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Conciente_Fevereiro2017

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DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Outro caso bem conhecido é da norte-americana<br />

Trudi Chase que viveu com 92 personalidades na<br />

sua mente, durante a sua vida inteira. Tem tambem<br />

um período de psicoterapia que a levou a escrever o<br />

livro When the Rabbit Howls, uma autobiografia<br />

escrita na primeira pessoa. Trudi Chase era uma<br />

rapariga de 2 anos de idade quando foi, pela<br />

primeira vez, abusada sexualmente pelo padrasto,<br />

assim relata. Afirma igualmente que a mãe<br />

abusava psicologicamente dela. Fugiu de casa,<br />

estudou, trabalhou e casou. Teve uma filha de<br />

quem cuidou, mesmo com as suas personalidades.<br />

Teve uma vida de sofrimento, mas com as suas<br />

‘tropas’ nunca esteve sozinha. As ‘tropas’ foi o<br />

nome que a Trudi deu ao conjunto de<br />

personalidades que a co-habitavam. A mais nova<br />

desta tinha cerca de 5/6 anos chamada MabChop e<br />

o mais velho, com cerca de 1000 anos, filósofo e<br />

poeta escocês chamado Ean. Haviam tambem três<br />

mulheres chamadas Catherine: a Lady Catherine<br />

que era sofisticada e falava de forma dissimulada, a<br />

Black Catherine que continha e representava a<br />

raiva pelas ‘tropas’ e a irmã Catherine, que fazia<br />

sempre aquilo que era correto. Na Truddi, tambem<br />

co-existia o Mean John , que era grande e negro e<br />

que a defendia, éra capaz de matar pelas tropas ou<br />

a Miss Wonderfull que não tinha qualquer noção<br />

do que era sexual. A ‘10-4’ que era outra mulher,<br />

uma mulher de negócios que conseguia vender<br />

qualquer coisa a qualquer pessoa e até uma<br />

adolescente de 12 anos que gostava de desenhar e<br />

que assistiu às atrocidades que o padrasto foi<br />

fazendo à Trudi durante anos. Nesta mulher<br />

existiam tantas personalidades que esta nunca se<br />

sentia sozinha, falava de si utilizando a palavra<br />

‘nós’, tinha consciência dos abusos que tinha<br />

sofrido bem como das suas outras 91<br />

personalidades. A aceitação de pessoas que ela,<br />

Trudi devia fazer, era efetuada pelas suas ‘tropas’<br />

que respondiam por ela. Vinham ao seu socorro,<br />

uma vida inteira. O terapeuta de Trudi defendia<br />

para ela a integração das suas personalidades na<br />

própria Trudy, a menina que tinha sido abusada<br />

sadicamente e constantemente, contudo, ela não<br />

aceitava e não aceitou a ‘morte’ das suas ‘tropas’ em<br />

prol dela mesma. Dizia que integração não,<br />

cooperação. Trudy continuou em terapia, contudo a<br />

integração numa só personalidade, pelo aquilo que<br />

temos conhecimento nunca aconteceu. Foi feliz,<br />

dentro dos seus moldes de ser, com a sua família—<br />

marido e filha— e viveu a vitória perante os seus<br />

abusadores, que foi nunca a terem conhecido, pelas<br />

“tropas” que se foram constituindo dentro dela.<br />

Faleceu em maio de 2010.<br />

24 CONSCIENTE Fevereiro

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