○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○68 <strong>Logweb</strong> | edição nº<strong>78</strong> | agosto | 2008 |Conseqüências <strong>da</strong> restrição à circulação dos caminhõesElevação do custo de transporte, com amu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> operação para o horárionoturno, sem contar a inexeqüibili<strong>da</strong>dedo funcionamento dos pontos a seremabastecidos no período liberado àsoperações de carga e descarga. Issocontribui para o aumento <strong>da</strong>criminali<strong>da</strong>de, pela ausência depoliciamento que garanta a segurançade veículos, trabalhadores e produtostransportados durante a noiteAumento <strong>da</strong> frota circulante em 500%durante o horário comercial, uma vezque o abastecimento não será prejudicadoe, sim, a frota será substituí<strong>da</strong> porveículos menores, cujo acesso à ZMRCé permitido. Analisando outro aspectoimportante <strong>da</strong> questão, com relação aoaumento <strong>da</strong> frota circulante na ci<strong>da</strong>depelo fracionamento <strong>da</strong> carga emveículos menores, esse benefícioparcial acaba-se diluído e poderemosinclusive enfrentar um agravamento dotrânsito na região metropolitana de SãoPaulo em horários de fluxo intensoAumento do custo com contratação ouaquisição de frota adequa<strong>da</strong> aotransporte de mercadorias na ZonaMáxima de restriçãoNEGATIVASAumento do prazo de entregaAumento do quadro efetivoAumento dos custos com segurançaAumento do tempo de trânsito paraos clientesMaior risco de assaltosFalta de caminhões no curto e médioprazo para atender à deman<strong>da</strong>Aumento dos custos trabalhistas emoperações noturnas e horas extrasMaior consumo de combustível einsumos (pneus, etc.) para novasrotas em atendimento diurnoUso de mais veículos e necessi<strong>da</strong>dede fazer mais viagens, conseqüentemente,tendo de empregar maismotoristas, o que gera mais custosObrigação de os varejistas/distribuidorescriarem esquemas especiais emhorários alternativos para o recebimento<strong>da</strong> carga, envolvendo maismão-de-obra e gastos com energiaPicos operacionais noturnos eociosi<strong>da</strong>de diurnaPOSITIVAS✔ Aumento do número defuncionários, que passará deum motorista e um auxiliarpara quatro motoristas equatro auxiliares, o quegerará mais empregos✔ Diminuição do trânsito em SP✔ Redução de tráfego nohorário de pico✔ Redução nos tempos de cargae descarga✔ Incentivo à otimização dosativos, ou seja, <strong>da</strong> frota decaminhões✔ Melhor veloci<strong>da</strong>de média dosveículos✔ A longo prazo, aumento deprodutivi<strong>da</strong>de nas entregasnoturnas, o que poderácompensar parte <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>siniciais e que reverterá emeconomia para os processode deslocamento/carga/descarga com redução dosinsumos correspondentesFagundes Jr., <strong>da</strong> Brasilmaxi: Rodoanel éessencial para a melhoria do trânsito,evitando que caminhões circulem naci<strong>da</strong>deimpactos <strong>da</strong> restrição de veículos, aCeva montou uma malha logística comdepósitos de distribuição localizados emtrês níveis de distância do centro de SãoPaulo: 25 km (Diadema), 50 km (Jundiaí)e 80 km (Salto). Com essa iniciativa, afrota de viagem de transferência(veículos que passam por São Paulo aose deslocarem de um Estado para outro)que cruza as novas ZMRC é mínima, nãopassa de 4%. Somente os veículos dedistribuição e coletas, partindo dessescentros de distribuições ou crossdocking,circulam próximos ou na ZMRC.São várias as alternativas que estãosendo toma<strong>da</strong>s pela Delta: negociarcustos junto aos clientes e fornecedores(forma de evitar greve); aproveitar arestrição que a prefeitura estáimplementando para buscar espaço derecebimento mais flexível junto aosclientes e fora do padrão (à noite,quando o trânsito é mais acessível) –“através <strong>da</strong> negociação é possívelconseguir novas janelas de recebimentoem horários que não conflitem com alegislação que a prefeitura estáimplementando, e isso tambémpermitirá que o carro não fique paradomuito tempo, porque gera custo”;mostrar para os clientes que é necessárioreverter o quadro de per<strong>da</strong> deprodutivi<strong>da</strong>de, de cerca de 50% nosúltimos anos – porque hoje se leva maistempo