Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ainda acontece em muitos<br />
locais, porque a água está definida<br />
por escalões para penalizar<br />
um consumo excessivo.<br />
Mas quando não se tem em<br />
conta o consumo per capita, as<br />
famílias pagam a água nos<br />
escalões mais elevados, mesmo<br />
que por pessoa o seu consumo<br />
seja moderado”, explica Ana<br />
Cid Gonçalves, secretária-geral<br />
da APFN. Através de acordos<br />
com empresas, esta<br />
Associação garante o fornecimento<br />
de bens e serviços com<br />
condições específicas para este<br />
tipo de famílias. “O objetivo é<br />
remover as penalizações. No<br />
exemplo relativamente à água,<br />
acima referido, temos sugerido<br />
a adoção de tarifários familiares.<br />
Não se trata de conseguir<br />
benefícios, mas sim um tratamento<br />
de equidade e justiça.”<br />
OS PEDIDOS<br />
DE AJUDA<br />
OBEDECEM<br />
A CRITÉRIOS?<br />
A Associação Portuguesa de<br />
Famílias Numerosas disponibiliza-se<br />
a ajudar todas as<br />
famílias que solicitem ajuda,<br />
mesmo que não tenham três<br />
ou mais filhos. Os motivos<br />
para solicitar apoio “vão<br />
desde as dificuldades de<br />
colocação dos filhos na<br />
mesma escola, às dificuldades<br />
na reutilização dos<br />
livros, a questões relacionadas<br />
com a penalização de<br />
que são alvo (por exemplo,<br />
os bilhetes de família só<br />
abrangerem os pais e dois<br />
filhos), ou não existirem<br />
preços especiais para crianças<br />
e jovens nos transportes<br />
públicos. Uma situação concreta<br />
e recente é o de uma<br />
mãe que precisava de viajar<br />
com os três filhos de avião e<br />
foi obrigada a pagar taxa de<br />
acompanhante no valor de<br />
50€, porque só podia viajar<br />
com duas crianças. Outra<br />
família com pai português e<br />
mãe italiana queria que os<br />
filhos fossem visitar os avós<br />
a Itália e foram obrigados a<br />
pagar taxa de acompanhante<br />
vezes três por percurso (ida e<br />
volta) no valor total de 300€,<br />
sendo que, independentemente<br />
do número de crianças,<br />
é sempre apenas uma<br />
hospedeira a levá-las ao<br />
avião”, avança Ana Cid<br />
Gonçalves.<br />
“A IDEIA DE QUE AS FAMÍLIAS<br />
NUMEROSAS OU SÃO RICAS OU SÃO<br />
POBRES (...) AMBAS SÃO FALSAS.”<br />
“PODEM<br />
AJUDAR-NOS?”<br />
A secretária-geral da APFN enumera<br />
as estratégias utilizadas<br />
para ajudar as famílias numerosas<br />
em situações concretas<br />
Poupar mais: “Ensinamos as famílias<br />
a poupar mais através dos testemunhos<br />
de gestão dos orçamentos<br />
familiares de muitas das nossas famílias<br />
associadas que, por necessidade,<br />
aprendem uma série de truques que<br />
são posteriormente partilhados. Por<br />
vezes, em parceria, também disponibilizamos<br />
formação nesta área.”<br />
Encontrar habitação com renda<br />
acessível: “Na área ‘Família por<br />
Família’ partilhamos oportunidades.<br />
Esta é uma área específica de trabalho<br />
com os municípios no âmbito<br />
do projeto das Autarquias Familiarmente<br />
Responsáveis. Temos procurado<br />
que existam programas<br />
específicos de habitação para famílias<br />
jovens com filhos. Nos casos de<br />
rendas apoiadas, por exemplo, chamamos<br />
a atenção para a necessidade<br />
de ter em conta não só o nível<br />
de rendimentos, mas também o<br />
número de pessoas que vivem desses<br />
rendimentos. É diferente quando<br />
um indivíduo se sustenta com 600€<br />
ou se a mesma quantia sustenta<br />
quatro ou cinco pessoas.”<br />
Encontrar emprego: “Partilhamos<br />
oportunidades de emprego, mas é<br />
uma área que carece de apoio específico<br />
prestado por muitas associações<br />
especializadas. Nestes casos<br />
trabalhamos muito em parceria.”<br />
Suportar despesas com a alimentação:<br />
“Temos parcerias com<br />
empresas como o Recheio, por<br />
exemplo.”<br />
Suportar despesas com a saúde:<br />
“Dispomos de parcerias na área da<br />
saúde, onde as políticas públicas são<br />
relevantes. No ano passado, conseguimos<br />
que os filhos até aos 18 anos<br />
não pagassem taxas moderadoras.<br />
Até então só não pagavam até aos<br />
12 anos.”