ],ou ainda, segundo a relação (4.17), está última relação será dada por∫i∆ µνF (xβ − y β ) = −(dk 3g µν − 1 )2w k (2π) 3 m 2 kµ k ν [θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + (5.27)+θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ],na qual percebemos o próprio propagador do campo escalar dado na forma <strong>de</strong> (5.8), porémexiste uma relevante diferença: o esperado termo <strong>de</strong> massa.Com o propósito <strong>de</strong> reescrevermos a integral cujo integrando apresenta o termo − 1 k µ k ν ,m 2partiremos <strong>de</strong>χ µν = −∂ µ ∂ ν [θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ], (5.28)on<strong>de</strong> as <strong>de</strong>rivadas ∂ µ e ∂ ν atuam na variável x β .Resolvendo (5.28), começaremos baixando os índices das <strong>de</strong>rivadas parciais com o auxíliodo tensor métrico, ou seja,χ µν = −g µα g νρ ∂ ρ ∂ α [θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ],que, <strong>de</strong> acordo com a regra do produto <strong>para</strong> as <strong>de</strong>rivadas, ficaχ µν = −g µα g νρ ∂ ρ {∂ α [θ(x 0 − y 0 )]e −ik β(x β −y β) + θ(x 0 − y 0 )∂ α e −ik β(x β −y β) + (5.29)+∂ α [θ(x 0 − y 0 )]e ik β(x β −y β) + θ(x 0 − y 0 )∂ α e ik β(x β −y β) }.E ainda, prosseguindo com os cálculos necessários, ficaχ µν = −g µα g νρ ∂ ρ {∂ α [θ(x 0 − y 0 )]e −ik β(x β −y β) + θ(x 0 − y 0 )(−ik β ) ∂xβ∂x α e−ik β(x β −y β) +71


+∂ α [θ(x 0 − y 0 )]e ik β(x β −y β) + θ(x 0 − y 0 )(ik β ) ∂xβ∂x α eik β(x β −y β) },<strong>de</strong> on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar a Deltaδ µ α = ∂xβ∂x α . (5.30)Assim, distribuindo os tensores métricos nesta última soma e já utilizando a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>filtragem <strong>de</strong> (5.30), temosχ µν = −∂ ρ {g µα g νρ ∂ α [θ(x 0 − y 0 )]e −k β(x β −y β) − ik α g µα g νρ θ(x 0 − y 0 )e −k β(x β −y β) ++g µα g νρ ∂ α [θ(y 0 − x 0 )]e k β(x β −y β) + ik α g µα g νρ θ(y 0 − x 0 )e k β(x β −y β) }.Note que ao aplicarmos o quadri-gradiente ∂ α nas funções θ(x 0 −y 0 ) e θ(y 0 −x 0 ) só teremos contribuição<strong>para</strong> α = 0, pois as funções aqui mencionadas só apresentam <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia temporal,logoχ µν = −∂ ρ {g µ0 g νρ ∂ 0 θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) − ik α g µα g νρ θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) ++g µ0 g νρ ∂ 0 θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) + ik α g µα g νρ θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) }A <strong>de</strong>rivada da função Teta <strong>de</strong> Heavisi<strong>de</strong> é a própria Delta <strong>de</strong> Dirac[3], ou sejaδ(x) = dθ(x)dx .Concordando com está última, temos, também, queAssim sendoδ(x) = − dθ(−x) .dxχ µν = −∂ ρ [g µ0 g νρ δ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) − ik α g µα g νρ θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) +−g µ0 g νρ δ(x 0 − y 0 )e ik β(x β −y β) + ik α g µα g νρ θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ].Analogamente, distribuiremos o quadri-gradiente ∂ρ <strong>de</strong>ntro do colchete, assim sendo, teremosχ µν = −g µ0 g ν0 δ ′ (x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + ik ρ g µ0 g νρ δ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) +72


+ik α g µα g ν0 δ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + k α k ρ g µα g νρ θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) ++g µ0 g ν0 δ ′ (x 0 − y 0 )e ik β(x β −y β) + ik ρ g µ0 g νρ δ(x 0 − y 0 )e ik β(x β −y β) ++ik α g µα g ν0 δ ′ (x 0 − y 0 )e ik β(x β −y β) + k α k ρ g µα g νρ θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ,ou ainda, levantando os índices usando o tensor métrico, temosχ µν = −g µ0 g ν0 δ ′ (x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + ig µ0 k ν δ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) ++ig ν0 k µ δ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + k µ k ν θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) ++g µ0 g ν0 δ ′ (x 0 − y 0 )e ik β(x β −y β) + ig µ0 k ν δ(x 0 − y 0 )e ik β(x β −y β) +que, organizado os termos, fica+ig ν0 k µ δ ′ (x 0 − y 0 )e ik β(x β −y β) + k µ k ν θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ,χ µν = k µ k ν [θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ]++i(g µ0 k ν + g ν0 k µ )δ(x 0 − y 0 )[e −ik β(x β −y β) + e ik β(x β −y β) ]+−g µ0 g ν0 δ ′ (x 0 − y 0 )[e −ik β(x β −y β) − e ik β(x β −y β) ].Desta forma po<strong>de</strong>mos reescrever o primeiro termo do lado direito <strong>de</strong>sta última equação, <strong>de</strong>acordo com (5.28), assim temos[]k µ k ν θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β )== −∂ µ ∂ ν [θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ]+ (5.31)[−iδ(x 0 − y 0 )(g µ0 k ν + g ν0 k µ ) e −ik β(x β −y β) + e ik βx β −y β] +[+g µ0 g ν0 δ ′ (x 0 − y 0 ) e −ik β(x β −y β) − e ik βx β −y β] .73


