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EDIÇÃO 22 - Dezembro/11 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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teia da vida, da qual todos sãointegrantes e interdependentes.(CAPRA, 1997).A ecologia profunda resgataa consciência ecológica plena e está,portanto, em contraposição à visãoda sociedade tecnocrata-industrial,onde o ser humano se coloca comoser superior às outras espécies.Perceber o mundo de formaecológica significa reconhecer aintegração de todas as coisas queexistem no planeta. John Munir – ocriador do movimento ecológico -afirma: “cada vez que tentamosencarar uma única coisa de formaisolada descobrimos que ela estáintimamente ligada a todo o resto douniverso” (MUNIR apud AVELINE,1999, p. 59).A ecologia profunda atentanão só para a integração material doser humano à natureza, comotambém para a dimensão vibracionale espiritual que une todos os seres,considerando também os fenômenosquânticos do dia-a-dia (BRAUN,2005). A Terra, portanto, não ésomente um ecossistema físico ebiológico, mas também mental eemocional da humanidade (KOOT-HOOMI apud AVELINE, 1999). E porassim ser, as guerras e a destruiçãoambiental são o resultado,sobretudo, de conflitos psicológicoshumanos, como a cobiça e aignorância espiritual, assegura KarlVon Clausewitz (apud AVELINE,1999).Um dos princípios maisimportantes da ecologia profunda é aequidade biocêntrica, que defende aigualdade de importância de todos oselementos da biosfera e que, destemodo, possuem o direito de viver ese desenvolver plenamente paraalcançar sua própria forma individuale realização dentro do processoevolutivo (BRAUN, 2005).Assim, a visão de mundo daecologia profunda propõe um estilode vida regulado pela harmonia coma natureza, equidade das espécies,simplicidade, reconhecimento dalimitação dos recursos oferecidospela Terra, uso de tecnologiasapropriadas, reciclagem, reutilização,descentralização da produção,entendimento da ciência comoconhecimento importante, mas nãodominante.A característica central quedefine a ecologia profunda é aquestão da urgência na mudança devalores, alicerçada em pensamentosecocêntricos. “Quando essapercepção ecológica profunda tornaseparte de nossa consciênciacotidiana, emerge um sistema deética radicalmente novo” (CAPRA,1997, p. 28).O cerne da questão,portanto, é a necessidade detransformações profundas e urgentesprimeiramente no modo como o serhumano percebe, compreende esente o mundo, para, em seguida,poder mudar a maneira como serelaciona com o meio ambiente.A ecopsicologia surge, nessesentido, como um esforçointerdisciplinar entre a Psicologia e aEcologia para contribuir na discussãoda relação entre homem e natureza.Bilibio (2009) entende queuma psicologia centrada na ecologiaé de grande importância tanto parapsicólogos como para educadores. Arelevância da integração entre aPsicologia e as Ciências daSustentabilidade se mostra no fatode que, por trás de toda práticapsicológica e educacional está umavisão de ser humano. A partir dessaconcepção, entendem-se comosaudáveisdeterminadoscomportamentos,reações,sentimentos, enquanto que outrossão considerados disfuncionais, ouseja, prejudiciais ao ser humano.(Bilibio, 2009). Com uma orientaçãoecológica na compreensão do serhumano, entendendo-o como serinter-relacionado e interdependenteda natureza, passa-se a entendercomportamentos contrários ànatureza como também contrários àprópria saúde integral do indivíduo.Baseado em Plotkin (2003), Bilibio(2009, p. 8) afirma:No que diz respeito à natureza, anoção de interdependência foisendo severamente perdidadurante a revolução industrial, esua perda cresceu quanto maisavançávamos no processo deurbanização. Sua perda se expressano sentimento de desconexão, ou aperda do senso de reciprocidadeentre organismo e ambiente,sempre presente emcomportamentos ambientalmentedisfuncionais. O ambiente não émais visto como algo vivo, umaverdadeira comunidade, mas comocoisa que não serve para nada anão ser ceder lugar para algo quedê algum lucro. O estado dealienação induzido pela era lucro,mais aumenta quanto maior é aobsessão por este lucro, e quantomenores são os níveis deinformação sobre a dinâmicaecológica dos ambientes naturais ea qualidade da experiência afetivoexistencialem comunhão comlugares selvagens.Volpi, Floriani e Leszczynski(2008) lembram que o ser humanonão somente é parte da natureza,mas é a natureza. Na perspectiva daPsicologia Corporal criada porWilhelm Reich, a qual é abordadapelos autores para fazer interfacecom a Ecologia, organismo enatureza são manifestações damesma energia: a energia vital ouorgone que existe em todas as coisas,por isso, tudo o que existe formauma unidade. Essa energia, segundoRaknes (1988), não obedece às leisque regem energias anteriormenteconhecidas, e sua quantidade edisposição nos seres humanosvariam, conforme a vitalidadeespontânea natural e os traçosneuróticos.A Psicologia Corporal, deacordo com Pucci Jr (2004), defendeo pensamento funcional como basede suas pesquisas, teorias e métodos,que compreende a inter-relaçãoentre mente e corpo, não atravésuma relação de causa e efeito, maspor meio de um princípiobioenergético, ou seja, através daenergia vital ou energia orgone.Dessa maneira, propõe que a saúdede um organismo, concebido em suaunidade corpo-mente, depende dolivre fluxo da energia vital. Reich(2003) assegurou, assim, que quantomenos neurótico for o ser humano,melhor será também sua relaçãoRevista Brasileira de Ciências Ambientais – Número <strong>22</strong> – dezembro de 20<strong>11</strong> 14 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478

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