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Revista MB Rural 32 2017

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Mauricio Bassani<br />

Zootecnista/Zoofértil<br />

mauricio_bassani@yahoo.com<br />

FERTILIDADE DO SOLO<br />

O SOLO É SEU MAIOR PATRIMÔNIO PARTE 02:<br />

MATÉRIA ORGÂNICA<br />

LUCRO E LONGEVIDADE NUM ÚNICO PARÂMETRO DO SOLO<br />

No primeiro artigo desta série, ficou claro que as decisões individuais são as grandes responsáveis pelo sucesso<br />

ou fracasso no uso de tecnologias voltadas para a produtividade via melhoria da fertilidade. Neste artigo, vamos<br />

discutir sobre a importância do manejo da Matéria Orgânica no solo – em especial por a considerarmos um dos<br />

principais e mais efetivos parâmetros para expressar o potencial produtivo da maioria dos solos tropicais.<br />

São vários os fatores onde<br />

a matéria orgânica age sobre a<br />

fertilidade do solo e a mesma<br />

influência em quase todos os<br />

parâmetros químicos, físicos e<br />

biológicos do solo. Em especial<br />

o aumento dos teores da Matéria<br />

Orgânica eleva a CTC, potencializa<br />

a retenção de nutrientes e água,<br />

melhora a aeração, permeabilidade<br />

e a estabilidade dos agregados do<br />

solo, reduz a temperatura superficial<br />

do solo, estimula o desenvolvimento<br />

da vida microbiana e a consequente<br />

reduz o impacto dos agentes<br />

patogênicos, dentre vários outros<br />

benefícios diretos e indiretos ao solo<br />

e a produtividade – fator diretamente<br />

relacionado ao lucro / hectare.<br />

A pesquisa tem mostrado<br />

que a queda da matéria orgânica é<br />

visivelmente acompanhada pela<br />

queda de produtividade. Um erro<br />

comum é acreditar que em solos<br />

argilosos reduz-se a importância<br />

da Matéria Orgânica. Neste<br />

sentido, é importante ressaltar que<br />

as pesquisas têm mostrado que a<br />

queda de produção mediante queda<br />

nos teores de matéria orgânica é<br />

mais rápida nos solos arenosos, mas<br />

também ocorre mais lentamente<br />

nos solos argilosos.<br />

Outra situação inesperada<br />

são as perdas de produtividade em<br />

sistemas com grande inclusão de<br />

insumos e tecnologias produtivas –<br />

altas doses de calagem, gessagem,<br />

fertilizantes, nematicidas, inseticidas,<br />

herbicidas, adubos foliares e outras<br />

importantes tecnologias.<br />

Vejam que o problema não<br />

é o uso das tecnologias, mas sim a<br />

falta de ambiente biológico, derivado<br />

da falta de estratégias voltadas ao<br />

manejo da M.O do solo. Portanto,<br />

as reduções nos teores de M.O. não<br />

são um problema específico de áreas<br />

arenosas, degradadas ou com “baixo<br />

uso de tecnologias produtivas”.<br />

Neste sentido, é importante<br />

ressaltar que também é insucesso<br />

obtermos baixos aumentos de produtividade<br />

diante de tantos novos<br />

investimentos realizados pelos produtores<br />

rurais nestes últimos anos.<br />

Sendo assim, nossa recomendação<br />

não é simplista de apenas<br />

incluir a Matéria Orgânica como<br />

mais um parâmetro a ser analisado<br />

no solo. Há muitos anos a mesma<br />

já faz parte do pacote mínimo em<br />

12<br />

EDIÇÃO 03 | ANO 07 | JUL/AGO <strong>2017</strong>

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