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Empresas da região não encontram trabalhadores - Jornal de Leiria

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| JORNAL DE LEIRIA | SOCIEDADE|1 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2005 | 7te referido pelos responsáveis <strong>da</strong>UEFA como uma <strong>da</strong>s obras maisatrasa<strong>da</strong>s e pairou sobre <strong>Leiria</strong> aameaça <strong>de</strong> exclusão <strong>da</strong> prova. Talnão aconteceu, no entanto, o incumprimentodo prazo <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> Setembro<strong>de</strong> 2003, previsto no contratocom a UEFA, terá impedido que aLeirisport recebesse um bónus <strong>de</strong>500 mil euros previsto para os proprietáriosque tivessem as instalaçõestermina<strong>da</strong>s atempa<strong>da</strong>mente.Confronta<strong>da</strong> com este facto a administração<strong>da</strong> Empresa Municipalrefere apenas que " as verbas a quea Leirisport tinha direito no âmbitodo contrato com a Euro 2004,SA para a cedência do EstádioMunicipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foram recebi<strong>da</strong>s",escusando-se a confirmar seessas verbas incluem o bónus variávelrelativo às infra-estruturas.Se o referido bónus variável nãofoi recebido, como leva a crer quero timming em que a obra foi entregue,quer a ambigui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> resposta<strong>da</strong> Leirisport, resta saber quemse responsabilizou por tal facto.PÓS EURO 2004E CONTRATOUDL, SAD-LEIRSPORTO Euro 2004 foi um êxito. <strong>Leiria</strong>teve uma promoção internacionalímpar e viveu dias inesquecíveis<strong>de</strong> festa como dificilmenteverá repetidos. Por uns dias os problemasrelacionados com o Estádiocaíram no esquecimento. Termina<strong>da</strong>a prova e caídos na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,todos os leirienses se <strong>de</strong>vem terinterrogado o que fazer com tamanhainfra-estrutura. Como rentabilizá-la?Como pagá-la?João Bartolomeu, presi<strong>de</strong>nte doUnião <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, percebeu que semuma equipa <strong>de</strong> futebol profissionala utilizar a infra-estrutura, estatornar-se-ia, com mais evidência,num elefante branco com poucasrazões para existir. Foi com estetrunfo que iniciou as negociaçõescom a Leirisport para a utilizaçãodo Estádio pelo clube que presi<strong>de</strong>.Após um prolongado braço <strong>de</strong> ferrocom a administração <strong>da</strong> Leirisport,que incluíram ameaças <strong>de</strong>continuar a jogar na Marinha Gran<strong>de</strong>ou passar para Torres Novas,João Bartolomeu conseguiu umbom acordo para a SAD que dirige,levando os administradores <strong>da</strong>Empresa Municipal a assinaremum contrato que, segundo o relatóriodo Tribunal <strong>de</strong> Contas e oparecer <strong>da</strong> Procuradoria Geral <strong>da</strong>República, contém ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e é<strong>de</strong>sfavorável aos interesses <strong>da</strong>empresa e consequentemente dosmunícipes (ver caixa).O referido acordo entre a Leirisporte o União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> estádirectamente ligado a outra <strong>da</strong>spolémicas que tem perseguido agestão <strong>da</strong> Empresa Municipal, quesão as suas contas. Para além <strong>da</strong>scríticas que tem merecido por partedos vereadores <strong>da</strong> oposição <strong>de</strong>vidoao atraso com que têm sidoapresenta<strong>da</strong>s, as contas têm igualmentelevantado bastantes dúvi<strong>da</strong>squanto à forma como são elabora<strong>da</strong>s.Com reservas levanta<strong>da</strong>spelo próprio Revisor Oficial <strong>de</strong> Contas<strong>da</strong> Leirisport, a oposição enten<strong>de</strong>que a Câmara tem financiadoa sua Empresa Municipal <strong>de</strong> formamenos própria <strong>de</strong>turpando <strong>de</strong>staforma a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Um