Explicitando (5.27), teremos esta comoi∆ µνF (xβ − y β ) = −g µν ∫dk 32w k (2π) 3 [θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ]+∫+dk 32w k (2π) 3 1m 2 kµ k ν [θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ].Substituindo (5.31) nesta última relação <strong>para</strong> o propagador <strong>de</strong> Proca, temosi∆ µνF (xβ − y β ) = −g µν ∫dk 32w k (2π) 3 [θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ]+− 1 m 2 ∂µ ∂ ν ∫dk 32w k (2π) 3 [θ(x 0 − y 0 )e −ik β(x β −y β) + θ(y 0 − x 0 )e ik β(x β −y β) ]+−i 1 m 2 ∫dk 32w k (2π) 3 δ(x 0 − y 0 )(g µ0 k ν + g ν0 k µ )[e −ik β(x β −y β) + e ik β(x β −y β) ]++g µ0 g ν0 1 m 2 ∫dk 32w k (2π) 3 δ′ (x 0 − y 0 )[e −ik β(x β −y β) − e ik β(x β −y β) ].I<strong>de</strong>ntificando nos dois primeiros termos <strong>de</strong>sta última equação o propagador escalar dado por(5.8), po<strong>de</strong>remos reescrever esta, já em função <strong>de</strong>ste propagador, comoi∆ µνF (xβ − y β ) = −i(g µν + 1 )m 2 ∂µ ∂ ν ∆ F (x β − y β )+−i 1 ∫m δ(x 2 0 − y 0 )dk 32w k (2π) 3 (gµ0 k ν + g ν0 k µ )[e −ik β(x β −y β) + e ik β(x β −y β) ]+ (5.32)+g µ0 g ν0 1 ∫m 2 δ′ (x 0 − y 0 )dk 32w k (2π) 3 [e−ik β(x β −y β) − e ik β(x β −y β) ].Po<strong>de</strong>mos reescrever os integrandos dos dois últimos termos da equação (2.41) numa forma quejá nos é familiar mostrada em (5.8), trocando ⃗ k −→ − ⃗ k, implicitos em (5.32), vem daí quei∆ µνF (xβ − y β ) = −i(g µν + 1 )m 2 ∂µ ∂ ν ∆ F (x β − y β )+−i 1 ∫m δ(x 2 0 − y 0 )[e −iw k(x 0 −y 0 ) + e iw k(x 0 −y 0 ) ]dk 32w k (2π) 3 ei⃗ k·(⃗x−⃗y) (g µ0 k ν + g ν0 k µ )+ (5.33)74


+g µ0 g ν0 1 ∫m 2 δ′ (x 0 − y 0 )[e −iw k(x 0 −y 0 ) − e iw k(x 0 −y 0 ) ]dk 32w k (2π) 3 ei⃗ k·(⃗x−⃗y) .Percebemos que no segundo termo <strong>de</strong>sta última equação, a presença <strong>de</strong> um tensor <strong>de</strong> segundaor<strong>de</strong>m que representaremos por S µν , ou sejaS µν = (g µ0 k ν + g ν0 k µ ). (5.34)Calculando cada termo <strong>de</strong> (5.34), po<strong>de</strong>mos junta-los numa matriz que será dada por⎛⎞2w k k 1 k 2 k 3S µν = ⎜ k 1 0 0 0⎟⎝ k 2 0 0 0 ⎠ . (5.35)k 3 0 0 0Com isso, <strong>para</strong> calcularmos o segundo termo <strong>de</strong> (5.33), teremos que consi<strong>de</strong>rar cada termo <strong>de</strong>(5.35). Assim sendo, notamos ainda que a única contribuição não nula dar-se-á <strong>para</strong> o termo S 00<strong>de</strong>sta matriz, uma vez que ao consi<strong>de</strong>rarmos as componentes espaciais <strong>de</strong>sta, seremos levadosà calcular algumas integrais do tipo∫ dk3(2π) 3⃗ ke i⃗ k·(⃗x−⃗y) ,que não darão contribuição diferente <strong>de</strong> zero, já que o integrando é uma função ímpar integradaem todos os valores <strong>de</strong> ⃗ k. Com isso, concluimos que o termo em questão, já calculado <strong>para</strong>todos os termos <strong>de</strong> (5.35), po<strong>de</strong> ser reescrito <strong>de</strong> tal maneira que (5.33) ficará comoi∆ µνF (xβ − y β ) = −i(g µν + 1 )m 2 ∂µ ∂ ν ∆ F (x β − y β )+−ig µ0 g ν0 1 ∫m δ(x 2 0 − y 0 )[e −iw k(x 0 −y 0 ) + e iw k(x 0 −y 0 dk ) 3](2π) 3 ei⃗ k·(⃗x−⃗y) ++g µ0 g ν0 1 ∫m 2 δ′ (x 0 − y 0 )[e −iw k(x 0 −y 0 ) − e iw k(x 0 −y 0 ) ]dk 32w k (2π) 3 ei⃗ k·(⃗x−⃗y) ,que segundo a representação da <strong>de</strong>lta <strong>de</strong> Dirac dada por∫ dkδ 3 3(⃗x − ⃗y) =(2π) 3 ei⃗ k·(⃗x−⃗y) ,fica na formai∆ µνF (xβ − y β ) = −i(g µν + 1 )m 2 ∂µ ∂ ν ∆ F (x β − y β )+75


