Revista Elas por elas 2013
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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sobretudo na luta pela posse das terras.<br />
Depois de muito esforço, as mulheres<br />
indígenas tiveram uma grande vitória,<br />
em 1995, com a criação do CONAMI<br />
- Conselho Nacional de Mulheres Indígenas<br />
– responsável <strong>por</strong> um grande<br />
salto na articulação, promoção, apoio<br />
e defesa das pautas das indígenas. É<br />
uma entidade da sociedade civil, que<br />
atua com equipes itinerantes e luta pelo<br />
reconhecimento do protagonismo, autonomia<br />
e pela equidade de gênero.<br />
Através do CONAMI muitas demandas<br />
que antes não eram mostradas pelos<br />
veículos de comunicação agora ganham<br />
visibilidade na internet e <strong>por</strong> meio das<br />
redes sociais.<br />
Com o objetivo de realizar um verdadeiro<br />
“enfrentamento da violência,<br />
do racismo, discriminação e preconceito,<br />
para que as mulheres sejam respeitadas<br />
e valorizadas na sua forma de vida tradicional<br />
e cultural, para que atuem em<br />
espaços de diálogo junto aos gestores<br />
públicos, buscando uma melhoria na<br />
qualidade de vida”, o CONAMI ajuda a<br />
mudar o quadro de invisibilidade das<br />
mulheres indígenas, que agora podem<br />
começar a assumir o merecido papel<br />
de “mães do Brasil”.<br />
Manifesto pelos direitos da<br />
mulheres indígenas brasileiras<br />
Nós, Mulheres Indígenas, lutamos<br />
pela efetivação de políticas públicas<br />
voltadas às mulheres indígenas, na demarcação<br />
das terras, na educação diferenciada,<br />
na saúde de qualidade para a<br />
mulher e a criança indígena. Entendemos<br />
que devemos ser incluídas nos<br />
espaços públicos dos quais estamos excluídas<br />
há muitos séculos. Acreditamos<br />
ser as verdadeiras agentes de transformação,<br />
contribuindo assim para a construção<br />
de um mundo mais justo e fraterno.<br />
Pela valorização das mulheres<br />
indígenas, elencamos 13 diretrizes para<br />
contribuir com o governo para a realização<br />
das ações afirmativas.<br />
Diretrizes da Mulher Indígena<br />
(Empoderamento, Autonomia, Protagonismo, Equidade de Gênero)<br />
1 – Criação da Subsecretaria da Mulher Indígena<br />
no Governo Federal e nomeação de<br />
uma mulher indígena para essa função, com<br />
autonomia financeira, para desenvolver projetos<br />
sociais para os povos indígenas.<br />
2 – Assegurar maior representação da mulher<br />
indígena no Governo, com a inclusão efetiva<br />
da mulher em instâncias de poder, como<br />
nos Conselhos Consultivos, Ministérios e<br />
Secretarias.<br />
3 – Assegurar a participação da mulher indígena<br />
nos processos de decisões que afetem<br />
seus interesses e demandas.<br />
4 – Garantir 30% de vagas à mulher indígena<br />
nas funções e concursos públicos.<br />
5 – Criar o Programa de Alimentação Saudável<br />
da Mulher e da Criança Indígena.<br />
6 – Garantir saúde de qualidade com a<br />
criação do Programa de Atenção Integral à<br />
Saúde da Mulher e da Criança Indígena.<br />
7 – Demarcação e apoio à gestão territorial,<br />
política e econômica das terras indígenas.<br />
8 – Planejamento, Desenvolvimento e implementação<br />
de projetos específicos e autossustentáveis<br />
para a mulher indígena.<br />
9 – Erradicação do analfabetismo e inclusão<br />
de programas educacionais, bem como<br />
acesso efetivo à Educação superior e culturais<br />
para as mulheres indígenas.<br />
10 – Políticas públicas efetivas voltadas para<br />
as mulheres indígenas, como a qualificação<br />
profissional, cursos de informática nas escolas<br />
indígenas. Amplo acesso às universidades.<br />
11 – Criação de programas de valorização<br />
e capacitação profissional para a inserção<br />
no mercado de trabalho como profissionais,<br />
geração de renda e emprego para as mulheres<br />
indígenas.<br />
12 - Criação de projetos de es<strong>por</strong>te e lazer<br />
nas comunidades indígenas para o combate<br />
a todo tipo de violência contra a mulher e<br />
criança indígena.<br />
13 – Fortalecimento e estimulo à palavra<br />
da Mulher Indígena como fator relevante<br />
sobre as questões familiares, comunitárias e<br />
culturais da sociedade nacional. “a palavra<br />
da mulher é sagrada como a terra” (palavras<br />
de um sábio líder indígena).<br />
Assine o Manifesto!<br />
http://www.ipetitions.com/petition/mulheresindigenasbrasilieras/<br />
Marta Kaxixó, da aldeia onde as mulheres têm lugar de destaque<br />
Arquivo pessoal<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - março <strong>2013</strong> 55