dos mecanismosapontados é a cobrança <strong>de</strong>serviços como a animação <strong>da</strong> praiado Pedrogão ou as in<strong>de</strong>mnizaçõescompensatórias por projectos <strong>de</strong>cariz social como o "Viver Activo".Uma fonte <strong>da</strong> oposição, dizque “os valores transferidos <strong>da</strong>Câmara para a Leirisport por essasrazões têm sido <strong>de</strong>sajustados e muitoacima do que seria razoável, sendoclaramente uma forma <strong>de</strong> aAutarquia financiar a sua EmpresaMunicipal". Outro exemplo <strong>da</strong>engenharia contabilística pratica<strong>da</strong>pela Leirisport po<strong>de</strong> ser observadonum documento referente aoacordo com a SAD do União <strong>de</strong><strong>Leiria</strong> a que o JORNAL DE LEIRIAteve acesso, em que a EmpresaMunicipal apresenta como positivoo resultado <strong>de</strong> exploração doestádio em 2004/2005 em cerca <strong>de</strong>190,5 mil euros. No entanto, analisandoo relatório conclui-se quea sua manutenção, que custa porano 1,188 milhões <strong>de</strong> euros, não écontempla<strong>da</strong>.Estas e outras polémicas têmaquecido recorrentemente asreuniões <strong>de</strong> Câmara, tendo jápor diversas vezes levado osvereadores <strong>da</strong> oposição a pedira extinção <strong>da</strong> Empresa Municipal,nomea<strong>da</strong>mente aquando <strong>da</strong><strong>de</strong>mora na substituição dos administradoresPaulo Rabaça e CristinaGracio. ■João Nazáriocom Elisabete CruzELISABETE CRUZPareceres do Tribunal <strong>de</strong> Contas e PGRO contrato entre a Leirisport e a SAD do União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foi analisado pelo Tribunal <strong>de</strong> Contas queconclui o seguinte:● "reveste este a natureza <strong>de</strong> uma comparticipação financeira a uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> anónima com finslucrativos, liga<strong>da</strong> ao <strong>de</strong>sporto profissional, em violação do estipulado no DL 432/91, <strong>de</strong> 6.11;"● "em termos financeiros, este contrato consubstancia uma partilha <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong>sequilibra<strong>da</strong>, em <strong>de</strong>sfavor<strong>da</strong> Empresa Municipal e, a favor <strong>da</strong> UDL, SAD, tratando-se <strong>de</strong> um negócio jurídico aleatório paraa Leirisport;"● "a compensação financeira prevista a favor <strong>da</strong> UDL, SAD traduz-se num encargo anual elevado paraa Leirisport;"● "finalmente, a clausula <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong> estabeleci<strong>da</strong> no contrato, mostra-se incompatível com oprincipio <strong>de</strong> transparência subjacente à elaboração e apreciação <strong>da</strong>s contas <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicas,bem como com as regras nacionais e comunitárias <strong>de</strong> concorrência;"O parecer <strong>da</strong> Procuradoria Geral <strong>da</strong> República diz que "merecem-nos acolhimento as conclusõesexpendi<strong>da</strong>s no Relatório elaborado pela equipa <strong>de</strong> auditoria do Tribunal <strong>de</strong> Contas". Acrescenta que:● o contracto "implica a assunção pela Empresa Municipal <strong>de</strong> todos os riscos e impon<strong>de</strong>ráveis do negócio";● o elevado encargo anual assumido pela Leirisport não foi "acompanhado <strong>de</strong> uma avaliação completados respectivos custos", e que é um encargo "questionável do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> gestão, pondo em causaos princípios a que as <strong>Empresas</strong> Municipais se <strong>encontram</strong> sujeitas, nomea<strong>da</strong>mente, o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> assegurara sua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> económica e equilíbrio financeiro";● a UDL, SAD "já tem o estatuto <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong> resi<strong>de</strong>nte do Estádio, com to<strong>da</strong>s as