−ig µ0 g ν0 1 m 2 δ(x 0 − y 0 )δ 3 (⃗x − ⃗y)[e −iw k(x 0 −y 0 ) + e iw k(x 0 −y 0 ) ]+ (5.36)+g µ0 g ν0 12w k m 2 δ′ (x 0 − y 0 )δ 3 (⃗x − ⃗y)[e −iw k(x 0 −y 0 ) − e iw k(x 0 −y 0 ) ].Antes <strong>de</strong> prosseguirmos com este cálculo, vejamos quem é a primeira <strong>de</strong>rivada temporal da<strong>de</strong>lta dada por δ ′ (x 0 − y 0 ). Para isso, comecemos por escrever a integralchamandoI =∫ x2x 1δ ′ (x − a)f(x)dx, (5.37)u = f(x) −→ du = f ′ (x)dxdv = δ ′ (x − a)dx −→ v = δ(x − a).Segundo o método das Integrais por Partes, on<strong>de</strong>∫ x2udv = uv| x 2x 1−x 1a integral (5.37) será dada por∫ x2∫ x2x 1δ ′ (x − a)f(x)dx = f(x)δ(x − a)| x 2x 1−x 1vdu, (5.38)∫ x2x 1δ(x − a)f ′ (x)dx, (5.39)<strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>finição da <strong>de</strong>lta, esta só não é nula <strong>para</strong> x = a, então o primeiro termodo lado direiro <strong>de</strong>sta última equação será nulo, uma vez que este está sendo calculado em doispontos que não coenci<strong>de</strong>m com a sigularida<strong>de</strong>, logo a (5.39) fica na forma∫ x2x 1δ ′ (x − a)f(x)dx = −que assim faz sentido a relação dada por[9]∫ x2x 1δ(x − a)f ′ (x)dx,δ ′ (x − a)f(x) −→ −δ(x − a)f ′ (x). (5.40)Então, o último termo <strong>de</strong> (5.36) po<strong>de</strong>rá ser reescrito <strong>de</strong> tal forma que esta equação serádada pori∆ µνF (xβ − y β ) = −i(g µν + 1 )m 2 ∂µ ∂ ν ∆ F (x β − y β )+−ig µ0 g ν0 1 m 2 δ(x 0 − y 0 )δ 3 (⃗x − ⃗y)[e −iw k(x 0 −y 0 ) + e iw k(x 0 −y 0 ) ]+ (5.41)+ig µ0 g ν0 12m 2 δ(x 0 − y 0 )δ 3 (⃗x − ⃗y)[e −iw k(x 0 −y 0 ) + e iw k(x 0 −y 0 ) ].76


E ainda, compactificando as <strong>de</strong>ltas explicitas na última equação, po<strong>de</strong>remos reescrevê-la comoi∆ µνF (xβ − y β ) = −i(g µν + 1 )m 2 ∂µ ∂ ν ∆ F (x β − y β )+−ig µ0 g ν0 1 m 2 δ4 (x β − y β )[e −iw k(x 0 −y 0 ) + e iw k(x 0 −y 0 ) ]+ (5.42)+ig µ0 g ν0 12m 2 δ4 (x β − y β )[e −iw k(x 0 −y 0 ) + e iw k(x 0 −y 0 ) ].Então, o propagador do campo <strong>de</strong> proca toma a formai∆ µνF (xβ − y β ) = −i(g µν + 1 )m 2 ∂µ ∂ ν ∆ F (x β − y β ) −im 2 gµ0 g ν0 δ 4 (x β − y β ). (5.43)Uma observação importante a ser feita é que o segundo termo do propagador acima,aparentemente, quebra a covariância <strong>de</strong> Lorentz, uma vez que neste está sendo consi<strong>de</strong>radoque x 0 = y 0 . Porém este termo não é relevante uma vez que o mesmo é cancelado no <strong>de</strong>senvolvimentoda Teorida <strong>de</strong> Perturbação[9][11]. Uma outra maneira <strong>de</strong> lidarmos com eleé simplesmente omitindo-o[11], uma vez que do ponto <strong>de</strong> vista físico este não dará nenhumacontribuição.Temos também, finalmente, que <strong>de</strong> acordo com a forma explícita <strong>de</strong> ∆ F dado por (5.14),po<strong>de</strong>mos tomar sua <strong>de</strong>rivadas, como indicado em (5.43), e escrevê-lo como∆ µνF (k) = − ( g µν − 1 m 2 k µ k ν)k β k β − m 2 + ia − 1 m 2 gµ0 g ν0 . (5.44)ou seja, o propagador <strong>de</strong> Feynman <strong>para</strong> o Campo <strong>de</strong> Proca no espaço dos k ′ s.77


ConclusãoExploramos neste trabalho o método da <strong>quantização</strong> <strong>canônica</strong> <strong>de</strong> alguns <strong>campos</strong> importantesque surgem no contexto da Teoria Quântica <strong>de</strong> Campos. Vimos, primeiramente, que a idéia <strong>de</strong>campo surge <strong>de</strong> uma distribuição <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s discretas quando estas ten<strong>de</strong>m ao contínuonuma <strong>de</strong>terminada região. Assim fazendo, fomos capazes <strong>de</strong> mostrar que este limite ao contínuo<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> osciladores acoplados tem a dinâmica regida pela própria equação da onda,cuja solução foi quantizada. Percebemos na <strong>quantização</strong> dos <strong>campos</strong> escalares, quando submetidosa condições <strong>de</strong> contorno periódicas, que estes apresentam um comportamento similarcom os encontrados como solução no processo <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> da corda.Ao quantizarmos o campo eletromagnético livre percebemos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impormossobre este uma escolha <strong>de</strong> calibre, seja o Calibre <strong>de</strong> Coulomb ou o Calibre <strong>de</strong> Lorentz. Sendoque, neste último, fez-se necessária a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagrangeana modificada<strong>para</strong> mantermos a consistência com a proposta <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> covariante. Com issoconstatamos que a escolha do calibre <strong>de</strong> Lorentz, contrariamente ao que ocorre com o calibre<strong>de</strong> Coulomb, implica em dois novos graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>para</strong> a polarização do campo em questão,sendo estes eliminados por argumentos físicos mediantes as inconsistências que eles trazem <strong>para</strong>a teoria, esta eliminação é feita lançando-se mão do Método <strong>de</strong> Gupta-Bleuler. Assumindoa condição imposta por esse método fomos capazes <strong>de</strong> mostrar que o campo <strong>de</strong> Proca satisfaz aescolha <strong>de</strong> calibre <strong>de</strong> Lorentz, concluindo assim que quando falamos no campo eletromagnético,estamos falando, também, num campo que apresenta apenas 2 graus <strong>de</strong> polarização, ambostransversais.Mostramos que, motivados por um processo <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> aparentemente não covariante<strong>para</strong> o campo <strong>de</strong> Proca, tanto os <strong>campos</strong> escalares quanto os <strong>campos</strong> vetoriais adimitem umprocesso <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> dito covariante, sendo <strong>para</strong> isso necessária a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma funçãoinvariante chamada <strong>de</strong> Função <strong>de</strong> Pauli-Jordan. Com esta mostramos que as quantizaçõesque vínhamos efetuando anteriormente (<strong>para</strong> tempos iguais) são apenas um caso particular <strong>de</strong>um processo <strong>de</strong> <strong>quantização</strong> mais geral, escrito em termos <strong>de</strong>ste invariante.78


