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Empresas da região não encontram trabalhadores - Jornal de Leiria

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Forumj o r n a l d e l e i r i a1 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2005 | 3Facto <strong>da</strong> semanaRelações perigosaspõem em causa gestão autárquicaEm entrevista à revista "Visão", Paulo Morais, vicepresi<strong>de</strong>ntee vereador do Urbanismo <strong>da</strong> Câmara doPorto, acusa várias autarquias do País <strong>de</strong> ce<strong>de</strong>rem apressões <strong>de</strong> empreiteiros e partidos políticos para viabilizarprojectos urbanísticos. Segundo o autarca, "ourbanismo é, na maioria <strong>da</strong>s Câmaras, a forma maisencapota<strong>da</strong> e sub-reptícia <strong>de</strong> transferir bens públicospara a mão <strong>de</strong> privados".Paulo Morais diz que "há projectos imobiliários quesó po<strong>de</strong>m ter sido aprovados por corruptos ou atrasadosmentais" e acusa os vereadores do Urbanismo<strong>de</strong> serem os "coveiros <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia" e os partidos"as casas mortuárias". Afastado <strong>da</strong>s listas <strong>da</strong> coligaçãoPSD-CDS para a Câmara do Porto, assegura tersido pressionado por membros do actual e dos anterioresgovernos e por partidos."Existe uma preocupante promiscui<strong>da</strong><strong>de</strong> entre diversasforças políticas, dirigentes partidários, famososescritórios <strong>de</strong> advogados e certos grupos empresariais",afirma o vereador, que garante que "os maiores financiadores<strong>da</strong>s campanhas e dos partidos são os promotoresimobiliários e os empreiteiros (...) para ter contraparti<strong>da</strong>s".Que comentário lhe merecem estas acusações?IIN REVISTA “VISÃO”DepoimentosRui Matospresi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>Aricop-AssociaçãoRegional <strong>de</strong>Indústria <strong>de</strong>Construção e ObrasPúblicas, dodistrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>As pessoas são responsáveis pelo que dizem, mas não partilho<strong>da</strong> opinião <strong>de</strong> Paulo Morais. Hoje e sempre os valores do urbanismoestão subjacentes a gran<strong>de</strong>s valores A diferença <strong>de</strong> apreciaçãonão po<strong>de</strong> pôr em causa esses valores tão elevados. Achoestranho essas afirmações vin<strong>da</strong>s <strong>da</strong> parte <strong>de</strong> um autarca comresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s no urbanismo. Se houver pressão, então quehaja pessoas como ele - que diz que não ce<strong>de</strong>u -.Creio que hámais habili<strong>da</strong><strong>de</strong> e agili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nova geração política, queserve <strong>de</strong> mediadora. Criou-se no País a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os indivíduosque estão na construção civil têm poucos valores <strong>de</strong> culturae um muito gran<strong>de</strong> interesse. Não concordo <strong>de</strong> forma algumacom esta teoria. A economia do País cresceu à conta <strong>da</strong>construção civil. Somos os responsáveis por isso, não pelosefeitos negativos que fazem crer. As pessoas <strong>da</strong> construção civiltêm valor como as pessoas <strong>de</strong> outros sectores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Como alguém já referiu, Paulo Morais <strong>de</strong>veria ter apontado factose não levantado o véu.Jorge Gonçalvespresi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> distrital do PSe presi<strong>de</strong>nte<strong>da</strong> CM PenicheEstou há pouco tempo à frente <strong>da</strong> distrital, como tal, nãotenho um conhecimento assim tão realista sobre to<strong>da</strong>s as autarquiasque possa falar. Mas, <strong>da</strong>quilo que conheço, não sei <strong>de</strong>quaisquer pressões. O Paulo Morais lá <strong>de</strong>verá saber do que estáa falar e, numa autarquia como a do Porto, as obras são a umaescala maior. Em Peniche, não há gran<strong>de</strong>s empreiteiros e asobras são a uma escalar pequena. Vamos aguar<strong>da</strong>r pelo <strong>de</strong>senrolar<strong>da</strong>s afirmações <strong>de</strong> Paulo Morais. Seria uma irresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>trazer para a praça pública essas acusações sem sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.A existirem essas situações, na minha autarquia,não se passa na<strong>da</strong>.Espero