contraparti<strong>da</strong>s inerentese nomea<strong>da</strong>mente, a disponibilização <strong>de</strong> instalações várias".DEFESA DA LEIRISPORTEm resposta à Procuradoria Geral <strong>da</strong> República, a Leirisport enviou um documento em que argumentaque o contrato entre com a SAD do União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> é enquadrável na categoria nos contratos <strong>de</strong>direito privado e não na categoria dos contratos administrativo. Trata-se assim <strong>de</strong> um acto celebradoentre dois entes privados relativo à utilização do Estádio Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, gestão, exploração epromoção <strong>de</strong> alguns direitos relacionados com o espectáculo do futebol. Defen<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> a Leirisport,que o contrato em causa não é um contrato <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sportivo, concluindo que por essemotivo que não há qualquer contraparti<strong>da</strong> financeira pública a favor <strong>da</strong> UDL - SAD como refere aPGR. Por esta razão, entre vários outros argumentos técnico-jurídico apresentados, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mentepor não ter sido pedido à Leirisport "suportes documentais e numéricos resultantes <strong>da</strong> execução docontrato, esta Empresa Municipal fala em juízos <strong>de</strong> valor e convicções pessoais como estando na basedo parecer e requer a sua reapreciação. ■ARQUIVO/JLOs custos do Estádio <strong>de</strong> milhão em milhãoO primeiro número que a Câmara Municipalfez chegar à opinião publica quantoà remo<strong>de</strong>lação do Estádio foi <strong>de</strong> 19 milhões<strong>de</strong> euros, em 1998, valor sobre o qual oEstado calculou os 25 por cento <strong>de</strong> comparticipaçãofinanceira a atribuir à edili<strong>da</strong><strong>de</strong>leiriense. Foi igualmente baseado nestenúmero que a Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> colheuopiniões favoráveis <strong>de</strong> várias personali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>da</strong> região sobre a obra e a realizaçãodo Euro 2004 na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. To<strong>da</strong>via, com opassar do tempo o número foi engrossandoaté chegar aos actuais 83,9 milhões <strong>de</strong>euros.Até chegar a esse número, outros foramsendo avançados ao longo <strong>da</strong>s obras. Assim,já em 2001, ain<strong>da</strong> em fase <strong>de</strong> estudos geotécnicos,Paulo Rabaça admitia ao jornal"A Bola" que a verba avança<strong>da</strong> inicialmenteseria insuficiente para fazer face à obra esugeria que o Estado revisse a sua participação.Em 2002, a Câmara <strong>de</strong>liberou contrairum empréstimo <strong>de</strong> 12,6 milhões <strong>de</strong>euros <strong>da</strong>do que o valor orçamentado tinhasubido para cerca <strong>de</strong> 35 milhões <strong>de</strong> euros.Em Junho 2003, Paulo Rabaça, em <strong>de</strong>claraçõesà "Lusa" falava num <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> 7,5por cento em relação aos 35 milhões referidosem 2002. No entanto, o Diário <strong>de</strong> Noticiascitando uma auditoria realiza<strong>da</strong> poruma empresa estrangeira referia uma <strong>de</strong>rrapagem<strong>de</strong> quase 19,5 milhões <strong>de</strong> euros.Nesse mesmo ano, mas em Novembro a“Lusa” avançava com um valor <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>51,6 milhões <strong>de</strong> euros, verba acima <strong>da</strong> qualo JORNAL DE LEIRIA tinha noticiado unsmeses antes, tendo sido <strong>de</strong>smentido pelaLeirisport.Finalmente em 2004 o Tribunal <strong>de</strong>Contas conclui que o encargo publico <strong>da</strong>obra atingirá um valor superior a 83,9milhões <strong>de</strong> euros, sendo 10,5 milhõesreferentes aos encargos financeiros inerentesao empréstimo <strong>de</strong> 54,5 milhõescontraído pela Câmara. ■

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