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• PRINCIPAL<br />
Luiz Antonio<br />
Solda<br />
Foto: Mauricio de Paula<br />
Desenhos por lanche<br />
Figura ilustre dentre os chargistas da capital, Luiz Antônio Solda, ou apenas Solda como é conhecido, tem muita história<br />
para contar. A mais polêmica delas foi a demissão do jornal Estado do Paraná, após ter feito uma charge considerada racista.<br />
“Fiz na época um macaco fazendo um gesto de banana para o presidente Obama. Era uma referência à República das<br />
Bananas, como o Brasil é chamado no exterior. Não sou e nunca fui racista”, defende-se.<br />
Polêmicas à parte, o chargista chegou a Curitiba em 1965 e logo descobriu o dom para o desenho. “Sempre ia até à lousa<br />
desenhar o mapa do Brasil e também fazia os trabalhos de desenhar para meus colegas, em troca de lanche. Foi meu primeiro<br />
trabalho”, brinca. Com 14 anos, começou a trabalhar como auxiliar de escritório e foi nesse momento que o destino de<br />
Solda cruzou com o editor da revista Correio dos Ferroviários, um dos maiores colecionadores de quadrinho do Brasil. “A<br />
revista publicava matéria sobre cinema, cultura e literatura e o editor me pagava pelos desenhos”, lembra.<br />
Como chargista, Solda nunca teve um personagem, mas o traço super característico eternizou o seu trabalho. Hoje o<br />
lustrador trabalha em um estúdio no fundo de sua casa, onde produz por dia dezenas de charges, tantas que chega a não<br />
usar todas. “A charge é uma crônica diária sobre o que está acontecendo. Tenho que estar ligado 24 horas por dia”, observa.<br />
Além de contribuir com dois blogs, o chargista tem o seu próprio – o Solda Cáustico – no qual faz cerca de 30 posts diários.<br />
“Não tenho equipe, faço tudo sozinho”, garante.<br />
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