construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities
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tais ações, ten<strong>do</strong> em vista que o trabalho <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res, seja ele organiza<strong>do</strong> ouliga<strong>do</strong> aos depósitos, constitui-se num serviço público que contribui na redução <strong>do</strong>volume de lixo a ser aterra<strong>do</strong> pela municipalidade. Ao longo desses anos muitastransformações já ocorreram na relação entre os <strong>do</strong>nos de depósito e oscata<strong>do</strong>res a eles associa<strong>do</strong>s, mas isso é fruto menos de uma ação concertada daPBH, <strong>do</strong> que ao temor manifesta<strong>do</strong> pelos <strong>do</strong>nos de depósito frente aocrescimento da ASMARE.3.3.3. Os <strong>limites</strong> <strong>do</strong> associativismo entre os cata<strong>do</strong>resA questão apontada acima, nos remete à discussão <strong>do</strong>s <strong>limites</strong> relativos àcapacidade organizativa <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res. No capítulo 1, já haviámos explora<strong>do</strong>alguns desses <strong>limites</strong>, tais como, o baixo nível de confiança mútua que se traduzno baixo grau de associativismo, as pressões <strong>do</strong>s intermediários da reciclagem, afalta de agentes media<strong>do</strong>res externos catalisa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> processo organizativo,entre outros. 164 O que observamos, a partir <strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong> de caso, é que alógica <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, ou seja <strong>do</strong>s incentivos econômicos estimula<strong>do</strong>res daparticipação e <strong>do</strong> associativismo vem sen<strong>do</strong> importante na ampliação <strong>do</strong> quadrode associa<strong>do</strong>s da ASMARE, mas não tem si<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, suficiente paraassegurar uma adesão mais generalizada à ASMARE por parte <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res dedepósito.Estes cata<strong>do</strong>res parecem enxergar na normatização da vida produtiva e social<strong>do</strong>s galpões da ASMARE, um obstáculo à sua “liberdade” de trabalho e de ir e vir.A sua forma livre se oporia ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s galpões com seus horários defuncionamento, de produtividade mínima, de espaços coletivos para seremadministra<strong>do</strong>s, de participação na dimensão reivindicativa da Associação atravésdas manifestações públicas, passeatas, enfim, os momentos de luta. Essesindivíduos ao idealizarem a sua vida “livre” criam, inclusive interpretações que olevam a justificar a sua desqualificação profissional, resistin<strong>do</strong> ao ingresso na164 O limite coloca<strong>do</strong> à adesão ao cooperativismo pela cultura de resistência ao ato de se associarparece ser uma realidade também na Colômbia: <strong>do</strong>s 300.000 recicla<strong>do</strong>res, somente 10% estãoorganiza<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> Paul Singer (1° Congresso Nacional <strong>do</strong>s Cata<strong>do</strong>res de Papel, 04 a 06 dejunho 2001, Brasília).156