incluem os resíduos Convencionais eNão Convencionais são mensuradosem percentual de unidades físicas demassa. O Balanço de Massa comparaas quantidades coletadas, vendidas,destinadas para reaproveitamentoou reciclagem e as destinadas aosaterros. Ele objetiva demonstrar aeficiência na gestão de resíduos emtermos econômicos, sociais eambientais, ou seja, de ecoeficiência.Os resíduos coletados (semo resíduo orgânico) representam<strong>11</strong>.673,94 t, média da massa mensalque passa pelo GERESOL, peloserviço 156, caçambeiros (cerca de3.500 t/mês) e munícipes. OArmazém da Natureza coleta 2.536t/mês de recicláveis (separaçãoseletiva dos munícipes), e o Cata-Treco, coleta 3.009 t/mês deinservíveis, totalizando 17.218,94t/mês. Desse volume, os caçambeirosdeixam 0,0029% de rejeitos(amianto) que representa 0,50t/mês.Do total direcionado aoGERESOL, 99,8% é consideradopotencialmente reciclável. Da massapotencialmente reciclável, 414 t/mêssão de lixo orgânico, trazido pelacoleta do Armazém da Natureza. Ouseja, do total destinado ao GERESOL,verdadeiramente 97,4% é deMateriais Recicláveis. Do volumetotal de resíduos, 0,2% épotencialmente compostável,correspondendo a 20 t/mês deGalhos Moídos.Finalizando a conta, 97,6%(16.804,44 t/mês) da massadestinada ao GERESOL passam porprocessos que irão gerar materiais deReintegração Ambiental eEconômica. Os resultados indicamuma avaliação positiva dareintegração ambiental dessesresíduos, numa demonstração deecoeficiência.CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕESRecursos limitados e, àsvezes, inexistentes podem justificarpara o Poder Público a não realizaçãode ações necessárias e urgentes. Osresultados do estudo mostram queparcerias com o setor privado podemgerar ganhos e benefícios para acomunidade e para o meio ambiente.A ação municipal na áreasocial e ambiental, nos últimos anos,foi induzida pela descentralização deatribuições e competências dasesferas federal e estadual para amunicipal, na justificativa de quegovernos locais estão mais próximosdas demandas da população. O artigoanalisou a busca de parcerias com osetor privado para destinar osresíduos que iriam para os aterros egerariam custo para o Poder Público,indicam iniciativas que podem sertransformadas em benefícios sociais.A aplicação da equação deCalderoni (2003) mostrou o benefícioeconômico e principalmenteambiental conseguido pelareutilização de resíduos de difícil ecara destinação. A equação mostrou,por exemplo, o quanto éeconomizado com adubação daspraças públicas, com a realização deencostas de barrancos nos bairroscom população menos favorecidas.Não existem registros dos custospara o Poder Público em eventuaiscasos de deslizamentos com vítimas,os quais se ocorressem implicariamem custos a assumir.Os resultados mostraram oque se economiza em materialutilizado em construções públicas,reformas ou obras de drenagem, ouseja, um montante de R$814.400,00/mês, R$ 9.777.600,00por ano, ou seja, 14% do orçamentoanual da Secretaria de ServiçosPúblicos.O processo de gestão,tratando os resíduos de formainterdisciplinar nas diversasSecretarias Municipais, transforma o“negócio do lixo” em uma atividadeque passa a não depender somenteda Secretaria de Serviços Públicos,ampliando seu produto e resultadosoperacionais.Constatou-se que as etapassugeridas por Almeida (2002) paraimplantar um Sistema de GestãoAmbiental foram seguidas no caso doGERESOL. Ou seja, houve definiçãoda política ambiental, elaboração doplano de ação, abordando osaspectos e impactos ambientaisassociando os requisitos legais ecorporativos e determinadosobjetivos e metas.Os próximos passos indicama necessidade de se elaborar umplano de ação e programa de gestãoambiental para melhoria da suaimplantação e operacionalização,com alocação de recursosorçamentários e as estruturas eresponsabilidades mais bemdefinidas já no início da