que, agora, o vereador materialize em casos concretosas acusações que fez. Nas autarquias, há um gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>multiplicar o valor do imobiliário e essa facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>veria sermuito bem analisa<strong>da</strong>. Nos anos 80, quando fui vereadora naCâmara <strong>de</strong> Cascais, o pelouro do Urbanismo era partilhadopelos quatro partidos. Nenhuma <strong>de</strong>cisão saía sem o consentimentocolectivo. A solução foi muito critica<strong>da</strong>, mas a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>é que era muito mais transparente. A fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s críticas<strong>de</strong> Paulo Morais assenta no facto <strong>de</strong> só as ter feito <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>saber que não seria incluído nas listas às autárquicas.Helena Rosetabastonária<strong>da</strong> Or<strong>de</strong>mdos ArquitectosSe o ain<strong>da</strong> vereador e vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Câmara Municipaldo Porto sabe algo acerca <strong>de</strong>sse assunto, já o <strong>de</strong>via ter ditohá mais tempo, quando sentiu (ou teve conhecimento sobre)as pressões a que veio fazer referência.Dizendo-o agora, as pessoas po<strong>de</strong>m, com alguma legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong>,pensar que é movido pelo <strong>de</strong>speito <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> não tersido convi<strong>da</strong>do pelo dr. Rui Rio para a sua lista. O ain<strong>da</strong> vereadore vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Câmara Municipal do Porto <strong>de</strong>ve, mesmoassim, dizer quais os casos concretos - autarquias e empresas- que conhece, para que o Ministério Público proce<strong>da</strong> àsrespectivas averiguações até à exaustão. Nunca por nunca<strong>de</strong>via ter espalhado suspeitas generaliza<strong>da</strong>s, para mais sobreautarquias <strong>de</strong> que não conhece o funcionamento. Chega <strong>de</strong>insinuações!Isabel Damascenopresi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Distritaldo PSD <strong>de</strong><strong>Leiria</strong> e <strong>da</strong> Câmara<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>Amado <strong>da</strong> SilvaprofessoruniversitárioDeve saber do que fala. Nunca estive nesses cargos, mas estoucerto <strong>de</strong> que algumas <strong>de</strong>cisões nos levantam algumas questõese nos fazem pensar que "algo vai mal no reino <strong>da</strong> Dinamarca".Não <strong>de</strong>vemos pensar que o urbanismo nunca transitará dopúblico para o privado, pois o urbanismo será sempre assim.A corrupção é dirigir apenas obras do público para um <strong>de</strong>terminadoprivado ou quando consi<strong>de</strong>ram que não se <strong>de</strong>vem passarobras do privado para o público. Mas a transparência tem<strong>de</strong> vir <strong>de</strong> outros lados. O PDM, por exemplo, a forma como éelaborado, aplicado e vigiado. O PDM tem <strong>de</strong> ser apresentadoclaramente à população para que esta possa reagir. No sítioon<strong>de</strong> vivo, foram sugeri<strong>da</strong>s alterações que acabaram por nãose verificar porque a população não <strong>de</strong>ixou. A população temse ser vigilante relativamente ao que se passa. Os partidos fazemo que querem. O exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia <strong>de</strong> todos nós está porbaixo. A situação do País é <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos portuguesese não dos partidos.Henrique Netoempresário <strong>da</strong>Marinha Gran<strong>de</strong>Elogio a coragem do vereador e espero que o Governo e aAssembleia <strong>da</strong> República, principalmente a Assembleia <strong>da</strong>República, queiram ouvir o senhor vereador, no sentido <strong>de</strong> corrigiras causas <strong>da</strong>quilo que ele falou e que to<strong>da</strong> a gente conhecee sabe que existem. Para cumprir a sua função, a Assembleia<strong>da</strong> República <strong>de</strong>verá querer ouvir o senhor vereador e<strong>de</strong>verá tirar <strong>da</strong>í as necessárias conclusões para criar leis e regrasque evitem a corrupção generaliza<strong>da</strong> que existe em Portugal ,como aliás ain<strong>da</strong> hoje (ontem) refere uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> internacionalno jornal "Público".▼▼▼

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