Por fim, obtivemos o propagador <strong>de</strong> Feynman <strong>para</strong> vários <strong>campos</strong> importantes, concebendoque, no contexto da Teoria Quântica <strong>de</strong> Campos, o propagador <strong>de</strong>ve ser entendido como sendo aAmplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> criação e aniquilação <strong>de</strong> partículas apartir do vácuo quântico or<strong>de</strong>nados temporalmente, e representando a propagação da interaçãoentre <strong>campos</strong> em pontos diferentes no espaço-tempo.79


Apêndice AO Eletromagnetismo <strong>de</strong> MaxwellNeste apêndice faremos uma pequena apresentação da Teoria Eletromagnética, nos <strong>de</strong>tendo,com maior atenção, às próprias Equações <strong>de</strong> Maxwell e suas representações através dospontenciais escalares e vetoriais e as liberda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> calibre concernentes a estes potenciais.Feito isso vamos apresentar as equações fundamentais do eletromagnetismo em suaforma covariante, <strong>de</strong>finida em termos do Tensor <strong>de</strong> Maxweel-Faraday.As Equações <strong>de</strong> MaxwellA teoria eletromagnética é <strong>de</strong>scrita, basicamente, pos dois vetores: o vetor campo elétrico⃗E e o vetor indução magnética ⃗ B; sendo estes soluções das equações <strong>de</strong> Maxwell, dadas por∇ · ⃗E = ρ,(A.1)∇ · ⃗B = 0,(A.2)∇ × ⃗ E = − ∂ ⃗ B∂t ,(A.3)∇ × ⃗ B = ⃗j + ∂ ⃗ E∂t ,(A.4)sendo estas, respectivamente, a Lei <strong>de</strong> Gauss, a Lei do Monopólo Magnético, a Lei <strong>de</strong>Faraday e a Lei <strong>de</strong> Ampère[17]. Tais equação estão escritas segundo o sistema <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Lorentz-Heavisi<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> omitimos os termos 4π presentes nas equações <strong>de</strong> Maxwell quandoescritas segundo o sistema <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s Gaussianas[17], e ainda, fizemos nestas últimas c = 1,<strong>de</strong> acordo com (1.69).80


As <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga ρ(⃗x, t) e <strong>de</strong> corrente ⃗j(⃗x, t) são as fontes do campo, relecionadasentre si por⃗j = ρ⃗v,(A.5)sendo que o fato <strong>de</strong>stas distribuições não aprecerem nas equações (A.2) e (A.3) dão a essasa <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> equações homogêneas <strong>de</strong> Maxwell, enquanto as outras são ditas não homogêneas.As equações <strong>de</strong> Maxwell admitem ainda uma equação da continuida<strong>de</strong> dada por∂ρ∂t + ∇ · ⃗j = 0,(A.6)sendo que esta equação remete a um importante princípio físico: o princípio da conservação dacarga.Temos ainda que os <strong>campos</strong> E ⃗ e B ⃗ <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> potenciais escalares ϕ(⃗x, t) e vetoriais A(⃗x, ⃗ t),conforme as relações⃗E = −∇ϕ − ∂ ⃗ A∂t(A.7)e⃗B = ∇ × ⃗ A,(A.8)substituindo estas duas últimas na equação (A.4), teremos que(∇ × (∇ × A) ⃗ = ⃗j + ∂ −∇ϕ − ∂ ⃗ )A.∂t ∂tComo <strong>para</strong> um campo vetorial qualquer ⃗ F , temos a proprieda<strong>de</strong>[17]∇ × ∇ × ⃗ F = ∇(∇ · ⃗F ) − ∇ 2 ⃗ F .(A.9)temos∇(∇ · ⃗A) − ∇ 2 ⃗ A= ⃗j − ∇ ∂ϕ∂t − ∂2 ⃗ A∂t 2 ,que, ao agruparmos as funções cujo operador gradiente está nestas aplicado, temos∂ 2 A ⃗(∂t − 2 ∇2 A ⃗ = ⃗j + ∇ ∇ · ⃗A + ∂ϕ ).∂t81


