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EDIÇÃO 22 - Dezembro/11 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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No Brasil, a Lei n o 9795 de27 de abril de 1999 representa oreconhecimento nacional daimportância da educação ambientalao instituir a Política Nacional deEducação Ambiental. Aponta aeducação ambiental como processoseducativos formais e não-formais pormeio dos quais o indivíduo e acoletividade constroem valoressociais, conhecimentos, habilidades,atitudes e competências voltadaspara a conservação do meioambiente, bem de uso comum dopovo e essencial à sadia qualidade devida e sustentabilidade. Essesprocessos educativos têm comoalguns de seus princípios básicos oenfoque humanista, holístico,democrático e participativo, naperspectiva da inter, multi etransdisciplinaridade. A PolíticaNacional de Educação Ambientalenvolve em sua esfera de ação, alémdos órgãos e entidades integrantesdo Sistema Nacional de MeioAmbiente (SISNAMA), instituiçõeseducacionais públicas e privadas dossistemas de ensino, os órgãospúblicos da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios, eorganizações não-governamentaiscom atuação em educaçãoambiental. (BRASIL, 1999).Ao perceber a complexidadedo ambiente, a lei brasileira de n o .9795 define no inciso I do Artigo 5ºdo 1º Capítulo como um dosobjetivos da educação ambiental: “odesenvolvimento de umacompreensão integrada do meioambiente em suas múltiplas ecomplexas relações, envolvendoaspectos ecológicos, psicológicos,legais, políticos, sociais, econômicos,científicos, culturais e éticos”(BRASIL, 1999).A educação ambiental naperspectiva profunda tem objetivosmuito mais pretensiosos do quemeramente resolver problemasoriundos de um estilo de vidapautados em uma visão de mundoque separou homem e universo,rompendo com a ideia de serhumano integrado à natureza. Aeducação ambiental propõe a revisãodos valores e comportamentos dasociedade, incitando profundasmudanças de percepção, valores eatitudes do indivíduo a respeito de si,do outro e da natureza porcompleto.Floriani e Knechtel (2003)utilizam a denominação educaçãosocioambiental e a designam como oum componente indispensável nareconstrução do sistema de relaçõesentre as pessoas e, assim, possapromover uma nova relação entre asociedade e o ambiente, valorizandoo diálogo de saberes dos diversostipos de conhecimento – científico,experiencial, tradicional, popular,etc. Esse diálogo dos saberes,defendido pela transdisciplinaridade,é indispensável para se chegar a umentendimento sobre ser humano emundo aproximado da realidade,pois são objetos de estudocomplexos e multifacetados.A participação efetiva dasociedade na preservação do meioambiente, no entanto, requerconsciência; sem ela não hátransformações. A educaçãoambiental comprometida, portanto,com verdadeiras mudanças deatitudes requer um trabalho deconscientização ambiental queperpassa obrigatoriamente pela visãoholística de homem. (BRANCO,2003).A visão holística entende oser humano como um ser demúltiplas dimensões - física, mental,psíquica, social, ambiental eespiritual que se inter-relacionam einfluenciam-se mutuamente -integrado ao universo. (CAPRA,2006). Essa abordagem compreendeque tudo no universo está interrelacionado,havendo uma dinâmicauniversal de relações que torna tudointerdependente. Os seres humanose a natureza, portanto, mantêm umarelação de complementaridade,sendo que a perda do vínculo produzdesequilíbrio e destrutividade atodos. (ARAÚJO, 1999).A saúde integral do serhumano, ou seja, a saúde em suamais ampla compreensão, que incluias condições de bem-estar efelicidade, é entendida pela visãoholística como dependente daharmonia das dimensões física,mental, psicológica, emocional eespiritual com o ambiente social,econômico, natural e construído,físico, químico e psicológico.Leonardo Boff (apudGADOTTI, 2008), um dos membrosda Comissão da Carta da Terra,entende que a referida Carta é umarelevante contribuição para umacompreensão holística e integradadas questões ambientais. De acordocom ele, é com amor – a energiamais poderosa que existe no serhumano e no universo – que seprecisa cuidar de todas as formas devida.Com uma visão de mundo ede ser humano holística, a educaçãoambiental pode ser um instrumentotransformador.Mudançasparadigmáticas são imprescindíveispara a construção de um novo estilode vida, que configure umasociedade ecológica.Diante da crise ambientalem que a humanidade se encontra,Leff (2001) entende que o saberambiental se coloca como umprocesso de produção teórica eprática orientada pela utopia deconstruir um mundo sustentável,democrático, igualitário e quecomporte a diversidade. Afirma que:A questão ambiental problematizaas próprias bases da produção;aponta para a desconstrução doparadigma econômico damodernidade e para a construçãode futuros possíveis, fundados noslimites das leis naturais, nospotenciais ecológicos, na produçãode sentidos sociais e na criatividadehumana. (LEFF, 2001, p 17).Essa nova sociedadeproposta pelos emergentesparadigmas ambientais, queenvolvem a transdisciplinaridade e avisão holística, pode ser chamada deecológica, no sentido da ecologiaprofunda sustentada pelas ideias deFritjof Capra (2006; 2002; 1998;1997), que, ao longo dodesenvolvimento de suas obras,discute a questão paradigmática eRevista Brasileira de Ciências Ambientais – Número <strong>22</strong> – dezembro de 20<strong>11</strong> 16 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478

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