operação.Outro aspecto a explorar é oda conscientização e treinamento dacomunicação e educação ambiental,de modo a contribuir ainda mais paraos resultados demonstrados, poisnão se identificou documentação dosistema de gestão, a qual poderiasubsidiar a comunicação. Outranecessidade que se apresentou é asistemática de avaliações periódicasde acompanhamento, propondoações corretivas e preventivas dasações de empresas e munícipes quegeram resíduos, para poder adaptare revisar o Sistema de Gestão.O caminho para o Sistemade Gestão Ambiental é buscarsoluções para cumprir com asregulamentações ambientaistratando os resíduos sólidos de modomais produtivo, reduzindo custos ecompensando os gastos com osinvestimentos ambientais. Oaumento da produtividade dosrecursos é possível porque a poluiçãoé, muitas vezes, um desperdícioeconômico, o que vem ao encontrodo que afirma Porter (1999).O Balanço de Massademonstrou ainda que 97,6%(16.804,44 t/mês) do volumedestinado ao GERESOL, depois detratado e destinado, temReintegração Ambiental eEconômica.A conclusão principal é a daviabilidade ambiental e econômicada intervenção do governo local, comparcerias com o setor privado,identificando e estimulandoparceiros para a destinação deresíduos sólidos de difícil destinação.O caso GERESOL analisado indicouRevista Brasileira de Ciências Ambientais – Número <strong>22</strong> – dezembro de 20<strong>11</strong> 48 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478
uma forma de gestão pública que sepaga, ao mesmo tempo em queambientalmente se apresentaadequada ao minimizar a disposiçãodesse tipo de resíduo, consideradode disposição problemática.A recomendação é aextensão do estudo a outrascomunidades e tendo em vista suaviabilidade ou, ainda a investigaçãodo grau de organização dosmercados de absorção dessesresíduos. Uma alternativa a avaliarpode ser a da implantação de“consórcios” de municípios vizinhospara se viabilizar economicamente aexploração da destinação dosresíduos e identificação ehomologação de parecerias com osetor privado.REFERÊNCIASALMEIDA, Fernando. O Bom Negócioda Sustentabilidade, Rio de Janeiro:Editora Nova Fronteira, 2002.BARBIERI, João Carlos. GestãoAmbiental. Empresarial. São Paulo:Editora Saraiva, 2004.CALDERONI, Sabatei. Os BilhõesPerdidos no Lixo. São Paulo:Humanitas, 2003.COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIOAMBIENTE E DESENVOLVIMENTO.Nosso Futuro Comum. Rio deJaneiro: Getúlio Vargas, 1988.CONAMA-MINISTÉRIO DO MEIOAMBIENTE - Resolução 258/99.Brasília: MMA, 1999._____________________ -Resolução 307/02. Brasília: MMA,2002.MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE.Agenda 21. .Versão Eletrônica 1.1 –Brasília: Ministério das RelaçõesExteriores, 1997.NAÇÕES UNIDAS. Declaração doMilênio. Lisboa: United NationsInformation Centre, Lisbon, 2001.PORTER, Michael E. Competição. Oncompetion, estratégias competitivasessenciais. Rio de Janeiro: EditoraCampus Ltda., 1999.TINOCO, J. E. P. e LELIS, M. N. -Variação da composiçãogravimétrica e potencial deReintegração ambiental dosresíduos sólidos Urbanos por regiãofisiográfica do Estado de MinasGerais – 20º Congresso brasileiro deengenharia sanitária e ambiental,1999.Páginas da Internet:www.cempre.org.br - acesso emmaio, 2006 - (Compromisso Empr.com a Reciclagem)www.jundiai.sp.gov.br – acesso emjunho, 2006 – (Prefeitura doMunicípio de Jundiaí)www.mma.gov.br. – Acessado emjulho de 2006 (Ministério do MeioAmbiente)Consulta de dados na Prefeitura deJundiaí:Fundação Municipal de Ação Socialde Jundiaí – FUMASSecretaria de Finanças de JundiaíSecretaria de Meio Ambiente deJundiaíSecretaria de Serviços Públicos deJundiaí1 Cotação de abril de 20062 Cotação Revista PINI Março de2006Revista Brasileira de Ciências Ambientais – Número <strong>22</strong> – dezembro de 20<strong>11</strong> 49 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478