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Cosmopolitan Portugal - Nº 296 (Dezembro 2016)

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ainda acontece em muitos<br />

locais, porque a água está definida<br />

por escalões para penalizar<br />

um consumo excessivo.<br />

Mas quando não se tem em<br />

conta o consumo per capita, as<br />

famílias pagam a água nos<br />

escalões mais elevados, mesmo<br />

que por pessoa o seu consumo<br />

seja moderado”, explica Ana<br />

Cid Gonçalves, secretária-geral<br />

da APFN. Através de acordos<br />

com empresas, esta<br />

Associação garante o fornecimento<br />

de bens e serviços com<br />

condições específicas para este<br />

tipo de famílias. “O objetivo é<br />

remover as penalizações. No<br />

exemplo relativamente à água,<br />

acima referido, temos sugerido<br />

a adoção de tarifários familiares.<br />

Não se trata de conseguir<br />

benefícios, mas sim um tratamento<br />

de equidade e justiça.”<br />

OS PEDIDOS<br />

DE AJUDA<br />

OBEDECEM<br />

A CRITÉRIOS?<br />

A Associação Portuguesa de<br />

Famílias Numerosas disponibiliza-se<br />

a ajudar todas as<br />

famílias que solicitem ajuda,<br />

mesmo que não tenham três<br />

ou mais filhos. Os motivos<br />

para solicitar apoio “vão<br />

desde as dificuldades de<br />

colocação dos filhos na<br />

mesma escola, às dificuldades<br />

na reutilização dos<br />

livros, a questões relacionadas<br />

com a penalização de<br />

que são alvo (por exemplo,<br />

os bilhetes de família só<br />

abrangerem os pais e dois<br />

filhos), ou não existirem<br />

preços especiais para crianças<br />

e jovens nos transportes<br />

públicos. Uma situação concreta<br />

e recente é o de uma<br />

mãe que precisava de viajar<br />

com os três filhos de avião e<br />

foi obrigada a pagar taxa de<br />

acompanhante no valor de<br />

50€, porque só podia viajar<br />

com duas crianças. Outra<br />

família com pai português e<br />

mãe italiana queria que os<br />

filhos fossem visitar os avós<br />

a Itália e foram obrigados a<br />

pagar taxa de acompanhante<br />

vezes três por percurso (ida e<br />

volta) no valor total de 300€,<br />

sendo que, independentemente<br />

do número de crianças,<br />

é sempre apenas uma<br />

hospedeira a levá-las ao<br />

avião”, avança Ana Cid<br />

Gonçalves.<br />

“A IDEIA DE QUE AS FAMÍLIAS<br />

NUMEROSAS OU SÃO RICAS OU SÃO<br />

POBRES (...) AMBAS SÃO FALSAS.”<br />

“PODEM<br />

AJUDAR-NOS?”<br />

A secretária-geral da APFN enumera<br />

as estratégias utilizadas<br />

para ajudar as famílias numerosas<br />

em situações concretas<br />

Poupar mais: “Ensinamos as famílias<br />

a poupar mais através dos testemunhos<br />

de gestão dos orçamentos<br />

familiares de muitas das nossas famílias<br />

associadas que, por necessidade,<br />

aprendem uma série de truques que<br />

são posteriormente partilhados. Por<br />

vezes, em parceria, também disponibilizamos<br />

formação nesta área.”<br />

Encontrar habitação com renda<br />

acessível: “Na área ‘Família por<br />

Família’ partilhamos oportunidades.<br />

Esta é uma área específica de trabalho<br />

com os municípios no âmbito<br />

do projeto das Autarquias Familiarmente<br />

Responsáveis. Temos procurado<br />

que existam programas<br />

específicos de habitação para famílias<br />

jovens com filhos. Nos casos de<br />

rendas apoiadas, por exemplo, chamamos<br />

a atenção para a necessidade<br />

de ter em conta não só o nível<br />

de rendimentos, mas também o<br />

número de pessoas que vivem desses<br />

rendimentos. É diferente quando<br />

um indivíduo se sustenta com 600€<br />

ou se a mesma quantia sustenta<br />

quatro ou cinco pessoas.”<br />

Encontrar emprego: “Partilhamos<br />

oportunidades de emprego, mas é<br />

uma área que carece de apoio específico<br />

prestado por muitas associações<br />

especializadas. Nestes casos<br />

trabalhamos muito em parceria.”<br />

Suportar despesas com a alimentação:<br />

“Temos parcerias com<br />

empresas como o Recheio, por<br />

exemplo.”<br />

Suportar despesas com a saúde:<br />

“Dispomos de parcerias na área da<br />

saúde, onde as políticas públicas são<br />

relevantes. No ano passado, conseguimos<br />

que os filhos até aos 18 anos<br />

não pagassem taxas moderadoras.<br />

Até então só não pagavam até aos<br />

12 anos.”

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