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Revista Dr Plinio 180

Março de 2013

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Há um estado de espírito inicial<br />

a partir do qual nasce uma<br />

série de critérios para ver e<br />

analisar as coisas. É a inocência<br />

vista na posição tomada<br />

por ela quando contempla<br />

as mais altas verdades que<br />

é chamada a contemplar<br />

<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> na década de 1960<br />

Uma alma em ogiva: séria, sólida,<br />

recolhida, procurando sempre subir<br />

to. A pessoa se volta para si mesma e deixa falar aquela<br />

apetência que ela tem de um certo unum, de um certo estado<br />

de espírito. Então ela examina, se lembra desta ou<br />

daquela coisa, mas por associação de imagens, sem fixar<br />

o espírito. Depois se recorda também do que era o contrário,<br />

faz um certo contraste, mas aos pedacinhos. Não<br />

é nada raciocinado, em ordem como se fossem soldados<br />

marchando. Imaginemos cardumes de peixes no mar: as<br />

ondas vão e vêm, e eles as acompanham. Assim também<br />

o pensamento humano, mesmo quando é reto, flutua em<br />

certas horas.<br />

Em certo momento, quando o homem encontrou, mediu,<br />

sentiu bem um ponto e o relacionou com vários outros,<br />

antes de essa ideia se tornar inteiramente nítida, ele<br />

adquire a respeito da vida uma visão geral na qual considera<br />

os aspectos favoráveis e contrários. É a hora em que<br />

o homem forma o conjunto de afinidades e de repulsas<br />

em torno de um determinado assunto.<br />

Depois vem a análise desse conjunto em relação<br />

ao que está fora dele. Surge, então, de modo por vezes<br />

indefinido, a ideia de Deus. Nem sempre se pensa<br />

claramente n’Ele, tanto mais que não se ensina às<br />

pessoas que, quando isso vem ao espírito, é a própria<br />

ideia de Deus que está mais próxima e se trata de colher.<br />

Aquilo fica assim, no lusco-fusco, mas de fato é<br />

a ideia de Deus.<br />

Se disséssemos a um homem neste estado de espírito<br />

que o Céu é como se costuma pintar em certos quadrinhos,<br />

ele teria uma vontade muito maior de ir para o paraíso<br />

terrestre do que para esse Céu tão pouco atraente.<br />

Porque neste último ele sente a morada de todo mundo,<br />

mas não a sua própria. Ora, o Céu é a morada de todos,<br />

mas também a morada individualíssima de cada um. E é<br />

preciso sentir ambas as coisas.<br />

Suponhamos alguém com apetência por certa forma<br />

de seriedade que abrange esses vários aspectos da vida<br />

e se compraz em notar a grandeza, a majestade, a distinção,<br />

bem como a lógica interna que eles têm. Esta pessoa<br />

se toma a sério e se respeita a si própria. Dir-se-ia que é<br />

uma alma em ogiva, séria, sólida, pensativa, levando tudo<br />

para cima, calma, pesando e analisando tudo de modo<br />

inflexível, muito propensa a se recolher e estando disposta<br />

a redarguir os que afirmam o contrário deste estado<br />

de espírito, ou mesmo a usar de qualquer meio legítimo<br />

de luta para fazer triunfar a verdade contra o erro.<br />

Mas isso sem agitação, sem trepidação, sem excitação,<br />

com naturalidade.<br />

Torres que convidam para o sonho<br />

Dão essa impressão, sobretudo, certas catedrais medievais.<br />

Outro dia comentei com um membro de nosso Movimento<br />

um desenhozinho a bico de pena — feito pe-<br />

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