Neste ponto é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância frizarmos que existem uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pares (ϕ, ⃗ A)que geram ( ⃗ E, ⃗ B). Por conveniência po<strong>de</strong>mos escolher esses potenciais <strong>de</strong> tal forma que∇ · ⃗A + ∂ϕ∂t = 0.(A.10)Tal relaçãos se dá por uma escolha <strong>de</strong> calibre <strong>de</strong>nominada Calibre <strong>de</strong> Lorentz, que nos remetea∂ 2 ⃗ A∂t 2 − ∇2 ⃗ A = ⃗j, (A.11)da qual notamos que o potencial vetorial é solução da equação da onda não homogenea.Uma outra escolha <strong>de</strong> calibre que também po<strong>de</strong> ser feita tomando ∇ · ⃗A = 0 é conhecidacomo Calibre <strong>de</strong> Coulomb que por sua vez po<strong>de</strong> ser útil em diversas circunstâncias.Como existem uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pares <strong>de</strong> (ϕ, ⃗ A) que geram ( ⃗ E, ⃗ B), po<strong>de</strong>mos tomar outrospares (ϕ ′ , ⃗ A ′ ) relacionados a (ϕ, ⃗ A) da seguinte formaϕ ′ −→ ϕ − ∂Λ∂t(A.12)e⃗A ′ −→ ⃗ A + ∇Λ,(A.13)nas quais Λ = Λ(⃗x, t) é uma função escalar qualquer que também satisfaz o calibre <strong>de</strong> Lorentz[16].Esta mudança <strong>para</strong> novos potenciais é <strong>de</strong>nominada Transformação <strong>de</strong> Padrão ou Liberda<strong>de</strong><strong>de</strong> Calibre do Eletromagnetismo[16].As Equações <strong>de</strong> Maxwell na sua Forma CovarianteNão é nosso principal objetivo mostrar que <strong>de</strong> fato as equações <strong>de</strong> Maxweel admitem umarepresentação covariante, tal feito po<strong>de</strong> ser encontrado <strong>de</strong> forma mais <strong>de</strong>talhada na referência[12] <strong>de</strong>ste trabalho. Contudo, tomando isso como verda<strong>de</strong> temos que as distribuições <strong>de</strong> cargaρ e <strong>de</strong> corrente ⃗j relacionadas entre si comoj µ = (ρ,⃗j),(A.14)<strong>de</strong>nominada quadri-corrente eletromagnética, que, por sua vez, gera um campo da formaA µ = (ϕ, ⃗ A).(A.15)82


chamado quadri-potencial eletromagnético.Note ainda que as liberda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> calibre dadas pelas equações (A.11) e (A.12) po<strong>de</strong>m serescritas nesta forma comoA ′ µ −→ A µ − ∂ µ Λ,(A.16)e que <strong>de</strong> acordo com as equações (A.7) e (A.8), se nota que os <strong>campos</strong> E ⃗ e B ⃗ são obtidos apartir das <strong>de</strong>rivadas dos potenciais, logo esperamos que os <strong>campos</strong> estejam escritos em formacovariante <strong>de</strong> alguma maneira que envolvam as <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong>stes quadri-potenciais, com isso<strong>de</strong>finimos o chamado Tensor <strong>de</strong> Maxwell-Faraday, dado porF µν := ∂ µ A ν − ∂ ν A µ ,(A.17)que é antissimétrico. Logo vem daí queF µν = −F νµ .(A.18)Encontraremos agora a forma explícita do tensor <strong>de</strong> Maxwell sendo que, <strong>para</strong> isso, é importanteencontrarmos os componentes covariantes da equação (A.15) que, segundo o tensormétrico, po<strong>de</strong> ser reescrita comoA µ = g µν A ν = (ϕ, − ⃗ A),sendo g µν <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> Tensor Métrico <strong>de</strong> Mikowski e dado explicitamente por⎛⎞1 0 0 0g µν = g µν = ⎜ 0 −1 0 0⎟⎝ 0 0 −1 0 ⎠ ,0 0 0 −1(A.19)(A.20)que tem como uma <strong>de</strong> suas funções, a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> “levantar” e “baixar” índices <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zastensoriais como foi feito, por exemplo, em (A.19).Para µ = 0, calcularemos a equação (A.17) fazendo ν = 0, 1, 2, 3 tendo em vista a equação(A.18). Logo teremos:Para ν = 0:F 00 = ∂ 0 A 0 − ∂ 0 A 0 ,que ficaF 00 = 0.(A.21)83


Para ν = 1:F 01 = ∂ 0 A 1 − ∂ 1 A 0 ,como 1 <strong>de</strong>signa a componente x, bem como 0 a componente temporal, temosF 01 = − ∂A x∂t− ∂ϕ∂x ,que são as componentes x do gradiente <strong>de</strong> ϕ e a <strong>de</strong>rivada temporal da componente x do campo⃗A, assim(F 01 = −∇ϕ − ∂ A ⃗ ),∂tque segundo (A.7), ficaxF 01 = E x .(A.22)Analogamente teremos <strong>para</strong> ν = 2:que ficaF 02 = ∂ 0 A 2 − ∂ 2 A 0 ,F 02 = E y .(A.23)E finalmente <strong>para</strong> ν = 3:F 03 = ∂ 0 A 3 − ∂ 3 A 0 ,<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vemF 03 = E z .(A.24)E usando (A.18) encontraremos ainda queF 10 = −E xF 20 = −E yF 30 = −E z .(A.25)Note a partir da própria <strong>de</strong>finição do tensor <strong>de</strong> Maxwell que os componentes <strong>de</strong>ste <strong>para</strong> µ = νsão nulas, portanto proseguiremos com os cálculos unicamente <strong>para</strong> µ ≠ ν.Assumindo agora µ = 1 e variando ν, teremos, <strong>de</strong> forma análoga ao que fizemos até então,as seguintes relações:84


Para ν = 2:F 12 = ∂ 1 A 2 − ∂ 2 A 1 ,F 12 = −B z .(A.26)Para ν = 3:F 13 = ∂ 1 A 3 − ∂ 1 A 3 ,F 13 = B y .(A.27)De on<strong>de</strong> concluimos, <strong>de</strong>vido a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> antissimetria do tensor <strong>de</strong> Maxwell, queF 21 = B zF 31 = −B y .(A.28)E finalmente as contribuições não nulas que ainda nos resta calcular virão ao assumirmosµ = 2 e ν = 3, logoF 23 = ∂ 2 A 3 − ∂ 3 A 2 ,F 23 = −B x .(A.29)Portanto,F 32 = B x .(A.30)Então, <strong>de</strong> acordo com as relações que vão <strong>de</strong> (A.21) até (A.30), po<strong>de</strong>mos escrever o tensor<strong>de</strong> Maxwell em sua forma matricial comoF µν =⎛⎜⎝0 E x E y E z−E x 0 −B z B y−E y B z 0 −B x−E z −B y B x 0⎞⎟⎠ ,(A.31)sendo que as componentes contravariantes <strong>de</strong>ste são dadas porF µν = g µρ g νβ F ρβ ,(A.32)85