para fazer algumas rotas queanos atrás, em função do trânsito,avalia o superintendente comercial <strong>da</strong>Delta.A Martin-Brower não teve necessi<strong>da</strong>dede criar novas alternativas, já queNeiva, <strong>da</strong> Columbia: haverádeman<strong>da</strong> maior de serviço, e não demercadoria, o que aumenta o custo<strong>da</strong>s empresas com logísticaKohl, do Expresso Araçatuba:“estimamos que 20% de nossa frotadeixará de ro<strong>da</strong>r em função <strong>da</strong> zonamáxima de restrição”a maior parte <strong>da</strong> rotas (70%) já erarealiza<strong>da</strong> à noite. “Para o restante,estamos negociando novas janelas deentrega junto aos clientes, visandomanter o nível de abastecimento atual”,destaca Patury.Para a Penske, a alternativa foireduzir o tamanho dos pedidos paraencaixá-los em caminhões pequenos, ouagen<strong>da</strong>r um nova janela de entrega paragrandes pedidos – trailers ou carretas,conforme conta Sarti.“Embora nossa empresa não operecom carga fraciona<strong>da</strong>, o que resulta emum baixo índice de caminhões no centroexpandido de São Paulo, tambémseremos afetados por essa medi<strong>da</strong>. Paracontornar o problema, iremos aumentarnossa frota urbana na capital paulistaem 15% para atender ao rodízio e
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○| edição nº<strong>78</strong> | agosto | 2008 | <strong>Logweb</strong>69propor aos clientes a inversão doshorários de coleta do nosso sistemamilk-run para a noite. Criamos, também,um turno adicional em nosso terminalde Osasco, para realizar as operaçõesde cross docking”, explica, por sua vez,Marques, <strong>da</strong> Cargolift.Na Mesquita Soluções Logísticas(Fone: 11 4393.4900), segundo contaAngelo Gilberto Dias, diretor comercial& marketing, está sendo analisado operfil <strong>da</strong> frota e o perfil <strong>da</strong>s rotas paraminimizar os impactos decorrentesdessas alterações – porém seráfun<strong>da</strong>mental rever rotinas operacionaiscom os clientes para evitar problemasnas entregas. “Além disso, estamosparametrizando nosso Sistema deAdministração de Transporte (TMS) paraequacionar a melhor disposição de frotae de rotas alternativas”, conta o diretorcomercial & marketing.Por outro lado, no Rápido 900, odiretor <strong>da</strong> empresa destaca que estãoverificando junto às empresas anecessi<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> cliente paraotimizar as entregas dentro dos horáriosacor<strong>da</strong>dos. “Pontos importantes:realização de visita ao cliente paraverificar o melhor dia/horário paraentrega e realização de cross docking <strong>da</strong>carga em carreta até um ponto próximoà zona de restrição para aumentarmos onúmero de viagens com veículopequeno”, explica Ferreira.Conseqüências <strong>da</strong>restriçãoSobre as conseqüências, positivas enegativas, <strong>da</strong> restrição à circulação doscaminhões em São Paulo, Kohl, doAraçatuba, acredita que a nova lei trarágrandes transtornos aos transportadores,ao comércio e à indústria. Sob o seuponto de vista, as transportadoras terãodificul<strong>da</strong>des para entregar produtos, oque pode gerar desabastecimento. Alémdisso, os custos operacionais vão subire, conseqüentemente, o valor do fretedeve subir. “Com a nova lei, em umprimeiro momento poderemos sentirmelhoria no trânsito, porém devemoslembrar que o mês de julho não serviráde referência para avaliarmos ascondições do trânsito em função <strong>da</strong>nova lei, pois é mês de férias escolarese isto representa uma redução significativade veículos em circulação”, justificao gerente de captação e distribuição.Bevilacqua, <strong>da</strong> Log Frio: “anteriormenteatendíamos com 9 VUCs e agoraestamos atendendo com 16 vans”Opinião não muito diferente temNeiva, <strong>da</strong> Columbia. Segundo ele,teremos uma deman<strong>da</strong> maior de serviçoe não de mercadoria – isso é ruim, ain<strong>da</strong>segundo ele, porque aumenta o custo<strong>da</strong>s empresas com logística. “Ain<strong>da</strong> nãotemos uma idéia de quanto irá melhoraro trânsito, porque tiramos uma carreta<strong>da</strong>s ruas com 18 m de comprimento ecolocamos 24 vans para substituí-la.”Outro ponto importante – também naopinião do gerente <strong>da</strong> Columbia – é queSão Paulo recebe milhares de veículospor dia de empresas de transporte elogística que não possuem umaestrutura de distribuição para a capital.