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01 - Além da Inocência

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Tiamat World<br />

<strong>Além</strong> <strong>da</strong> <strong>Inocência</strong><br />

Beyond 1<br />

Emma Holly<br />

Mowbry acolheu a advertência em suas palavras com um sorriso breve e<br />

seco.<br />

— Você pode chamar as minhas insondáveis profundi<strong>da</strong>des a qualquer<br />

momento, lorde Greystowe. Eles estão completamente à sua disposição.<br />

Este homem é um ambicioso, pensou Edward, mas não sabia discernir se<br />

aquilo era algo bom ou ruim.<br />

Capítulo 2<br />

Edward deixou Mowbry em seu escritório e ordenou ao condutor que<br />

seguisse para a casa de Lady Hargreave. A chuva seguia caindo regularmente<br />

mas sem força e as ro<strong>da</strong>s emitiam um som suave e pegajoso ro<strong>da</strong>ndo pelas<br />

ruas cheias de lama. A ci<strong>da</strong>de estava envolta por um manto de névoa que<br />

apagava as bor<strong>da</strong>s dos edifícios, fazia diminuir o fluxo do tráfico e filtrava os<br />

sons, até que Edward teve a impressão de que era um sonho. A suavi<strong>da</strong>de do<br />

ar era primaveril, mas a cor bem poderia ter sido a do inverno.<br />

Fechou os olhos e voltou a ver a curva delica<strong>da</strong> dos ombros <strong>da</strong> senhorita<br />

Fairleigh. Como vulneráveis eram os planos <strong>da</strong>s costas de uma mulher. De<br />

qualquer mulher, mas sobretudo a sua, com a blusa remen<strong>da</strong><strong>da</strong> e as frágeis<br />

partes de encaixe ao redor <strong>da</strong>s mangas.<br />

Sentiu o calor subir pelas coxas à medi<strong>da</strong> que o sangue rugia para seu<br />

centro. Começava a se endurecer com a mera lembrança de sua espinha<br />

dorsal. Pensou em suas nádegas e quis morrer para sustentá-las em suas<br />

mãos. Quando voltou para a reali<strong>da</strong>de, dirigiu seu olhar para a janela que<br />

emoldurava a névoa. Talvez ele deveria se preocupar com a intensi<strong>da</strong>de de sua<br />

reação? Possivelmente deveria adotar uma atitude vigilante.<br />

Mas não, ela era uma mulher atraente e na<strong>da</strong> mais. Qualquer homem teria<br />

respondido. Parecia bom que exercesse esse grande poder de atração dele.<br />

Queria ver Freddie feliz. Precisava vê-lo a salvo.<br />

Chegaram ao Regent's Park e a planície de colunas de mármore do<br />

Cumberland Terrace, com suas casas encosta<strong>da</strong>s umas com as outras de<br />

maneira que pareciam um templo grego. Edward abriu a tampa de seu relógio.<br />

A hora do chá quase tinha passado. Mas lady Hargreave não teria visitas. Tinha<br />

enviado uma nota a Edward aquela manhã, com uma delica<strong>da</strong> essência,<br />

informando que não se encontraria em casa para mais ninguém. Seu marido,<br />

que nunca se mostrava como um tipo possessivo, tinha viajado a Escócia para<br />

visitar suas proprie<strong>da</strong>des. Apesar de que o terreno estava espaçoso, Edward<br />

deu instruções ao condutor para que se dirigisse a um estábulo público mais<br />

abaixo na rua. Preferia não estacionar seu carro perto <strong>da</strong> casa. Uma coisa era<br />

pôr os chifres a um homem e outra muito diferente, esfregar-lhe na cara.<br />

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