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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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• substituição da <strong>do</strong>ação antes feita pela empresa/comércio pela venda <strong>do</strong>reciclável;• afastamento temporário <strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r nas ruas (geralmente por motivo de<strong>do</strong>ença).Uma das ações de mobilização para a coleta seletiva, realizada pela equipe daSLU, é a identificação de novos “pontos” de coleta para o cata<strong>do</strong>r, através <strong>do</strong>s“treinamentos” ofereci<strong>do</strong>s a con<strong>do</strong>minios e empresas. É curioso observar queapesar das reclamações relativas à perda de “pontos”, há uma dificuldade porparte de vários cata<strong>do</strong>res em assegurar uma regularidade na coleta <strong>do</strong>srecicláveis das empresas e con<strong>do</strong>mínios envolvi<strong>do</strong>s, comprometen<strong>do</strong> a imagemde profissionalismo que a ASMARE procura estabelecer junto à população. Oscata<strong>do</strong>res parecem resistir bravamente à rotinização <strong>do</strong> trabalho.O mapa à página 124 é um <strong>do</strong>s produtos desse mapeamento de roteirosrealiza<strong>do</strong> com os cata<strong>do</strong>res, sen<strong>do</strong> um retrato <strong>do</strong> espaço urbano por elesocupa<strong>do</strong>. Essa territorialização é fruto de um processo histórico de obtenção de“pontos” de recicláveis na cidade. O território de cada cata<strong>do</strong>r é forma<strong>do</strong> por umasérie de “pontos” de coleta – lojas, bancos, instituições públicas e shoppingcentres- que através de acor<strong>do</strong>s feitos com os porteiros, vigilantes, faxineiros ouaté mesmo com gerentes <strong>do</strong>s setores de serviços gerais lhes entregam osmateriais (alguns já praticamente limpos, outros ainda mistura<strong>do</strong>s ao lixo). Aexistência desses pontos é que determina o trajeto, o roteiro de coleta de cadacata<strong>do</strong>r, mesmo para aqueles que têm poucos “pontos” fixos. Ter “pontos” écrucial para a sobrevivência <strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r: ele é “<strong>do</strong>no” daquele espaço, é o “seuterritório” e o mesmo será defendi<strong>do</strong> com “unhas e garras”: “...cada cata<strong>do</strong>r tinhaseu ponto. Eu mesmo catei papel na Praça Sete, 33 anos e tinha que respeitar oponto <strong>do</strong>s outros. Se eu não respeitasse dava briga sim. (...) Só tinha confusãoquan<strong>do</strong> chegava cata<strong>do</strong>r novato. Depois a gente entrava num acor<strong>do</strong>” 125 . A possedesses espaços é, assim, delimitada por relações de poder e de força 126 . Essa125 Dona Geralda (entrevista de 14/08/01).126 Como observa Souza, “um território expressa relações de poder espacialmente delimitadas eoperan<strong>do</strong> sobre um substrato referencial” (2000:47).122

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