01 - Além da Inocência

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Tiamat World Além da Inocência Beyond 1 Emma Holly estendia uma fita de medir em torno da primorosa cintura da senhorita Fairleigh—. Dois para o enxoval diário e um, que chegue até mais abaixo, para um vestido de noite. Com um dos novos espartilhos, acredito. São trés élegantes. Já verá que gostará muito. A senhorita Fairleigh abriu a boca, e logo se ruborizou quando a fita se deslocou para rodear seu peito. Os dedos da costureira se reuniram no centro de sua fenda, apertando ligeiramente um extremo com o outro. Sob o brilho dos abajures, Edward observou como coloria encantadoramente seu seio. A senhorita Fairleigh pigarreou. —Acredito de verdade que um só espartilho seria suficiente se, por isso você diz, tenho que ter um espartilho francês. —Por isso que eu digo? —perguntou a costureira, fazendo estalar a língua e se ajoelhando para medir o comprimento das pernas da senhorita Fairleigh. O gato soltou um miado de desagrado quando ela o deslocou com o cotovelo—. Pelo que eu sei, mademoiselle, tem que apresentar suas armas. Um bom espartilho é, em realidade uma arma poderosa. — Mas meu dinheiro... — opôs a senhorita Fairleigh, com voz aflita. A costureira a ignorou. — Pare de se mexer de uma vez — ordenou —. Qualquer um diria que sou a única que viu seus tornozelos. — Com um suspiro de satisfação, se ergueu e afastou um único cacho de sua estreita testa. — Está bem. Suas medidas se parecem muito de um vestido que agora tenho disponível. Um ponto aqui, uma nova costura mais à frente e se transformará imediatamente em uma mulher elegante. A senhorita Fairleigh levou suas mãos ao peito tremente. —OH, não, madame Victoire. Não posso me apropriar do vestido de outra pessoa. — Avermelhado —disse madame—. Esta cliente demora para pagar o débito. portanto, nesta ocasião eu é quem vai atrasar a entregar o que pede — disse, sem fazer mais caso dos protestos da senhorita Fairleigh, chamou alguém, uma tal de Marie, para que trouxesse o vestido cor Castanho Avermelhado. — Avermelhado? —O tom da senhorita Fairleigh era de um horror sem nome. —Não, não— repreendeu a costureira, enquanto ajustava rapidamente seu espartilho inglês, um objeto de qualidade reconhecidamente inferior—. Você não se preocupe. Seu pai iria gostar que seguisse adiante com sua vida, Você não acha? —Sim, mas... —Não deve sobre ele. Fará o que tem que fazer. Um homem nunca se casaria com um corvo! Aquele cruzamento de palavras fez sorrir Edward, apesar da poderosa 200
Tiamat World Além da Inocência Beyond 1 Emma Holly pulsação que seguia sentindo entre as pernas. Aquela mulher era tão tímida e humilde que os intentos de madame Victoire para estimulá-la a assumir a condição de femme fatale não deixavam de ser divertidos. A senhorita Fairleigh era um pêssego, Edward finalmente decidiu, um saboroso pêssego do campo cuja doçura o tentava a fincar os dentes. Assim, teve que se recordar , que não seriam seus dentes a serem cravados. Infelizmente, esta precaução não pôs fim a sua fascinação quando viu a costureira arrumando o vestido da senhorita Fairleigh. Alguma vez tinha observado as suas amantes quando as vestiam? Se isso tinha acontecido, não se lembrava. Sem dúvida, poucas visões podiam ser tão sedutoras como a de uma mulher ajustando a outra na anágua, ou equilibrando um busto, ou deixando cair uma saia de seda que fazia frufru por cima de dois braços brancos elevados em atitude total. Até a própria senhorita Fairleigh parecia se dado conta da carga erótica. Edward duvidava que alguma vez tivesse tido uma criada de companhia, e pensou que jamais tinha sido intimamente tocada por outro ser humano. Suas bochechas formosas maçãs do rosto salientes voltaram a se ruborizar quando madame Victoire enganchou o corpete. O vestido em torno dos seios era apertado, mas a costureira parecia satisfeita com esse resultado quando se voltou para a olhar de frente. —Com um espartilho francês, o caimento seria perfeito—disse, para demonstrar, deslizou suas mãos dos ombros da senhorita Fairleigh até sua cintura. Com as palmas roçou apenas a ponta dos seios de sua cliente. Edward pensou que a senhorita Fairleigh não poderia sentir uma grande pressão através das capas de tecido, mas o que sentia a tinha feito se ruborizar até as orelhas e tingir as de cor escarlate. Sentiu o impulso quase incontrolável de entrar correndo e estreitá-la contra seu peito. Madame Victoire não deveria provocar a jovem dessa maneira. Era uma moça inocente. O que se merecia era que a protegessem! O qual não mudou o fato de que, enquanto observava à francesa a tocar, se excitou. Tinha as mãos fechadas e apertadas sobre as coxas, o suor banhava a camisa e o vulto mais abaixo começava a se umedecer. Não recordava haver sentido jamais um desejo tão urgente, um desejo tão intenso que provocou tremores no corpo. Respirava a intervalos largos e com dificuldade. Se não soubesse que a casa estava cheia de gente, teria desabotoado as calças e teria se aliviado. Não era um homem propenso a se dar gostos, mas teria tratado de um assunto rápido. Tal como estava agora, a um passo da explosão total. Agora madame Victoire tinha terminado de arrumar o vincado da musselina que emoldurava o decote do vestido. Fez girar a sua cliente para que se olhasse no espelho e nesse momento Edward ficou tão boquiaberto 200
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