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Mauricio Bassani<br />
Zootecnista/Zoofértil<br />
mauricio_bassani@yahoo.com<br />
FERTILIDADE DO SOLO<br />
O SOLO É SEU MAIOR PATRIMÔNIO PARTE 02:<br />
MATÉRIA ORGÂNICA<br />
LUCRO E LONGEVIDADE NUM ÚNICO PARÂMETRO DO SOLO<br />
No primeiro artigo desta série, ficou claro que as decisões individuais são as grandes responsáveis pelo sucesso<br />
ou fracasso no uso de tecnologias voltadas para a produtividade via melhoria da fertilidade. Neste artigo, vamos<br />
discutir sobre a importância do manejo da Matéria Orgânica no solo – em especial por a considerarmos um dos<br />
principais e mais efetivos parâmetros para expressar o potencial produtivo da maioria dos solos tropicais.<br />
São vários os fatores onde<br />
a matéria orgânica age sobre a<br />
fertilidade do solo e a mesma<br />
influência em quase todos os<br />
parâmetros químicos, físicos e<br />
biológicos do solo. Em especial<br />
o aumento dos teores da Matéria<br />
Orgânica eleva a CTC, potencializa<br />
a retenção de nutrientes e água,<br />
melhora a aeração, permeabilidade<br />
e a estabilidade dos agregados do<br />
solo, reduz a temperatura superficial<br />
do solo, estimula o desenvolvimento<br />
da vida microbiana e a consequente<br />
reduz o impacto dos agentes<br />
patogênicos, dentre vários outros<br />
benefícios diretos e indiretos ao solo<br />
e a produtividade – fator diretamente<br />
relacionado ao lucro / hectare.<br />
A pesquisa tem mostrado<br />
que a queda da matéria orgânica é<br />
visivelmente acompanhada pela<br />
queda de produtividade. Um erro<br />
comum é acreditar que em solos<br />
argilosos reduz-se a importância<br />
da Matéria Orgânica. Neste<br />
sentido, é importante ressaltar que<br />
as pesquisas têm mostrado que a<br />
queda de produção mediante queda<br />
nos teores de matéria orgânica é<br />
mais rápida nos solos arenosos, mas<br />
também ocorre mais lentamente<br />
nos solos argilosos.<br />
Outra situação inesperada<br />
são as perdas de produtividade em<br />
sistemas com grande inclusão de<br />
insumos e tecnologias produtivas –<br />
altas doses de calagem, gessagem,<br />
fertilizantes, nematicidas, inseticidas,<br />
herbicidas, adubos foliares e outras<br />
importantes tecnologias.<br />
Vejam que o problema não<br />
é o uso das tecnologias, mas sim a<br />
falta de ambiente biológico, derivado<br />
da falta de estratégias voltadas ao<br />
manejo da M.O do solo. Portanto,<br />
as reduções nos teores de M.O. não<br />
são um problema específico de áreas<br />
arenosas, degradadas ou com “baixo<br />
uso de tecnologias produtivas”.<br />
Neste sentido, é importante<br />
ressaltar que também é insucesso<br />
obtermos baixos aumentos de produtividade<br />
diante de tantos novos<br />
investimentos realizados pelos produtores<br />
rurais nestes últimos anos.<br />
Sendo assim, nossa recomendação<br />
não é simplista de apenas<br />
incluir a Matéria Orgânica como<br />
mais um parâmetro a ser analisado<br />
no solo. Há muitos anos a mesma<br />
já faz parte do pacote mínimo em<br />
12<br />
EDIÇÃO 03 | ANO 07 | JUL/AGO <strong>2017</strong>