01 - Além da Inocência

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Tiamat World Além da Inocência Beyond 1 Emma Holly arranjá-lo de modo que a veja hoje. Edward estreitou os olhos. Parecia que o advogado estava esperando sua demanda. Sua expressão era aprazível e tinha algo de suspeita satisfação. Edward não podia ter certeza, mas previu que tinha acabado de cair em uma armadilha. Se Edward soubesse o que veria, nunca teria pedido para que preparassem o seu carro. Coisas estranhas começaram quando ele foi com Mowbry à entrada de uma casa para os criados. Uma criada pequena, silenciosa como uma monja, o conduziu através do porão e logo pela escada de serviço, era tão estreita que Edward roçava com os cotovelos nas paredes ao virar no patamar. No segundo andar, passaram por uma habitação ampla e bem iluminada onde quatro mulheres trabalhavam inclinadas sobre as máquinas de costurar. Seus pés se moviam rapidamente sobre os pedais enquanto suas mãos alimentavam metros de tecido entre as agulhas. Havia outras três máquinas vazias. Todas eram negras e adornadas com rosas amarelas. Edward deduziu que aquela casa devia ser o estabelecimento de um alfaiate. — Estamos quase chegando — sua pequena acompanhante sussurrou. Tinha um acento francês de uma agradável sonoridade, mas Edward não teve tempo para pensar o que motivava os sussurros da mulher porque não demoraram para chegar a uma pequena sala. A presença de uma secretaria e um sofá, sugeria que se tratava de algo mais que uma sala, embora por agora o espaço estava abarrotado de cilindros de tecido. Viu uma cadeira alta e fina acomodada entre duas pilhas de um cetim que brilhava como uma pedra preciosa. Com um gesto, a criada o convidou a se sentar e depois o silenciou suas perguntas levando um dedo aos lábios. Edward se sentiu um pouco ridículo, mas esperou sentado, e de repente ficou rígido quando ela tocou seu ombro com o braço. As pessoas simplesmente não tocavam o conde de Greystowe sem permissão. — Perdão — ela murmurou, e pressionou uma fechadura escondida entre os pássaros na folha de papel de parede. Fazendo aparecer uma pequena abertura na parede. — Observe — disse a mulher. — Aqui, você verá tudo o que queira—. Edward olhou para o buraco e, em seguida, para o seu guia, mas a pequena criada já se encaminhava pela porta e saía. O coração pulsou com força baixo aquela primeira impressão. Talvez os outros clientes de Mowbry eram pessoas tão cansadas da vida que podiam aceitar este tipo de oferta sem ser ofendido? Para que tipo de libertino o tinha tomado o procurador, esperando que espiasse uma mulher seminua que poderia razoavelmente se transformar na noiva de seu irmão? 200
Tiamat World Além da Inocência Beyond 1 Emma Holly Ele sentiu que seu rosto se avermelhava de raiva, mas logo se acalmou. Ele tinha manifestado seu desejo de observar a jovem sem que ela soubesse. Que melhor artimanha que esta? Além disso, por isso sabia, a jovem e a costureira estavam simplesmente falando na outra sala, totalmente vestidas, sem que nenhum de seus atributos femininos fossem visíveis. Apesar dessa segurança, sentiu uma secura na boca quando aproximou um olho ao buraco da parede. A sala que agora olhava era pequena e luminosa, e a escuridão estava neutralizada pela luz de uma dúzia de abajures. Um espelho alto refletia as figuras de duas mulheres de cabelo escuro. Sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo. A costureira usava um elegante vestido dourado, mas a senhorita Fairleigh só vestia uma blusa larga e as meias. Era exatamente o que Mowbry havia descrito, exuberante e rosada, com uma brilhante cabeleira cor castanha com um coque preso no alto. A costureira tinha acabado de retirar o espartilho. Inclusive sem esse objeto, sua cintura se estreitava como uma ampulheta. Edward engoliu saliva, mas não se afastou. A mulher era de uma altura não mais do que a média, mas tinha umas pernas que pareciam desproporcionalmente largas. Ele podia ver a sombra de seu traseiro através das meias de linho. Uma pele adornava a parte superior de uma aprimorada nádega, uma íntima imperfeição que não prejudicava ao encanto de suas nádegas. Tinha as carnes cheias e bem escuras. Um homem encontraria um agradável apoio se tivesse a oportunidade de ter à sua disposição aquele modelo de virtudes. Em realidade, encontraria muitos apoios agradáveis. Seus peitos eram abundantes, os braços por sua vez era suaves e graciosos. Seus pés, Edward teve que afrouxar o pescoço de repente muito apertado, eram pequenos e brancos, pés que até então ele tinha acreditado só podiam ser obra de um pintor, com o pequeno dedo gordo redondo e uns tornozelos que um homem poderia rodear com uma mão. Um homem de sorte. Edward se remexeu sobre o estofamento fino de sua cadeira. Apenas alguns segundos se passaram desde que olhou pela primeira vez na habitação, e seu membro já havia inchado como poderia ser. Agora sentia a ponta pulsando com força contra o interior de suas calças, um membro pesado e urgente, uma criatura com vontade própria. Pensar que o que fazia transgredia os limites da mais elementar correção não fez mais que redobrar a força com que pulsava a malha inchada pelo sangue. Quando sua respiração se acalmou, se deu conta que, além de ver, podia ouvir. Chegou a seus ouvidos o ronronar de um gato que se instalou feito uma bola aos pés da senhorita Fairleigh. “É um gato esperto”, pensou, sentindo uma simpatia absoluta pelos instintos do animal. —Devemos pedir três espartilhos franceses —dizia a costureira enquanto 200
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