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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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partir <strong>do</strong>s anos 80, o local 14 passa a ter a sua imagem associada à positividade,ocorren<strong>do</strong> uma “ressignificação” cuja gênese ocorreu “...durante a transição <strong>do</strong>regime autoritário para a democracia política, em que, impulsiona<strong>do</strong> pelos novosatores sociais e políticos que emergiram no perío<strong>do</strong>, o tema <strong>do</strong> poder localincorporou-se à agenda política, articula<strong>do</strong> aos temas da democracia, dadescentralização e da participação popular” (op.cit.:114). 15Assim, é que o surgimento de uma nova imagem <strong>do</strong> local constitui-se como umrebatimento da influência <strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s “novos movimentos sociais” e de outrosfatores como, por exemplo, as experiências das gestões democráticas inova<strong>do</strong>rasa partir de 1989. 16Novas práticas políticas e de gestão pública passam a ser implementadas noBrasil, procuran<strong>do</strong> combinar eficiência da ação governamental, equidade e aquiloque vem sen<strong>do</strong> denomina<strong>do</strong> como governança. 17Soares e Gondim (1998), registram a existência de três ciclos daquilo que eleschamam de novo modelo de “democracia urbana”. O primeiro ciclo, marca<strong>do</strong> pelaretomada das eleições diretas para prefeito nas capitais em 1985, pode sercaracteriza<strong>do</strong> por:14 Ver também, em Doimo (1995), uma discussão complementar a respeito da reelaboração <strong>do</strong>conceito de comunidade, de conotação fortemente conserva<strong>do</strong>ra no pensamento político clássico,como o “...locus de conflitos volta<strong>do</strong>s à transformação social” (p.88) e sua influência nos “novosmovimentos sociais”. Ver também a reflexão feita por Massey (1994), onde a mesma resgata o“lugar” e o “local” da associação imediata com o reacionarismo, dan<strong>do</strong>- lhes novos significa<strong>do</strong>s.15 Há que observar, no entanto, que o tema da participação vem sen<strong>do</strong> apropria<strong>do</strong> pelo discursoneoliberal como uma forma de se desobrigar <strong>do</strong>s encargos sociais transferin<strong>do</strong> o ônus para onível local, a sociedade e o merca<strong>do</strong>. A esse respeito, é interessante registrar, também, como otermo participação é usa<strong>do</strong> muitas vezes como sinônimo de privatização, em <strong>do</strong>cumentos deagências de cooperação técnica e <strong>do</strong> Banco Mundial no tocante à incorporação das chamadasmicro-empresas no gerenciamento de resíduos sóli<strong>do</strong>s, ocultan<strong>do</strong> sob a face das possibilidadesde geração de renda para segmentos carentes, na verdade um vela<strong>do</strong> intento de abertura àprivatização <strong>do</strong>s serviços municipais de limpeza pública.16 Vários autores, entre eles, Lesbaupin (2000), Ribeiro (1995) e Costa (1996), destacam asadministrações de Lages (SC), Boa Esperança (ES) e Piracicaba (SP) como as primeirasexperiências inova<strong>do</strong>ras em termos de participação popular e gestão social que ocorreram aindaem plena ditadura militar (gestão 1976-82).17 Melo (1995), faz uma distinção desse conceito em relação ao de governabilidade: “...enquanto agovernabilidade se refere às condições <strong>do</strong> exercício da autoridade política, governance qualifica omo<strong>do</strong> de uso dessa autoridade (p.30).24

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