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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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A globalização, vem se tornan<strong>do</strong> possível devi<strong>do</strong> à expansão, a nível mundial daideologia neoliberal. 11 O ideário neoliberal fundamenta-se na liberdade econômicae tem o merca<strong>do</strong> como a força regula<strong>do</strong>ra da sociedade. O Esta<strong>do</strong> é visto, dentrodesta perspectiva, como um problema, como ineficaz e incapaz de oferecerprodutos e serviços de boa qualidade. Já o merca<strong>do</strong>, na ótica neoliberal, é vistocomo dinâmico, ágil e eficiente. Ë neste contexto, que ganha força a tese <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> mínimo e <strong>do</strong> desmantelamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Bem-Estar. 12 No Brasil, oconjunto de reformas de caráter neoliberal, consubstancia-se num programa deajuste que tem como eixos a privatização, a descentralização e a restrição cadavez maior da ação social <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.As tendências em curso, de flexibilização e precarização <strong>do</strong> trabalho, vêmcolocan<strong>do</strong> na ordem <strong>do</strong> dia a discussão sobre a democratização <strong>do</strong> poder localcomo espaço privilegia<strong>do</strong> para a “...construção de uma noção de bem público ede responsabilidade pública que tenham como parâmetro a garantia <strong>do</strong>s direitosbásicos de toda uma população” (Telles, 1994:98). A sociedade brasileira vem,desde a democratização <strong>do</strong> país, dan<strong>do</strong> sinais que apontam para a oxigenaçãoda gestão pública.Costa, nos lembra que o “...tema <strong>do</strong> poder local tem si<strong>do</strong> recorrente nopensamento político brasileiro” (1996:113). 13 O local passa de “...espaço porexcelência das relações coronelísticas de poder (...) a espaço de possibilidadesde experimentos democráticos inova<strong>do</strong>res e <strong>do</strong> exercício da <strong>cidadania</strong> ativa”(p.113). Até os anos 80, a imagem <strong>do</strong> local é carregada de negatividade. Já a11 Viola (1996), faz uma discussão a respeito da multidimensionalidade da globalização quetranscenderia a mera dimensão econômica, engloban<strong>do</strong> várias dimensões interrelacionadas como,por exemplo, as dimensões cultural, religiosa, ecológica, militar e financeira.12 Para uma reflexão sobre o impacto das propostas neoliberais, ver também Maricato (2000) quedesenvolve uma interessante discussão a respeito <strong>do</strong> desmonte da matriz de planejamento urbanofuncionalista/modernista, matriz que, no entanto, foi aplicada a apenas uma parte da cidade - acidade formal-, contribuin<strong>do</strong> para “...que a cidade brasileira fosse marcada pela modernizaçãoincompleta ou excludente”(p.130).13 O autor reconstitui o movimento pendular de descentralização/centralização nas diversasconstituições brasileiras, desde 1824 a 1988, que expressa as polarizações de cada conjuntura.Assim, constituições “centraliza<strong>do</strong>ras” são seguidas por “descentraliza<strong>do</strong>ras”. No entanto, aestrutura de poder, as sociabilidades e o man<strong>do</strong> priva<strong>do</strong> das elites locais não são alteradas,sobrepon<strong>do</strong>-se sempre ao texto constitucional na prática (p.116).23

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