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Revista Elas por elas 2013

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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Pollyana é doula e coordena grupo de mulheres pelo parto ativo<br />

do que no método natural, segundo<br />

dados do Ministério da Saúde.<br />

Ritual de passagem<br />

Ainda assim, o Brasil registra muito<br />

mais cesáreas do que os 15% recomendados<br />

pela OMS. A pesquisa do<br />

Ministério da Saúde de 2008 confirma<br />

o elevado número de cesarianas praticadas<br />

no país. No total, 44% dos nascimentos<br />

foram cirúrgicos, sendo esta<br />

taxa maior nas regiões Sudeste (52%)<br />

e Sul (51%), dentre as mulheres com<br />

mais de 35 anos (61%) e entre as<br />

brancas (49%). Além disso, os percentuais<br />

de cesáreas em mulheres com 12<br />

Cecilia Alvim<br />

ou mais anos de estudo (83%) e no sistema<br />

de saúde privado ou suplementar<br />

(81%) foram extremamente elevados.<br />

A médica Sônia Lansky percebe a<br />

disseminação da cesariana como um<br />

fenômeno latinoamericano relacionado<br />

à violência de gênero, muitas vezes incor<strong>por</strong>ada<br />

p<strong>elas</strong> mulheres, em função<br />

das relações de poder que se estabelecem.<br />

“Há um domínio do poder médico.<br />

É ele que decide, sabe, controla.<br />

A mulher fica completamente exposta<br />

e subjugada a esse poder”, alerta.<br />

De acordo com ela, o parto é um<br />

ritual de passagem da natureza humana,<br />

ocorre fisiologicamente, sem intervenções<br />

desnecessárias. “Substituíram tudo<br />

<strong>por</strong> processos artificiais, tecnologizados.<br />

Os hospitais aceleraram os processos,<br />

padronizaram condutas, muitas vezes<br />

obsoletas”, lamenta.<br />

Protagonismo da mulher<br />

Entender o parto como um acontecimento<br />

fisiológico normal, e não como<br />

doença, considerá-lo um ritual de geração<br />

e transformação da vida, e incentivar<br />

o protagonismo da mulher em<br />

todo o processo da maternidade são<br />

algumas das premissas que motivam<br />

profissionais, especialistas e mulheres<br />

ativistas pelo parto normal no país.<br />

Um desses grupos que incentiva o<br />

parto ativo é o Ishtar – Espaço para<br />

gestantes. O nome faz referência à<br />

deusa babilônica da fertilidade e o lema<br />

do grupo é “pelo respeito ao tempo de<br />

gestar, parir e amamentar”. Presente<br />

em nove cidades do Brasil, o grupo,<br />

desde 2007, acolhe mulheres em encontros<br />

periódicos e gratuitos e fomenta<br />

listas de discussão pela internet para<br />

orientá-las e fortalecê-las em todo o<br />

processo de gestação, parto, amamentação<br />

e maternidade ativa.<br />

Em Belo Horizonte, o grupo promoveu<br />

o primeiro encontro de <strong>2013</strong> no<br />

mês de janeiro, com o tema “12 passos<br />

para um parto feliz”. Gestantes e seus<br />

companheiros, mulheres que já passaram<br />

<strong>por</strong> experiências de parto, doulas e pessoas<br />

interessadas se reuniram numa<br />

manhã de sábado no Parque Ecológico<br />

da Pampulha para trocar experiências e<br />

conhecimentos que favorecem o protagonismo<br />

da mulher.<br />

Amanda Santos, 27 anos, grávida,<br />

começou a participar do Ishtar em janeiro,<br />

em busca de apoio para o parto normal<br />

que quer ter. “A gente acha que conhece<br />

o próprio corpo, no entanto, não nos é<br />

ensinado, desde o período escolar, a<br />

lidar com as mudanças que vem com a<br />

gravidez e com a maternidade. Por isso,<br />

precisamos nos informar, senão conti-<br />

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