logoF µν =⎛⎜⎝0 −E x −E y −E zE x 0 −B z B yE y −B z 0 −B xE z B y B x 0⎞⎟⎠ ,(A.33)na qual po<strong>de</strong>mos notar que este é um tensor antissimétrico (como já visto antes) cujos elementossão as componentes dos <strong>campos</strong> vetoriais E ⃗ e B. ⃗Pela própria construção do Tensor <strong>de</strong> Maxwell-Faraday percebemos que esse tensor satisfazas relações diferenciais dadas na forma∂ [σ F µν] = 0,(A.34)na qual as equações homogêneas <strong>de</strong> Maxweel estão contidas nesta última relação. Para mostrarmosisso façamos primeiramente (σ, µ, ν) = (0, 1, 2), daí escrevemos que∂ 0 F 12 + ∂ 2 F 01 + ∂ 1 F 20 = 0,e como já i<strong>de</strong>ntificamos todas as componentes do tensor F µν , esta última será reescrita comoou ainda− ∂B z∂t+ ∂E x∂y − ∂E y∂x = 0,∂E y∂x − ∂E x∂y = −∂B z∂t .(A.35)Uma vez que o rotacional, em coor<strong>de</strong>nadas cartezianas, <strong>de</strong> uma função vetorial qualquer ⃗ F , édado por[17]∇ × ⃗ F =e seu divergente por( ∂Fz∂y − ∂F ) (y ∂Fxˆx +∂z ∂z − ∂F ) (z ∂Fyŷ +∂x ∂x − ∂F )xẑ, (A.36)∂y∇ · ⃗F = ∂F x∂x + ∂F y∂y + ∂F z∂z ,(A.37)po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar na relação (A.35) a componente z do rotacional do campo E, ⃗ assim sendo((∇ × E) ⃗ ∂Bz = −⃗ ). (A.38)∂tAgora, <strong>para</strong> (σ, µ, ν) = (0, 1, 3), teremos que∂ 0 F 13 + ∂ 3 F 01 + ∂ 1 F 30 = 0,86z


que <strong>de</strong> maneira análoga ao caso anterior, ficará como((∇ × E) ⃗ ∂By = −⃗ )∂ty. (A.39)Do mesmo modo <strong>para</strong> (σ, µ, ν) = (0, 2, 3) teremos((∇ × E) ⃗ ∂Bx = −⃗ ), (A.40)∂txe ainda, <strong>para</strong> (σ, µ, ν) = (1, 2, 3) vem que<strong>de</strong> on<strong>de</strong> seguePortanto, segundo a relação (A.37), temos∂ 1 F 23 + ∂ 3 F 12 + ∂ 2 F 31 = 0,− ∂B x∂x − ∂B y∂y − ∂B z∂z = 0.∇ · ⃗B = 0.(A.41)Da qual concluímos que as relações contidas em (A.34) carregam consigo as equações (A.2) e(A.3).Já as equações não homogêneas estão contidas em∂ µ F µν = j ν .(A.42)Para mostrarmos isso, calcularemos esta relação <strong>para</strong> ν = 0, 1, 2, 3 fixos e variando µ.Para ν = 0:∂ 0 F 00 + ∂ 1 F 10 + ∂ 2 F 20 + ∂ 3 F 30 = j 0 .De on<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com o tensor F µν e com (A.37), teremos que∇ · ⃗E = ρ.(A.43)Prosseguindo com os cálculos <strong>para</strong> os outros valores <strong>de</strong> ν = 1, 2, 3, encontraremos <strong>para</strong> ν = 1 aseguinte relação((∇ × B) ⃗ x = ⃗j + ∂ E ⃗ )∂t87x. (A.44)


Resultado similar aos que po<strong>de</strong>mos encontrar <strong>para</strong> ν = 2, 3, <strong>de</strong> maneira que somos levados àconcluir que as equações (A.1) e (A.4) estão contempladas em (A.42).Ao consi<strong>de</strong>rarmos a ausência <strong>de</strong> fontes, ou seja, quej µ = 0,(A.45)teremos∂ µ F µν = 0,(A.46)o que, por sua vez, nos remetará, <strong>de</strong> maneira análoga ao que vinhamos fazendo até então, aoresultado∇ · ⃗E = 0(A.47)e∇ × ⃗ B = ∂ ⃗ E∂t .(A.48)Embasados no que foi explorado até então po<strong>de</strong>mos concluir que a Teoria Eletromagnética<strong>de</strong> Maxwell adimite uma representação tensorial covariante, logo a mesma se trata <strong>de</strong> umateoria invariante perante uma transformação <strong>de</strong> Lorentz. Isso significa que dado um observadorno referencial S, que caracteriza completamente o campo eletromagnético por F µν e j ν , e umoutro observador S’, que se move em relação a S, e que caracteriza completamente o mesmocampo por F ′ µν e j ′ ν , temos que ambos utilizarão da mesma lei do eletromagnetismo <strong>para</strong><strong>de</strong>screver este campo.Assim, <strong>para</strong> S teremose <strong>para</strong> S’ teremos∂ µ F µν = j ν∂ [σ F µν] = 0,∂ µ F ′µν = j ′ν∂ [σ F ′ µν] = 0.(A.49)(A.50)Temos ainda que as escolhas <strong>de</strong> calibre mensionadas anteriormente po<strong>de</strong>m serem escritasneste formalismo como∂ i A i = 0,(A.51)<strong>de</strong>nominado Calibre <strong>de</strong> Coulomb, e ainda∂ µ A µ = 0,(A.52)<strong>de</strong>nominado Calibre <strong>de</strong> Lorentz.88