“Elas chegam de viagem e efetuam suasentregas, agora elas precisam seorganizar para que consigam entregar naparte <strong>da</strong> noite (se o cliente aceitar) ouentão montar uma estrutura paraatendimento, ou seja, agregarão maiscustos as suas operações.”Andréa, <strong>da</strong> Grecco: “estamos realizandocotações especiais para os horáriosnoturnos liberados para a circulação”Fonseca, <strong>da</strong> UPS, acredita que acurto prazo poderemos ter resultadospositivos para a melhoria do trânsito eredução na emissão de poluição, poréma médio e longo prazo o efeito poderáser altamente negativo – as empresas jáiniciaram um pesado investimento naaquisição de veículos de médio portepara atender às suas operações e aquanti<strong>da</strong>de de veículos considerados decarga em circulação poderá ser ain<strong>da</strong>maior que a atual.Já para Franklin Benvenutti Neto, doRodoviário Schio (Fone: 11 3376.4000),esta restrição pode gerar um desabastecimentonas regiões onde a circulaçãode caminhões é restrita.Custos também são a principalconseqüência <strong>da</strong> restrição, segundoCarvalho Jr., <strong>da</strong> Delta. Segundo ele,haverá um aumento nos custos, tantocom o investimento na frota quanto emcombustível, na contratação defuncionários e no investimento emsegurança, além de maior tempo paratransportar volumes fragmentados decargas.A análise de Fagundes Jr., <strong>da</strong>Brasilmaxi, segue por outro caminho.Para ele, de maneira geral, as medi<strong>da</strong>ssão necessárias e o controle do tráfegonas zonas urbanas tem que ser feito.O que se discute é a eficácia dessasmedi<strong>da</strong>s, ou seja, os congestionamentossão causados pelos veículos de cargasurbanos que efetuam entregas essenciaisàs diversas ativi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de?Todos terão estrutura para receber essascargas nos horários noturnos permitidos?“Observando a situação comoci<strong>da</strong>dão que utiliza o trânsito <strong>da</strong>metrópole para chegar aos destinos, vejoa medi<strong>da</strong> como positiva. O trânsito <strong>da</strong>capital paulista está ca<strong>da</strong> vez pior, ealguma medi<strong>da</strong> deveria ser toma<strong>da</strong> paramelhorá-lo. O excesso de entregasdiurnas faz com que muitos caminhõestrafeguem pela ci<strong>da</strong>de. Infelizmente, amaior parte <strong>da</strong> frota que circula naci<strong>da</strong>de é velha e quebras são constantes,parando o trânsito diversas vezesdurante um dia. No entanto, a ci<strong>da</strong>de nãoestá prepara<strong>da</strong> para alterar tão rapi<strong>da</strong>menteas entregas para a noite.Segurança é um fator fun<strong>da</strong>mental.Haverá segurança para garantir ofuncionamento dos estabelecimentos atéa madruga<strong>da</strong> para recebimento?E transportadores que vêm de longe parapassar por São Paulo? Não há áreas dedescanso ou bolsões onde os caminhõespodem permanecer até a noite.O Rodoanel, por exemplo está inacabado.Os caminhões têm que atravessar aci<strong>da</strong>de para ir até o porto”, avalia Patury,<strong>da</strong> Martin-Brower.Aumento de custosQuando o assunto é se esta restriçãovai aumentar o custo do transporte, aopinião dos representantes de operadoreslogísticos e transportadoras éunânime: sim. Só varia o percentual.Para a AGV Logístico, este aumentode custo será entre 20% e 25%. Para aCargolift, o aumento do custooperacional em São Paulo será de 13%.“Sem dúvi<strong>da</strong> haverá aumento dos custos.O aumento de 20% necessário na frota –própria e de agregados – trará umaumento de custos diretos”, consideraFagundes Jr., <strong>da</strong> Brasilmaxi.Mas, também há os que não falamem percentual. “Infelizmente teremosaumento sim, já que, para distribuirmos acarga de uma carreta serão necessários24 vans e o custo não é proporcional:uma carreta custa até quatro vezes ocusto de uma van. Agora nosso clienteterá um custo 20 vezes maior. Outroponto: teremos aumento de equipe,materiais de consumos, gerenciamentode risco, etc.”, analisa Neiva, <strong>da</strong>Columbia.Chachá, <strong>da</strong> Savon: os volumes decarros, caminhões e motos mostramque caminhões não são os vilões