REVISTA GALERIA POR MÁRCIA TRAVESSONI - EDIÇÃO 05

“Eu sempre tenho um
olhar para as coisas que
fiz na vida, e elas não
são minhas, nada disso é
meu. Eu tenho que fazer
por aquele que não tem
voz, aquele que realmente
está ali esperando que
os que têm poder façam
alguma coisa por ele.”
BUSCA PELA IGUALDADE
O desenvolvimento de uma secretaria especial de
políticas e unidades terapêuticas para os usuários de
drogas no Estado e a administração da Controladoria
Geral de Disciplina do Estado foram os passos seguintes
de Socorro, até sua atual posição na Sejus. Com uma
carreira tão dedicada a cuidar do outro, um convite
para o Ministério da Justiça passa a ser algo, no mínimo,
previsível. “Não vai dar tempo não, olhe a minha idade!
Eu sou muito prática, nunca pensei nisso”, responde,
ligeira. Conseguir compartilhar um pouco da sensibilidade
que move o coração com os demais gestores,
especialmente com a classe política do País, contudo,
é ainda uma das grandes metas de Socorro. “Aqueles
que efetivamente têm a fatia do poder, qualquer que
seja ele, desde que mova a vida dos outros, se essa pessoa
não tiver foco na igualdade, não tenho dúvida nenhuma
de que vai acabar produzindo uma sociedade doente
que nem a nossa”, determina.
E o poder, que em uma primeira definição da
própria Socorro remete ao império romano, quando
imperadores reinavam e desmandavam em sociedades
que acabaram ruindo, recebe, em seguida, um sentido
diferente: quase divino, mas nunca despótico.
“Eu entendo que poder é a vontade de Deus na tua
vida, para que você faça exatamente aquilo que Ele
gostaria de fazer, estando aqui no teu lugar. E eu estou
cumprindo isso à risca”, conclui. ¤
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