62 | edição nº<strong>100</strong> | Jun | 2010 |Multimo<strong>da</strong>lTransporte a granelRodolatina e a logística do cimentoEmbora não estejam cumprindoos prazos iniciais,alguns programas doGoverno Federal, como o “MinhaCasa, Minha Vi<strong>da</strong>” e o PAC –Programa de Aceleração doCrescimento, fizeram com que osetor cimenteiro se mantivesseaquecido durante o último ano,mesmo em meio à criseeconômica mundial, que afetoua maioria <strong>da</strong>s indústrias.Com tantas obras movimentandoo setor <strong>da</strong> construção noBrasil, a Rodolatina (Fone: 413888.0707), operadora logísticade grande atuação no transportede cimento a granel no país,fechou 2009 apresentando umcrescimento na casa dos 45%,graças, também, à consoli<strong>da</strong>çãoPara a descarga, são utilizados compressores de ar queimpulsionam o cimento através do mangote: sistemaimplementado pela empresade investimentos realizados noano anterior e à aquisição de trêsempresas concorrentes, além <strong>da</strong>ampliação <strong>da</strong> frota e de filiais.A estrutura utiliza<strong>da</strong> ao longodo processo logístico do cimentoé composta por semirreboques silo,compressores de ar, rastreamentovia satélite, sistema de controlede estoque de clientes e sistemade gestão de pedidos. No total, aempresa tem uma frota própria de360 veículos, 450 carrocerias e 83agregados. Além disso, adicionalmente,a Rodolatina faz também oserviço de expedição em algumasfábricas, administrando desde ocarregamento do produto até aportaria <strong>da</strong> fábrica.Presente há 13 anos nessemercado, a empresa tem sua
| edição nº<strong>100</strong> | Jun | 2010 |63matriz em Curitiba, PR, e dozefiliais em pontos estratégicos doBrasil, onde atua em todos osestados, aproveitando destaexpertise para identificar esolucionar to<strong>da</strong>s as particulari<strong>da</strong>desdo transporte de cimentoa granel. A primeira delas é ouso do semirreboque para silo,uma carreta fecha<strong>da</strong> específicapara o transporte de cimento ousimilares a granel.Outra característica especial,conforme conta o diretor <strong>da</strong>empresa, Bruno Zibetti, é ocompressor de ar para descarga.“Como o produto é descarregadoem silos altos, é preciso propulsãopara que chegue ao topo dosilo. Utilizamos compressores dear que ficam localizados entre ocavalo mecânico e a carreta, osquais impulsionam o cimentoatravés do mangote”, descreveZibetti, afirmando que este sistemafoi implementado no mercadopela Rodolatina. De acordo comele, antes as transportadorasutilizavam como propulsor ocano de escape. Assim, erapreciso que o caminhão permanecesseligado e acelerando,gastando muito combustível epoluindo o meio ambiente.Outra particulari<strong>da</strong>de dotransporte de cimento a granel éque não há estocagem doproduto em Centros de Distribuição,pois ele sai <strong>da</strong> fábricadireto para o consumidorcorporativo. “O estoque ficaro<strong>da</strong>ndo na estra<strong>da</strong>”, ilustra odiretor <strong>da</strong> Rodolatina, ressaltandoque o produto transportadonão é perecível. “Como osemirreboque é fechado, não hárisco de umidificar o produto,que seria a única possibili<strong>da</strong>dede estragá-lo. Na descarga, autilização do compressor de arimpede que impurezas, comofuligem, se misturem aocimento”, acrescenta.Em suma, a logística docimento começa quando amatéria-prima é retira<strong>da</strong> <strong>da</strong>rocha de calcário (brita, calcárioou gesso) e também de resíduosde fornos industriais (clinquer,cinza) ou mesmo <strong>da</strong> argila. Emsegui<strong>da</strong>, é transporta<strong>da</strong> atravésdo mo<strong>da</strong>l rodoviário ou ferroviárioaté a fábrica, onde éprocessa<strong>da</strong> em alta temperaturapara se obter o produto final: ocimento. Da fábrica, o produto étransportado a granel ou ensacadopara o consumidor. No casodo cimento a granel, transportadoatravés do semirreboque silo,os consumidores são geralmenteas concreteiras, as fábricas defibrocimento e as grandes obras.Uma <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>desencontra<strong>da</strong>s em particular notransporte a granel é quando olocal de consumo possui um silomenor ao consumo diário. Porexemplo, uma obra necessita deduas mil tonela<strong>da</strong>s de cimentopor dia e possui um silo quecomporta apenas mil. “Nestescasos, a Rodolatina elabora umaoperação padrão”, garanteZibetti.Já quando ocorrem aumentosde deman<strong>da</strong> por cimento – oque não é muito comumacontecer – as soluçõesadota<strong>da</strong>s são o aumento de frota,quando se trata de crescimentoorgânico, ou a utilização deagregados e terceiros paravolumes repentinos.Aproveitando o tema aumento,o diretor <strong>da</strong> Rodolatina revelaque a expectativa de crescimento<strong>da</strong> empresa para 2010 é deaproxima<strong>da</strong>mente 30%, suportadopelo atendimento a novoscontratos e novas obras. Nessesentido, a eficiência na logísticacontribui muito, pois aumenta aprodutivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> frota.Além disso, a transportadorade cimento a granel estáiniciando trabalhos em outrospontos do ciclo de produção docimento, como transporte deinsumos, cimento ensacado, etc.Pelo jeito, com os preparativos einício <strong>da</strong>s obras para a Copa doMundo de 2014 e as Olimpía<strong>da</strong>sde 2016, o aumento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong>cimenteira poderá ser ain<strong>da</strong>maior do que o previsto. ●