28.10.2017 Views

edição de 30 de outubro de 2017

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

markeTing & negócios<br />

TV fortalece posição<br />

dominante como<br />

mídia <strong>de</strong> massa<br />

rwarnich/iStock<br />

Meio atinge no Brasil quase<br />

122 milhões <strong>de</strong> pessoas a cada dia<br />

Rafael Sampaio<br />

Os produtos da internet que <strong>de</strong>ram certo<br />

têm a ver com o entendimento <strong>de</strong> que<br />

no mercado o sol são os consumidores e<br />

as empresas, quaisquer empresas, são os<br />

planetas e os satélites. Mesmo as megaorganizações<br />

mundiais do setor não po<strong>de</strong>m<br />

mudar essa realida<strong>de</strong>.<br />

Dos sistemas <strong>de</strong> busca às mídias sociais<br />

<strong>de</strong> sucesso à publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> venda direta,<br />

o que funciona é o que gira ao redor dos<br />

consumidores e não o que se tenta impor a<br />

eles.<br />

Razão pela qual a briga que os dois gigantes<br />

do setor vêm travando com a televisão<br />

pela supremacia do entretenimento e<br />

dos esportes populares, bem como do jornalismo<br />

que interessa às gran<strong>de</strong>s massas<br />

da população, não tem alcançado nenhum<br />

sucesso consistente.<br />

Ao contrário, em todo o mundo, assim<br />

como no Brasil, a TV vem fortalecendo sua<br />

posição dominante como mídia <strong>de</strong> massa e<br />

assegurando sua principal fonte <strong>de</strong> renda,<br />

que é a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marca, na qual esse<br />

meio é imbatível há mais <strong>de</strong> meio século e<br />

dá todos os sinais <strong>de</strong> que continuará assim<br />

por muito tempo.<br />

Isso ocorre porque a TV enten<strong>de</strong>u <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

seu início que é a Terra que gira ao redor do<br />

Sol e, por mais po<strong>de</strong>rosa que ela seja, não<br />

há como impor os seus interesses e as suas<br />

vonta<strong>de</strong>s sobre os consumidores. Dessa<br />

forma, quanto mais ela aten<strong>de</strong> ao que o<br />

conjunto da população <strong>de</strong>seja em termos<br />

<strong>de</strong> entretenimento, jornalismo e esportes,<br />

mais e mais se valoriza a “moeda <strong>de</strong> troca”<br />

que ela estabeleceu com as pessoas, que é a<br />

publicida<strong>de</strong>.<br />

Nos últimos anos, a internet tem insistido<br />

na prestidigitação <strong>de</strong> alar<strong>de</strong>ar que é<br />

mais universal e mais consumida que a TV,<br />

especialmente entre os mais jovens e mais<br />

abastados. Pesquisas robustas, feitas <strong>de</strong><br />

forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, porém, <strong>de</strong>monstram<br />

que o consumo da internet é generalizado<br />

e intenso, mas atomizado – granulado,<br />

em uma linguagem mais técnica – e nem<br />

<strong>de</strong> longe faz sombra ao po<strong>de</strong>r da TV como<br />

a gran<strong>de</strong> mídia integradora das massas na<br />

segunda meta<strong>de</strong> do século passado e nas<br />

quase duas décadas <strong>de</strong>ste século.<br />

Recentemente, o principal player da internet,<br />

o Google, vem trombeteando que<br />

no Brasil já existem 200 milhões <strong>de</strong> smartphones<br />

nas mãos das pessoas e isso faz do<br />

celular a nova gran<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> massa. Mas<br />

esse número é ilusório, pois quase 80%<br />

dos celulares no Brasil são pré-pagos e subutilizados,<br />

o acesso à banda larga <strong>de</strong> alta<br />

qualida<strong>de</strong> é limitado a menos <strong>de</strong> um quarto<br />

do mercado e a esmagadora maioria do<br />

consumo da internet é operacional, <strong>de</strong> alguns<br />

consumidores a grupos limitados <strong>de</strong><br />

consumidores – nada a ver com o processo<br />

<strong>de</strong> estruturação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> massa<br />

(locais, regionais e nacional) através da comunicação<br />

televisiva.<br />

A TV aberta no Brasil, para se ter uma<br />

i<strong>de</strong>ia mais precisa <strong>de</strong> sua dimensão, atinge<br />

quase 122 milhões <strong>de</strong> pessoas (diferentes,<br />

não duplicadas) a cada dia e cobre praticamente<br />

100% da população a cada semana,<br />

com um média <strong>de</strong> consumo acima <strong>de</strong> 6 horas<br />

diárias. Em termos <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> consumo,<br />

o tempo médio do conjunto da população<br />

na frente da TV continua superior<br />

ao que elas empregam usando os celulares<br />

ou computadores.<br />

É por essa razão que as notícias, os esportes<br />

e o entretenimento que saem na TV<br />

<strong>de</strong> fato ocorrem, fazendo da TV, inclusive,<br />

o principal assunto individual tratado pelos<br />

sites e re<strong>de</strong>s sociais na internet.<br />

Também é muito simbólico o fato <strong>de</strong> que<br />

uma das categorias <strong>de</strong> negócios que mais<br />

investem em TV é justamente a das gran<strong>de</strong>s<br />

operações <strong>de</strong> internet e nela suportadas<br />

– com o evi<strong>de</strong>nte objetivo <strong>de</strong> fazer o<br />

que não conseguem fazer sozinhas: falar<br />

com as massas e construir o conhecimento<br />

e fama <strong>de</strong> suas marcas<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

6 <strong>30</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!