Conciente_Fevereiro2017
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
Outro caso bem conhecido é da norte-americana<br />
Trudi Chase que viveu com 92 personalidades na<br />
sua mente, durante a sua vida inteira. Tem tambem<br />
um período de psicoterapia que a levou a escrever o<br />
livro When the Rabbit Howls, uma autobiografia<br />
escrita na primeira pessoa. Trudi Chase era uma<br />
rapariga de 2 anos de idade quando foi, pela<br />
primeira vez, abusada sexualmente pelo padrasto,<br />
assim relata. Afirma igualmente que a mãe<br />
abusava psicologicamente dela. Fugiu de casa,<br />
estudou, trabalhou e casou. Teve uma filha de<br />
quem cuidou, mesmo com as suas personalidades.<br />
Teve uma vida de sofrimento, mas com as suas<br />
‘tropas’ nunca esteve sozinha. As ‘tropas’ foi o<br />
nome que a Trudi deu ao conjunto de<br />
personalidades que a co-habitavam. A mais nova<br />
desta tinha cerca de 5/6 anos chamada MabChop e<br />
o mais velho, com cerca de 1000 anos, filósofo e<br />
poeta escocês chamado Ean. Haviam tambem três<br />
mulheres chamadas Catherine: a Lady Catherine<br />
que era sofisticada e falava de forma dissimulada, a<br />
Black Catherine que continha e representava a<br />
raiva pelas ‘tropas’ e a irmã Catherine, que fazia<br />
sempre aquilo que era correto. Na Truddi, tambem<br />
co-existia o Mean John , que era grande e negro e<br />
que a defendia, éra capaz de matar pelas tropas ou<br />
a Miss Wonderfull que não tinha qualquer noção<br />
do que era sexual. A ‘10-4’ que era outra mulher,<br />
uma mulher de negócios que conseguia vender<br />
qualquer coisa a qualquer pessoa e até uma<br />
adolescente de 12 anos que gostava de desenhar e<br />
que assistiu às atrocidades que o padrasto foi<br />
fazendo à Trudi durante anos. Nesta mulher<br />
existiam tantas personalidades que esta nunca se<br />
sentia sozinha, falava de si utilizando a palavra<br />
‘nós’, tinha consciência dos abusos que tinha<br />
sofrido bem como das suas outras 91<br />
personalidades. A aceitação de pessoas que ela,<br />
Trudi devia fazer, era efetuada pelas suas ‘tropas’<br />
que respondiam por ela. Vinham ao seu socorro,<br />
uma vida inteira. O terapeuta de Trudi defendia<br />
para ela a integração das suas personalidades na<br />
própria Trudy, a menina que tinha sido abusada<br />
sadicamente e constantemente, contudo, ela não<br />
aceitava e não aceitou a ‘morte’ das suas ‘tropas’ em<br />
prol dela mesma. Dizia que integração não,<br />
cooperação. Trudy continuou em terapia, contudo a<br />
integração numa só personalidade, pelo aquilo que<br />
temos conhecimento nunca aconteceu. Foi feliz,<br />
dentro dos seus moldes de ser, com a sua família—<br />
marido e filha— e viveu a vitória perante os seus<br />
abusadores, que foi nunca a terem conhecido, pelas<br />
“tropas” que se foram constituindo dentro dela.<br />
Faleceu em maio de 2010.<br />
24 CONSCIENTE Fevereiro