Apêndice BOs Vetores <strong>de</strong> PolarizaçãoDes<strong>de</strong> o Capítulo 3 nos <strong>de</strong><strong>para</strong>mos com os chamados vetores <strong>de</strong> polarização, importantes<strong>para</strong> a <strong>de</strong>scrição dos <strong>campos</strong> vetorias. Explicitaremos agora algumas sutilezas que são <strong>de</strong>relevância <strong>para</strong> o seu melhor entendimento, bem como <strong>para</strong> uma melhor noção <strong>de</strong> como estesvetores são <strong>de</strong>finidos <strong>para</strong> os casos massivos e não massivos.Para a construção dos vetores <strong>de</strong> polarização ɛ µ (k, λ) comecemos por mostrar a relação <strong>de</strong>ortonormalida<strong>de</strong>[9] que tais vetores <strong>de</strong>vem satisfazer, e que é dada porɛ µ (k, λ)ɛ µ (k, λ ′ ) = g λλ ′.(B.1)Para o caso do campo vetorial massivo escolheremos uma estrutura <strong>para</strong> os vetores <strong>de</strong>polarização <strong>de</strong> tal forma que os seus dois estados <strong>de</strong> polarização transversais po<strong>de</strong>m ser dadosporɛ µ (k, 1) = (0,⃗ɛ(k, 1))ɛ µ (k, 2) = (0,⃗ɛ(k, 2)),(B.2)nos quais os produtos escalares entre tais vetores e k µ , são dados pork µ ɛ µ (k, 1) = k µ ɛ µ (k, 2) = 0(B.3)e ainda⃗ɛ(k, i) · ⃗ɛ(k, j) = δ ij .(B.4)O estado <strong>de</strong> polarização ɛ µ (k, 3) é construido <strong>de</strong> maneira que coincida com o vetor <strong>de</strong> onda⃗ k, logok µ ɛ µ (k, 3) = 0. (B.5)89


que, multiplicando ambos os lados da igualda<strong>de</strong> por ɛ ν (k, λ), teremosg µν ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k, λ ′ )ɛ ν (k, λ) = g λλ ′ɛ ν (k, λ),que, concordando com a própria relação (B.1), ficag µν g λλ ′ɛ µ (k, λ) = g λλ ′ɛ ν (k, λ),e multiplicando agora por ɛ µ (k, λ ′ )g µν g λλ ′ɛ µ (k, λ)ɛ µ (k, λ ′ ) = g λλ ′ɛ ν (k, λ)ɛ µ (k, λ ′ ),que ficará comog µν g λλ ′g λλ′ = g λλ ′ɛ ν (k, λ)ɛ µ (k, λ ′ ),como, segundo a relação (A.20), g λλ ′ = g λλ′ , e <strong>de</strong> sabendo ainda que g λλ ′g λλ′ = δ λλ ′, utilizaremosa proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filtragem <strong>de</strong>sta, e assim teremosg µν = g λλ ɛ ν (k, λ)ɛ µ (k, λ),(B.12)que po<strong>de</strong> ainda ser escrita comog µν = g 00 ɛ ν (k, 0)ɛ µ (k, 0) +3∑g λλ ɛ ν (k, λ)ɛ µ (k, λ).Como g 00 = 1 e g λλ = -1 <strong>para</strong> λ = 1, 2, 3, e utilizando ainda a equação (B.10), temosou ainda3∑λ=1g µν =1 m 2 kµ k ν −λ=13∑ɛ µ (k, λ)ɛ ν (k, λ),λ=1ɛ µ (k, λ)ɛ µ (k, λ) = −(g µν − 1 )m 2 kµ k ν . (B.13)Já <strong>para</strong> a construção dos estados <strong>de</strong> polarização <strong>para</strong> o campo vetorial não massivo, começariamos<strong>de</strong>finindo os estados <strong>de</strong> polarização transversais que seriam dados, também, pela relação(B.2). Veja nas equações (B.7) e (B.10) que a obtenção dos estados <strong>de</strong> polarização longitudinale escalar não são tão imediatos quanto os estados <strong>de</strong> polarização transversal. Como <strong>para</strong> o casonão massivo o que nos trás resultados físicos são apenas os fótons transversais, não exploraremoseste caso <strong>para</strong> os outros estados <strong>de</strong> polarização uma vez que os mesmos são automaticamenteeliminados por argumentos físicos. Uma discussão mais <strong>de</strong>talhada sobre estes argumentos po<strong>de</strong>ser encontrada na referência[9] <strong>de</strong>sta monografia.91


Apêndice CProprieda<strong>de</strong>s Matemáticas da Função<strong>de</strong> Pauli-JordanNeste apêndice mostraremos que a função <strong>de</strong> Pauli-Jordan, introduzida na secção 4.2 <strong>de</strong>stetrabalho, satisfaz algumas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suma importância <strong>para</strong> que percebamos que asrelações <strong>de</strong> comutação entre os operadores <strong>de</strong> campo, calculadas em pontos arbitrários doespaço-tempo, se remetem às relações <strong>de</strong> comutações calculadas <strong>para</strong> tempos iguais, sendoestas um caso particular <strong>de</strong> relações mais gerais.A função <strong>de</strong> Pauli-Jordan po<strong>de</strong>, também, ser escrita como[9]∫ dk∆(x µ − y µ 3sin[k µ (x µ − y µ )]) = −, (C.1)(2π) 3 w ksendo que na própria estrutura da equação (C.1) po<strong>de</strong>-se perceber que esta é uma função ímpar,ou seja, que∆(x µ − y µ ) = −∆(y µ − x µ ).(C.2)Reescrevendo a equação (C.1) na forma∫ dk∆(x µ − y µ 3sin[w k (x 0 − y 0 ) −) = −⃗ k · (⃗x − ⃗y)], (C.3)(2π) 3 w kque, calculada em tempos iguais, é dada por∫ dk∆(x µ − y µ 3sin[−)| x0 =y 0= −⃗ k · (⃗x − ⃗y)].(2π) 3 w kComo a função senoidal é ímpar, temos ainda∫ dk∆(x µ − y µ 3sin[)| x0 =y 0=⃗ k · (⃗x − ⃗y)],(2π) 3 w k92


