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Revista Dr Plinio 180

Março de 2013

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Hagiografia<br />

Temos aqui uma lição muito importante: compreender<br />

como o homem é pequeno dentro da natureza material,<br />

em relação à qual ele poderia ser comparado a uma<br />

formiga. E acima dessa natureza existem ainda espíritos<br />

angélicos com uma força, um poder incomparavelmente<br />

superior ao dos seres humanos.<br />

Em face dessa batalha de anjos que continua a se realizar<br />

por toda parte; anjos bons que descem do Céu e anjos<br />

maus que se misturam no meio dos homens, qual é o<br />

grande meio de defesa que temos contra os demônios?<br />

Aqui se aplicam as palavras de Nosso Senhor: “É preciso<br />

vigiar e orar para não cairdes em tentação.” 2 A vigilância<br />

consiste em crermos nos poderes angélicos e na<br />

ação dos demônios.<br />

Por exemplo, suponho que normalmente, durante as<br />

exposições que faço, os assistentes recebem muitas graças<br />

vindas por meio de seus anjos. Acredito também que<br />

um ou outro dos aqui presentes sistematicamente é tentado<br />

pelo demônio. Quer dizer, enquanto estamos falando,<br />

há uma batalha entre anjos e demônios.<br />

Faz parte do dinamismo das coisas haver pessoas que<br />

se dão mais a Nosso Senhor e outras menos. E devemos<br />

ter sempre em vista o princípio, aceito pela maioria dos<br />

teólogos, segundo o qual todas as vezes que um homem<br />

tem uma tentação por uma causa natural, o demônio<br />

junta-se a esta para agravar a tentação.<br />

Se, por exemplo, um dos presentes está irritado com<br />

um companheiro que se encontra ao seu lado e fica infernizado<br />

com isto, esta pequena tentação de irritação será<br />

acrescida por um cutucão do demônio para agravá-la.<br />

Quer dizer, o demônio está sempre atuando, os anjos da<br />

guarda estão sempre nos protegendo. Devemos discernir<br />

a ação do demônio e pedir a do anjo da guarda. Precisamos<br />

rezar e vigiar. É o que se deduz das revelações de<br />

Santa Francisca Romana.<br />

Filha da Igreja, cônscia de sua<br />

missão e do poder divino<br />

Ela possuía um discernimento fantástico a respeito dos<br />

espíritos malignos e frequentemente via demônios. Tomando<br />

conhecimento de sua história, fica-me a impressão<br />

de tê-la conhecido pessoalmente, porque a considero<br />

não como uma velha qualquer que tinha visões, mas sim<br />

como uma filha da Igreja dotada de determinadas características<br />

que, conhecendo o espírito da Esposa de Cristo,<br />

eu sei atribuir a ela através dos matizes de sua biografia.<br />

Percebo que era uma matrona romana firme, digna, e<br />

que olhava o demônio, não propriamente de modo ameaçador,<br />

mas com firmeza, de frente, cônscia de sua missão e<br />

do poder de Deus, enfrentando, descrevendo e intimidando.<br />

Ela considerava o que essas visões tinham, por assim<br />

dizer, de divino e amava o Criador através delas.<br />

Então, Santa Francisca Romana me enche de admiração.<br />

E tenho certeza de que, estudando o processo de<br />

sua canonização, encontraremos a confirmação do que<br />

afirmei.<br />

v<br />

(Extraído de conferências<br />

de 8/1/1965, 8/3/1969 e 9/3/1980)<br />

1) ROHRBACHER, René François. Histoire universelle de<br />

l’Église Catholique. Vol. XXI. Paris: Gaume Frères et J. Duprey<br />

- Libraires-éditeurs, 1858. p. 459-460.<br />

2) Cf. Mt 26,41.<br />

3) Cf. ROHRBACHER, René François. Vies des Saints pour<br />

tous les jours de l’année. Vol. II. Paris: Gaume Frères et J.<br />

Duprey - Libraires-éditeurs, 1853. p. 63-79.<br />

4) Elevada posteriormente à dignidade de Basílica Menor, é<br />

também chamada de Basílica de Santa Francisca Romana.<br />

Considero-a não como<br />

uma velha qualquer que<br />

tinha visões, mas como uma<br />

filha da Igreja dotada de<br />

determinadas características<br />

que, conhecendo o espírito<br />

da Esposa de Cristo, eu sei<br />

atribuir a ela através dos<br />

matizes de sua biografia<br />

Restos mortais de Santa Francisca Romana - Basílica de<br />

Santa Francisca Romana, Roma (Itália)<br />

David Domingues<br />

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