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Beto<br />
Bravo<br />
Foto: Eliandro Oliveira<br />
Maquiador por acaso<br />
A maquiagem caiu no colo de Beto Bravo sem ele ao menos esperar. Quando veio para Curitiba em 1998, ele queria uma<br />
oportunidade em qualquer área. Foi quando teve a chance de fazer um teste em um salão bacana da época. “Nem queria<br />
trabalhar com beleza, podia ser porteiro, manobrista, copeiro, enfim, a função que tivessem disponível”, conta. Só que no<br />
dia, estava rolando um teste para maquiador e o desafio era fazer um trabalho conceitual. “Não sabia o que isso significava,<br />
mas peguei uma manicure de modelo, inventei umas coisas no rosto dela e acabei sendo escolhido por ter um estilo diferente<br />
dos maquiadores sociais”, lembra.<br />
Como a maioria dos profissionais da época, Beto começou a trabalhar sem ter tido qualquer qualificação na área, mas<br />
essa realidade mudou logo que ingressou nesse mundo. “Comecei a estudar muito porque não sabia absolutamente nada.<br />
Essa é minha dica para se destacar. Estudo sobre tudo: artes, psicologia, atendimento. Ser culto dói e custa caro, mas eu vou<br />
atrás”, enaltece.<br />
Hoje Beto tem seu próprio espaço em parceria com Riccardo Guerra, o Palco RG & BB, mas carrega consigo um pouco de<br />
cada salão pelo qual passou. “No primeiro que trabalhei, o Mod’s Hair, tive uma oportunidade, coisa rara na vida. No Vimax,<br />
o Viktor I me deu o toque da arte, porque ele é um artista. No Dona I Uomo aprendi a trabalhar em um salão com um giro<br />
absurdo. No Torriton, com a Maria Lucia, aprendi a ser humano. No W, descobri sobre o glamour e a sofisticação. E hoje, no<br />
meu salão voltei às origens: trato o cliente de forma singular e não como um número”, enumera Beto.<br />
O Palco carrega a bandeira do beauty concept, ou seja, a concepção total da beleza. “Não é um corte ou uma make,<br />
mas sim é o que a pessoa quer expressar. Uso o visagismo nas clientes para chegar ao melhor resultado que combine com o<br />
estilo de vida dela”, frisa Beto. E nas brechas da agenda lotada, o profissional ainda viaja muito pelo Brasil ministrando cursos<br />
e eventos. “Aproveito não apenas para informar, mas também captar informações. Muitas vezes, sento na cadeira como um<br />
bom ouvinte.”<br />
AGOSTO 43