que, <strong>de</strong> acordo com[20]sin θ = eiθ − e −iθ,2ificamos com∆(x µ − y µ )| x0 =y 0=∫ dk3e i⃗ k·(⃗x−⃗y)∫ dk3e −i⃗ k·(⃗x−⃗y)−.(2π) 3 2iw k (2π) 3 2iw kTrocando no segundo termos <strong>de</strong>sta última relação ⃗ k −→ − ⃗ k, temos, finalmente, que a função<strong>de</strong> Paulin-Jordan é nula quando calculada em tempos iguais, ou seja, que∆(x µ − y µ )| x0 =y 0= 0.(C.4)Calculando agora a primeira <strong>de</strong>rivada temporal (em relação à x 0 ) <strong>de</strong> (C.3), temos∫ dk∂ 0 ∆(x µ − y µ 3) = −(2π) cos[w k(x 3 0 − y 0 ) − ⃗ k · (⃗x − ⃗y)],que <strong>para</strong> tempos iguais e levando em consi<strong>de</strong>ração que a função cosseno é ímpar, é dada por∫ dk∂ 0 ∆(x µ − y µ 3)| x0 =y 0= −(2π) cos[⃗ k · (⃗x − ⃗y)],3que, <strong>de</strong> acordo com[20]po<strong>de</strong> ser escrita comocos θ = eiθ + e −iθ,2∫ dk∂ 0 ∆(x µ − y µ 3e i⃗ k·(⃗x−⃗y)∫ dk3e −i⃗ k·(⃗x−⃗y))| x0 =y 0= −−,(2π) 3 2 (2π) 3 2na qual, trocando, novamente no segundo termo, ⃗ k −→ − ⃗ k, temos∫ dk∂ 0 ∆(x µ − y µ 3)| x0 =y 0= −(2π) 3 ei⃗ k·(⃗x−⃗y) ,que é uma das representações da Delta <strong>de</strong> Dirac, logo∂ 0 ∆(x µ − y µ )| x0 =y 0= −δ 3 (⃗x − ⃗y).(C.5)E, por fim, um outro resultado importante a ser obtido dar-se-à ao aplicarmos na função <strong>de</strong>Pauli-Jordan o operador ∂ µ ∂ µ + m 2 . Fazendo isso e já usando o tensor métrico, ficamos com(∂ µ ∂ µ + m 2 )∆(x µ − y µ ) = (g µν ∂ µ ∂ ν + m 2 )∆(x µ − y µ ). (C.6)93


Calculando o primeiro termo <strong>de</strong>sta última equação, utilizando <strong>para</strong> isso a representação (C.1),temos∂ µ ∂ µ ∆(x µ − y µ ) = −g µν ∂ µ ∂ ν∫ dk3(2π) 3 sin[k µ (x µ − y µ )]w k,aplicando ainda o quadri-gradiente ∂ ν no integrando da relação acima, temosque po<strong>de</strong> ser escrita como∂ µ ∂ µ ∆(x µ − y µ ) = −g µν ∂ µ∫ dk3(2π) 3 k µw kδ ν µ cos[k µ (x µ − y µ )],∂ µ ∂ µ ∆(x µ − y µ ) = −g µν ∂ µ∫ dk3(2π) 3 k νw kcos[k µ (x µ − y µ )].De maneira análoga ao caso anterior, aplicaremos o operador ∂ µ , assim∂ µ ∂ µ ∆(x µ − y µ ) = g µν ∫ dk3(2π) 3 k ν k µw ksin[k µ (x µ − y µ )],que, segundo o tensor métrico, fica∫ dk∂ µ ∂ µ ∆(x µ − y µ 3k µ k µ) =sin[k(2π) 3 µ (x µ − y µ )]. (C.7)w kSubstituindo (C.7) em (C.6), temos∫ dk(∂ µ ∂ µ + m 2 )∆(x µ − y µ 3k µ k µ∫ dk) =sin[k(2π) 3 µ (x µ − y µ 3m 2)] −sin[kw k(2π) 3 µ (x µ − y µ )]w kou ainda∫ dk(∂ µ ∂ µ + m 2 )∆(x µ − y µ 3(k µ k µ − m 2 )) =sin[k(2π) 3 µ (x µ − y µ )].w kComo k µ k µ = w 2 k − ⃗ k 2 e sabendo ainda que w 2 k = ⃗ k 2 + m 2 , temos, finalmente, que(∂ µ ∂ µ + m 2 )∆(x µ − y µ ) = 0, (C.8)ou seja, a função <strong>de</strong> Pauli-Jordan é solução da equação homogênea <strong>de</strong> Klein-Gordon.94


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[15] PASSOS, E.M.R., Aspectos Básicos Sobre a Quantização Canônica do Campo Eletromagnético,Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso, UFPA, 1999.[16] PIZA, A.F.R. <strong>de</strong> Toledo, Mecânica Quântica, EDUSP, 2003.[17] REITZ, J.R.; MILFORD, F.J.; CHRISTY, R.W., Fundamentos da Teoria Eletromagnética,Editora Campus, 1982.[18] RYDER, L.H., Quantum Field Theory - Second Edition, Editora Cambridge, 1996.[19] SAKURAI, J.J., Mo<strong>de</strong>rn Quantum Mechanics, Addison-Wesley Publishing Company,1994.[20] SYMON, K.R., Mecânica, Editora Campus, 1971.[21] VIZEU. S., Notas <strong>de</strong> aula do curso <strong>de</strong> Mecânica Quântica, UFPA, 2006.96

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